Mostrar mensagens com a etiqueta História. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta História. Mostrar todas as mensagens

11/03/22

História - Um novo estudo explica como Stonehenge pode ter sido originalmente utilizado para acompanhar um ano solar de pouco mais do que 365 dias.


«Mistério resolvido? Arqueólogo decifra calendário solar de Stonehenge

Um novo estudo explica como Stonehenge pode ter sido originalmente utilizado para acompanhar um ano solar de pouco mais do que 365 dias.

As novas descobertas baseiam-se na análise do número e do posicionamento das pedras que compõem o sítio arqueológico, assim como em comparações com outros antigos sistemas de calendário que poderiam ter influenciado os construtores de Stonehenge, salienta o Science Alert.

Esta investigação foi desenvolvida tendo por base um estudo anterior, que revelou que as pedras que constituem a maior parte do monumento provinham todas da mesma fonte. Isto significa que podem ter sido colocadas ao mesmo tempo.

A partir desse pressuposto, o arqueólogo Timothy Darvill, da Universidade de Bournemouth, no Reino Unido, analisou o posicionamento dos diferentes anéis que compõem o monumento e como se podem ter relacionado com um calendário.

Os arqueólogos suspeitavam já há algum tempo que Stonehenge representava algum tipo de calendário, dado que o monumento está posicionado e alinhado com os solstícios.

Segundo Darvill, funciona de uma maneira muito simples: cada uma das 30 pedras que formam o Círculo Sarsen representam um dia no mês. Por sua vez, esse círculo é divido em três semanas, com 10 dias cada.

“O mês intercalar, provavelmente dedicado às divindades do local, é representado pelos cinco trílitos no centro do local”, acrescentou o investigador.

Já as quatro pedras de fora do Círculo fornecem os marcadores para ajustar até um dia bissexto. Como um calendário solar, os solstícios de verão e de inverno podiam ser contemplados nos mesmos pares de pedra anualmente, o que também teria ajudado a reparar possíveis erros de posição.

Nenhuma formação do monumento parece corresponder ao ano de 12 meses. No entanto, o estudo refere que algumas pedras perdidas ou movidas de local poderiam ser responsáveis por esse tempo.

De qualquer forma, Stonehenge foi dividido em duas partes para combinar com os solstícios.

O calendário solar – que dura, em média, pouco mais de 365 dias e 5 horas – foi desenvolvido no Mediterrâneo Oriental a partir de 3.000 a.C., adotado no Egito por volta de 2.700 a.C. e muito usado no Império Antigo em 2.600 a.C. O que ainda não está certo é como esse conhecimento chegou ao sul da Inglaterra naquela época.

O artigo científico com as descobertas foi publicado na Antiquity.» in https://zap.aeiou.pt/stonehenge-calendario-solar-465247

(STONEHENGE NO SOLSTÍCIO DE VERÃO É IMPERDÍVEL!)

30/11/21

História - Cientistas já sabem o que terá levado ao colapso abrupto da cultura Liangzhu, na China, há cerca de 4300 anos.


«Cientistas já sabem o que causou o colapso abrupto da cultura Liangzhu

Cientistas já sabem o que terá levado ao colapso abrupto da cultura Liangzhu, na China, há cerca de 4300 anos.

A cultura Liangzhu foi a última cultura neolítica no delta do rio Yangtze, na China, e o que resta da sua cidade mostra o quão evoluída era para aquela época, destacando-se o seu elaborado sistema de gestão de água.

Até que, há cerca de 4300 anos, esta cultura chinesa entrou misteriosamente em colapso e a antiga cidade, que tinha sido habitada durante quase um milénio, foi abandonada de forma abrupta. Porquê? Nunca se soube com certeza.

Agora, uma equipa de cientistas pensa ter encontrado a resposta: inundações massivas desencadeadas por monções anormalmente intensas.

“Uma fina camada de argila foi encontrada nas ruínas preservadas, o que aponta para uma possível conexão entre o fim desta civilização avançada e as inundações do rio Yangtze ou do Mar da China Oriental. Não foram encontradas evidências de causas humanas, como conflitos bélicos”, explica, em comunicado, Christoph Spötl, diretor do Grupo de Pesquisa Quaternária do Departamento de Geologia da Universidade de Innsbruck, na Áustria.

No novo estudo, publicado a 24 de novembro na revista científica Science Advances, os investigadores analisaram estalagmites das cavernas Shennong e Jiulong, localizadas a sudoeste do local da escavação, pois estas ainda preservam assinaturas químicas das condições climáticas do passado.

“Estas cavernas têm sido exploradas há vários anos. Estão localizadas na mesma área afetada pelas monções do sudeste asiático que o delta do Yangtze e as suas estalagmites dão uma visão precisa da altura do colapso da cultura Liangzhu que, segundo descobertas arqueológicas, aconteceu há cerca de 4300 anos”, lembra Spötl.

Os dados das estalagmites mostram que há entre 4345 e 4324 anos houve um período de altíssima precipitação. Esta datação tão precisa foi feita através de análises de urânio-tório na Universidade Jiao Tong, na China.

“Isto é incrivelmente preciso à luz da dimensão temporal. As fortes monções provavelmente levaram a inundações tão severas do Yangtze e dos seus ramos, que mesmo os sofisticados canais não conseguiram suportar essas massas de água, destruindo a cidade de Liangzhu e obrigando as pessoas a fugir,”, conclui o mesmo cientista.

Segundo os investigadores, estas condições climáticas continuaram intermitentemente durante mais 300 anos.» in https://zap.aeiou.pt/cientistas-ja-sabem-colapso-cultura-liangzhu-447568

(Live: Explore China's Liangzhu ruins, the latest World Heritage site走进5000年前的良渚古城)

22/11/21

História - Cientistas encontraram as primeiras evidências de envenenamento por mercúrio em ossos humanos, com cinco mil anos, que se encontram no nosso país e na vizinha Espanha.


«O envenenamento por mercúrio mais antigo da História aconteceu na Península Ibérica

Cientistas encontraram as primeiras evidências de envenenamento por mercúrio em ossos humanos, com cinco mil anos, que se encontram no nosso país e na vizinha Espanha.

A exposição a níveis altos de mercúrio pode ter efeitos tóxicos no nosso corpo. Felizmente, nos dias que correm isso já é pouco frequente. Mas como foi esta relação entre humanos e este metal ao longo do tempo? Foi isso que uma equipa de cientistas tentou descobrir.

Para isso, os investigadores analisaram uma amostra de 370 pessoas enterradas em 50 túmulos espalhados por 23 locais arqueológicos em Portugal e em Espanha, que viveram em períodos como o Neolítico, a Idade do Cobre, ou a Idade do Bronze (ou seja, abrangendo cinco mil anos da História).

Os resultados revelaram que os maiores níveis de exposição ocorreram no início da Idade do Cobre, entre 2900 e 2600 A.C. Neste período, lê-se em comunicado, a exploração e a utilização do cinábrio, ou cinabre, aumentaram consideravelmente por motivos sociais e culturais.

Este sulfureto de mercúrio, quando pulverizado, transforma-se num pó com um tom vermelho muito vivo, sendo há muito tempo utilizado para produzir pigmentos para tintas. E acontece que a maior mina de cinábrio do mundo, declarada Património da Humanidade da UNESCO, fica em Almadén, no centro de Espanha.

Em túmulos desse período descobertos no sul do nosso país e de Espanha, o pó de cinábrio era usado para pintar câmaras megalíticas, decorar estatuetas ou estelas e também para espalhar sobre os mortos.

Ou seja, como resultado, muitas pessoas devem ter inalado ou consumido acidentalmente esta substância, o que levou a uma acumulação perigosa de mercúrio nos seus corpos. Em alguns dos ossos analisados, os investigadores encontraram níveis de até 400 partes por milhão (ppm).

