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01/08/20

Espaço - O espaço é um dos grandes mistérios para a Humanidade, felizmente no século XXI dispomos de telescópios que permitem observar, cada vez com mais detalhe, estas pequenas maravilhas.


«‘Borboleta espacial’ capturada com detalhes inéditos

A nebulosa planetária nunca foi fotografada com detalhes tão impressionantes.

O espaço é um dos grandes mistérios para a Humanidade, felizmente no século XXI dispomos de telescópios que permitem observar, cada vez com mais detalhe, estas pequenas maravilhas.

Esta imagem inédita é uma das mais recentes maravilhas. Trata-se de uma bolha simétrica de gás conhecida como NGC 2899, que parece uma borboleta psicadélica gigante a voar pelo universo. Esta nebulosa planetária nunca foi fotografada com tanto detalhe, observa o OES (Observatório Europeu do Sul), “mesmo com as fracas bordas externas da nebulosa planetária a brilhar sobre as estrelas de fundo”.

Apesar de ter “planetário” no nome, as nebulosas planetárias não são exatamente planetárias; receberam o nome pela mão dos primeiros astrónomos que as descreveram pela aparência de planeta.

De facto, é o que acontece quando estrelas gigantes e antigas colapsam e emitem conchas de gás em expansão, cheias de elementos pesados. Como uma morte dramática no palco, no estilo espacial, as conchas brilham por milhares de anos antes de desaparecer lentamente.

Atualmente, as ondas de gás estendem-se até dois anos-luz do centro do objeto, com temperaturas a atingir mais de dez mil graus. Este calor vem do alto grau de radiação da estrela-mãe da nebulosa, que faz com que o gás hidrogénio na nebulosa brilhe em um halo avermelhado ao redor do gás oxigénio, em azul.

A beleza das borboletas está localizada na constelação ‘The Sails’, entre 3000 e 6500 anos-luz de distância. Presume-se que as suas duas estrelas centrais sejam a fonte da sua aparência (quase) simétrica. “Depois que uma estrela alcançou o fim da sua vida útil e eliminou as suas camadas externas”, explica o OES, “a outra estrela agora interfere no fluxo de gás, formando a forma vista aqui”. O OES acrescenta que apenas 10 a 20% das nebulosas planetárias exibem este tipo de forma.

A imagem, e outras similares, foram concretizadas no âmbito do programa ESO Cosmic Gems, uma iniciativa de alcance para usar os telescópios do OES para fins de educação e divulgação pública. Fazendo uso do tempo do telescópio que não pode ser usado para observações científicas, óculos como borboletas feitas de gás ardente são capturados para todos verem – dando-nos mais um motivo para nos maravilharmos com os céus noturnos.» in https://greensavers.sapo.pt/borboleta-espacial-capturada-com-detalhes-ineditos/

16/03/20

Espaço - Há séculos que as pessoas observam a Estrela Polar, porém, quanto mais estudam Astronomia, menos os astrofísicos parecem entender esta famosa estrela.



«Algo de estranho se passa com a Estrela Polar (e os cientistas não sabem porquê)

Há séculos que as pessoas observam a Estrela Polar. Porém, quanto mais estudam Astronomia, menos os astrofísicos parecem entender esta famosa estrela.

A estrela brilhante, também conhecida como Polaris, está quase diretamente por cima do Pólo Norte da Terra e serve como um marco no céu para viajantes sem bússola. É também a cefeida mais próxima da Terra, um tipo de estrela que pulsa regularmente em diâmetro e brilho. Polaris faz parte de um sistema binário: tem uma irmã mais fraca, conhecida como Polaris B.

O problema com a Estrela Polar é que ninguém consegue concordar sobre o seu tamanho nem a sua distância. “À medida que aprendemos mais, está a ficar claro que entendemos menos” sobre a Estrela Polar, escreveram os autores de um novo artigo.

Os astrofísicos têm várias formas de calcular a massa, idade e distância de uma estrela. Um deles é um modelo de evolução estelar: os investigadores estudam o brilho, a cor e a taxa de pulsação da estrela e usam esses dados para descobrir quão grande e brilhante é e em que estágio da vida se encontra. Depois, com matemática, é simples saber a sua distância à Terra.

Estes modelos são especialmente precisos para as cefeidas, porque a sua taxa de pulsação está diretamente relacionada com a sua luminosidade ou brilho. Isso facilita o cálculo da distância para qualquer uma dessas estrelas. Os astrónomos têm tanta certeza de que entendem essa relação que as cefeidas se tornaram ferramentas críticas para medir distâncias em todo o Universo. Mas existem outras formas de estudar Polaris – e esses métodos não concordam com os modelos de evolução estelar.

“Polaris é o que chamamos de binário astrométrico, o que significa que se pode realmente ver a sua companheira a circular em volta dela, como um círculo a ser atraído por Polaris. E isso demora cerca de 26 anos”, disse Hilding R. Neilson, astrofísico da Universidade de Toronto, em declarações ao LiveScience.

Os investigadores ainda não fizeram observações detalhadas da Polaris B., mas viram o suficiente da estrela companheira nos últimos anos para ter uma imagem bastante detalhada de como é a sua órbita. Com essas informações, podem aplicar as leis da gravidade de Newton para medir as massas das duas estrelas.

Essas informações, combinadas com as novas medições do Telescópio Espacial Hubble, levam a números muito precisos na massa e distância do Polaris. Essas medidas dizem que é cerca de 3,45 vezes a massa do Sol – o que é muito menos do que a massa obtida nos modelos de evolução estelar, que sugerem um valor de 7 vezes a massa do Sol.

Além disso, os cálculos da idade do Polaris B sugerem que a estrela é muito mais velha do que a sua irmã maior, o que é incomum para um sistema binário. Normalmente, as duas estrelas têm aproximadamente a mesma idade.

Neilson gerou um enorme conjunto de modelos do Polaris para verificar se esses modelos poderiam conciliar todos os dados conhecidos sobre o sistema. Conclusão: não era possível.

Segundo o investigador, Polaris é uma estrela especialmente difícil de estudar. Localizada acima do Polo Norte da Terra, fica fora do campo de visão da maioria dos telescópios. Além disso, os telescópios que possuem o equipamento necessário para medir com precisão as propriedades da estrela são projetados para estudar estrelas muito mais fracas e distantes. Polaris é demasiado brilhante, sendo mesmo ofuscante.

Estas descobertas levaram Neilson a outra explicação mais estranha: talvez a Estrela Polar já tenha sido duas estrelas que chocaram há vários milhões de anos. A colisão binária pode rejuvenescer estrelas, puxando material extra e fazendo com que as estrelas pareçam “simplesmente atravessar a fonte da juventude”.

Estrelas que resultam de colisões binárias não se encaixam perfeitamente nos modelos de evolução estelar – e esse evento pode explicar a discrepância encontrada com Polaris. “Este seria um cenário improvável, mas não impossível”, escreveu.

Até agora, nenhuma das soluções é totalmente satisfatória.» in https://zap.aeiou.pt/algo-estranho-passa-estrela-polar-313220


(POR QUE A ESTRELA POLAR NÃO SE MOVE, SE A TERRA GIRA AO REDOR DO SOL?)

14/03/20

Espaço - Uma equipa de investigadores da Universidade de Oviedo, em Espanha, e da Universidade de Uppsala, na Suécia, defendem que buracos extra-dimensionais conhecidos como “bolhas de nada” poderiam engolir o Universo.



