«AS CHAVES DA VITÓRIA ESTAVAM NO BOLSO DE JOÃO MÁRIO
29 DE DEZEMBRO DE 2023 22:51
Golo do lateral fez toda a diferença na receção ao Chaves (1-0), da 15.ª jornada da Liga.
O FC Porto recebeu e venceu nesta sexta-feira o Chaves (1-0), no Estádio do Dragão, em jogo da 15.ª jornada do campeonato. João Mário (58m) apontou o golo solitário dos azuis e brancos, que seguem na terceira posição da tabela, com 34 pontos, menos dois do que o líder Benfica.
Com sete alterações no onze relativamente à equipa que iniciou o encontro com o Leixões, para a Taça da Liga, o FC Porto entrou com uma postura autoritária e dominadora, como se previa, mas foi muito difícil contornar a organização defensiva dos flavienses. A grande oportunidade do primeiro tempo, por exemplo, só surgiu já em cima do intervalo, quando Pepê viu João Correia negar-lhe a glória praticamente sobre a linha de golo (45m). Sem grande surpresa, o nulo manteve-se até ao descanso.
A etapa complementar voltou a mostrar um FC Porto francamente superior ao Chaves, mas agora com uma grande diferença: a superioridade portista teve reflexo no marcador. Num belo desenho coletivo dos Dragões, João Mário recebeu a bola no flanco direito, fletiu para o meio e rematou de pé esquerdo sem hipóteses para Rodrigo Nascimento, abrindo finalmente o ativo no Dragão (58m). O FC Porto ameaçou o 2-0 por André Franco e Francisco Conceição (68m) e o Chaves também cheirou o empate em dois lances protagonizados por Benny (81m e 90m+2), mas o placar não voltaria a mexer.» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20231229-pt-as-chaves-da-vitoria-estavam-no-bolso-de-joao-mario
Vinha também visitar Pascoaes um outro amarantino - Alfredo Brochado -, ainda aparentado com o Poeta pelo lado materno.
Vinha a pé pela ramada do jardim.
Era um homem triste, de grandes olhos sonhadores. Um espírito muito sensível e delicado que não aguentou o peso da vida. Acabou por se suicidar em Lisboa, onde era funcionário público.» in fotobiografia "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos
«Alfredo Brochado
[Amarante, 1897 - Lisboa, 1949]
Alfredo Brochado
Estudou em Coimbra, onde se licenciou em Direito, e, embora com retornos irregulares a Amarante, fixou-se em Lisboa, primeiro como funcionário superior do Tribunal de Contas, depois como chefe de secretaria da Procuradoria-Geral da República. Frágil, introvertido, doentiamente instável, viu agravarem-se as crises neurasténicas na década de 40 e acabou no suicídio porventura precedido de enlouquecimento.
Constante, nele, só o gosto da criação poética, seguindo a convicção espontaneísta que confidenciava: «Aconteceu-me hoje este poema!» (testemunho de Augusto d'Esaguy). Daí que, além de ter sido redactor da revista literária Gazeta dos Caminhos de Ferro, dispersasse colaboração por vários jornais e revistas, como Flor do Tâmega, A Águia, Semana Portuguesa, Seara Nova, Diário de Lisboa, Diário Popular, O Primeiro de Janeiro, República, etc.
Por 1920 aparece associado às iniciativas literárias de Coimbra, sendo um dos fundadores da Ícaro e colaborador de A Tradição. Em 1921 publica a «ode» neo-romântica O Sangue dos Heróis, recitada em Amarante, e começa a enviar poemas à Águia. Os poemas dispersos foram parcialmente coligidos no livro póstumo Bosque Sagrado (Lisboa, 1949); um ano depois, o volume colectivo Leonardo Coimbra. Testemunhos dos Seus Contemporâneos inseria um breve depoimento seu «A última vez que vi L. C.»; e em 1952, graças a Zur-Aida Esaguy, foi editado um texto juvenil à maneira de Maeterlinck, «Diálogo antigo», entre o quadro dramático e o poema em prosa.