Tendo em conta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que o nível normal em cabelo humano não deve ser superior a 1 ou 2 ppm, os dados obtidos revelam um alto nível de intoxicação que deve ter afetado seriamente a saúde de muitas destas pessoas.

O estudo foi publicado, a 13 de outubro, na revista científica International Journal of Osteoarchaeology.» in https://zap.aeiou.pt/envenenamento-mercurio-mais-antigo-peninsula-iberica-445461


#história    #arqueologia    #mercúrio    #envenenamento

27/10/21

História - O kottabos era um antigo jogo de bebida da Grécia antiga e dos simpósios etruscos, em que o objetivo é atirar vinho a um disco usando um pequeno pires conhecido por kylix.


«Antigos jogos de bebida acabavam em vinho derramado e esfaqueamentos

Hoje vistos como jogos de diversão para jovens, na antiguidade, os drinking games (jogos de bebida) eram comuns em toda a sociedade — e, por vezes, terminavam mal.

O kottabos era um antigo jogo de bebida da Grécia antiga e dos simpósios etruscos, em que o objetivo é atirar vinho a um disco usando um pequeno pires conhecido por kylix.

Embora tais jogos sejam agora relegados a estudantes universitários, todos, desde os filósofos antigos à realeza, envolviam-se em pequenas competições que envolviam o consumo de álcool, escreve o Gastro Obscura.

Hoje conhecemos o jogo da garrafa: em que se forma um círculo e gira-se uma garrafa ao centro. Repete-se duas vezes e as pessoas em quem a garrafa calhou têm de se beijar. O jogo foi muito popular entre adolescentes, principalmente durante o século XX.

As cortes reais europeias do século XVII tinham uma versão melhorada deste jogo: “Diana e o Veado”.

Depois de um jogador dar corda à máquina, a deusa Diana movia-se lentamente ao redor da mesa, até parar aleatoriamente diante de alguém. Essa pessoa, naturalmente, tinha que beber: a cabeça do veado abria-se para revelar um pequeno copo.

Em Roma, passatella era o jogo de eleição de todos, desde a plebe até Cícero. Neste jogo, cada pessoa recebe quatro cartas. As que tiverem as cartas de maior valor são designadas de “chefe” e “subchefe”.

Enquanto todos têm que contribuir para cada rodada de bebidas, os dois chefes podem distribuir e negar bebidas, muitas vezes através de discursos carregados de insultos.

Na Idade Média, o jogo tornou-se altamente violento, muitas vezes terminando com esfaqueamentos. Passatella ainda é jogado em tavernas no sul de Itália.

Os jogos de bebidas chineses, conhecidos como jiuling, surgiram como uma forma de manter a ordem nas festas. Em vez de cartas, eram usadas umas peças de prata, que davam certas ordens para determinadas pessoas beberem — como por exemplo o mais novo ou o mais falador, explica o Gastro Obscura.

Os jogadores que se mostrassem muito turbulentos ou rudes recebiam penalizações: mais bebida. Desistir do jogo era visto como a derradeira covardia, levando a que o jogador não fosse novamente convidado para futuros jogos.» in https://zap.aeiou.pt/antigos-jogos-bebida-esfaqueamentos-440272

12/03/21

Ciência - O estudo mostrou que o corpo humano usa 30 a 50% menos água por dia em comparação com os nossos parentes animais mais próximos.


«Novo traço evolutivo surpreendente separa humanos dos primatas

Cientistas descobriram um traço evolutivo que torna os humanos distintos de outros primatas. O estudo mostrou que o corpo humano usa 30 a 50% menos água por dia em comparação com os nossos parentes animais mais próximos.

A eficiência com que o corpo humano consome água é muito diferente da dos primatas.

Esta característica provavelmente surgiu como uma adaptação evolutiva em antigos caçadores-coletores, que tiveram que se aventurar cada vez mais longe de fontes de água em busca de comida, sugere o autor principal do estudo, Herman Pontzer.

“Mesmo sendo capaz de ficar um pouco mais sem água teria sido uma grande vantagem, já que os primeiros humanos começaram a viver em paisagens secas de savana”, disse Pontzer num comunicado de imprensa citado pelo Phys. “Para sustentar a vida, os humanos e outros animais terrestres devem manter um equilíbrio entre o ganho e a perda de água a cada dia”.

Os investigadores compararam o ciclo do consumo e perda de água entre 309 pessoas de diferentes origens e 72 macacos de vários jardins zoológicos e santuários. Os resultados mostraram que, em média, três litros de água passam todos os dias pelo corpo de uma pessoa. No caso de um chimpanzé ou de um gorila é o dobro, escreve o Big Think.

Esta descoberta é surpreendente visto que os humanos suam muito mais do que os primatas, perdendo mais água. Mas então, como é que precisamos de uma menor quantidade de água para nos mantermos saudáveis? Os investigadores acreditam que se trata de um mecanismo evolutivo.

Os dados sugerem que a nossa sensação de sede diverge de outros parentes macacos e que, por isso, não queremos tanta água.

Os nossos narizes , que são menos achatados do que os de gorilas e chimpanzés, também podem ter influência: ter um nariz mais saliente provavelmente ajudou os humanos antigos a manter mais humidade ao respirar. Essa humidade acumula-se dentro do nariz e é reapropriada de volta ao corpo.

O estudo foi publicado este mês na revista científica Current Biology.

Daniel Costa Daniel Costa, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/traco-evolutivo-separa-humanos-primatas-386018

22/01/21

História - Um manuscrito do século XVII ajudou a revelar a localização de um tesouro dos cavaleiros da Ordem dos Templários.


«Manuscrito do século XVII revela localização de tesouro da Ordem dos Templários

Um manuscrito do século XVII ajudou a revelar a localização de um tesouro dos cavaleiros da Ordem dos Templários. 

O historiador Giovanni Tomassini descobriu que o tesouro está na pequena vila agora conhecida como Ferentillo, nos vales da Úmbria, em Itália.

Além da sua longa história, todo o território possui uma aura enigmática, salienta o portal Ancient-Origins. Ferentillo é famosa por ter sido a sede dos cátaros e anglicanos, e um parceiro secular da Igreja Católica de Roma.

O catarismo foi um movimento cristão de ascese extrema na Europa Ocidental entre os anos de 1100 e 1200, estreitamente ligado aos bogomilos da Trácia. O movimento foi tão forte no sul da Europa e na Europa Ocidental que a igreja Católica Romana passou a considerá-lo uma séria ameaça à religião ortodoxa.

Giovanni Tomassini, autor do livro ‘Os Últimos Guardiões do Tesouro Templário’ relata, de acordo com uma lenda conhecida em França e Inglaterra, mas absolutamente desconhecida na Itália, que se pensava que o ‘Tesouro dos Templários’ tivesse passado para um lugar secreto perto de Spoleto, não muito longe de Ferentillo.

“No ano de 1318 mais de 3.000 cavaleiros reuniram-se em Spoleto para decidir o futuro da sua Ordem. Duas fações opuseram-se: aqueles que queriam vingar os Templários e aqueles que queriam proteger os segredos da Cavalaria. A segunda fação acabou por decidir o futuro da Ordem”, conta Tomassini no seu livro.

Embora não haja registos deste encontro em Spoleto, o historiador acreditar ter identificado o local onde os cavaleiros se terão reunido.