«Buracos no espaço-tempo podem engolir todo o Universo

Uma equipa de investigadores da Universidade de Oviedo, em Espanha, e da Universidade de Uppsala, na Suécia, defendem que buracos extra-dimensionais conhecidos como “bolhas de nada” poderiam engolir o Universo.

Num artigo, intitulado “Nothing Really Matters” (“Nada importa”, em tradução livre) e enviado este mês para a revista científica Journal of High-Energy Physics, os três investigadores reavivaram uma teoria de 1982 do físico teórico Edward Witten, que fala sobre um buraco hipotético que poderia destruir todo o Universo.

“Um buraco forma-se espontaneamente no Espaço e expande-se rapidamente para o infinito, empurrando qualquer coisa que possa encontrar”, escreveu Witten no seu artigo de 1982.

Há muito que os físicos postulam que a maior parte do nosso Universo é composta por “nada” – ou vácuo. Qualquer coisa num estado mais “excitado” ou instável tende a decair para estados de energia mais baixa, libertando energia. Isso significa que o nosso Universo é relativamente estável.

Mas, agora, os cientistas estão a questionar essa conclusão, sugerindo que o Universo tem um “falso vácuo” e não está realmente num estado estável. Assim, segundo os investigadores, uma “bolha do nada” poderia “comer” o espaço-tempo, convertendo-o em “nada”, explicou Marjorie Schilloao, da Universidade de UUppsala e principal autora do estudo, em declarações ao Motherboard.

Outros especialistas afirmam que este evento é impossível, uma vez que já teria acontecido. Porém, segundo Schillo, esta teoria poderia ajudar-nos a entender a criação do Universo.» in https://zap.aeiou.pt/buracos-espaco-tempo-engolir-universo-312747


(Buraco Negro: O Mistério Desvendado - Super.doc!)

13/12/19

Espaço - A paisagem é infernal: uma superfície jovem com mais vulcões do que qualquer outro corpo no sistema solar, desfiladeiros gigantes, cordilheiras imponentes, uma atmosfera que poderia esmagar um submarino e temperaturas altas o suficiente para derreterem chumbo.



«Vénus: o "gémeo" que pode ter respostas sobre o futuro da Terra

Hoje sobreaquecido por gases de efeito de estufa, acredita-se que o clima em Vénus já foi um dia semelhante ao da Terra. O Jet Propulsion Laboratory, da NASA quer respostas, mas para isso é preciso regressar ao “planeta gémeo”.

A paisagem é infernal: uma superfície jovem com mais vulcões do que qualquer outro corpo no sistema solar, desfiladeiros gigantes, cordilheiras imponentes, uma atmosfera que poderia esmagar um submarino e temperaturas altas o suficiente para derreterem chumbo. Mas não foi sempre assim.

"Vénus é como o caso controlo da Terra", afirma a cientista planetária Sue Smrekar, do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da NASA, ecoando os resultados de estudos recentes que sugerem que o planeta terá sido parecido com a Terra por três mil milhões de anos, com vastos oceanos que ofereceriam condições para alojar vida.

“Acreditamos que [Terra e Vénus] começaram com a mesma composição, a mesma água e dióxido de carbono. E depois seguiram dois caminhos completamente diferentes. E porquê? Quais são as forças-chave responsáveis ​​por essas diferenças?”, pergunta a investigadora.

Sue Smrekar trabalha com o Venus Exploration Analysis Group (VEXAG), um grupo de cientistas e engenheiros que estudam juntos os melhores meios para revisitar o planeta que a missão Magellan – Magalhães em português – mapeou, e bem, há 30 anos.

Embora as abordagens propostas variem, o grupo concorda que Vénus poderá ajudar a responder a uma questão vital sobre a Terra: o que aconteceu com o clima sobreaquecido do nosso planeta gémeo e o que é que isso significa para a vida terrestre no futuro.

Sondas orbitais e balões de ar quente ou sondas de aterrissagem são alguns dos meios que o JPL está a ponderar, nas novas hipóteses de exploração daquele que é o planeta mais quente do Sistema Solar.» in https://tek.sapo.pt/multimedia/artigos/venus-o-gemeo-que-pode-ter-respostas-sobre-o-futuro-da-terra


(The Mysterious Planet)

26/11/19

Espaço - Já se sabe que não há criaturas verdes e com antenas em Marte, mas a grande notícia pode bem chegar do planeta vermelho.



«Em busca de vida além da Terra

Já se sabe que não há criaturas verdes e com antenas em Marte, mas a grande notícia pode bem chegar do planeta vermelho. Ou vir de uma lua gelada de Júpiter ou Saturno. O mundo aguarda com expectativa a descoberta de vida extraterrestre e as missões espaciais agendadas permitem alimentar a esperança.

A NASA anunciou em junho a missão Dragonfly, que tem como objetivo procurar indícios de vida em Titã, a maior lua gelada de Saturno. A agência vai enviar em 2026 uma espécie de aeronave com quatro motores, que deverá chegar em 2034 — e com este drone gigante, movido a energia nuclear, os cientistas esperam poder recolher o máximo de informações sobre a química do local. A presença de líquido subterrâneo, reservatórios de água, dunas e material orgânico, apontam várias semelhanças entre Titã e o planeta Terra — e a atmosfera baseada em nitrogénio permite sonhar ainda mais alto. 

A procura de vida extraterrestre será “a etapa mais interessante na ciência do século XXI", afirmou o físico Stephen Hawking, pouco antes de morrer, em março de 2018. E o ritmo acelerado a que surgem as descobertas parece dar-lhe razão. Nem todos os cientistas arriscam tanto como o diretor da Divisão de Ciência Planetária da NASA, Jim Green – que acredita que a revelação de vida em Marte irá acontecer nos próximos dois anos –, mas o entusiasmo é geral. “Não há razão nenhuma do ponto de vista científico para que a vida não possa ter surgido noutros locais do nosso sistema solar“, garante a astrobióloga Zita Martins, investigadora envolvida em várias missões espaciais e professora no Instituto Superior Técnico. 

Vidas extremas 

A cientista não duvida de que o próximo grande avanço nesta área “seja mesmo descoberta de vida extraterrestre”, apesar de não gostar de fazer previsões. “Acho que ainda vai demorar. No entanto, as várias agências espaciais estão neste momento a realizar, ou a preparar para o futuro, várias missões espaciais de deteção de vida extraterrestre, e isso é bom. Talvez daqui a 10 ou 20 anos possa surgir o anúncio da descoberta de vida”, arrisca. 

A ficção científica remete-nos para o imaginário fantástico de criaturinhas verdes com antenas, mas a vida que os cientistas acreditam poder vir detetar num curto prazo – seja em Marte numa das luas geladas de Júpiter ou Saturno – está muito, muito longe dessa realidade. “Estamos sobretudo à procura de micro-organismos. E, provavelmente, daquilo a que chamamos extremófilos, que vivem em condições extremas”, explica a astrobióloga. Formas de vida muito simples, capazes de sobreviver a ambientes inóspitos, extraordinariamente quentes, ou ácidos, ou sem luz, letais para a maioria dos seres vivos. Organismos microscópicos semelhantes aos primeiros seres vivos que terão existido na Terra e hoje podem ser encontrados em locais como o Grande Lago Salgado, no estado do Utah, nos Estados Unidos, ou, nas águas ácidas do Rio Tinto em Espanha.