Conterrâneo de Pascoaes, este logo o inclui, em Os Poetas Lusíadas, entre as promessas do período neo-sebastianista, e, mais tarde, prefaciando Bosque Sagrado, não se coíbe de considerar que Brochado pertence ao número dos autênticos poetas cujo destino é «verbalizar o inefável». Mas é equívoca a aproximação entre a poesia de Pascoaes ou o saudosismo e a obra incerta de Brochado. O próprio poeta, em textos como «Imperfeição», denuncia a condição dúplice de matriz romantico-decadentista e que, tendo embora por horizonte ideal outra poesia visionária, não se ilude quanto à distância a que dela se queda. Pela idiossincrasia, pelo destino, pela temática e pela imagística depressivas da sua poesia, bem o podemos situar, como A. d'Esaguy, na linhagem de José Duro, Costa Alegre, M. Laranjeira...
«Convento de Ferreirim integra Rede de Monumentos do Vale do Varosa
A Rede de Monumentos do Vale do Varosa entrou em pleno funcionamento, com a inauguração dos Centros Interpretativos do Convento de Santo António de Ferreirim, em Lamego, e do Mosteiro de São João de Tarouca, presidida pelo Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes. O governante aponta este projeto como um exemplo da dinâmica cultural que deve ser implantada em todo o país, através da criação de “redes de colaboração que são absolutamente essenciais”. Dinamizado pelo Museu de Lamego, este projeto integra ainda o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, a Capela de São Pedro de Balsemão e a Ponte Fortificada de Ucanha.
A monumentalidade e o elevado valor arquitetónico do Convento de Santo António de Ferreirim e do seu espólio artístico ganham assim uma nova atratividade com a instalação de um centro interpretativo no interior do imóvel. O novo serviço está dotado com moderno equipamento multimédia que narra a história do antigo mosteiro franciscano, dando especial enfoque às pinturas dos “Mestres de Ferreirim”.
Na sessão de inauguração do Centro Interpretativo do Convento de Ferreirim, Francisco Lopes, Presidente da Câmara Municipal de Lamego, sublinhou que “muito mais importante do que a rede física, é a rede de colaboração, de confiança, de entreajuda que se tem estabelecido entre um conjunto de entidades”, como as autarquias, a Direção Regional de Cultura, o Museu de Lamego, o Museu do Douro e a Diocese de Lamego. O autarca afirmou ainda que, apesar de se tratar de monumentos situados em dois concelhos distintos, este é um “território sem fronteiras”, porque o que importa é que os turistas conheçam a região, passem a palavra e dinamizem “as estruturas económicas, que vivem muito à custa do turismo”.
Alertando que o atual turismo do Douro ainda é “muito excursionista”, Francisco Lopes referiu a necessidade de se prolongar a estadia dos turistas na região, nomeadamente através da cultura. Neste âmbito, lamentou que “nem tudo está feito”, ilustrando com os casos do “Museu de Lamego, riquíssimo, mas que peca por ter uma estrutura física bastante ultrapassada”, da igreja anexa ao Convento de Santa Cruz, “que necessita urgentemente de requalificação” e também da Capela de Nossa Senhora dos Meninos, no Bairro da Ponte.
Viajemos agora até à serra de Leomil, onde encontramos o primeiro mosteiro cisterciense fundado em Portugal: São João de Tarouca, localizado no concelho de Tarouca, Viseu.
Construído em 1154, motivado por uma promessa de Dom Afonso Henriques – mas no caso relacionada com a vitória na batalha de Trancoso – sofreu várias transformações durante o século XVII e o que encontramos hoje em dia é uma estranha quimera arquitetónica que cruza elementos da planta românica original, de um gótico que foi acrescentado posteriormente e também alguns aspetos barrocos. É um bocadinho como fazer uma viagem no tempo na monumentalidade religiosa portuguesa.
Além das várias pinturas religiosas, o Mosteiro alberga um enorme dormitório de dois pisos, raro na Península Ibérica, e apesar do desgaste derivado de ter sido explorado pela pedra das suas paredes, o que foi muito comum a outros mosteiros depois de 1834 (com o decreto que extinguiu as ordens religiosas em Portugal).
