«Francisco Sá Carneiro
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Ordem1º Primeiro-ministro (5º da III República)
Mandato 3 de Janeiro de 1979 – 4 de Dezembro de 1980
Predecessor Maria de Lourdes Pintasilgo
Sucessor Diogo Freitas do Amaral
Data de nascimento 19 de Julho de 1934
Local de nascimento Porto
Data de morte 4 de Dezembro de 1980
Local de morte Camarate, Loures
Esposa Isabel Maria Ferreira Nunes de Matos de Sá Carneiro (primeira esposa)
Ebbe Merete Seidenfaden "Snu" Abecassis (namorada)
Profissão Advogado
Partido Político Partido Social-Democrata
Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro, GCTE, GCC, GCL (Porto, 19 de Julho de 1934 — Camarate, 4 de Dezembro de 1980) foi um político português, fundador e líder do Partido Popular Democrático / Partido Social-Democrata, e ainda primeiro-ministro de Portugal, durante cerca de onze meses, no ano de 1980. [1]
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[editar] Durante o Estado Novo
Advogado de profissão, formado na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi eleito pelas listas da Acção Nacional Popular, o partido único do regime salazarista, para a Assembleia Nacional, o parlamento fantoche do regime, convertendo-se em líder da Ala Liberal , onde desenvolveu diversas iniciativas tendentes à gradual transformação da ditadura numa democracia típica da Europa Ocidental. Colaborou com Mota Amaral na elaboração de um projecto de revisão constitucional, apresentado em 1970. Não tendo alcançado os objectivos aos quais se propusera, viria a resignar ao cargo de deputado com outros membros da Ala Liberal, entre os quais Francisco Pinto Balsemão.[editar] Pós 25 de Abril de 1974
Em Maio de 1974, após a Revolução dos Cravos, Sá Carneiro fundou o Partido Popular Democrata (PPD), entretanto redesignado Partido Social-Democrata (PSD), juntamente com Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota. Torna-se o primeiro Secretário-Geral do novo partido.Nomeado Ministro sem pasta em diversos governos provisórios, seria eleito deputado à Assembleia Constituinte no ano seguinte, e em 1976 eleito para a I Legislatura da Assembleia da República.
Em Novembro de 1977, demitiu-se da chefia do partido, mas seria reeleito no ano seguinte para desempenhar a mesma função.
Em finais de 1979, criou a Aliança Democrática, uma coligação entre o seu PPD/PSD, o Centro Democrático Social-Partido Popular de Diogo Freitas do Amaral, o Partido Popular Monárquico de Gonçalo Ribeiro-Telles, e alguns independentes). A coligação vence as eleições legislativas desse ano com maioria absoluta. Dispondo de uma ampla maioria a apoiá-lo (a maior coligação governamental até então desde o 25 de Abril), foi chamado pelo Presidente da República Ramalho Eanes para liderar o novo executivo, tendo sido nomeado Primeiro-Ministro a 3 de Janeiro de 1980, sucedendo assim a Maria de Lurdes Pintasilgo.
[editar] Uma morte inesperada
Francisco Sá Carneiro faleceu na noite de 4 de Dezembro de 1980, em circunstâncias trágicas e nunca completamente esclarecidas, quando o avião no qual seguia se despenhou em Camarate, pouco depois da descolagem do aeroporto de Lisboa, quando se dirigia ao Porto para participar num comício de apoio ao candidato presidencial da coligação, o General António Soares Carneiro. Juntamente com ele faleceu o Ministro da Defesa, o democrata-cristão Adelino Amaro da Costa, bem como a sua companheira Snu Abecassis, para além de assessores, piloto e co-piloto.Nesse mesmo dia, Sá Carneiro gravara uma mensagem de tempo de antena onde exortava ao voto no candidato apoiado pela AD, ameaçando mesmo demitir-se caso Soares Carneiro perdesse as eleições (o que viria de facto a suceder três dias mais tarde, sendo assim o General Eanes reeleito para o seu segundo mandato presidencial). Dada a sua trágica morte, pode-se muito bem especular sobre se teria ou não demitido em função dos acontecimentos subsequentes...
Vinte e sete anos depois dos acontecimentos, contudo, continuam-se a existir duas teses relativas à sua morte: a de acidente (eventualmente motivado por negligência na manutenção de um avião que não era novo), ou a de atentado (nesse último caso, desconhecendo-se quem o perpetrara e contra quem teria sido ao certo - Sá Carneiro ou Amaro da Costa), porque Sá Carneiro queria que Marcello Caetano - na altura em que se deu o 25 de Abril, o Presidente do Conselho de Ministros (cargo equivalente ao actual Primeiro-Ministro) - voltasse para o Governo. Outra teoria, avançada por alguns meios de comunicação social, envolve o partido comunista português.
[editar] Homenagem
O aeroporto internacional do Porto, para o qual ele se dirigia, foi posteriormente rebaptizado com o seu nome, apesar das objecções de que não seria elegante dar a um aeroporto o nome de alguém que havia morrido num desastre de aviação.[editar] Obras
Sá Carneiro foi autor de várias obras, das quais se destacam:- Uma Tentativa de Participação Política (1973)
- Por uma Social-Democracia (1975)
- Poder Civil; Autoridade Democrática e Social-Democracia (1975)
- Uma Constituição para os Anos 80: Contributo para um Projecto de Revisão (1979).