CSI no espaço

Zita Martins recorre a uma metáfora para explicar como é que os cientistas procuram confirmar a existência de vida extraterrestre. “Fazemo-lo de forma indireta. É um pouquinho como um detetive que tenta procurar o criminoso no local do crime, através de cabelos ou impressões digitais. Só que neste caso são impressões digitais químicas, ou seja, moléculas que nos dão as bioassinaturas que nos podem vir a permitir ter um dia a certeza absoluta de que ali existia uma forma de vida”, descreve. 

De onde virá a tão ansiada notícia, ainda não se sabe. “Fazer ciência é juntar peças e, neste momento, ainda nos faltam muitas peças para ver todo o puzzle”, diz Zita Martins. Segundo a especialista, “Marte continua a ser um fortíssimo candidato de procura de vida” – o que explica a aposta das agências espaciais. A NASA lança para o ano o rover Mars 2020 e o Rosalind Franklin, o rover europeu da missão ExoMars da ESA, chega em 2021 para explorar o subsolo a dois metros de profundidade.   

“Sabemos que onde há água, há condições para a vida surgir, desenvolver-se, etc.”, diz Zita Martins, lembrando que em Marte já existiram oceanos. Além disso, há um mistério que permanece por resolver: de onde vem metano, que parece estar a ser libertado episodicamente na atmosfera do planeta, tendo sido identificado em 2013 pelo rover Curiosity da NASA e pela sonda Mars Express, da ESA, mas já não detetado pela orbiter Exomars em 2016? “O metano pode ter origem em microrganismos metanogénicos, o que seria uma ótima indicação de vida microscópica em Marte. Ou resultar de um processo geológico, que se chama serpentinização, em que uma rocha quando em contacto com água liberta metano, o que já não seria excitante de todo. Não sabemos”, explica a investigadora. 

Luas de gelo

Além de Titã, a lua Europa, que orbita o planeta Júpiter, onde se sabe existir água, energia e carbono, também está na corrida para a descoberta de vida. A NASA prepara-se para fazer uma aproximação a esta lua com a sonda Europa Clipper, que pretende recolher amostras das plumas de água avistadas pelo telescópio Hubble em 2012 – e a ESA lança em 2022 a sonda Juice, com o mesmo destino. 

“De cada vez que temos uma missão espacial aprendemos mais um bocadinho sobre esse local do nosso sistema solar”, diz Zita Martins. A realidade está, por isso, em constante mutação. O crescente interesse na lua de Encelado, um satélite de Saturno que também tem um oceano debaixo da crista, é disso um bom exemplo. A análise das informações recolhidas pela sonda Cassini, cuja missão terminou em 2017, continua a trazer novidades. Depois de já se saber que as plumas de Encelado continham hidrogénio proveniente de fontes hidrotermais oceânicas – ambientes que na Terra se revelam ecossistemas de vida extrema – em 2018 os cientistas identificaram, pela primeira vez, moléculas orgânicas complexas num oceano fora da Terra. “Definitivamente, há que apostar recursos e conhecimento nessas luas geladas, porque são sítios maravilhosos, fantásticos, sobre os quais conhecemos muito pouco e que podem estar cheios de organismos vivos”. » in https://poligrafo.sapo.pt/sociedade/artigos/em-busca-de-vida-alem-da-terra

16/10/19

Espaço - Embora não haja consenso na comunidade científica, Gilbert Levin considera que a experiência que conduziu em 1976 reuniu provas suficientes para comprovar a existência de vida microbiana no planeta vermelho.



«Cientista da NASA garante que missão Viking detetou sinais de vida em Marte em 1976

Embora não haja consenso na comunidade científica, Gilbert Levin considera que a experiência que conduziu em 1976 reuniu provas suficientes para comprovar a existência de vida microbiana no planeta vermelho.

Gilbert Levin, um engenheiro da NASA que esteve envolvido na missão Viking, realizadas em 1976 para comprovar a existência de vida extraterrestre, diz estar convencido que a Humanidade «encontrou vida em Marte nos anos 70».

Na publicação Scientific American, o cientista explica detalhadamente como as duas sondas aterraram no planeta vermelho a quatro mil milhas de distância uma da outra e conduziram um teste, tendo por base as experiências de Louis Pasteur, para provar a existência de atividade microbiana no planeta.

Os testes apresentaram resultados positivos e desde então (há 43 anos) que Gilbert Levin tem estado a estudar aquilo que podem ser as primeiras provas de vida em Marte.

De acordo com o cientista, «a 30 de julho de 1976 a LR (a experiência conhecida em inglês por Labeled Release life detection) enviou os primeiros resultados de Marte. Incrivelmente, o resultado foi positivo. À medida que a experiência progrediu, houve um total de quatro resultados positivos, que passaram por cinco controlos, enviados pelas sondas Viking que aterraram a quatro mil milhas de distância uma da outra. Foi detetada a presença de respiração microbiana no planeta vermelho. Os resultados são semelhantes aos que foram registados com o mesmo tipo de testes na Terra. Tudo aponta para que tenhamos obtido a resposta à grande pergunta.»

Os resultados da missão Viking são de livre acesso e já foram consultados e estudados por vários cientistas. Atualmente não há um consenso sobre a experiência na comunidade científica, pois muitos investigadores consideram que os resultados são inconclusivos e que não provam que alguma vez tenha havido vida em Marte.

Levin afirma que a NASA não deu ainda continuidade à missão Viking com novas experiências complementares que sirvam para aprofundar o conhecimento obtido sobre a vida em Marte. No entanto a TheNextWeb revela que o cientista não se sente preocupado com o seu trabalho estar inacabado, mas, sim, com a possibilidade de expor seres humanos a germes extraterrestres, advertindo para:

«Qualquer forma de vida lá ameaça-os, bem como a nós quando voltarem», concluindo que «uma equipa de investigação deve ser destacada para estudar as informações pertinentes da LR da Viking e cruzá-la com informações mais recentes no que concerne à existência de vida em Marte.»

De acordo com a publicação TheNextWeb, nos últimos anos têm surgido várias provas que apoiam a possibilidade de já ter existido água em Marte, levando a que muitos cientistas acreditem que alguma forma de vida orgânica também já lá tenha estado presente.

Segundo Chris McKay, outro cientista da NASA, tanto Marte como a Terra têm «trocado cuspo» durante milhões de anos. Com isto o cientista que dizer que cada vez que um dos planetas é atingido por cometas ou meteoritos de grandes dimensões são projetados materiais para o universo. Uma pequena fração destes materiais eventualmente pode já ter aterrado num dos planetas e, possivelmente, tê-los infetado com viajantes microbianos.

O cientista refere ainda que várias espécies de micróbios conseguem sobreviver no ambiente marciano quando testadas em laboratório, bem como há registos de micro-organismos que sobreviveram a uma exposição total quando colocados fora da Estação Espacial Internacional.» in http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/ciencia/2019-10-16-Cientista-da-NASA-garante-que-missao-Viking-detetou-sinais-de-vida-em-Marte-em-1976

19/07/19

Espaço - A hipótese do asteróide 2006 QV89 atingir a terra chegou a estar nas notícias que referiam uma probabilidade de impacto de 1 em 7000.