Os Templários foram uma ordem militar de Cavalaria, tendo sido fundada no rescaldo da Primeira Cruzada de 1096, com o propósito original de proteger os cristãos que voltaram a fazer a peregrinação a Jerusalém após a sua conquista. O súbito desaparecimento da maior parte da infraestrutura europeia da Ordem deu origem a especulações e lendas que mantêm o nome dos Templários vivo até aos dias de hoje.» in https://zap.aeiou.pt/manuscrito-tesouro-ordem-templarios-373955 

02/01/21

História - Vários estudiosos das profecias de Nostradamus atribuíram que alguns dos versos no seu famoso livro “Les Propheties” falam de 2021 – e parece que será pior do que 2020.


«“Após um grande problema, um maior está a ser preparado”. Nostradamus terá previsto que 2021 ia ser pior do que 2020

Muitas pessoas estão à espera do final de 2020 para pôr fim a um dos piores anos das suas vidas. No entanto, as profecias de Nostradamus para 2021 não são animadoras.

De acordo com o jornal espanhol La Vanguardia, o famoso filósofo do século XVI Nostradamus inundou os seus textos com um pessimismo latente certamente influenciado pelas circunstâncias pessoais desastrosas em que viveu – a sua esposa e filhos morreram de peste.

Vários estudiosos das profecias de Nostradamus atribuíram que alguns dos versos no seu famoso livro “Les Propheties” falam de 2021 – e parece que será pior do que 2020.

“Poucos jovens: para começar meio mortos / Pais e mães mortos de infinita dor / Mulheres de luto, o monstruoso pestilento: / O Grande não existirá mais, o mundo inteiro acabará”, estas são algumas das frases que Nostradamus terá dedicado ao ano de 2021.

Os mais criativos viram nessas palavras o presságio de um apocalipse zombie, enquanto outros interpretaram que se trata da pandemia de covid-19.

Se algo caracterizava Nostradamus, era a sua linguagem enigmática, que pode ser interpretada de mil formas. Porém, nos textos seguintes, há anúncios mais explícitos como o alerta de fome e a chegada de um meteorito de péssimo aspeto.

“Depois de um grande problema para a humanidade, um maior está a ser preparado / A Grande Máquina renova os tempos: Chuva, sangue, leite, fome, aço e peste / Consegue ver o fogo no céu, uma longa faísca brilhante? / No céu, vê-se fogo e um longo rastro de faíscas”.

Embora atualmente interpretemos as suas palavras do ponto de vista da frivolidade, muitos consideram que Nostradamus previu eventos como a morte de Henrique II, a Revolução Francesa, a chegada de Napoleão Bonaparte, o aparecimento de Hitler e do nazismo e até o ano da sua própria morte.

Entre as suas palavras sombrias e confusas também podemos encontrar a profecia de uma III Guerra Mundial ou a chegada do Anticristo.

Nostradamus, nascido em 1503 em França, foi um apotecário e médico da Renascença que praticava a alquimia. Ficou famoso pela sua suposta capacidade de vidência – fama essa que o segue mesmo depois de ter morrido em 1566. Por outro lado, os historiadores costumam apontar que as escrituras de Nostradamus são incrivelmente vagas – ou até mesmo inexistentes.

Maria Campos, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/depois-de-um-grande-problema-um-maior-esta-a-ser-preparado-369657

01/06/20

História - Um terço das mulheres europeias herdou um gene neandertal favorável à fertilidade, sugere uma nova investigação levada a cabo por cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, e do Instituto Karolinska, na Suécia.

«Um terço das mulheres europeias herdou um gene neandertal favorável à fertilidade

Um terço das mulheres europeias herdou um gene neandertal favorável à fertilidade, sugere uma nova investigação levada a cabo por cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, e do Instituto Karolinska, na Suécia.

Em causa está um recetor de progesterona dos neandertais, uma variante genética que o estudo associa ao aumento da fertilidade, a menos sangramentos durante as primeiras semanas da gravidez e a menos abortos, precisam os cientistas na nova investigação, cujos resultados foram esta semana publicados na revista Molecular Biology and Evolution.

“O recetor de progesterona é um exemplo de como as variantes genéticas favoráveis introduzidas nos humanos modernos pelo cruzamento com neandertais podem ter efeitos sobre as pessoas que vivem ainda hoje”, disse Hugo Zeberg, co-autor do estudo, que realizou a investigação com os colegas Janet Kelso e Svante Pääbo.

A análise dos dados de bio-bancos com mais de 450.000 participantes, incluindo 244.000 mulheres, mostram que quase uma em cada três mulheres na Europa herdou o recetor de progesterona dos neandertais. 29% carrega uma cópia deste recetor e 3% possui duas.

“A proporção de mulheres que herdaram esse gene é aproximadamente dez vezes maior do que a maioria das variantes genéticas de neandertal. Estas descobertas sugerem que a variante neandertal do recetor tem um efeito favorável na fertilidade”, concluiu Hugo Zeberg, citado em comunicado.

A progesterona, recorde-se, é uma hormona com um papel importante no ciclo menstrual, bem como durante a gravidez.» in https://zap.aeiou.pt/um-terco-das-mulheres-europeias-herdaram-um-gene-neandertal-favoravel-fertilidade-326881

29/06/18

História - "O Santo Graal dos Naufrágios" é um termo usado para descrever um navio espanhol perdido - também conhecido como o San José.



«QUEM PODE REIVINDICAR O MAIOR TESOURO SUBMARINO DO MUNDO JÁ ENCONTRADO?

"O Santo Graal dos Naufrágios" é um termo usado para descrever um navio espanhol perdido - também conhecido como o San José. Após vários anos, foi encontrado junto à costa da Colômbia e reacendeu o debate sobre quem tem direito a reivindicar as riquezas escondidas no mar.

Depois de muitas tentativas mal sucedidas, o navio submerso foi finalmente redescoberto na costa de Cartagena, Colômbia, em 2015. A recente operação de resgate para recuperar os biliões de euros em tesouros a bordo do galeão reacendeu o debate sobre quem tem o direito de reivindicar riquezas escondidas no mar, com vários lados diferentes disputando a propriedade do saque perdido.

O San José foi um galeão, de 64 canhões, da Marinha Espanhola, que foi lançado em 1698. Dez anos depois, o navio foi atingido na Batalha de Barú (também conhecida como Ação de Wager) e afundou  perto de Cartagena - junto com a enorme carga de ouro, prata e esmeraldas. As estimativas do valor do tesouro perdido no San José variaram drasticamente ao longo dos anos, mas as estimativas mais recentes apontam para que o valor do tesouro submerso seja aproximadamente de 17 mil milhões de euros.

Naturalmente, as promessas de tais riquezas perdidas despertaram as paixões dos caçadores de tesouros, governos e cidadãos particulares. No complicado caso de San José, as riquezas são reivindicadas pelo Estado espanhol e colombiano, em primeiro lugar. Embora a Marinha da Colômbia e a Instituição Oceanográfica Woods Hole tenham encontrado os destroços em águas colombianas, a Espanha ameaçou defender os seus interesses na ONU, se não for possível chegar a um acordo com a Colômbia. O debate sobre a propriedade é altamente complexo: por exemplo, enquanto o proprietário original do navio tem o direito viável de reivindicar a propriedade do seu conteúdo, esse direito pode ser suplantado pelo país que detém as águas em que o navio foi descoberto - neste caso, a Colômbia.

As águas estão ainda mais turvas pelo debate sobre quem são os donos originais do ouro, da prata e das esmeraldas em questão. O império espanhol tinha uma rica tradição de pilhagem do Novo Mundo, e grande parte da riqueza que financiou o Renascimento foi tirada dos povos indígenas da América do Sul. Grande parte do tesouro de San José consiste em moedas de ouro e prata - ouro e prata que foram tirados, principalmente, das minas de Potosí, na Bolívia. A Bolívia, portanto, também poderia ter uma reivindicação razoável, e acredita-se que até 8 milhões de indígenas tenham morrido nas minas durante essas escavações.

