Os planos para a construção de uma fábrica de celulose na Galiza está a ser contestada por grupos ambientalistas e pelos concelhos portugueses vizinhos.
A Altri Participaciones y Trading, SL anunciou planos ambiciosos para uma nova unidade industrial na Galiza que prevê a construção de uma fábrica de celulose solúvel e fibra têxtil vegetal numa área de 366 hectares.
Desde o início do projeto, em 2021, sob a gestão de Alberto Núñez Feijóo, a proposta da Altri foi marcada por polémicas. A fábrica é vista como uma megainiciativa, com promessas de criar cerca de 2500 empregos.
Contudo, a transformação proposta de 1,2 milhões de metros cúbicos de eucalipto em produtos industriais levantou preocupações significantes, especialmente devido às emissões potenciais de substâncias poluentes como óxido de enxofre e óxido de azoto.
A contestação vem tanto dos residentes dos municípios portugueses vizinhos afetados, como Melide e Santiso, quanto de organizações ambientalistas, incluindo Amigas da Terra e Greenpeace. Estes grupos, juntamente com a população local, enviaram petições aos ministros da Transição Energética e do Ambiente e da Indústria, expressando a sua oposição ao avanço da fábrica, especialmente pela sua proximidade com áreas protegidas como a Rede Natura 2000.
Os ambientalistas estão especialmente alarmados com o potencial impacto ecológico, citando o enorme consumo e descarga de recursos hídricos necessários para a operação da fábrica, que se equipara ao consumo diário de água de uma cidade de 350 mil habitantes. A poluição resultante pode ainda devastar o ecossistema do rio Ulla, refere o Público.
Apesar das preocupações, a Greenfiber SL, subsidiária da Altri, insiste que o projeto cumpre rigorosos padrões ambientais e que não representa riscos significativos para o ambiente ou a população local. A empresa destaca que a água utilizada será tratada e purificada antes de ser devolvida ao ambiente, garantindo que não afetará negativamente a qualidade da água do rio Ulla.
O projeto também foi designado como uma iniciativa industrial estratégica, com um investimento previsto de mais de 800 milhões de euros. Há expectativas de que parte desse financiamento venha de fundos europeus, como os do programa Next Generation, o que também está a suscitar críticas sobre o uso de financiamento público em projetos com potenciais impactos ambientais adversos.
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