«Agência Espacial Europeia confirma que asteróide não vai atingir a Terra a 9 de setembro

A hipótese do asteróide 2006 QV89 atingir a terra chegou a estar nas notícias que referiam uma probabilidade de impacto de 1 em 7000.

A ESA e o Observatório do Sul (European Southern Observatory) analisaram as probabilidades do asteróide conhecido como 2006 QV89 poder atingir a Terra naquele que a agência espacial assume ser o primeiro caso de exclusão de impacto através de uma "não deteção". E a conclusão é clara: o 2006 QV89 não está em rota de colisão este ano, e a possibilidade de um impacto futuro é "extremamente remota".

O dia 9 de setembro de 2019 era apontado como a data de possível impacto, mas a ESA explica detalhadamente a forma como observa os asteróides, que muitas vezes são uma fonte de frustração para os astrónomos pela forma como aparecem e desaparecem.

"Podemos conseguir vislumbrar uma rocha no espaço, fazer medidas para definir a sua órbita, e dias depois desaparece, ficando potencialmente inobservável durante décadas", refere o comunicado.

Os dados astronoméricos são registados sempre que existe uma hipótese, mesmo pequena, de impacto na Terra, ajudando a perceber o seu caminho e a possibilidade de risco, o que acaba muitas vezes por excluir a possibilidade de colisão de forma definitiva.

Só que o caso do asteróide 2006 QV89 foi peculiar, porque depois de ter sido descoberto em agosto de 2006 só foi observável por 10 dias, sendo que na altura foi feito o cálculo de risco e definida a data para o possível impacto. Depois disso não voltou a ser visto durante mais de uma década e, com a previsão pouco precisa da sua posição, os astrónomos não sabiam para onde apontar os telescópios para o reencontrar.

Trabalho de detetive no céu

A forma de excluir a possibilidade de impacto foi observar a zona do céu onde estaria se o asteróide estivesse em rota de colisão com a Terra, e esperar que o 2006 QV89 não aparecesse. "Desta forma, temos a possibilidade de indiretamente excluir o risco de impacto, mesmo sem ver o asteróide", refere a ESA.

Este processo foi feito entre os dias 4 e 5 de julho, numa colaboração entre a ESA e o ESO e usando o Very Large Telescope (VLT).

As equipas recolheram imagens detalhadas de uma zona muito pequena do céu, que está vazia. Na imagem abaixo as cruzes mostram a localização onde poderia estar o asteroide se realmente houvesse possibilidade de colisão com a Terra.

A ESA tem uma lista de objetos com risco potencial de colisão que são continuamente observados no âmbito do projeto de defesa planetária.» in https://tek.sapo.pt/noticias/ciencia/artigos/agencia-espacial-europeia-confirma-que-asteroide-nao-vai-atingir-a-terra-a-9-de-setembro


(Asteróide 2006 Qv89 Vai Colidir com a Terra?)

16/05/19

Espaço - Uma missão de exploração espacial chinesa aterrou, pela primeira vez, do lado desconhecido da Lua e está a desvendar vários mistérios.



«A primeira missão de exploração ao lado oculto da Lua pode ter desvendado o segredo do seu nascimento

Uma missão de exploração espacial chinesa aterrou, pela primeira vez, do lado desconhecido da Lua e está a desvendar vários mistérios.

Uma das grandes incógnitas para a comunidade científica é a composição do manto lunar, isto é, a matéria que existe entre a crosta e o núcleo do nosso satélite natural. Para compreender a sua constituição, a ciência tem-se dedicado a estudar as crateras lunares.

Segundo os cientistas, quando asteroides ou outros objetos colidem com a Lua, formando estas crateras, abrem fendas na crosta lunar e fazem com que pedaços do manto venham à superfície.

Em janeiro deste ano, a missão chinesa de exploração lunar Chang’e 4 aterrou na maior e mais antiga cratera na Lua, a bacia Aitken, que tem cerca de 2500 quilómetros de diâmetro e aproximadamente 3,9 mil milhões de anos.

Dentro da Chang’e 4 ia o pequeno rover Yutu-2, que percorreu pela primeira vez o chamado lado oculto da lua e recolheu várias amostras. As conclusões do estudo destes exemplares reunidos foram publicadas esta quarta-feira na Nature.

Nas amostras, os investigadores chineses afirmam ter encontrado vestígios de olivina, um dos principais componentes do manto terrestre, também na composição do manto lunar. Até hoje, acreditava-se que o manto era constituído por piroxena e, apesar de serem necessárias pesquisas mais aprofundadas, esta descoberta levou a comunidade científica a equacionar a possibilidade de o manto ter ambos os minerais (olivina e piroxena) em iguais quantidades. Se isto se comprovar, pode confirmar a teoria de que a lua se formou a partir de um material perdido pela Terra, após uma colisão com um corpo celeste.

"Compreender a composição do manto lunar é crucial para averiguar se um oceano do magma sempre existiu, como postulado," disse Li Chunlai, autor do estudo e professor dos Observatórios Astronómicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências, em comunicado. "Também ajuda na evolução da nossa compreensão da evolução térmica e magmática da lua”, acrescentou.» in http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2019-05-16-A-primeira-missao-de-exploracao-ao-lado-oculto-da-Lua-pode-ter-desvendado-o-segredo-do-seu-nascimento


(O Show da China No Lado Oculto da Lua - Space Today TV Ep.1666)

14/05/19

Espaço - A Lua está a encolher à medida que o seu interior arrefece e a ganhar 'rugas', conclui um estudo hoje divulgado pela agência espacial norte-americana NASA.



«A Lua está a encolher e a ganhar 'rugas'

A Lua está a encolher à medida que o seu interior arrefece e a ganhar 'rugas', conclui um estudo hoje divulgado pela agência espacial norte-americana NASA.

Tal como uma uva 'enruga' quando se torna numa passa, a Lua fica 'enrugada' quando 'encolhe' à medida que o seu interior arrefece. A comparação é feita pela NASA, que estima que a Lua terá encolhido mais de 50 metros nas últimas centenas de milhões de anos.

No entanto, ao contrário da pele da uva, que é flexível, a crosta da superfície da Lua é quebradiça, 'parte-se' quando contrai, formando 'falhas' quando uma secção da crosta é empurrada para uma área limítrofe.

Segundo o coordenador do estudo, Thomas Watters, do Centro de Estudos da Terra e Planetas do Museu Nacional do Ar e do Espaço de Washington, nos Estados Unidos, estas falhas "continuam ativas" e "parecem produzir 'sismos' lunares à medida que a Lua continua gradualmente a arrefecer e a encolher".

"Alguns destes abalos podem ser razoavelmente fortes, cerca de 5 na escala de Richter", admitiu o investigador, citado em comunicado pela NASA.

O estudo, publicado hoje na revista científica Nature Geoscience, analisou dados de quatro sismómetros colocados na Lua por astronautas das missões Apollo, usando um algoritmo desenvolvido para identificar, por estimativa, as localizações dos abalos lunares.

Os cientistas socorreram-se ainda de imagens da sonda norte-americana Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), lançada em 2009.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/a-lua-esta-a-encolher-e-a-ganhar-rugas


(Lua está a encolher e a ganhar 'rugas')


09/05/19

Espaço - Por causa disso foi batizado de 'Oumuamua (pronunciar as sílabas mua como em Lua) do havaiano que significa batedor, ou primeiro mensageiro que nos chega de longe.