Cartagena, uma cidade que guarda histórias de tesouros e pilhagens

Os tesouros retirados de pilhagens têm uma longa história na América do Sul, e parte dessa história pode ser vista em Cartagena, na Colômbia.

Cartagena é uma cidade portuária que os espanhóis usaram como principal centro de coleta e transporte do ouro da América do Sul para a Europa. A bela cidade, à beira do oceano, conta com com fortalezas e armas que foram usadas para a proteger contra piratas e outras ameaças interessadas nas riquezas.

O Castelo de San Felipe está aberto aos visitantes que desejam explorar os túneis e canhões subterrâneos usados ​​durante as batalhas violentas para defender a cidade e o tesouro. O Museu do Ouro de Cartagena exibe esse ouro pertencente ao povo indígena que habitou a região, antes da chegada dos espanhóis.

Qualquer pessoa com interesse em história marítima também pode visitar o Galeon Bucanero, um museu interativo localizado num galeão no porto, ao lado da Cidade Velha de Cartagena.

Embora a localização precisa do galeão afundado de San José continue em segredo, a Colômbia anunciou planos para exibir, pelo menos, parte do conteúdo do navio num museu especialmente construído para isso, em Cartagena.

Daqui a alguns anos, os visitantes poderão ver as riquezas do San José com os próprios olhos, no novo museu dedicado a preservar o tesouro perdido com o navio há mais de 300 anos. Em primeiro lugar, resta saber se a operação para salvar o tesouro será bem sucedida e quem, finalmente, será capaz de reivindicar o maior tesouro  submerso já descoberto.» in https://viagens.sapo.pt/viajar/noticias-viajar/artigos/quem-pode-reivindicar-o-maior-tesouro-subaquatico-do-mundo-encontrado-pela-colombia


(Primeras Imágenes reales del Galeón San José hallado en Colombia • 2015)


(Colombia halla el galeón San José, un barco español hundido a principios del XVIII)


El verdadero dueño del TESORO del Galeón San José

16/04/18

História - A Câmara de Lagoa reabilitou uma antiga torre de vigia de onde há 400 anos se avistavam embarcações inimigas e se avisava o povo de possíveis saques, impedindo que acabasse por se desmoronar com o passar do tempo.



«Lagoa recupera torre com 400 anos de onde se alertava para saques de piratas

A Câmara de Lagoa reabilitou uma antiga torre de vigia de onde há 400 anos se avistavam embarcações inimigas e se avisava o povo de possíveis saques, impedindo que acabasse por se desmoronar com o passar do tempo.

A Torre da Lapa, construída no topo de uma falésia em Ferragudo, algures entre os séculos XVI e XVII, é uma antiga torre de atalaia e um dos pontos de vigia do litoral algarvio, mas, além desta, já praticamente nenhuma resta de pé.

Anabela Simão, vereadora da Câmara de Lagoa, contou à Lusa que era da torre que se enviavam sinais de fumo para proteção das povoações contra os ataques de piratas ou outros invasores, que procuravam saquear a produção agrícola, vinhos ou peixe.

"Era quase como uma picota onde teriam o caldeirão e depois, quando avistavam algo na costa, fogueavam, para que o fumo fosse visto dentro da povoação para eles imediatamente acionarem os mecanismos de defesa", explicou.

Construída em alvenaria de pedra e argamassa e de estrutura circular, com cerca de cinco metros de diâmetro, não há certezas quanto à data precisa de construção da torre, mas terá sido provavelmente no séc. XVII.

"Muitas foram construídas no século XVI, pensa-se que esta tenha sido um pouco mais tarde", refere Anabela Simão, sublinhando que deve ser das poucas que ainda restam no Algarve, porque "muitas já tombaram, por falta de recuperação".

Aquela responsável tem conhecimento de outra estrutura semelhante em Tavira, mas nota que "a sua existência [no Algarve] é muito difícil de se encontrar".

Durante os trabalhos de recuperação, que terminaram no ano passado, descobriu-se que o interior da torre era oco, quando se pensava que a torre seria preenchida por dentro.

"Pensávamos que a torre era toda preenchida e quando fizemos a requalificação verificámos que o miolo era todo oco, o que estava lá eram os materiais que com o tempo tinham caído dentro da própria torre", explica Anabela Simão.

Após o início de um processo para a sua classificação como imóvel de interesse concelhio, em 2015, a Direção Regional de Cultura lançou um procedimento para que a torre possa ser classificada como monumento de interesse público nacional.

A abertura do processo de classificação já foi publicada em Diário da República, em agosto de 2017, mas, segundo Anabela Simão, ainda não está concluído.

"É uma mais valia para o concelho na medida em que já temos alguns monumentos classificados como sendo de interesse nacional: a igreja de Estômbar e o promontório Senhora da Rocha, que são dois ícones na nossa história em termos de património", sublinha.

Segundo Anabela Simão, a Torre da Lapa vai ficar integrada no caminho dos promontórios, uma rota pedestre que abrange vários pontos de interesse e onde se pode fazer também observação de aves.

"Neste momento, a torre vai ser um objeto de estudo e vai ter que ter uma visitação, porque, cada vez mais, além do museu, as pessoas gostam de ver os apontamentos museológicos", conclui.

Do ponto onde se situa a torre consegue avistar-se uma boa extensão de oceano e a embocadura do Rio Arade.» in https://24.sapo.pt/vida/artigos/lagoa-recupera-torre-com-400-anos-de-onde-se-alertava-para-saques-de-piratas


Praia de Vale da Lapa (Estômbar) - Lagoa, Algarve, Portugal

10/03/18

História - Um novo estudo científico, publicado na revista Forensic Anthropology, concluiu que as ossadas encontradas em 1940 poderão ser da histórica aviadora Amelia Earhart.



«Amelia Earhart: o que aconteceu à primeira mulher que tentou dar a volta ao mundo?

Um novo estudo científico, publicado na revista Forensic Anthropology, concluiu que as ossadas encontradas em 1940 poderão ser da histórica aviadora Amelia Earhart.

O estudo “Amelia Earhart e os ossos de Nikumaroro”, divulgado pela Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, revelou que os ossos encontrados, que durante anos permaneceram um mistério, podem ser os restos mortais da primeira mulher que tentou dar a volta ao mundo.

Em 1937, o avião que Amelia Earhart pilotava desapareceu sobre o oceano Pacífico. Três anos depois, em 1940, um crânio humano foi encontrado na ilha de Nikumaroro durante uma expedição britânica.

O professor emérito Richard Jantz, responsável pelo estudo, acredita que a aviadora naufragou na ilha, onde acabou por morrer. O comprimento dos ossos encontrados foi comparado com as medições de Amelia Earhart, utilizando dados da sua altura, peso, estrutura corporal, comprimento dos membros e proporções com base em fotografias e informações retiradas das licenças de piloto e carta de condução.

Segundo Richard Jantz, os ossos da aviadora eram “mais parecidos com os ossos encontrados em Nikumaroro do que os de 99% dos indivíduos de uma grande amostra de referência”. “No caso dos ossos de Nikumaroro, a única pessoa documentada a quem eles podem pertencer é Amelia Earhart”, conclui o estudo publicado na revista Forensic Anthropology.» in http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/amelia-earhart-o-que-aconteceu-a-primeira-mulher-que-tentou-dar-a-volta-ao-mundo-278792

29/11/17

História - Foi encontrada uma mensagem, datada de 1777, entre as nádegas de uma escultura em madeira de Jesus Cristo, na igreja de Santa Águeda, em Sotillo de la Ribera, Espanha.