Encontra-se aqui também o Mausoléu de Dom Pedro Afonso, filho bastardo de Dom Dinis. Apesar de alguns dos edifícios estarem ainda em ruínas, a envolvência natural do vale mantêm São João de Tarouca como um local agradável de visitar. Se quiser estender a visita religiosa, existem perto o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas e o Convento de Santo António de Ferreirim.» in https://www.nationalgeographic.pt/viagens/mosteiros-visitar-neste-natal-portugal_4547
(Mosteiro de S.João de Tarouca | Viseu | Portugal)
Localizada a 16 quilómetros da costa nordeste da Escócia, as ilhas Orkney são um tesouro de história, desde a famosa aldeia neolítica Skara Brae até ao belo e misterioso Círculo de Pedras de Brodgar – um círculo de pedras fascinante que foi um local de rituais e cerimónias.
No entanto, a primeira impressão de outro dos famosos sítios pré-históricos de Orkney, o túmulo de Maeshowe, é de um monte verde sem graça rodeado por um fosso.
Apesar da sua aparência, este moledre funerário de 5000 anos é na verdade uma obra-prima do design e engenharia antigos, e um testemunho da habilidade dos habitantes pré-históricos de Orkney. Isto porque, durante cerca de três semanas antes e depois do solstício de inverno (que ocorre a 21 ou 22 de dezembro de cada ano), os visitantes têm a oportunidade de ver algo verdadeiramente mágico acontecer aqui.
Durante esta época do ano, a passagem estreita para o túmulo torna-se mais do que apenas uma entrada: foi deliberadamente projetada para alinhar-se com o pôr do sol do meio do inverno. Justamente quando os últimos raios começam a desaparecer – o que acontece por volta das 15:10 nesta época mais profunda e escura do meio do inverno – um feixe de luz desce pela passagem, desliza pelo chão do túmulo e ilumina a parede traseira como uma porta dourada e brilhante para outro mundo.
“O solstício de inverno é uma época crucial do ano e Maeshowe representa milhares de horas de trabalho árduo”, explicou o gerente do monumento, Phil Hopkins. “Se estiver lá quando funciona, quando o sol se põe no momento certo, é inspirador. Há uma atmosfera silenciosa, como quando se está numa catedral.”
Visitar Maeshowe
Maeshowe está aberto durante todo o ano, com particular interesse em torno do solstício de inverno. Devido à capacidade limitada, recomenda-se fortemente reservar uma visita online com antecedência.
Há milhares de anos, Maeshowe teria ajudado os locais a lidar com as profundezas do inverno. Como estaria escuro durante 18 horas por dia, o contraste surpreendente do túmulo escuro sendo subitamente transformado tranquilizaria-os de que os dias em breve começariam a alongar-se lentamente. A luz teria lembrado a re-emergência da vida na Terra na primavera – e talvez também a promessa tentadora de vida eterna noutro mundo.
“É uma experiência muito comovente, mas não exige que se suspenda a crença. Se nada mais, mostra que se está num mundo que está a girar”, disse Hopkins.
Ellie Shiel conseguiu um emprego temporário como zeladora em Maeshowe há 17 anos e ainda está lá, infinitamente fascinada pela história que se desenrola à sua volta.
“Só perdi o solstício de inverno aqui duas vezes nesse tempo e isso foi porque estávamos fechados durante a Covid”, disse. “A experiência é genuinamente mágica e, não importa quantas vezes eu a veja, é sempre diferente, com o sol a bater na parede de maneiras diferentes e com várias intensidades.”
Shiel explicou que “a beleza disso é que pode vir no início ou no final de dezembro até janeiro e ainda assim vê-lo“. Embora Maeshowe esteja entre os melhores edifícios neolíticos que sobrevivem no noroeste da Europa, a sua construção permanece um mistério.
A câmara de entrada estreita de 10 metros é revestida com lajes de pedra maciças, enquanto a câmara central é quadrada e espaçosa, com cerca de 5 metros de largura, com enormes pedras de pé – uma em cada canto – atraindo imediatamente a atenção.
Algumas destas pedras teriam pesado mais de três toneladas, e o esforço envolvido para colocá-las no lugar foi quase inimaginável, especialmente porque as ferramentas eram provavelmente feitas de chifres de animais. “Teria sido um trabalho tão árduo transportar estas lindas pedras enormes possivelmente de tão longe quanto três milhas”, disse Hopkins.