«A descoberta do Oumuamua e o que sabemos sobre ele

Desde há alguns anos que os astrónomos tentam descobrir objetos que passam próximo da Terra, conhecidos por NEO (Near Earth Objects). São tipicamente asteróides relativamente pequenos que refletem pouca luz, sendo difíceis de detetar. Nas palavras sábias do astrofísico e divulgador de ciência Neil deGrasse Tyson, que subscrevo totalmente, estes asteróides são a razão mais importante para ter um programa espacial, pois se caírem na Terra, como já aconteceu, as consequências poderão significar a destruição da humanidade. O conhecimento das suas trajetórias é crucial, já que só poderemos evitar tais eventos se as conseguirmos alterar com antecedência.

Em outubro de 2017, um destes objetos foi identificado nas observações dos telescópios Pan-STARRS, situados no Havai, com uma característica diferente de todos os observados até esse momento. O objeto era o primeiro visitante conhecido vindo do espaço interestelar. Por causa disso foi batizado de 'Oumuamua (pronunciar as sílabas mua como em Lua) do havaiano que significa batedor, ou primeiro mensageiro que nos chega de longe. Todos os objetos do sistema solar têm a mesma origem e estão desde sempre na mesma região do espaço, de modo que um visitante do espaço interestelar é potencialmente diferente de tudo o que conhecemos.

Um objeto que se aproxime com uma certa velocidade do sistema solar vai acelerar até ao ponto mais próximo, atingindo velocidades muito superiores às dos planetas, e depois desacelerar até voltar a ter a velocidade original, embora numa direção diferente, afastando-se para não mais voltar. Estes objetos deixam rapidamente de ser detectados quando se afastam do Sol, pois são relativamente pequenos, e a sua observação depende da luz refletida. Por isso o período de observação é curto e os dados obtidos escassos.

Os dados mais importantes são o brilho e variação, pois dependem da extensão e características das superfícies viradas para o Sol em cada instante e que permitem inferir o tamanho, forma geral e rotação do objeto. Estimativas sugerem que o objeto terá um tamanho de cerca de 400 metros (entre 100m e 1km) e que será muito oblongo, com a característica única da razão entre o comprimento e a largura ser cerca de 10, muito superior à de todos os objetos conhecidos. Os dados também sugerem que, em vez de rodar em torno de um eixo estável como num pião, o movimento de rotação será irregular.

O 'Oumuamua entrou e vai sair do sistema solar a cerca de 26 km/s, sendo que em abril de 2019 já se encontrava mais longe que Saturno. Para comparação, a sonda terrestre mais rápida que escapou do sistema solar é a Voyager 1, que saiu a quase 17 km/s. O 'Oumuamua demoraria cerca de 48 mil anos a atingir a estrela mais próxima do Sol, se fosse na sua direção. Pensa-se que o 'Oumuamua possa ter centenas de milhões de anos, tendo possivelmente sido ejetado de um sistema estelar por um encontro próximo com um objeto maior.

Um dado crucial nesta história é que se descobriu que o 'Oumuamua estava a acelerar mais do que o previsto, ou seja, exibia uma aceleração "anómala" relativamente à aceleração esperada de uma órbita hiperbólica típica influenciada pelas forças conhecidas: na sua trajetória, a afastar-se do Sol, a aceleração era ligeiramente superior ao esperado, estando este excesso a diminuir relativamente ao esperado.

A hipótese ET
O estranho comportamento e características do 'Oumuamua levaram Avi Loeb, um proeminente astrofísico com centenas de artigos científicos publicados e presidente do departamento de astronomia da Universidade de Harvard, a investigar a hipótese de o objeto ser uma sonda espacial de origem extraterrestre.

A aceleração anómala num asteróide pode ser provocada pela libertação de gases aquecidos durante a aproximação ao Sol. Jatos de matéria libertada também podem explicar a rotação irregular sugerida pelos dados. No entanto, a libertação de gases arrasta normalmente partículas da superfície que costumam ser detectadas, o que não aconteceu neste caso. Esta ausência, entre outros dados, levou Loeb à formulação da hipótese de o objeto ser de origem artificial alienígena.

Aproveitando um projeto de deteção de sinais alienígenas em que estava envolvido, Loeb tentou detetar emissões radio do objeto, sem resultado, e foi avançando com explicações plausíveis em suporte da hipótese ET. Para justificar a aceleração anómala sem emissão de gases e outras características conhecidas, como a não deteção de emissões térmicas características de asteróides, Loeb e os seus colaboradores consideraram a possibilidade de o objeto ser muito fino, como uma vela solar, que utilizaria a radiação solar para acelerar. A sonda estaria desativada, o que explicaria o seu silêncio rádio e o movimento de rotação desordenado.» in https://canaltech.com.br/espaco/estudo-levanta-de-novo-ideia-de-que-oumuamua-e-objeto-criado-por-alienigenas-126247/


(Why Harvard Scientists Think This Object Is An Alien Spacecraft)

10/04/19

Espaço - A capacidade de observação da rede de radiotelescópios com a qual foi obtida a primeira 'fotografia' de um buraco negro, hoje divulgada, equivale a ler um jornal exposto em Nova Iorque a partir de um café em Paris.



«Observar um buraco negro é como ler em Paris um jornal exposto em Nova Iorque

A capacidade de observação da rede de radiotelescópios com a qual foi obtida a primeira 'fotografia' de um buraco negro, hoje divulgada, equivale a ler um jornal exposto em Nova Iorque a partir de um café em Paris.

A analogia é feita em comunicado pelo Observatório Europeu do Sul (OES) e pelo Event Horizon Telescope (EHT), uma rede à escala planetária de oito radiotelescópios em solo que foi formada sob colaboração internacional para capturar as primeiras imagens de um buraco negro, objeto no universo completamente escuro do qual nada pode escapar, nem mesmo a luz.

Um dos radiotelescópios usados foi o ALMA, do OES, composto por 66 antenas e que está localizado no planalto de Chajnantor, nos Andes Chilenos, a 5.000 metros de altitude, no norte do Chile.

Da equipa de mais de 200 investigadores que participaram na observação do buraco negro supermaciço e da sua sombra, que se situa no centro da galáxia M87, faz parte o astrofísico português Hugo Messias, do observatório ALMA. O Observatório Europeu do Sul é uma organização astronómica da qual Portugal faz parte.

As observações do EHT foram feitas a partir de uma técnica conhecida como "interferometria de linha de base muito longa", que sincroniza os diversos telescópios colocados em diferentes pontos do mundo e "explora a rotação" da Terra para formar "um enorme telescópio do tamanho da Terra".

A técnica permitiu à rede de oito radiotelescópios ter "a maior resolução angular alguma vez atingida", ou seja, "o suficiente para se ler um jornal colocado em Nova Iorque", nos Estados Unidos, "a partir de um café em Paris", em França.

A resolução angular, que determina o desempenho de instrumentos de observação como os telescópios, é a capacidade de se distinguir dois objetos cujas imagens estão muito próximas.

Ao contrário de um telescópio ótico, que produz imagens a partir da luz visível, um radiotelescópio, como os oito utilizados para registar o buraco negro da M87, capta as ondas de rádio emitidas por corpos celestes através de uma ou várias antenas de grandes dimensões.