«Encontrada mensagem do século XVIII escondida nas nádegas de uma escultura de Cristo

Foi encontrada uma mensagem, datada de 1777, entre as nádegas de uma escultura em madeira de Jesus Cristo, na igreja de Santa Águeda, em Sotillo de la Ribera, Espanha. A mensagem continha informações económicas, religiosas, políticas e culturais da época.

O documento consiste em duas folhas manuscritas em ambos os lados - com uma caligrafia cuidada - e assinado pelo padre catedral de Burgo de Osma, Joaquín Mínguez. Neste documento, para além de ser dito que a autoria da escultura é de Manuel Bal, o padre catedral aproveita para comunicar com as gerações vindouras, ao fornecer detalhes sobre a vida do século XVIII.

A equipa responsável pelo restauro da obra (equipa Da Vinci Restauro) encontrou esta mensagem ao remover um pedaço de pano que estava a cobrir as nádegas de uma escultura de Jesus Cristo.

De acordo com a Agência EFE, o historiador e promotor da restauração da escultura do século XVII, Efrén Arroyo, diz que esta descoberta é surpreendente e singular porque “não é comum encontrar no interior das esculturas documentos escritos à mão”. O historiador examinou o documento e afirma que esta mensagem é como “uma ocorrência ou jogo entre o autor, o padre da Catedral, e o escultor, com a intenção de ser encontrada centenas de anos depois, resultando numa cápsula do tempo”.

O Coordenador da Semana Santa de Sotillo enviou o documento original para os arquivos do Arcebispo de Burgos, onde estão os documentos do Arquivo Paroquial de Sotillo de Ribera. No entanto, foi feita uma cópia do documento para continuar dentro da escultura de Cristo, a fim de cumprir a intenção do padre.» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/mensagem-do-seculo-xviii-escondida-nas-nadegas-de-uma-escultura-de-cristo

24/10/17

História - A possível sabotagem de um oficial ganha força entre as hipóteses que explicariam a morte do capitão Robert Scott e de outros quatro tripulantes durante a primeira expedição britânica ao Polo Sul, há mais de um século.



«Expedição de oficial britânico ao Polo Sul terá sido sabotada

A possível sabotagem de um oficial ganha força entre as hipóteses que explicariam a morte do capitão Robert Scott e de outros quatro tripulantes durante a primeira expedição britânica ao Polo Sul, há mais de um século.

O investigador Chris Turney, professor da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), na Austrália, contou que novas evidências apontam para o facto de que o segundo homem a comandar a expedição, o tenente Edward ‘Teddy’ Evans, teria sido responsável pelas mortes por “sabotagem deliberada”, apesar de não ser descartada a possibilidade de que se trate de “inaptidão”.

“A chave da história é que a segunda pessoa mais importante no comando parece ter consumido o que era destinado a Scott e à sua equipa, que morreram de fome na viagem de volta da Expedição Terra Nova”, declarou o especialista.

Até agora, os historiadores atribuíam o falecimento de Scott – ultrapassado pelo norueguês Roald Amundsen em cinco semanas na corrida para chegar primeiro ao Polo Sul – a uma combinação de mau planeamento e falta de sorte.

Durante a expedição, e antes de chegar ao objetivo, Scott ordenou a Evans e a outras duas pessoas que retornassem como equipa de apoio, enquanto ele e quatro integrantes seguiriam viagem. Estes cinco viajaram então pelo lado oeste da plataforma de gelo Ross, que tem um clima pior do que a rota leste escolhida pelo norueguês e acabaram por ser atingidos por frio extremo e ventos.

O capitão e os quatro companheiros chegaram ao destino a 17 de janeiro e viram a bandeira da Noruega e parte do acampamento de Amundsen, que chegou a 14 de dezembro de 1911.

O primeiro a morrer na viagem de volta foi o suboficial Edgar Evans e depois o capitão Lawrence Oates, que se sacrificou ao encarar o mau tempo para morrer congelado, de forma a não ser um problema para os colegas.

O capitão, o médico Edward Wilson e Henry “Birdie” Bowers continuaram a viagem, mas, a 20 de março, ficaram presos numa tempestade que provocou dias mais tarde a morte dos três. Os corpos e alguns pertences foram recuperadas oito meses depois.

Em 2011, quase um século após a morte do explorador, o professor da UNSW encontrou na Biblioteca Nacional do Reino Unido sete folhas que descrevem duas reuniões feitas em abril de 1913 entre o então presidente da Real Sociedade Geográfica, Earl Curzon, e Kathleen Scott e Oriana Wilson, viúvas do capitão e do médico.

A viúva de Scott disse à época que o diário do marido indicava que o tenente Evans e dois dos seus homens “na viagem de volta tinham bebido e comido mais do que aquilo a que tinham direito”. A acusação foi reafirmada pela viúva do médico que deu conta de uma “inexplicável ausência de combustível e alimentos” na viagem de volta.

A análise dos diários sugere que as provisões desapareceram do depósito e as suspeitas recaem sobre Evans, que, de acordo com a versão oficial, terá deixado o grupo a 4 de janeiro de 1912, a menos de 250 quilómetros do Polo Sul, e dias depois adoeceu de escorbuto, doença rara causada por uma grave deficiência de vitamina C.

Mas Turney questiona a integridade de Evans por causa das contradições do oficial sobre o lugar onde adoeceu. Primeiro, Evans terá dito que sofreu o escorbuto a 483 quilómetros da base. Depois apontou que foi a 805 quilómetros.

É exatamente nesse segundo ponto, localizado no extremo sul da plataforma Ross, que se suspeita que as coisas tenham desaparecido. “Parece que Evans mudou a linha do tempo sobre quando ficou doente para justificar o facto de ter se apropriado dos alimentos”, argumentou o professor australiano.

Evans, que mais tarde teve uma bem-sucedida carreira naval e recebeu várias condecorações, inclusive o título de barão, voltou ao local em 1913 para tentar encontrar possíveis sobreviventes da expedição.

Turney também lembrou que Apsley Cherry-Garrard, que participou parcialmente na expedição e em 1922 escreveu o livro “The Worst Journey in the World” (“A pior viagem no mundo”), viveu atormentado o resto da vida porque “sabia que algo mau tinha acontecido” durante a viagem, “mas nunca conseguiu provar”.

“Espero que a minha pesquisa ajude a mostrar o trabalho de Scott e dos seus companheiros”, afirmou o professor.» in https://zap.aeiou.pt/expedicao-oficial-britanico-ao-polo-sul-poderia-ter-sido-alvo-sabotagem-177422


(A lendária conquista do Polo Sul)


Corrida ao pólo Sul (Robert Falcon Scott)


(Race to the South Pole: Tragedy at the South Pole Antarctica Documentary)

02/08/17

História - O menino, Charlie, com o síndrome de Asperger, um tipo de autismo, apercebeu-se que um dos exemplares identificado como sendo um Oviraptor era na verdade um Protoceratops.



«Criança de 10 anos descobre erro no Museu de História Natural

Charlie é uma criança que, como tantas outras, tem uma enorme paixão por dinossauros. Os pais prepararam-lhe uma surpresa e levaram-no a passar a noite no Museu de História Natural, em Londres, no final de julho. Foi aí que o menino fez uma descoberta que o tornou notícia um pouco por todo o mundo.

O menino, com o síndrome de Asperger, um tipo de autismo, apercebeu-se que um dos exemplares identificado como sendo um Oviraptor era na verdade um Protoceratops. "Eu fiz uma comparação com outro dinossauro e vi que a correspondência não estava certa", revelou a criança à BBC.

