«A qualidade da democracia portuguesa está longe de ser comparar às melhores democracias europeias. Ao invés, encontra-se bastante abaixo da média, situando-se ao nível de países como a Lituânia e a Letónia, e só acima da Polónia e da Bulgária.
As conclusões são da Demos, uma organização não governamental (ONG) britânica que tem por principal objectivo "pôr a ideia democrática em prática" através, por exemplo, de estudos. A Demos divulgou no final de Janeiro um "top" de avaliação da qualidade democrática em 25 países da UE denominado "Everyday democracy index" (EDI, cuja tradução possível será "index da democracia quotidiana"). Trata-se de uma avaliação sofisticada que envolve mais itens do que o normal em avaliações deste género. O escrutínio não se fica pelos aspectos formais da democracia (eleições regulares, por exemplo). Vai mais longe, avaliando o empenho popular na solução democrática dos seus problemas e, por exemplo, a qualidade da democracia dentro das relações familiares. Os resultados quanto a Portugal contrastam, por exemplo, com o último Democracy Índex mundial divulgado pela revista britânica The Economist, e relativo a 2007. Nessa tabela (ver DN de 5 de Abril), Portugal aparece classificado em 19º lugar (no mundo), posição que sobe para 12º quando vista apenas entre os 27 países da UE.
No EDI, Portugal está em 21º lugar, ficando apenas à frente da Lituânia, da Polónia, da Roménia e da Bulgária. Vários países que até há poucos anos orbitavam no império soviético encontram-se melhores classificados, segundo este "top" (ver gráfico).
O que se passa então com Portugal? Olhando para o gráfico, percebe-se a resposta: de um ponto de um ponto de vista da democracia formal, Portugal fica em 14º lugar, acima de países como a Espanha ou a Grécia ou a Itália. O que puxa a democracia portuguesa para baixo são os outros critérios. Por exemplo: a participação. Aqui a posição portuguesa desce para 19º lugar. Ou seja, as instituições políticas formais estão pouco cercadas de associações cívicas que as escrutinem.
Um aspecto inovador do estudo da Demos é o que avalia também a "democracia familiar". Tenta perceber-se em que países há mais direitos para cada um escolher a estrutura familiar. Entre os 25 países analisados, Portugal ficou em 21º. No cômputo geral, a Demos concluiu o que já se intuía: há um claro padrão geográfico na qualidade das democracias. Os países nórdicos são os melhores. As democracias vão-se fragilizando à medida que se desce no mapa europeu. Os países protestantes tendem a ser mais abertos que os católicos.
Verificou-se, por outro lado, que não há uma relação directa entre a qualidade formal da democracia e a qualidade da democracia quotidiana, que é tanto aquela que se exerce numa assembleia de voto como aquela que se pratica na reunião familiar onde se decidem as férias do Verão.» in http://dn.sapo.pt/2008/05/04/nacional/democracia_portuguesa_e_piores_europ.html
----------------------------------------------------------------------------
Penso que este estudo da Demos traz à colação um facto indesmentível e cada vez mais sentido no quotidiano dos Portugueses. A liberdade, a democraticidade está altamente coartada, quer no emprego, quer na participação cívica e social ao nível do poder autárquico e local. Sabemos bem, alguns por consequências directas, que quem por alguma forma colocar em causa os poderes instituídos, sofre represálias de todas as formas possíveis e imaginárias. Há pessoas que se foram instalando em cargos de poder, local e nacional, agarrando-se e servindo-se em nome pessoal do mesmo, em vez de terem um espírito de servir o próximo. Falo, por exemplo da realidade amarantina, onde certas clientelas ou famílias se agarram com unhas e dentes ao poder, não praticando a democracia, não pugnando pela rotatividade; não, constituem umas panelinhas, uns tachos, que se mantém recorrendo a artifícios, nem sempre claros e transparentes e quem se meter com eles leva, como dizia uma antigo politico socialista, agora administrador da Empresa Mota e Companhia, porque será... O senhor lá sabe porque proferiu estas palavras! E depois querem que os portugueses acreditem nesta oligarquia, querem que participem em farsas? Querem que acreditemos em igualdade de oportunidades!? Mas claro, quem os ouvir é só democracia, é só transparência, é o Abril de alguns!