As observações feitas a alta altitude pelos oito radiotelescópios - um deles localizado na Serra Nevada, em Espanha, e outro na Antártida - decorreram numa campanha em 2017.

Apesar de os instrumentos não estarem fisicamente ligados, os seus dados foram sincronizados através de relógios atómicos, que deram o tempo exato das observações.

Cada telescópio gerou "enormes quantidades de dados", cerca de 350 'terabytes' por dia, que foram guardados em discos rígidos com hélio, que pesam menos e têm maior capacidade de armazenamento.

Os dados foram migrados para supercomputadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, e convertidos numa imagem através de "ferramentas computacionais inovadoras".

"Calibrações múltiplas e métodos de obtenção de imagens" revelaram, no final, "uma estrutura semelhante a um disco com uma região central escura - a sombra do buraco negro - que se manteve em várias observações independentes do EHT". A sombra de um buraco negro "é o mais próximo" da imagem do buraco negro propriamente dito, uma vez que este é totalmente escuro.

Dada a sua enorme massa (6,5 mil milhões de vezes superior à do Sol) e a relativa proximidade (55 milhões de anos-luz da Terra), os cientistas vaticinaram que o buraco negro da galáxia M87 fosse um dos maiores que pudesse ser visto da Terra, "o que o tornou um excelente alvo" para o Event Horizon Telescope.

A presença de buracos negros, os objetos cósmicos mais extremos que foram previstos em 1915 pelo físico Albert Einstein na Teoria da Relatividade Geral, deforma o espaço-tempo e sobreaquece o material em seu redor.

Até à 'fotografia' hoje divulgada, as imagens de um buraco negro eram meramente conceções artísticas.

Os resultados do trabalho do Event Horizon Telescope são descritos em seis artigos publicados hoje num número especial da revista da especialidade The Astrophysical Journal Letters.

A mesma rede de radiotelescópios também se propõe obter a primeira imagem do buraco negro supermaciço Sagitário A, localizado no centro da Via Láctea.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/observar-um-buraco-negro-e-como-ler-em-paris-um-jornal-exposto-em-nova-iorque


(Essa é a Primeira Foto de um Buraco Negro)

24/01/19

Espaço - Investigadores norte-americanos analisaram mil milhões de cenários diferentes antes de chegar à conclusão que foi uma colisão planetária, há 4,4 mil milhões de anos, a trazer para a Terra os elementos que permitiram o surgimento da vida e a criar a Lua, de caminho.



«Elementos que fazem da terra um planeta habitável chegaram à boleia de mega-colisão

Investigadores norte-americanos analisaram mil milhões de cenários diferentes antes de chegar à conclusão que foi uma colisão planetária, há 4,4 mil milhões de anos, a trazer para a Terra os elementos que permitiram o surgimento da vida. E a criar a Lua, de caminho.

O carbono, nitrogénio e enxofre necessários à vida chegaram à Terra através do impacto de um planeta com o tamanho de Marte, coincidente no tempo com a formação da Lua. Foi a esta conclusão, agora publicada no Science Advances que chegou um grupo de investigadores norte-americanos, que fez milhões de simulações em computador.

Sabia-se que de alguma forma estes elementos voláteis tinham vindo de fora, uma vez que os planetas rochosos do sistema solar não têm estes ingredientes essenciais à vida. O que faltava era compreender o timing e o mecanismo dessa entrega, como explica Rajdeep Dasgupta, co-autor do novo estudo. "O nosso cenário é o primeiro a poder explicar o timing e a entrega de forma consistente com todas as provas geoquímicas."

A teoria não é nova, embora tenha algumas variações: que foi a própria colisão a criar os elementos ou que estes chegaram à Terra depois do impacto que formou a lua. Uma das mais populares diz que a Terra colidiu com um protoplaneta com um núcleo rico em enxofre, o que é corroborado pela presença do elemento em mais locais do planeta (além do que existe no núcleo). Outra teoria aponta para meteoritos do sistema solar exterior, que teriam colidido com a Terra depois da formação do seu núcleo, mas o rácio de carbono/nitrogénio não bate certo com este cenário.

A equipa liderada por Damanveer Grewal, testou os numerosos cenários com experiências de alta temperatura, alta pressão, modelos termodinâmicos e simulações numéricas. Ao todo, foram tidos em conta mais de mil milhões de cenários, comparados com as condições atuais do nosso sistema solar.

"O que descobrimos foi que todas as provas são consistentes com um impacto formador da lua que envolve um planeta do tamanho de Marte, portador dos elementos voláteis e com um núcleo rico em enxofre", sublinha Grewal.» in http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2019-01-24-Elementos-que-fazem-da-terra-um-planeta-habitavel-chegaram-a-boleia-de-mega-colisao

10/01/19

Espaço - A luminosidade deste objeto é de tal ordem que o investigador que liderou esta descoberta, Xiaohui Fan, da Universidade do Arizona, diz que não é de esperar que se encontrem muitos quasares mais brilhantes que este em todo o universo.



«Hubble descobre objeto com o brilho de 600 biliões de sóis

O objeto luminoso, um quasar, é tão antigo que a luz detetada começou a sua viagem quando o universo só tinha mil milhões de anos. Os cientistas esperam agora usá-lo para "espreitar" a formação das galáxias

Com a idade do universo estimada atualmente em mais de 13 mil milhões de anos, o J043947.08+163415.7 é o mais brilhante alguma vez visto com origem tão recuada.

A NASA estima que o quasar, abreviatura de "quasi-stellar radio source", uma fonte de rádio de grande potência, tem a luminosidade de cerca de 600 biliões de sóis e que o buraco negro supermassivo que o alimenta tem vários milhões de vezes a massa do nossa estrela.

Os dados recolhidos pelo Hubble mostram que este quasar, o núcleo extremamente brilhante de uma galáxia ativa, cuja luminosidade é criada pela enorme quantidade de energia libertada pela "queda" do gás no buraco negro supermassivo no seu centro, pode dar origem até 10 mil estrelas por ano.

Para se ter uma comparação, diga-se que a Via Láctea produz cerca de uma estrela nova a cada ano.

A luminosidade deste objeto é de tal ordem que o investigador que liderou esta descoberta, Xiaohui Fan, da Universidade do Arizona, diz que não é de esperar que se encontrem muitos quasares mais brilhantes que este em todo o universo.

"Há muito tempo que esperavamos ver algo assim", diz.

O co-autor Fabian Walter, do Insituto Max Planck para a Astronomia, na Alemanha, vê-o como o candidato primordial para investigar a evolução de quasares distantes, assim como o papel dos buracos negros supermassivos na formação das estrelas. Neste caso, o buraco negro também está a agregar matéria a um ritmo extremamente elevado.» in http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2019-01-10-Hubble-descobre-objeto-com-o-brilho-de-600bilioes-de-sois


(CIENTISTAS DESCOBREM O OBJETO CÓSMICO MAIS BRILHANTE DO UNIVERSO PRIMITIVO !!!!)

02/01/19

Espaço - Os astronautas da ISS imprimiram tecido usando uma bioimpressora criada pela Invitro.