Charlie comunicou a descoberta aos pais que não o levaram muito a sério. "Quando ele nos disse que o dinossauro estava mal identificado, não fizemos grande caso. Sabemos que ele é inteligente, mas era o museu de História Natural, um dos mais famosos do mundo", explicou a mãe , justificando a reticencia face à descoberta da criança.

O menino estava mesmo certo e um porta-voz do museu explicou que aquela secção tinha sido remodelada várias vezes nos últimos meses e que se tinha cometido um erro ."O Charlie tem o síndrome de Asperger e como parte da doença, quando ele gosta de alguma coisa, tenta descobrir tudo sobre isso", explicou a mãe.

Os responsáveis pelo museu ficaram surpreendidos com o conhecimento da criança e pouco tempo depois enviaram uma carta agradecendo a ajuda. "Obrigado por nos teres visitado. Esperamos que mantenhas o teu interesse na paleontologia", podia ler-se na carta.» in http://www.jn.pt/mundo/interior/menino-com-sindrome-de-asperger-descobre-erro-no-museude-historia-natural-8679752.html?utm_source=jn.pt&utm_medium=recomendadas&utm_campaign=afterArticle&_ga=2.25410429.1155821357.1501686186-2006604683.1493840141

25/07/17

História - Na quarta-feira assinalam-se os cem anos do afundamento do navio caça-minas Roberto Ivens que explodiu ao embater numa mina colocada por um submarino alemão à entrada de Lisboa, tendo morrido 15 dos 22 tripulantes que se encontravam a bordo.



«Roberto Ivens: 100 anos do naufrágio do caça-minas à entrada de Lisboa

Na quarta-feira assinalam-se os cem anos do afundamento do navio caça-minas Roberto Ivens que explodiu ao embater numa mina colocada por um submarino alemão à entrada de Lisboa, tendo morrido 15 dos 22 tripulantes que se encontravam a bordo. Os destroços do navio, naufragado em 1917, ficam protegidos pela convenção da UNESCO sobre património subaquático.

“O interesse deste naufrágio que vai fazer 100 anos na quarta-feira tem um interesse simbólico e legal. A partir do dia 26 de julho fica sob a proteção da Convenção da UNESCO sobre Património Cultural Subaquático. Portugal subscreveu a convenção para proteger todos os naufrágios, tenham ou não tesouros a bordo, porque pretende privilegiar o naufrágio como um testemunho”, disse à Lusa Alexandre Monteiro, um dos investigadores que localizou o navio caça-minas à entrada do Tejo, em 2015.

Analisar diários de guerra para encontrar destroços

O caça-minas Roberto Ivens naufragou ao embater, “pelas 15:15” de 26 de julho de 1917, numa mina lançada por um submarino alemão a quatro milhas náuticas a sul do forte do Bugio, "à entrada" de Lisboa.

“Há naufrágios que são praticamente anónimos, com história desconhecida, mas neste caso, temos o caso inverso do que é costume em Portugal, onde os naufrágios são encontrados de uma forma inopinada ou em contexto de obra. Neste caso, partimos de investigação em arquivo e fomos à procura do destroço”, disse o arqueólogo.

A localização do navio foi durante muitas décadas assunto de debate entre investigadores, marinheiros e pescadores, apesar da versão oficial que situava o local do naufrágio a 12 milhas náuticas ao largo de Cascais.

“Chegou a pensar-se que o destroço era de uma traineira (Maria Eduarda), de madeira, que naufragou nos anos 1950 e que na verdade está perto, mas foi só quando nós nos apercebemos de que o que ali estava era um navio de ferro com um motor a vapor é que começamos a duvidar”, recorda Alexandre Monteiro acrescentando que a existência de minas inimigas às portas da capital foram um "assunto sensível" para o poder político.

“Há um logro que o governo de então fez passar para a opinião pública para encobrir a falta de preparação para enfrentar a nova ameaça dos submarinos e das minas”, admite o arqueólogo que participou na investigação.

A posição exata dos destroços do caça-minas ocorreu em 2015 tendo o Instituto Hidrográfico da Marinha colaborado com os trabalhos de investigação do arqueólogo Alexandre Monteiro, do Instituto de Arqueologia e Paleociências e do investigador Paulo Costa, do Instituto de História Contemporânea, da Universidade Nova de Lisboa.

Uma das fontes decisivas para detetar o Roberto Ivens foi a descoberta e a análise do diário de guerra do submarino alemão UC54 que lançou as várias minas a apenas quatro milhas náuticas a sul do forte do Bugio, na foz do rio Tejo.

A versão oficial, logo após a explosão, indicava que o campo de minas alemão estava mais afastado, a cerca de 12 milhas náuticas ao largo de Cascais.

O diário de bordo do Bérrio, o outro navio que participa na mesma operação de desminagem e que recolheu os sete sobreviventes do Roberto Ivens na tarde de 19 de julho de 1917, desapareceu apesar do relato de um dos tripulantes.

“Este naufrágio atirou o navio para o fundo. Parte da popa foi volatizada na explosão e, por isso, é que só temos a casa das máquinas, incluindo a câmara dos oficiais que está no local, além de vários destroços espalhados à volta”, relata Alexandre Monteiro que conhece os destroços do caça minas, atualmente uma sepultura de guerra da Marinha.

“As sepulturas de guerra têm um estatuto especial. Não é por estar no fundo que o Roberto Ivens não deixa de ser uma unidade da Marinha de Guerra Portuguesa”, frisa o arqueólogo,

No passado dia 19 de julho o funeral militar dos tripulantes do Roberto Ivens tombados num ato de guerra - morreram 15 dos 22 tripulantes - realizou-se a bordo da fragata Bartolomeu Dias, na presença de descendentes, com deposição de flores no local do afundamento e disparos de tiros de salva efetuados pela corveta João Roby.

“Foi importante do ponto de vista simbólico porque foi o último grande conflito internacional em que Portugal participou de forma ativa e numa altura em que se assinala o centenário da entrada de Portugal na Grande Guerra (1914-1918)”, frisa Alexandre Monteiro.

O Augusto Castilho foi o outro navio da Marinha portuguesa afundado durante I Guerra Mundial, após um combate com um submarino alemão ao largo dos Açores, em 1918, tendo morrido o comandante, o primeiro-tenente Carvalho Araújo e cinco membros da guarnição.

Neta do comandante do Roberto Ivens diz que Portugal lida mal com tragédias

“Portugal está como estava há cem anos e não lida bem com estas coisas estranhas do ‘inimigo às portas’, como aconteceu com o submarino que pôs bombas à porta de Lisboa. O que quiseram fazer foi não criar pânico. Não deixar saber-se …”, disse Maria Fernanda Gargaté Cascais, neta mais velha do primeiro-tenente Raul Cascais, que comandava o caça-minas que naufragou ao colidir com uma mina alemã.

“A minha mãe tinha seis anos quando o meu avô morreu. O meu avô era muito novo, tinha 36 anos. O corpo nunca foi encontrado e quando faleceu deixou seis filhos: o mais velho teria oito anos e a mais nova tinha poucos meses”, conta a neta mais velha do comandante Raul Cascais.

“A minha mãe lembrava-se do pai e fazia muita questão de dizer o que lhe tinha acontecido. Tinha a farda do meu avô que sempre nos mostrou. Fui criada com a fotografia do meu avô e que esteve sempre presente na sala dos meus pais e com os meus tios sempre a falarem do Roberto Ivens”, recorda Maria Fernanda Cascais.

“Eu tinha uma carta de um dos marinheiros (o então grumete Tiago Gil) e que pedia uma homenagem aos mortos. Ele bateu-se a vida toda, para se fazer isto que se fez agora”, conta Maria Teresa Cascais, referindo-se ao funeral militar organizado pela Marinha no passado dia 19 de julho.