As conclusões são da Demos, uma organização não governamental (ONG) britânica que tem por principal objectivo "pôr a ideia democrática em prática" através, por exemplo, de estudos. A Demos divulgou no final de Janeiro um "top" de avaliação da qualidade democrática em 25 países da UE denominado "Everyday democracy index" (EDI, cuja tradução possível será "index da democracia quotidiana"). Trata-se de uma avaliação sofisticada que envolve mais itens do que o normal em avaliações deste género. O escrutínio não se fica pelos aspectos formais da democracia (eleições regulares, por exemplo). Vai mais longe, avaliando o empenho popular na solução democrática dos seus problemas e, por exemplo, a qualidade da democracia dentro das relações familiares. Os resultados quanto a Portugal contrastam, por exemplo, com o último Democracy Índex mundial divulgado pela revista britânica The Economist, e relativo a 2007. Nessa tabela (ver DN de 5 de Abril), Portugal aparece classificado em 19º lugar (no mundo), posição que sobe para 12º quando vista apenas entre os 27 países da UE.
No EDI, Portugal está em 21º lugar, ficando apenas à frente da Lituânia, da Polónia, da Roménia e da Bulgária. Vários países que até há poucos anos orbitavam no império soviético encontram-se melhores classificados, segundo este "top" (ver gráfico).
O que se passa então com Portugal? Olhando para o gráfico, percebe-se a resposta: de um ponto de um ponto de vista da democracia formal, Portugal fica em 14º lugar, acima de países como a Espanha ou a Grécia ou a Itália. O que puxa a democracia portuguesa para baixo são os outros critérios. Por exemplo: a participação. Aqui a posição portuguesa desce para 19º lugar. Ou seja, as instituições políticas formais estão pouco cercadas de associações cívicas que as escrutinem.
Um aspecto inovador do estudo da Demos é o que avalia também a "democracia familiar". Tenta perceber-se em que países há mais direitos para cada um escolher a estrutura familiar. Entre os 25 países analisados, Portugal ficou em 21º. No cômputo geral, a Demos concluiu o que já se intuía: há um claro padrão geográfico na qualidade das democracias. Os países nórdicos são os melhores. As democracias vão-se fragilizando à medida que se desce no mapa europeu. Os países protestantes tendem a ser mais abertos que os católicos.
Verificou-se, por outro lado, que não há uma relação directa entre a qualidade formal da democracia e a qualidade da democracia quotidiana, que é tanto aquela que se exerce numa assembleia de voto como aquela que se pratica na reunião familiar onde se decidem as férias do Verão.» in http://dn.sapo.pt/2008/05/04/nacional/democracia_portuguesa_e_piores_europ.html
----------------------------------------------------------------------------
Penso que este estudo da Demos traz à colação um facto indesmentível e cada vez mais sentido no quotidiano dos Portugueses. A liberdade, a democraticidade está altamente coartada, quer no emprego, quer na participação cívica e social ao nível do poder autárquico e local. Sabemos bem, alguns por consequências directas, que quem por alguma forma colocar em causa os poderes instituídos, sofre represálias de todas as formas possíveis e imaginárias. Há pessoas que se foram instalando em cargos de poder, local e nacional, agarrando-se e servindo-se em nome pessoal do mesmo, em vez de terem um espírito de servir o próximo. Falo, por exemplo da realidade amarantina, onde certas clientelas ou famílias se agarram com unhas e dentes ao poder, não praticando a democracia, não pugnando pela rotatividade; não, constituem umas panelinhas, uns tachos, que se mantém recorrendo a artifícios, nem sempre claros e transparentes e quem se meter com eles leva, como dizia uma antigo politico socialista, agora administrador da Empresa Mota e Companhia, porque será... O senhor lá sabe porque proferiu estas palavras! E depois querem que os portugueses acreditem nesta oligarquia, querem que participem em farsas? Querem que acreditemos em igualdade de oportunidades!? Mas claro, quem os ouvir é só democracia, é só transparência, é o Abril de alguns!