«Astronautas “imprimem” tecido vivo no espaço

Os astronautas da ISS imprimiram tecido usando uma bioimpressora criada pela Invitro. O cosmonauta russo Oleg Kononenko criou cartilagem humana e uma glândula de um roedor. Agora, o objetivo é monitorizar como a microgravidade espacial afeta o desenvolvimento do tecido e dos órgãos. As conclusões vão ser especialmente úteis para as viagens espaciais de longo curso no futuro, lembra o Engadget.

Um incidente na cápsula Soyuz em outubro de 2018 levou a que esta experiência tivesse de ser adiada para agora. A iniciativa partiu da agência espacial russa, Roscosmos, que planeia começar a colaborar mais com empresas privadas no futuro. Sabe-se ainda que a NASA também planeia fazer bioimpressões e algumas experiências neste sentido no primeiro semestre de 2019.

O material que foi impresso no espaço já foi enviado para a Terra no voo da cápsula Soyuz que trouxe de volta três astronautas a 20 de dezembro e as primeiras conclusões dos testes devem ser conhecidas em janeiro.» in http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/ciencia/2018-12-28-Astronautas-imprimem-tecido-vivo-no-espaco


(Космонавты МКС об эксперименте по печати живых микроорганов в космосе)

21/12/18

Espaço - As mais recentes imagens do planeta vermelho apontam para Korolev, um impressionante “lago” de água gelada de mais de 80Km de diâmetro.



«Últimas imagens de Marte mostram cratera de gelo eterno

As mais recentes imagens do planeta vermelho apontam para Korolev, um impressionante “lago” de água gelada de mais de 80Km de diâmetro.

Parece uma pista de neve virgem no meio de um deserto, mas trata-se da cratera Korolev em Marte: um repositório de gelo de água que persiste o ano inteiro no planeta vermelho.

As imagens foram registadas pela Mars Express e a sua publicação serve para assinalar os 15 anos de órbita da sonda da Agência Espacial Europeia (ESA).» in https://tek.sapo.pt/multimedia/artigos/ultimas-imagens-de-marte-mostram-cratera-de-gelo-eterno

27/11/18

Espaço - Foram reveladas as primeiras imagens recolhidas à superfície do planeta vermelho, esta terça-feira depois da sonda InSight da NASA ter aterrado com sucesso em Marte esta segunda-feira.



«Estas são as primeiras imagens recolhidas em Marte pela sonda da NASA

A sonda InSight vai estudar o interior de Marte.

Foram reveladas as primeiras imagens recolhidas à superfície do planeta vermelho, esta terça-feira depois da sonda InSight da NASA ter aterrado com sucesso em Marte esta segunda-feira.

A primeira imagem captada pela sonda foi partilhada nas redes sociais pela NASA, com a descrição: “Quem me dera que estivessem aqui! A NASA InSight enviou a sua primeira foto depois de aterrar em Marte”. 

A sonda tem como missão estudar o interior de Marte e vai permanecer em Marte durante dois anos.» in https://ionline.sapo.pt/636133


(AO VIVO: Nasa lança a sonda InSight para estudar interior de Marte)

23/11/18

Espaço - Quando uma corrente de vento solar atinge a Terra, os magnetómetros ao redor do Círculo Polar Ártico normalmente ficam descontrolados, com as agulhas a balançarem caoticamente com a reação dos campos magnéticos locais ao impacto.



«Vento solar “deu música” ao planeta Terra durante horas

Ondas sinusoidais excecionalmente puras andaram a “serpentear” pelo Campo Magnético Polar da Terra nos últimos dias. Foi como se fizessem música - e ao mesmo tempo podem ter dado origem a auroras.

Quando uma corrente de vento solar atinge a Terra, os magnetómetros ao redor do Círculo Polar Ártico normalmente ficam descontrolados, com as agulhas a balançarem caoticamente com a reação dos campos magnéticos locais ao impacto. Contudo, a 18 de novembro último aconteceu algo diferente: o vento solar atingiu a Terra e produziu uma onda sinusoidal pura e praticamente musical.

O fenómeno foi detetado por investigadores de um observatório nas Ilhas Lofoten, na Noruega, que indicam que estas ondas sinusoidais excecionalmente puras persistiram por horas e estão relacionadas com algo que se denomina de "tearing instabilities” e a explosões no campo magnético da Terra - e também a auroras nos céus árticos…

"Uma oscilação magnética muito estável de ~15 segundos começou e persistiu por várias horas", referiu Rob Stammes, o cientista que registou o sucedido, citado pelo Spaceweather.com. "O campo magnético oscilava para frente e para trás (…) com a regularidade de um metrónomo".


A publicação explica o fenómeno comparando-o com um pedaço de papel que vibra com a respiração quando é soprado. Será esse o tipo de efeito que o vento solar tem nos campos magnéticos. As ondas gravadas a 18 de novembro são essencialmente flutuações que se propagam pelos flancos da magnetosfera terrestre, estimuladas pela “respiração” do sol, e que os cientistas denominam de "pulsações contínuas", ou Pc.

Esta ondas Pc estão divididas em cinco tipos, consoante a sua cadência. As registadas agora - no intervalo de 15 a 45 segundos - são classificadas como Pc3. O investigador já tinha registado muitas outras ondas Pc no passado, mas num “muito raro episódio”, esta foi a primeira vez que registou uma de categoria Pc3.

Este tipo de ondas às vezes flui em redor do campo magnético da Terra e provoca uma "instabilidade violenta" na cauda magnética do planeta. Tal poderá criar as condições para uma explosão, à medida que os campos magnéticos na cauda se voltam a conectar.

Várias naves da NASA terão sobrevoado recentemente uma dessas explosões, com os seus sensores a registarem a projeção de jatos de partículas de alta energia. Investigadores da Universidade de New Hampshire afirmam que um desses jatos foi projetado em direção à Terra e terá dado origem a auroras quando atingiu a atmosfera superior.» in https://tek.sapo.pt/noticias/computadores/artigos/vento-solar-deu-musica-ao-planeta-terra-durante-horas


(Planeta Terra visto do satélite, NASA ORIGINAL 2015 [HD])

20/11/18

Espaço - Astrónomos descobriram um sistema de duas estrelas envolto numa nuvem de poeira em forma de espiral, sugerindo que uma delas está a girar extremamente rápido, podendo desencadear uma das maiores explosões do Universo, foi hoje divulgado.



«Astrónomos descobrem estrela que pode gerar uma das maiores explosões do Universo

Astrónomos descobriram um sistema de duas estrelas envolto numa nuvem de poeira em forma de espiral, sugerindo que uma delas está a girar extremamente rápido, podendo desencadear uma das maiores explosões do Universo, foi hoje divulgado.

O sistema estelar binário está localizado a cerca de 8.000 anos-luz da Terra e foi detetado por uma equipa internacional de astrónomos, tendo os resultados sido publicados na revista científica Nature Astronomy.

As duas estrelas em causa são da classe 'Wolf-Rayet', consideradas das mais quentes do Universo e que expelem 'ventos' de gás quente, sendo a última etapa da evolução das estrelas com maior massa antes de explodirem como supernovas.

A colisão de ventos entre as duas estrelas provoca uma nuvem de poeira estelar que adquire a forma de uma espiral quando as estrelas rodopiam uma na outra.

A equipa de astrónomos descobriu, mediante observações feitas com telescópios no Chile e na Austrália, que o sistema estelar produz ventos cem mil vezes mais rápidos do que um furacão na Terra, assinala em comunicado a universidade britânica de Sheffield, que participou na investigação.