Mesmo o trabalho que teria sido necessário para escavar o fosso que rodeia o monte de 7,3 metros de altura e 35 metros de diâmetro parece improvável. “[O fosso é] 4 metros de profundidade e foi cavado em rocha sólida por pessoas sem ferramentas de metal. O que os levou a continuar, qual era o como e o porquê por trás disso?” disse Hopkins.
O local inspirou uma variedade de teorias, com a maioria dos arqueólogos e historiadores a acreditar que era um local de ritual e religião ou um centro astronómico para observar os céus. Os humanos sempre olharam para as estrelas em busca de respostas, tanto para orientação durante as viagens quanto para marcar a passagem do tempo; enquanto a religião e o ritual davam às culturas em todo o mundo a segurança da fé, e o povo de Orkney não seria diferente, provavelmente olhando para os seus deuses nos céus.
“Não há registos escritos das pessoas que construíram Maeshowe, então as teorias mudam com o tempo, e essa é parte da diversão – a verdade por trás de Maeshowe é na verdade um palpite de qualquer pessoa e, embora possamos acertar em algumas coisas, nunca saberemos ao certo até inventarmos uma máquina do tempo”, disse Hopkins. “Só podemos supor que foram construídos para tentar responder às intermináveis perguntas sobre a vida e a morte, e Maeshowe parece estar entre ambos os mundos.”
Enquanto Shiel aprecia os aspectos espirituais e crenças em torno de Maeshowe, acredita que foi construído para nutrir a comunidade, uma teoria apoiada pelo facto de diferentes pedras de toda a ilha terem sido usadas para criar o Círculo de Pedras de Brodgar, que fica a apenas dois quilómetros de distância.
“A vida era difícil e ajudava ter boas relações e ajudar uns aos outros”, disse Shiel. “A vida era mais estável e segura dessa forma, e enquanto cada cultura desenvolveu religião, é preciso de mais [do que isso]. Laços e amizades, um encontro anual de todas as tribos onde poderiam negociar ou encontrar um parceiro poderiam naturalmente acontecer no inverno.”
Parte da sua fascinação com Maeshowe é a sua intemporalidade. Algo importante inspirou a construção de Maeshowe, e inúmeros visitantes ainda hoje encontram consolo ao ver o sol inundar o túmulo escuro com luz. O final do ano é um momento tradicional para refletir e ponderar o futuro, tanto nesta vida – e talvez na próxima. O solstício de inverno oferece-nos o mesmo conforto que os nossos ancestrais procuravam há 5.000 anos atrás: iluminar quando tudo o resto está escuro.
«Engenheiro da Tesla atacado por robô deixou rasto de sangue na gigafábrica
Robô terá imobilizado o engenheiro e arranhado as suas costas e braços. “Tivemos vários trabalhadores que se feriram”, cujos ferimentos nem sempre estão nos relatórios da Tesla, atira advogada dos trabalhadores da Giga Texas.
Um engenheiro da gigafábrica da Tesla, no Texas, terá sido atacado por um robô em 2021, segundo um relatório do incidente apresentado ao município de Travis, onde está localizada a fábrica da empresa de Elon Musk, e partilhado por vários órgãos de informação.
Construído para manusear peças de alumínio recentemente fundido, o robô terá imobilizado o engenheiro, que estava encarregue de programar o software de dois robôs inoperantes.
Segundo relatos de testemunhas, incluídos no relatório, o robô arranhou, com as suas “garras metálicas”, as costas e braços do funcionário da produtora de automóveis elétricos. O resultado foi uma “ferida aberta” na mão esquerda do engenheiro e um “rasto de sangue” ao longo do chão da Giga Texas.
O engenheiro teve mesmo de lutar para se libertar antes de um colega ter pressionado o botão de emergência. Quando finalmente se soltou do robô, tombou por um escorrega destinado a coletar a sucata de alumínio, daí o rasto de sangue visível e testemunhado posteriormente.
Tesla não notifica acidentes
A Tesla afirmou que as lesões não motivaram uma baixa médica para recuperação, mas uma advogada que representa os trabalhadores da Giga Texas disse ao DailyMail que acredita, com base nas suas conversas com os trabalhadores, que o número de ferimentos sofridos na fábrica nem sempre é notificado.
