«A TURMAO comportamento humano é condicionado pela aprendizagem. Esta remete, inevitavelmente, para convenções (tradições, costumes, usos, língua).
A Escola é o espaço privilegiado da educação formal/institucional e a sala de aula o local onde convergem múltiplas personalidades, sensibilidades e experiências. Neste filme Laurent Cantet transforma um professor (de francês) em actor e os alunos (de uma escola problemática de Paris) em actores.
Não há relações humanas fáceis, simples. “Somos muitas pessoas dentro de uma só Pessoa”, escreveu Pedro Paixão.
A complexidade de variáveis que confluem dentro da mesma Pessoa, tornam-na singular, mas também de difícil compreensão. Seja ela o Professor, o Aluno, o Vizinho ou o Merceeiro.
O desafio de qualquer obra de arte – independentemente da sua manifestação -, consiste em captar o “interior” do humano. Os Interiores. As Almas Invisíveis. Mas o esforço maior radica no facto do espectador fruir a obra e ser convidado a reflectir sobre a sua mensagem.
Eis um filme que descreve, realisticamente, as relações social, afectiva, cognitiva, do Professor e dos seus Alunos. Pedagogia comportamental ou o inverso?
No momento em que os comportamentos considerados inadequados, convencionalmente catalogados como indisciplina, são cada vez mais numerosos e mediatizados, compete-lhe a si visionar a película e reflectir sobre o rumo da Educação e do Ensino e agir procurando com o seu contributo melhorá-los. Todos somos pais ou filhos de alguém. Por isso, esta problemática é/deveria ser do interesse de todos.
Saberia responder às seguintes questões: serão coincidentes o acto de rebeldia e o acto de indisciplina?Qual a fronteira de demarcação entre ambos? E qual é o papel do inconformismo na educação, no ensino e na evolução do ser humano?
Nota: Um filme obrigatório para Professores, Alunos, Encarregados de Educação, Conselhos Executivos, Núcleo de Apoio Educativo...e Ministra da Educação. Simplesmente imperdível.
Elsa Cerqueira»








Simples e seguro: F.C. Porto-E. Amadora, 3-0Foi simples, aparentemente fácil até, mas só ao alcance dos mais hábeis executantes. Um golo por cada ponto, todos eles sublimes e singelamente perfeitos. Em nova prova de um imenso carácter, que extravasa os limites das grandes decisões e de momentos notáveis, o F.C. Porto redescobre motivação e volta a magnetizar, num futebol feito de fascínio, ainda que numa versão sabiamente moderada. Menos balanço e o mesmo equilíbrio, preservado na troca de intérpretes, que protegeu actores principais e acrescentou minutos ao processo de maturação de soluções alternativas, sem retirar intensidade ao método de aproximação ao golo, que se fez aguardar por meia hora, para lá da réplica do Estrela e do remate cruzado de Farías, que chegara a parecer o ponto final da resistência.