A explosão de raios-gama, associada a supernovas (explosão de estrelas moribundas), é considerada a explosão mais energética do Universo.» in https://24.sapo.pt/vida/artigos/astronomos-descobrem-estrela-que-pode-gerar-uma-das-maiores-explosoes-do-universo

16/11/18

Espaço - Investigadores detetaram uma "estrela irmã do Sol" que pode ajudar a perceber a sua formação, segundo um estudo hoje divulgado, realizado por uma equipa internacional, em colaboração com o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço do Porto.



«Investigadores detetam estrela que pode ajudar a perceber a formação do Sol

Investigadores detetaram uma "estrela irmã do Sol" que pode ajudar a perceber a sua formação, segundo um estudo hoje divulgado, realizado por uma equipa internacional, em colaboração com o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço do Porto.

Segundo o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), o estudo de arqueologia galáctica, hoje publicado na revista Astronomy & Astrophysics, descobriu uma irmã do Sol (estrela tipo G3) “muito especial”, devido à sua “idade” e “composição química”.

“Estima-se que serão milhares as estrelas irmãs do Sol que se formaram no mesmo enxame juntamente com a nossa estrela, há cerca de 4,6 mil milhões de anos. Com o passar do tempo, as estrelas do enxame espalharam-se pela nossa galáxia, o que dificulta a sua deteção”, esclarece.

Em comunicado, o instituto explica que foi através de uma amostra de 230 mil espetros do Projeto AMBRE do Observatório da Côte d’Azur, e de dados astrométricos “muito precisos”, que os investigadores conseguiram “fazer uma seleção de estrelas com composições químicas semelhantes à do Sol”.

De acordo com o investigador do IA e da Universidade do Porto, Vardan Adibekyan, citado no comunicado, tendo em conta que “não há muita informação acerca do passado do Sol”, este estudo pode “ajudar a perceber onde na galáxia, e em que condições, se formou”.

O instituto salienta ainda que as estrelas irmãs do Sol podem ser “boas candidatas à procura de vida”, isto porque “há a possibilidade de a vida ter sido transportada entre planetas das estrelas do enxame solar”.

Segundo o investigador da Universidade do Porto, “se tivermos sorte, e a nossa estrela irmã do Sol tiver um planeta, e o planeta for rochoso, na zona de habitabilidade, e finalmente, se esse planeta tiver sido ‘contaminado’ pelas sementes da vida da Terra, então temos o que nós sempre sonhamos — uma Terra 2.0, a orbitar um Sol 2.0″.

A equipa do IA responsável pelo estudo, designado “The AMBRE project: searching for the closests solar siblings”, planeia agora, através do espetrógrafo HARPS e ESPRESSO, começar uma campanha à procura de planetas à volta desta estrela.

“Encontrar e caracterizar sistemas planetários em volta de estrelas irmãs do Sol pode revelar informação extremamente importante acerca do resultado de formação planetária num ambiente partilhado”, acrescenta o instituto no comunicado.

Para além de investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, estiveram também envolvidos neste estudo investigadores do Observatório da Côte d’Azur e do Observatório Astronómico Byurakan.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/investigadores-detetam-estrela-que-pode-ajudar-a-perceber-a-formacao-do-sol

14/11/18

Espaço - O Barnard b, como entrou para a catálogo geral destes mundos extra-solares, é o segundo planeta extra-solar mais próximo deste cantinho da Via Láctea até hoje identificado.



«Foi descoberta uma nova super-Terra aqui mesmo ao lado

Foram necessários 20 anos de dados e sete instrumentos para os cientistas conseguirem identificar este novo exoplaneta. Está a seis anos-luz daqui - muito perto, considerando as distâncias astronómicas do universo.

Há um novo exoplaneta nas proximidades do sistema solar. É um mundo rochoso, gelado e sombrio, com pelo menos três vezes a massa da Terra, e nada indica que possa ter condições para a vida tal como a conhecemos, mas tem várias particularidades que fazem dele um mundo interessante para os astrónomos. Uma delas é que está aqui, quase ao virar da esquina, na órbita da estrela de Barnard, a escassos seis anos-luz de distância - um pulinho, considerando a imensidão do universo.

Mas há mais. O Barnard b, como entrou para a catálogo geral destes mundos extra-solares, é o segundo planeta extra-solar mais próximo deste cantinho da Via Láctea até hoje identificado.

Em 2016 os astrónomos descobriram um exoplaneta ainda mais próximo daqui, na órbita da estrela Proxima Centauri, com massa idêntica à da Terra e condições que não tornam impossível a vida ali. Mas esse exoplaneta está num sistema de três estrelas, e o que agora foi descoberto orbita uma estrela individual, como é o caso do Sol, embora as suas naturezas sejam diferentes. A estrela de Barnard, assim chamada em homenagem ao astrónomo que a caracterizou, é uma anã vermelha, o que quer dizer que é uma estrela fria de pequena massa e bem mais antiga do que o Sol.

A descoberta do Barnard b, que é anunciada hoje num artigo publicado na revista Nature, é importante por tudo isto, mas também porque foi o resultado de uma das maiores e mais longas campanhas de observação astronómica na busca de exoplanetas, que envolveu a participação de múltiplos instrumentos.

Na verdade, há muito que se suspeitava de que a estrela de Barnard deveria ter algum planeta na sua órbita, mas apesar da longa busca, só agora foi possível confirmar a sua presença.

Para o conseguir, a equipa de astrónomos liderada por Ignasi Ribas, dos institutos de Estudos Espaciais da Catalunha e de Ciências Espaciais de Espanha, passou a pente fino duas décadas de dados observacionais de vários telescópios.

"Usámos observações de sete instrumentos diferentes, correspondentes a 20 anos de medições, o que faz desta a maior e mais extensa base de dados alguma vez utilizada no estudo de velocidades radiais muito precisas," explica Ignasi Ribas, sublinhando que a combinação de todos os dados levou a 771 medições no total ", uma "quantidade de informação enorme".

Entre os instrumentos utilizados, os espectrógrafos instalados nos telescópios do European Southern Observatory (ESO), no Chile, que têm justamente como propósito identificar exoplanetas, tiveram um papel decisivo, como sublinha a própria equipa.

"O HARPS desempenhou um papel vital neste projeto. Combinámos dados de arquivo de outras equipas com medições novas da Estrela de Barnard obtidas por diferentes infraestruturas," conta, por seu turno Guillem Anglada-Escudé, da Universidade de Queen Mary, em Londres, o outro coordenador da equipa. "A combinação dos instrumentos foi crucial para verificarmos o nosso resultado", garante.

A descoberta do novo exoplaneta foi feita através do chamado método das velocidades radiais, que mede as variações provocadas na velocidade de uma estrela pelos exoplanetas na sua órbita. Esta foi a primeira vez que se fez uma deteção com este método de uma super-Terra com órbita tão extensa em torno da sua estrela. E a sua proximidade da Terra faz dele um potencial alvo de estudo para nova geração de instrumentos que a partir de 2020 vão conseguir obter imagens dos exoplanetas.» in https://www.dn.pt/vida-e-futuro/interior/foi-descoberta-uma-nova-super-terra-aqui-mesmo-ao-lado-10178113.html?utm_source=Push&utm_medium=Web


(Barnard B: descubren un nuevo planeta desde Almería)
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