“Tivemos vários trabalhadores que se feriram”, disse Alexander, “e um trabalhador que morreu, cujos ferimentos ou morte não estão nesses relatórios que a Tesla deveria estar a completar e a entregar corretamente ao condado para obter incentivos fiscais”, confessa a advogada.
O trabalhador morreu de insolação enquanto ajudava a construir a fábrica, que tem mais de 800 hectares, segundo um relatório do médico legista do município de Travis.
Investigadores da OSHA (Administração de Segurança e Saúde Ocupacional da Califórnia) descobriram que só no ano de 2018, a Tesla tinha omitido 36 ferimentos nos seus arquivos governamentais obrigatórios — confirmando um relatório anterior da equipa Reveal do Center for Investigative Reporting, que descobriu que a empresa tinha classificado erradamente uma série de acidentes e ferimentos no trabalho como casos de “saúde pessoal” para evitar ações dos reguladores da Califórnia.
Antes das descobertas da OSHA, a Tesla afirmou que as reivindicações do Reveal eram “completamente falsas” e acusou o grupo de colaborar secretamente com trabalhadores que na altura tentavam sindicalizar a fábrica.
O incidente agora revelado voltou a levantar estas preocupações com a segurança no ambiente de trabalho da fábrica texana, que conta atualmente com mais de 20 mil empregados e é responsável pela produção de carros do Modelo Y e, futuramente, do Cybertruck.
Em comparação com as médias da indústria, a gigafábrica apresenta uma taxa mais alta de lesões, segundo o The Independent — um em cada 26 trabalhadores sofrerá lesões mais graves no local de trabalho.
«Afinal, as primeiras cidades do Mundo eram alimentadas a ervilhas
Um novo estudo sobre a antiga cultura de Trypillia, situada entre as atuais Ucrânia e Moldávia, revelou que as primeiras cidades do mundo, com mais de 6.000 anos, subsistiam principalmente à base de ervilhas e não de carne.
Os habitantes dos primeiros grandes assentamentos humanos obtinham a maior parte das sua proteínas a partir de ervilhas, em vez de carne, revela um novo estudo.
Localizadas no atual território da Ucrânia e da Moldávia, as cidades rurais da antiga cultura Trypillia foram fundadas há mais de 6.000 anos e continham cerca de 15.000 residentes, tornando-as os maiores assentamentos pré-históricos conhecidos no mundo.
De acordo com o novo estudo, publicado nos Proceedings of the National Academy of Sciences, estes centros urbanos pré-históricos eram sustentados por uma dieta predominantemente baseada em culturas agrícolas.
Os autores do estudo recorreram a uma análise de isótopos estáveis de carbono e azoto de amostras de mais de 480 ossos humanos e animais e do solo de 40 locais para reconstruir a dieta Tripylliana.
Esta análise mostrou que a dieta dos habitantes destes mega-assentamentos era composta por cerca de 10% de carne, sendo a restante dieta constituída por produtos agrícolas, incluindo cereais, e 46% de leguminosas como as ervilhas.
Estes resultados desafiam a perceção comum de que as dietas pré-históricas eram fortemente baseadas em carne. Segundo os autores do estudo, o consumo de carne era mais uma atividade social durante festas, enquanto as ervilhas, fortemente fertilizadas com estrume animal, formavam a dieta básica.
Este uso eficiente de recursos, incluindo a reciclagem de nutrientes como o azoto, permitiu à cultura de Trypillia evitar a sobre-exploração de recursos naturais.
O gado, mantido principalmente em pastagens cercadas perto dos assentamentos, desempenhou um papel crucial não pela sua carne, mas pelo seu estrume, que era essencial para fertilizar as ervilhas.
“A decadência destes mega-assentamentos, há cerca de 5.000 anos, deveu-se provavelmente a conflitos sócio-políticos em vez de colapso económico ou ambiental”, explica Robert Hofmann, investigador da Universidade de Kiel, na Alemanha, e um dos autores do estudo.
“Terão sido esses fatores sociais a levar as pessoas a abandonar os grandes assentamentos em favor de comunidades menores“, acrescenta o investigador, citado pelo IFLS.
O estudo contraria assim a ideia de que as primeiras populações humanas se alimentavam da famosa “dieta paleo“, essencialmente constituída por frutas, verduras, carnes magras, peixe, ovos, nozes e sementes — e que excluía cereais, legumes e produtos lácteos.
