«Ruas inglesas transformadas em “zonas de guerra”
Desde sábado à noite foram efectuadas 350 detenções. Governo apela aos britânicos para denunciarem às autoridades os responsáveis por estes actos de violência
As ruas de Birmingham, Liverpool, Leeds e Bristol transformaram-se, segundo os media britânicos, em “zonas de guerra”. Em todas, o mesmo cenário: multidões, na maioria formadas por jovens, destroem e pilham lojas, além de incendiarem viaturas e edifícios.
Em Londres, 1.700 agentes da polícia reforçaram o habitual contingente das forças de segurança, mas mesmo assim não conseguem travar a violência que alastrou a vários bairros da cidade.
A ministra britânica do Interior deixou, esta manhã, o apelo para que os britânicos denunciem os responsáveis por estes actos de violência. “Se as pessoas sabem de alguém que esteve envolvido nisto; se alguém das suas famílias esteve envolvido; se estão sentados a ouvir-me e conhecem alguém que esteve nas ruas, nestes incidentes, digam á polícia, porque temos de garantir que haverá consequências para estes actos”, disse Teresa May.
A situação é tal que o primeiro-ministro britânico terminou as férias mais cedo e regressou a Londres. David Cameron reune-se hoje com o "Comité Cobra" - que se ocupa das emergências civis - para decidir que medidas tomar para travar a onda de violência.
Violência espalha-se como um "vírus" no Reino Unido
O vice-presidente da câmara de Londres afirmou que cerca de seis mil polícias estiveram nas ruas mas, para as próximas noites, pretende “maximizar” este número. Kit Malthouse adiantou que pelo menos 450 pessoas foram detidas e 44 polícias ficaram feridos.
O dirigente, responsável pelo pelouro da segurança na capital britânica, manifestou-se “relutante” em chamar o exército e no recurso a balas de borracha ou canhões de água. Na imprensa é hoje sugerido o uso de gás lacrimogéneo contra os autores da violência. Mas a ministra do Interior britânica rejeitou o uso de canhões de água, identificados com o conflito da Irlanda do Norte no passado, e a ideia de serem chamados militares para ajudar nas operações de segurança.
Tudo começou na passada semana, quando um homem de 29 anos foi morto numa troca de tiros com a polícia. Para hoje, espera-se a divulgação de um relatório policial e um exame balístico sobre as causas desta morte.» in