João Pinto recebeu o One Club Award no San Mamés, a Catedral de Bilbau.
O One Club Award já está nas mãos do Eterno Capitão: João Pinto esteve esta quarta-feira em Bilbau para ser coroado com o galardão atribuído pelo principal emblema da região. No País Basco, onde uma comitiva do Athletic o esperava, o mítico número 2 portista elogiou “um clube diferente dos outros” e revelou a “alegria muito grande” que sente por merecer tamanha distinção.
Nas palavras do One Club Man 2023, que “a partir de agora” será “mais um adepto na cidade do Porto”, “hoje em dia é difícil que os jogadores fiquem muitos anos no mesmo clube porque o futebol é diferente do que era há 30 anos”.
Sobre as cores que o apaixonam, falou com toda a autoridade: “Quem joga no FC Porto deve ter uma mentalidade muito forte. Eu não era capitão por falar muito, eu era capitão por trabalhar muito”. “Eu tinha um grande espírito de sacrifício, gostava sempre de ajudar a equipa e os meus companheiros, mas não lhes dava hipótese de jogarem na minha posição”, assegurou.
A direção da casa fez-se representar por Jon Ruigómez numa conferência de imprensa em que este se referiu ao FC Porto como um “magnífico clube”, “gigante na Europa” e “histórico” no panorama desportivo internacional. Para João Pinto também sobraram elogios do vice-presidente dos leões: “Ele personifica a dimensão do galardão e a identificação com o clube da sua vida, o FC Porto. A imagem que todos temos da forma como ele segura o troféu de campeão europeu é algo imponente”. “João Pinto é o eterno capitão dos Dragões, o eterno número 2, o homem dos dois corações e quatro pernas”, concluiu o dirigente basco.
João Pinto, One Club Man 2023
“Recordo-me de, já nos anos 80, o Athletic ser um clube diferente dos outros. Tal como hoje, só jogavam com jogadores nascidos no País Basco e, para mim, eram como o FC Porto. Sem jogadores nascidos fora de Bilbau foram capazes de ganhar dois campeonatos contra adversários como o Barcelona e Real Madrid. Quem joga no FC Porto deve ter uma mentalidade muito forte. Eu não era capitão por falar muito, eu era capitão por trabalhar muito. Sinto uma alegria muito grande ao receber este prémio, agradeço ao Athletic por se terem lembrado de mim e garanto-lhes que a partir de agora terão mais um adepto na cidade do Porto. Hoje em dia é difícil que os jogadores fiquem muitos anos no mesmo clube porque o futebol é diferente do que era há 30 anos. A minha referência sempre foi o meu pai, tinha 14 anos quando assinei pelo FC Porto e só fui para lá porque ele deixou. É o meu herói, o meu exemplo, devo-lhe tudo a ele e à minha mãe. Em 1987 nem ao Presidente dei a Taça dos Campeões Europeus, porque sentia-me como quando recebi a minha primeira bicicleta, nunca deixava os meus amigos andarem nela. Passados 35 anos digo ainda bem que isso aconteceu, porque quando falam no FC Porto Campeão da Europa contra o Bayern é o João Pinto que aparece nas fotografias todas. Eu tinha um grande espírito de sacrifício, gostava sempre de ajudar a equipa e os meus companheiros, mas não lhes dava hipótese de jogarem na minha posição.”
Jon Ruigómez, vice-presidente do Athletic
“A ideia é reconhecer a trajetória de um futebolista num único clube. Há trajetórias que despertam atenção pela larga duração, como é o caso de João Pinto, com 16 épocas no FC Porto e 587 jogos. Soma-se a importância dos títulos conquistados. Mas, aquilo que o Athletic mais quer premiar são os valores da lealdade ao clube que te dá oportunidade de triunfar. Esse sentido de pertença que faz com que prefiras defender o escudo da tua equipa em detrimento de outras. Essa é a origem do futebol, esse vínculo afetivo entre futebolistas e clube. É isso que está na identidade do Athletic. A indústria pode avançar numa direção contrária, mas não há adeptos no mundo que não admirem estes princípios fundamentais e eles são a verdadeira essência do futebol. O impacto é muito positivo. No caso do João Pinto, é impossível separar a figura do magnífico clube que representa, um histórico como o FC Porto, um gigante na Europa. E, por sinal, há essa proximidade que nos une, da estreia dos clubes na Taça dos Campeões Europeus, no Estádio das Antas, a 20 de setembro de 1956. A repercussão internacional tem sido maior, porque os premiados têm sido jogadores de carreiras lendárias, expoentes dos seus clubes. É um prestígio que se reforça ano a ano, graças a grandes nomes, como é o do João Pinto. Ele personifica a dimensão do galardão e a identificação com o clube da sua vida, o FC Porto. A imagem que todos temos da forma como ele segura o troféu de campeão europeu é algo imponente, mas a comissão técnica do Athletic elege ainda outros aspetos mais decisivos. O mais importante é a relevância que o jogador tem na memória emocional do clube que representa. Além dos exemplos europeus de Puyol, Maldini, Sepp Maier e Le Tissier, é preciso ver o que significa McNeill para o Celtic e o amor que sentem os adeptos do Independiente por Bochini. É indescritível. É um amor que não se compra com dinheiro nem se alcança com títulos. Esse é o amor exclusivo dos One Club Awards. João Pinto é o eterno capitão dos Dragões, o eterno número 2, o homem dos dois corações e quatro pernas.”» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20230927-pt-eu-nao-era-capitao-por-falar-muito-era-capitao-por-trabalhar-muito
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