Fundado no século XII em Resende, pelos Cónegos da regra de Santo Agostinho, o interesse neste mosteiro não reside tanto na sua arquitetura – uma igreja de planta românica, com traços góticos, da qual resta a igreja principal com uma torre e a capela funerária dos Resende's, família nobre que batizou a terra –, nem no facto de ser provavelmente o local onde pela primeira vez foi representada numa imagem uma gaita de foles. Não, o interesse maior de Santa Maria de Cárquere está nas lendas que o rodeiam.
A mais famosa é, sem dúvida, a que se prende com a cura de Dom Afonso Henriques quando era criança. A primeira menção é encontrada numa crónica do século XV. Egas Moniz, pertencente à casa nobre de Ribadouro, uma das mais importantes bases de apoio do nosso futuro primeiro rei na luta pela independência, pede ao Conde Dom Henrique se pode ser o aio e educador do seu primeiro descendente, fosse ele homem ou mulher. O conde acede e, em 1109, nasce Afonso, Henriques de apelido. No entanto, conta a lenda que o pequeno infante viera ao mundo com as pernas mal formadas. Dona Teresa temia, assim, que este jovem jamais pudesse seguir a carreira do pai, tendo sido as suas esperanças militares traídas. Mas o seu aio, emocionado pela situação, rogou aos pais que o deixassem encarregar do tratamento de Afonso.
Chegara Afonso aos cinco anos e, reza o mito, Egas Moniz sonhara com Nossa Senhora, indicando uma igreja inacabada de sua invocação e que ali deveria levar a criança, colocá-la no altar. A cura estaria aí. Moniz obedeceu, deixando o jovem Afonso no altar. No entanto, adormeceu e, a meio da noite, uma vela cai no pano que envolve o infante, pegando fogo. Este levanta-se então e apaga o incêndio rapidamente, evitando males maiores. De pé, pernas fortes, direitas: Afonso estava curado.
Já deve ter adivinhado que a igreja é a deste mosteiro. Cárquere é historicamente uma localidade de forte implantação religiosa, com indícios que apontam para cultos pagãos a deuses da caça. É o local ideal para a lenda de um milagre. Esta história envolve grande debate e até teorias da conspiração que indicam a troca de Dom Afonso Henriques pelo filho mais velho de Egas Moniz… O Mosteiro de Cárquere, no entanto, lá está, de pedra e cal, numa das mais belas zonas do país, à sua espera.» in https://www.nationalgeographic.pt/viagens/mosteiros-visitar-neste-natal-portugal_4547
(Mosteiro de Santa Maria de Cárquere (legendado)
(Joaquim Pereira - Mosteiro de Cárquere)
(ConcentusPerTempora-Ensemble | Mosteiro de Cárquere | Tarde Palaciana)
Todos os anos, por esta altura, quando me pedem que escreva alguma coisa sobre o Natal, reajo de mau modo. «Outra vez, uma história de Natal! Que chatice!» — digo. As pessoas ficam muito chocadas quando eu falo assim. Acham que abuso dos direitos que me são conferidos. Os meus direitos são falar bem, assim como para outros não falar mal. Uma vez, em Paris, um chauffeur de táxi, desses que se fazem castiços e dizem palavrões para corresponder à fama que têm, aborreceu-me tanto que lhe respondi com palavrões. Ditos em francês, a mim não me impressionavam, mas ele levou muito a mal e ficou amuado. Como se eu pisasse um terreno que não era o meu e cometesse um abuso. Ele era malcriado mas eu - eu era injusta. Cada situação tem a sua justiça própria, e isto é duma complexidade que o código civil não alcança.
Mas dizia eu: «Outra vez o Natal, e toda essa boa vontade de encomenda!» Ponho-me a percorrer as imagens que são de praxe, anjos trombeteiros, pastores com capotes de burel e meninos pobres do tempo da Revolução Industrial inglesa. Pobres e explorados, mas, entretanto, não excluídos do trato social através dos seus conflitos próprios, como se pode observar nos livros de Dickens. Actualmente as crianças estão mais isoladas dum processo de libertação adequada à sua normalidade. Não há qualquer lógica entre o pensamento que elas sugerem e a ação que lhes é imposta. Mas isto são considerações de Natal? Confessem que preferem uma história, uma coisa leve, talvez um pouco insensata e graciosa. Pois bem, falemos de pastores.