Um século após o afundamento, realizou-se o funeral militar. “Nunca pensei assistir ao funeral do meu avô e dos outros marinheiros. Estou muito grata para com a Marinha e para com os investigadores. A minha mãe morreu há dez anos. Teria sido uma grande uma emoção para ela, como foi para nós”, disse referindo-se ao funeral militar que considera inédito.

“O país ainda não está muito preparado para fazer estas homenagens e há tanta gente que morre ingloriamente”, afirma frisando o “sofrimento” das famílias das vítimas.

“Eu sei o que a minha avó passou e não sei se os portugueses não continuam a passar pelo mesmo. Muito morrem a defender a população, sejam eles bombeiros, polícias, médicos ou militares. Sabemos que as dificuldades que os familiares enfrentam são muito grandes e nisso ainda estamos aquém do que devíamos estar. É o que temos”, conclui.

Um naufrágio que dá origem a uma tese

O investigador Paulo Costa, que participou na localização do navio caça-minas Roberto Ivens prepara uma tese de mestrado sobre o naufrágio provocado por uma mina alemã na barra do Tejo, em 1917, e em plena crise política e social.

“A minha tese de mestrado conclui que o caça-minas Roberto Ivens não está onde se pensava e é contextualizada no ambiente que se vivia em julho de 1917, um mês complicadíssimo para o governo de Afonso Costa, em Lisboa” explica o historiador, um dos responsáveis pela localização exata dos destroços do navio da Marinha Portuguesa durante a Grande Guerra.

O historiador recorda que no mês de julho de 1917 decorrem sessões secretas no Parlamento, “porque havia muitas complicações na gestão de Portugal” e com a oposição a pedir também satisfações ao governo sobre o Corpo Expedicionário Português em França.

No mesmo mês verificam-se “revoltas em Lisboa e há fome”.

No Parlamento há sessões à porta fechada em que participa como membro do Partido Democrático (oposição) o comandante Leote do Rego, da Divisão da Marinha, ocorrendo uma “guerra de tinteiros” e insultos entre os deputados.

No dia 25 de julho de 1917 a oposição abandona o parlamento criticando a falta de diálogo do governo e no dia 26 de julho o caça minas Roberto Ivens afunda-se às portas de Lisboa.

“Foi a pior altura possível. Os jornais da época dizem-nos que Leote do Rego foi imediatamente à Rocha do Conde de Óbidos, em Alcântara, receber os sobreviventes. No mesmo dia sai uma nota da Marinha que diz que o afundamento ocorreu ‘a 12 milhas ao sul de Cascais, um pouco ao norte do Cabo Espichel’”, sublinha Paulo Costa.

Na tarde do dia 26 de julho, o Roberto Ivens estava a navegar com o rebocador Bérrio, porque nas operações de desminagem participavam sempre dois navios, mas o diário de bordo não existe.

“Do Bérrio, existem os diários anteriores e os posteriores, mas o diário do dia da explosão da mina alemã não existe. Nunca entrou no arquivo histórico”, sublinha o autor do estudo.

“Eu penso que era muito complicado assumir-se perante o público e a oposição que submarinos alemães tinham entrado no Tejo, até ao Bugio. A informação foi ocultada e se lermos os diários de guerra dos submarinos alemães ficamos a saber que o inimigo navega à superfície e à vista de terra”, diz Paulo Costa acrescentando que o “assunto Roberto Ivens” acaba por cair no esquecimento com o passar do tempo.

“Dificilmente haverá outro episódio que possa ter tantos aspetos diferentes: História da Grande Guerra (1914-1918); História da Primeira República (1910-1926); destroços; património cultural subaquático; arqueologia subaquática; investigação em arquivo; memória, tradição oral da comunidade piscatória. Tudo no mesmo tema. Não sei se nos voltamos a cruzar com uma história desta dimensão”, refere o historiador que defende igualmente o estudo da memória dos factos junto dos descendentes.

“Há muito trabalho a fazer a esse nível: um sobrinho de um dos sargentos com quem já falei várias vezes conta que o tio morreu uma semana antes do casamento. Foi esta a memória que ficou na família: a noiva que ficou viúva antes de se casar. Espero desenvolver os aspetos relacionados com as memórias das famílias”, diz Paulo Costa acrescentando que os investigadores foram convidados pela Marinha a publicar uma monografia sobre o Roberto Ivens, em 2018.» in http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/roberto-ivens-100-anos-do-naufragio-do-caca-minas-a-entrada-de-lisboa#


(Destroços do caça-minas “Roberto Ivens")

(Evocação do afundamento do caça-minas "Roberto Ivens")


(A localização do naufrágio do "Roberto Ivens")


06/06/17

História - A Guerra dos Seis Dias, também conhecida como Guerra de 1967 ou Guerra de junho de 1967 ou ainda Terceira Guerra Árabe-Israelense, foi o conflito que envolveu Israel, Síria, Egito, Jordânia e Iraque.



«Guerra dos Seis Dias

A Guerra dos Seis Dias, também conhecida como Guerra de 1967 ou Guerra de junho de 1967 ou ainda Terceira Guerra Árabe-Israelense, foi o conflito que envolveu Israel, Síria, Egito, Jordânia e Iraque. Ocorreu entre 05 e 10 de junho de 1967, e foi a mais consistente resposta árabe à fundação do Estado de Israel, apesar do estado sionista ter saído como grande vencedor.

Antecedentes
Pouco antes do conflito, o Egito estava enfraquecido económica e militarmente. O presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, fervoroso pan-arabista nacionalista, defensor do não-alinhamento e da proeminência do Egito no seio da Liga Árabe, estimulava os outros países a não entrarem em conflito com Israel.

Apesar dos constantes avisos de Nasser, a Síria estava envolvida em um embate com Israel por conta da água. A Síria tinha um plano para obstruir um dos afluentes do Rio Jordão e desviá-lo para irrigar suas plantações. Contudo, o Jordão era de suma importância também para Israel, e o avanço sírio ameaçava não só Israel como outros países árabes.

As origens da guerra dos Seis Dias costumam ser traçadas na conferencia da Liga Árabe realizada no Cairo, em 1964, onde foi debatido o desvio das águas do Jordão, questão de suma importância para aqueles ali presentes. Ficou decidido então que o estabelecimento de Israel era uma ameaça que a nação árabe em sua totalidade deveria impedir. Assim, já que a existência de Israel era uma ameaça, o desvio das águas do Jordão multiplicaria os perigos à existência árabe. Logo, os estados árabes estavam elaborando planos para a liquidação final de Israel.

Preparações
Aparentemente, nenhum lado desejava a guerra, mas o desejo israelense de realizar operações preventivas e o aval dos Estados Unidos selaram o confronto.

Às vésperas da celebração do seu vigésimo aniversário (em 1968), Israel encontra-se numa posição bastante confortável face aos seus vizinhos árabes, que ainda lutavam para construir um estado centralizado forte e que não caísse nas mãos de radicais locais, sedentos por reavivar a doutrina islâmica tradicional como forma de contestar as elites responsáveis pela independência das potências europeus.

Previamente humilhados tanto na guerra da independência israelense, como durante a crise de Suez, o mundo árabe pretendia fazer jus àquela que considerava ser uma ocupação indesejada por um vizinho incómodo.

Com isso, no ano de 1967, Egito e Síria iniciam um conjunto de ofensivas diplomáticas entre as nações árabes para obter o apoio necessário para a batalha que seria decisiva contra Israel.

O movimento palestino Fatah passa a realizar pequenas rebeliões ao longo da fronteira israelense, cujo resultado é uma resposta contra a Jordânia e um combate aéreo com a Síria. Com isso, inicia-se a contagem regressiva para a Guerra dos Seis Dias.