Precedido por Lourdes Pintasilgo | Primeiros-ministros de Portugal (VI Governo Constitucional) 1979 - 1980 | Sucedido por Freitas do Amaral (interino) |
Precedido por fundação do partido | Presidente do PSD 1974 - 1978 | Sucedido por António Sousa Franco |
Precedido por José Menéres Pimentel | Presidente do PSD 1979 - 1980 | Sucedido por Francisco Pinto Balsemão |
«O ex-ministro do Estado Freitas do Amaral desafiou quinta-feira a Assembleia da República a retomar o inquérito ao caso "Camarate", por considerar haver "três questões que não foram investigadas até ao fim".
Em declarações ao programa "Grande Entrevista" da RTP1, o antigo presidente do CDS invocou que "há três questões que não foram investigadas até ao fim" no caso da morte de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa e que deviam "ser retomadas pela Assembleia da República": o relatório dos peritos internacionais sobre os equipamentos técnicos do avião e explosivos, a investigação da venda de armas, em 1979-80, e do Fundo de Defesa Militar.
Freitas do Amaral considera que a ausência de continuidade das investigações representa "uma nódoa na credibilidade e na seriedade do Estado português".
O ex-ministro de Estado do Governo de José Sócrates e antigo vice-primeiro-ministro de Sá Carneiro sustentou que a Assembleia da República "é a única instituição que, através de sucessivas comissões parlamentares de inquérito, foi aprofundando as investigações" do caso "Camarate", tendo concluído que existiam "indícios muito fortes para haver atentado".
"Partilho desta conclusão, apesar de não perceber nada de aviões nem de explosivos", afiançou à jornalista Judite de Sousa.
O ex-primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro e o ministro da Defesa do VI Governo Constitucional Adelino Amaro da Costa morreram, a 04 de Dezembro de 1980, em Camarate, num desastre de avião, segundo a versão oficial dos acontecimentos.
A entrevista a Judite de Sousa ocorreu na mesma semana em que Freitas do Amaral publicou o seu segundo volume de memórias políticas, "Transição para a Democracia".
No livro, Freitas do Amaral nega que tivesse os poderes que o ex-procurador-geral da República Cunha Rodrigues lhe atribuía e lembra que não teve conhecimento nem é da sua responsabilidade o desaparecimento de um telegrama enviado de Londres pela Scotland Yard, em que o Governo português era alertado para a possibilidade de ter havido um atentado em Camarate.
De acordo com o professor de Direito, Cunha Rodrigues escreveu-lhe, em Novembro de 1995, uma carta, acusando-o de não ter reagido "à inércia da polícia" na investigação do caso "Camarate" exercendo os seus "poderes de tutela e fiscalização" enquanto primeiro-ministro interino.
Nas declarações ao programa "Grande Entrevista", Freitas do Amaral admitiu que, fruto da "inexperiência", conferiu "demasiada credibilidade nas instituições" quando não questionou mais a Polícia Judiciária sobre as investigação do telegrama.
"Fiz mal", reconheceu, embora responsabilizando o Ministério Público que, em 1995, no seu relatório final, afastou a hipótese de atentando, com base apenas nos depoimentos do suspeito, da sua mãe e da sua irmã.
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo da Aliança Democrática (PSD/PPD e CDS) afirmou, na RTP1, que o telegrama apontava "a pista de um criminoso internacional", especialista em explosivos, "que tinha sido visto na véspera" da queda do avião, "num hangar do aeroporto de Lisboa onde estava o Cessna" de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa.
Freitas do Amaral alegou que, face aos indícios, emitiu, na qualidade de primeiro-ministro interino, um despacho para que a Polícia Judiciária conduzisse as investigações.
Posteriormente, sustentou, veio-se a descobrir que o telegrama "não está no processo" judicial que fora aberto nem no "arquivo do Ministério dos Negócios Estrangeiros e na Polícia Judiciária".
"Doze anos depois [da queda do avião], o telegrama tinha desaparecido", sublinhou Freitas do Amaral, acrescentando que a Polícia Judiciária, apesar de ter "imediatamente aceite" a colaboração da polícia britânica nas investigações da morte de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, só efectuou o primeiro interrogatório "onze meses depois".
Questionado por Judite de Sousa por que razão só agora revelou estes contornos do caso, Freitas do Amaral respondeu: "Só agora é que tive tempo de acabar o livro (...) As minhas declarações nunca foram aproveitadas pela comunicação social".» in Marão online.
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Há muita coisa mal contado no atentado de Camarate, sendo que muita gente sabe mais do que contou à data das investigações e dentro dos prazos legais. Há muito bom chefe de família, políticos, militares, maçons, que sabem mais sobre isto. Atente-se a quem deu jeito a morte de Sá Carneiro, quem engordou com o seu silenciamento e não devemos esquecer que seguia dentro da aeronave outra figura politica muito importante, Adelino Amaro da Costa... o que ele não descobriu sobre tráfico de armas de Portugal para as antigas colónias, tráfego de diamantes, etc... Esta história não está bem contada, porque interessou a muitos que nunca o fosse!