Um amigo meu passou uns dias na serra da Estrela para se curar duma depressão, uma dessas doenças que são produzidas pela sociedade burocrática onde todos se destroem em boa paz. Cuidou ele que a solidão e a vida rude o haviam de transformar. Mas o sofrimento, que não é disciplina nem necessidade, torna-se em crítica mesquinha. Ele andava pelos montes, com ar de censura e escândalo, perguntando às pessoas como podiam viver sem ir ao teatro e sem comer costelas panadas. Alumiando-se com azeite e deitando-se ao sol-pôr para não o gastar. Sobressaltava-o muito aquela imobilidade da serra com os rebanhos que pareciam pedras e os pastores com o cão de pêlo assanhado. Sentava-se ao lado deles e travava conversa.
— Olhe lá: você nunca sai daqui? — perguntava. E o pastor respondia:
— Eu, não senhor.
— E então, não se aborrece?
— Eu, não senhor — tornava o homem.
— Mas não se aborrece mesmo, sempre sozinho, a ver só ovelhas, aqui no cimo da serra? — insistia o meu amigo.
Então o pastor, apertado naquele inquérito, fez um esforço para compreender a desordem que provocava no espírito do homem da cidade, e disse, apontando, com um ligeiro movimento do queixo, as ovelhas:
— Ah! Elas às vezes bolem...
Queria desculpar-se, se o conseguiu ou não, não sei. O meu amigo não andou muito tempo por lá. Deu um jeito a um tornozelo e tiveram que o levar de padiola até à localidade, onde arranjou melhor transporte para o hospital. Disse daquilo cobras e lagartos. Também é preciso ver que não era homem para grandes descobertas. Até acha que as descobertas foram um erro histórico. Mas que tem o Natal a ver com isto? – direis. Descubram.
«Os ferozes citas afinal faziam mesmo couro com pele humana
Os antigos citas, conhecidos pelo seu estilo de vida nómada e como terríveis guerreiros, são há muito tempo um objeto de fascínio histórico.
Pesquisas recentes lançaram luz sobre um aspeto particularmente macabro da misteriosa cultura cita: a utilização de pele humana para a produção de couro.
Esta prática foi documentada pela primeira vez pelo historiador grego Heródoto, que descreveu os citas como um povo que usava as peles dos seus inimigos para criar vários objetos, incluindo aljavas para as suas flechas.
Um novo estudo, liderado por Luise Ørsted Brandt, investigadora da Universidade de Copenhaga, analisou retalhos de couro provenientes de locais de sepultamento citas no sul da Ucrânia.
O estudo examinou 45 retalhos de couro de 14 locais de sepultamento, empregando técnicas avançadas de análise de proteínas para identificar as espécies do couro.
Os resultados da pesquisa, publicados a semana passada na revista PLOS One, revelaram que a maior parte do couro usado era derivada de animais domesticados.
“Os nossos resultados mostram que os citas usavam primariamente espécies domesticadas, como ovelhas, cabras, gado e cavalos para produzir couro, enquanto as peles tinham origem em animais selvagens, como raposas, esquilos e felinos”, explica Luise Ørsted Brandt, citada pelo Science Alert.
No entanto, o couro de duas amostras de aljavas tinha origem humana — uma descoberta que corrobora os relatos de Heródoto, que anteriormente eram vistos com ceticismo.
A descoberta das duas aljavas de couro com origem em pele humana sugere que os citas usavam qualquer tipo de material que estivesse disponível — incluindo “matéria humana”, provavelmente proveniente de inimigos derrotados.
Os citas, temíveis guerreiros nómadas originários da região que é atualmente o Irão, governaram a estepe Euroasiática entre 700 a.C. a 300 a.C., sendo conhecidos pela quase total ausência de estruturas permanentes, como edifícios de pedra ou povoações, o que torna o seu registo arqueológico escasso.
