O movimento muito pequeno de uma pequena estrela revelou a presença de um exoplaneta ‘super Terra’, orbitando a uma distância próxima da habitável. Perto de uma anã vermelha chamada ‘Ross 508’, localizada a apenas 36,5 anos-luz de distância, embora muito fraca para ser vista a olho nu, os astrónomos confirmaram a existência de um planeta com apenas quatro vezes a massa da Terra, o que pode significar que provavelmente será terrestre, ou rochoso, em vez de gasoso.
É improvável que o exoplaneta, chamado ‘Ross 508 b’, seja habitável para a vida como a conhecemos; no entanto, a descoberta, a primeira de uma nova pesquisa que usou o Telescópio Subaru do Observatório Astronómico Nacional do Japão (NAOJ), que se situa no Havai, demonstrou a eficácia das técnicas usadas para localizar pequenos planetas em torno de estrelas fracas.
A procura por exoplanetas habitáveis é um pouco frustrada pela própria natureza do que acreditamos que esses exoplanetas sejam: o único modelo que temos é a Terra, um planeta relativamente pequeno, orbitando a uma distância da sua estrela na qual as temperaturas são propícias à água líquida na superfície, o que é conhecido como a ‘zona habitável’.
Esses não são os únicos fatores em jogo, obviamente – Marte, por exemplo, está dentro da zona habitável do Sol – mas eles são os mais fáceis de rastrear.
No entanto, as técnicas usadas para procurar exoplanetas funcionam melhor em mundos grandes, como gigantes gasosos, orbitando a distâncias muito próximas, quentes demais para água líquida.
A principal técnica para encontrar exoplanetas é o ‘método de trânsito’ – um instrumento olha para as estrelas e procura por quedas regulares na sua luz, causadas por um objeto que orbita regularmente entre nós e a estrela. A profundidade desse trânsito pode ser usada para calcular a massa do objeto; quanto maior a curva de luz – causada por planetas maiores – mais fácil é detetar. Já foram encontrados 3.858 exoplanetas encontrados através deste método.
A segunda técnica mais frutífera é o ‘método da velocidade radial’, também conhecido como ‘wobble’ ou ‘método Doppler’: quando dois corpos estão presos em órbita, um não orbita o outro; em vez disso, orbitam um centro de gravidade mútuo, o que significa que a influência gravitacional de qualquer planeta em órbita faz com que uma estrela oscile levemente no local. Esta técnica é melhor para detetar exoplanetas menores com órbitas mais amplas.
Em 2019, uma equipa internacional de astrónomos liderada pelo NAOJ iniciou uma pesquisa através do telescópio Subaru para encontrar estrelas anãs vermelhas fracas à procura de exoplanetas. O ‘Ross 508 b’, descrito num artigo liderado pelo astrónomo Hiroki Harakawa e publicado no ‘Publications of the Astronomical Society of Japan’, é o primeiro exoplaneta da campanha e é promissor. O mundo tem cerca de 4 vezes a massa do Sol, orbitando a estrela a cada 10,75 dias, o que é muito mais próximo do que a órbita da Terra.» in https://multinews.sapo.pt/noticias/astronomos-descobriram-uma-super-terra-perto-da-zona-habitavel-da-sua-estrela-indica-estudo/