Nasser é pressionado a agir contra Israel, mesmo com o Egito exaurido economicamente, devido a um conflito recente com o Iêmen. Apesar de não desejar a guerra naquele momento, o líder egípcio toma três medidas: o envio de tropas para a península do Sinai (ocupada por forças da ONU), um pedido para a retirada da força de defesa da ONU na Síria e o fechamento do estreito de Tiran à navegação israelense.

O conflito
Israel não vê outra alternativa que não seja um ataque preventivo. Os principais objetivos eram abrir o estreito de Tiran e neutralizar o exército egípcio no Sinai. Objetivos políticos e territoriais não foram definidos pelo governo quando da ordem de ataque para. Os objetivos da guerra só surgiram, de forma confusa e contraditória, durante o combate.

Apesar dos acordos de Israel com a Jordânia, ela decide se juntado ao Egito. Esta união foi fundamental para que Israel decidisse anexar a região de Jerusalém oriental.

A 18 de Maio, Nasser emite um pedido a U Thant, o secretário-geral das Nações Unidas, para que retirasse imediatamente todos os capacetes azuis do Golfo de Ácaba, enquanto procedia à interdição de todo o tráfego israelita, pretendendo mantê-lo isolado dentro da península. Após um ataque israelita à aviação síria, aliada por tratado ao Egito, era óbvio que em breve as tensões resultariam numa guerra.

De fato, no dia 5 de junho de 1967, as primeiras batalhas ocorrem próximo à cidade de Charm-el-Cheikh, a Leste do Sinai, no Golfo de Ácaba, onde as tropas das Nações Unidas são incapazes de conter a violência. Essa cidade estava sob administração internacional desde a crise de Suez de 1956.

O resultado é amplamente favorável a Israel. Sua força aérea destrói a homóloga egípcia juntamente com aeroportos e instalações anexas, incapacitando totalmente o braço aéreo do vizinho a sudoeste. O Sinai é ocupado militarmente por Israel,  que apodera-se também de Gaza e do Golfo de Ácaba.

A 7 de junho, temendo a aliança sírio-egípcia, Israel avança em novo ataque preventivo, desta vez contra a Síria, conquistando a Cisjordânia e as colinas de Golã.

No dia 8 de junho, o Egito aceita o cessar-fogo proposto, e a Síria faz o mesmo no dia 10, terminando assim com a guerra dos Seis Dias. A sensação inicial foi de triunfo. O país de apenas 19 anos, rodeado de inimigos vencera não apenas o poderoso Egito, mas também a Jordânia e a Síria, tudo em cerca de 132 horas.

Consequências
Territórios Israelenses antes e depois da Guerra dos Seis Dias. Ilustração: Wikimedia.
Israel começara a guerra com apenas 20.300 km2 de área sob sua administração, mas depois do dia 10 contava com cerca de 102.400 km2, um aumento de cerca de cinco vezes em seu território. As conquistas consolidavam o projeto da Grande Israel que havia sido, outrora, um dos projetos de algumas escolas sionistas.

A Guerra dos Seis Dias deu a Israel o controle das colinas de Golã, o deserto do Sinai, a faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Mais que territórios, Israel conquistou em 1967 problemas que, quatro décadas depois, continuam tão vívidos quanto a memória da guerra entre os que sobreviveram a ela.

Outro resultado da guerra foi a proclamação por parte do Knesset, o parlamento israelita, da anexação da parte árabe de Jerusalém, o que suspendeu todas as recomendações do Conselho de Segurança e Assembleia Geral das Nações Unidas.

O caráter meticuloso, planeamento e a audácia israelita tiveram uma grande repercussão nos inimigos aliados. A cooperação com os norte-americanos finalmente traduzia-se numa impressionante superioridade militar face aos restantes vizinhos, numa região de grande hostilidade.

Apenas no dia 22 de novembro de 1967 as Nações Unidas emitiriam a Resolução 242 que, entre outros pontos, buscava persuadir Israel a abandonar os territórios ocupados, assim como a reconhecer o direito de todas as nações vizinhas à paz e estabilidade como povos livres. Até hoje, a Resolução 242 não foi cumprida em grande parte.

Terras por paz
Por outro lado, a guerra teve o efeito de tolerância (mas nunca aceitação) do Estado de Israel, e levou a uma proposta de paz árabe. De certo modo, a guerra deu a Israel algo para oferecer em troca da paz.

A devolução dos territórios ocupados na guerra dos Seis Dias sempre se mostrou complicada. A península do Sinai foi devolvida ao Egito em 1979, resultado de uma inédita oferta de paz do sucessor de Nasser, Anwar Sadat. Infelizmente, isso selou o destino de Sadat, morto por extremistas islâmicos em 1982. A questão das colinas de Golã, aparentemente, ainda se arrastará por anos, devido à corrente guerra civil na Síria e os entraves que Israel cria para a devolução da área.

Já os territórios de Gaza e Cisjordânia são alvo de complicadíssimos arranjos entre israelenses e representantes da autoridade palestino, que pretendem administrá-los e neles erigir o futuro estado palestino. Para Israel, a manutenção dos territórios representa, sem dúvida, mais uma ameaça do que uma vantagem.

Efeito colateral
A guerra dos Seis Dias teve o efeito colateral de trazer a questão Palestina para a agenda global. A ocupação de um território três vezes maior do que o inicialmente previsto favoreceu a criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que manteve firme a ideia de criação de um estado para seu povo. Apenas em 1968 Iasser Arafat e seus companheiros puderam assumir a liderança e reformular o movimento.

Desdobramentos recentes
Nos últimos anos, o governo israelense tentou retirar-se unilateralmente de Gaza em 2005. Com uma plataforma de decisões unilaterais, o atual partido no poder, o Kadima, foi eleito. Mas essa ideia fracassou no verão de 2006, com a guerra com o Líbano e novos conflitos com os palestinos. Para a população, os territórios que começavam a ser desocupados se mostraram perigosos e povoados por ferrenhos adversários. A maioria dos israelenses ainda apoia a ocupação de Jerusalém oriental, mas o mesmo não acontece com outros territórios, incluindo Gaza, por acreditarem que a tendência é a de separação do estado israelense.

Assentamentos
Por outro lado, ainda há significativa presença de fundamentalistas judeus contrários à devolução dos locais de onde Israel já retirou suas forças, como nos antigos assentamentos judaicos em Gaza e, em menor escala, na Cisjordânia. Os ex-colonos formaram até mesmo associações para buscar o retorno aos assentamentos, e a partir delas consegue exercer grande pressão sobre o governo.

A razão principal para is colonos defenderem os assentamentos é que a conquista dos territórios ocupados confirma um direito divino dos judeus de voltarem a seu lar histórico.

Enquanto o governo aplicava inúmeros benefícios económicos aos assentamentos e os estimulava, a vida nas grandes cidades israelenses ficava cada vez mais cara.

Bibliografia:
JUNQUEIRA, Joana. O Conflito Israelo-Palestiniano - A Guerra dos Seis Dias. Disponível em: http://brevesescritosinternacionais.blogspot.com.br/2008/08/o-conflito-israelo-palestiniano-guerra_4207.html 

CASTELO BRANCO, Juliana Foguel. Faces de uma relação de reflexividade: Da consolidação do estado israelense à Guerra dos Seis DiasDisponível em http://www.egn.mar.mil.br/arquivos/revistaEgn/junho2012/edicao18.195-214.pdf


(A Guerra dos Seis Dias)


Combates Aéreos - Ases do deserto - (A Guerra dos 6 dias)


Colinas de Golan - Norte de Israel (Gabriel palestra sobre a Guerra dos Seis Dias)


Pin It button on image hover