No entanto, os seus túmulos funerários forneceram informações valiosas sobre a sua cultura e práticas. Heródoto, que viveu durante o século V a.C., dedicou um livro inteiro a documentar os citas, incluindo as suas práticas de decapitar inimigos e usar os seus couros cabeludos como símbolos de status.
Além das suas famigeradas práticas violentas, os citas foram também instrumentais nas trocas culturais entre a Europa e a Ásia, contribuindo para a transferência de línguas, bens, tecnologia, ideologias — e diversas doenças.
Francisco Conceição e Mehdi Taremi assinaram os golos portistas na receção ao Leixões (2-1).
O FC Porto recebeu e bateu neste sábado o Leixões (2-1), no Estádio do Dragão, em jogo relativo à 3.ª e última jornada do Grupo D da Taça da Liga. Francisco Conceição (7m) e Mehdi Taremi (85m), de penálti, assinaram os golos dos azuis e brancos, que terminaram na segunda posição da tabela, com três pontos, menos três do que o Estoril.
Com nove alterações no onze em relação à equipa que iniciou o clássico com o Sporting, para o campeonato, o FC Porto entrou melhor e ganhou vantagem logo aos sete minutos num lance bem ao jeito de Francisco Conceição: descaído para o flanco direito, o extremo fletiu para o meio e rematou sem hipóteses para Stefanovic. Na resposta, o Leixões chegou ao empate por intermédio de Fabinho, que não perdoou no momento de bater o penálti resultante da falta de Marko Grujic sobre Paulité (14m).
Ainda antes de José Bessa apitar para o intervalo, Alhassan Wakaso viu o segundo cartão amarelo e respetivo vermelho, deixando os matosinhenses em inferioridade numérica com toda uma segunda parte para jogar (41m). Mesmo com mais um homem em campo, os azuis e brancos sentiram dificuldades para contrariar a organização defensiva do Leixões, até que Sérgio Conceição foi ao banco buscar os obreiros do 2-1: Evanilson sofreu o penálti e Mehdi Taremi não vacilou na cobrança, estabelecendo o resultado final no Estádio do Dragão (85m).» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20231223-pt-a-vitoria-que-se-exigia-no-adeus-a-taca-da-liga
FC Porto venceu o Tondela (5-1), no Outeiro, na 17.ª jornada da série Norte do Nacional de Juniores B.
A equipa de Sub-17 do FC Porto recebeu e venceu neste sábado o Tondela (5-1), no Campo do Outeiro, em jogo da 17.ª jornada da série Norte do Campeonato Nacional de Juniores B. Vasco Sousa (2m), João Pereira (33m), Tiago Silva (55m), Alassana Baldé (66m) e João Abreu (86m) assinaram os golos dos Dragões, que seguem na segunda posição da tabela, com 42 pontos, menos sete do que o SC Braga.
Os Sub-17 portistas, orientados por Ricardo Costa, alinharam com Martim Pereira, Pedro Davide (Ivandro Silva, 76m), Filipe Sousa, Martim Chelmik, Martim Cunha, Gonçalo Pinto (João Abreu, 62m), Tiago Silva, Mateus Mide (Leonardo Santos, 62m), André Miranda (Alassana Baldé, ao intervalo), Vasco Sousa (Yoan Pereira, 85m) e João Pereira.
Dragões venceram o Barroselas, por 8-0, na 16.ª jornada da Série A do campeonato.
A equipa de Sub-15 do FC Porto venceu neste sábado em casa do Barroselas, por 8-0, em jogo da 16.ª jornada da Série A do Campeonato Nacional de Juniores C, com golos de Eduardo Martins (13m), João Tavares (27m e 75m), Martim Gonçalves (30m), Gustavo Guerra (47m e 50m), João Miranda (57m) e Sérgio Ribeiro (61m). Os Dragões são líderes isolados com 45 pontos, mais sete do que o SC Braga.
Os Sub-15 portistas, orientados por José Violante, alinharam com Martim Salgueiral, João Peixoto (Vasco Dinis, 48m), Rodrigo Morais, Daniel Gonçalves, Martim Gonçalves, António Neto, João Fernandes (João Brito, 60m), Eduardo Martins (João Felisberto, 53m), João Miranda (Sérgio Ribeiro, 60m), Gustavo Guerra (Gonçalo Pinto, 53m) e João Tavares.