03/01/23
Amarante Antiga - Uma recreação da antiga Quinta das Murtas da autoria do Professor José Torres onde existiam as caldas das murtas.
História e Arqueologia - Trabalhos de arqueologia realizados por especialistas do Laboratório de Arqueociências da Direção-Geral do Património Cultural permitiram identificar a presença do abutre-barbudo, há 29 mil anos, no Abrigo do Lagar Velho, no Vale do Lapedo, em Leiria.
Trabalhos de arqueologia realizados por especialistas do Laboratório de Arqueociências da Direção-Geral do Património Cultural permitiram identificar a presença do abutre-barbudo, há 29 mil anos, no Abrigo do Lagar Velho, no Vale do Lapedo, em Leiria.
De acordo com resultados dos trabalhos de arqueologia, publicados na ‘Scientific Reports’ da edição de hoje da revista Nature, o abutre-barbudo (Gypaetus barbatus) terá vivido no Abrigo do Lagar Velho na mesma época de grupos de caçadores do Paleolítico Superior, nomeadamente há 29 mil anos.
A descoberta decorre dos trabalhos de arqueologia que continuam a ser realizados pelas especialistas Ana Cristina Araújo e Ana Maria Costa, da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), em colaboração com Joan Daura e Montserrat Sanz, da Universidade de Barcelona, em torno do local onde foi sepultada uma criança do Paleolítico Superior, que faleceu no decurso do seu quinto ano de vida.
Conhecida internacionalmente como o Menino do Lapedo, esta é a primeira e ainda única sepultura do Paleolítico Superior a ser identificada em Portugal.
De acordo com as especialistas da DGPC, a identificação da presença do abutre-barbudo, mais conhecido por quebra-ossos, foi feita através de fezes fossilizadas (coprólitos), tendo-se verificado que os coprólitos são “extremamente numerosos em toda a sequência sedimentar, incluindo em níveis com ocupação humana paleolítica”.
“Neste artigo é pela primeira vez descrito o excremento fossilizado de abutre-barbudo e proposto um novo morfotipo que poderá ser, a partir de agora, utilizado pelos investigadores de todo o mundo para a identificação desta ave no registo arqueológico. A caracterização dos coprólitos foi realizada a partir de estudos comparativos com excrementos de especímenes atuais e a partir de análises morfométricas e composição química”, explicaram as especialistas.
Para além da importância da identificação da presença destas aves no local há 29 mil anos, “as fezes fossilizadas são por si só importantes elementos de informação”.
“Estes dois excrementos são verdadeiras cápsulas de informação: o pólen ali armazenado, por exemplo, permite determinar quais as plantas (entre árvores, arbustos e ervas) que caracterizavam aquele espaço (a paisagem envolvente); as plantas, por sua vez, espelham condições climáticas específicas”, indicaram ainda Ana Cristina Araújo e Ana Maria Costa.
No entender das especialistas da DGPC, “conhecer os cenários ambientais é fundamental para compreender as opções/estratégias de sobrevivência das comunidades humanas e da sua relação com os animais, nomeadamente o abutre-barbudo, hoje extinto em Portugal e em grande parte da Europa”.
O artigo hoje publicado envolveu especialistas do Laboratório de Arqueociências da DGPC, assim como da Universidade de Barcelona, tendo as investigações contado com o apoio e colaboração do Município e Museu de Leiria, do Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido, do Centro de Rescate y Cría de Quebrantahuesos (CRIAH) e da Fundación para la Conservación del Quebrantahuesos (FCQ).» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/encontrados-vestigios-da-presenca-do-abutre-barbudo-ha-29-mil-anos-em-leiria
#zoologia #história #arqueologia #abutre-barbudo #gypaetusbarbatus #leiria
02/01/23
Arte Poesia - "Tristêza", um magnífico Poema de autoria do Poeta amarantino Teixeira de Pascoaes, incluído na sua obra "Elegias".
O sol do outomno, as folhas a cair,
A minha voz baixinho soluçando,
Os meus olhos, em lagrimas, beijando
A terra, e o meu espirito a sorrir...
Eis como a minha vida vae passando
Em frente ao seu Phantasma... E fico a ouvir
Silencios da minh'alma e o resurgir
De mortos que me fôram sepultando...
E fico mudo, extatico, parado
E quasi sem sentidos, mergulhando
Na minha viva e funda intimidade...
Só a longinqua estrela em mim actua...
Sou rocha harmoniosa á luz da lua,
Petreficada esphinge de saudade..."
Teixeira de Pascoaes, in 'Elegias'
01/01/23
Ambiente e Ecologia - As algas castanhas, da classe Phaeophyceae, podem absorver até 550 milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera todos os anos, convertendo-o numa espécie de substância viscosa que é libertada de volta para o ambiente.
As algas castanhas, da classe Phaeophyceae, podem absorver até 550 milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera todos os anos, convertendo-o numa espécie de substância viscosa que é libertada de volta para o ambiente. Contudo, esse muco não é facilmente degradado, pelo que o gás com efeito de estufa poderá ficar aprisionado durante muito tempo.
Esta é uma das principais conclusões de uma investigação de cientistas do Instituto Max Planck para o estudo de microbiologia marinha, na Alemanha, e que os leva a afirmar que as algas castanhas podem ser um aliado fundamental no combate às alterações climáticas, desempenhando “um papel decisivo” na proteção da atmosfera e do clima.
Tal como as outras plantas, as algas castanhas absorvem dióxido de carbono para produzirem a sua própria energia, através da fotossíntese. Estima-se que, como resultado desse processo, essas plantas marinhas libertem no mar cerca de um terço do CO2 absorvido sob a forma de excreções viscosas. Dependendo da composição dessa substância, pode ser mais ou menos rapidamente degradada por outros organismos que a usam como alimento.
Focando-se numa espécie em particular de algas castanhas, a Fucus vesiculosus, também conhecida como bodelha ou fava-do-mar, os cientistas descobriram que cerca de metade das excreções eram compostas por um polissacarídeo sulfatado chamado fucoidana, que “é tão complexo que outros organismos têm dificuldade em usá-lo”, explica Hagen Buck-Wiese, um dos autores do artigo publicado na revista ‘Proceedings of the National Academy of Sciences’.
“Ninguém parece gostar dele”, assinala, pelo que o carbono retido na fucoidana não volta rapidamente à atmosfera, podendo ficar retido durante longos períodos de tempo.
Por isso, os investigadores dizem que as algas castanhas, especialmente a fava-do-mar, tem capacidade para capturar tanto dióxido de carbono num ano como o que é emitido pela Alemanha no mesmo período.
Para este estudo, os cientistas recolheram amostras das algas presentes na Estação Zoológica de Tvärminne, no sul da Finlândia, pois essas plantas são particularmente abundantes em zonas costeiras rochosas, onde fixam as suas raízes, em latitudes temperadas e frias, onde absorvem grandes quantidades de dióxido de carbono proveniente de todos os cantos do planeta.
Buck-Wiese diz que o próximo passo para a equipa é estudar outras espécies de algas castanhas noutras partes do mundo, pois “o grande potencial” destas plantas marinhas no que toca à proteção climática exige que seja feito mais trabalho de investigação para perceber como podem ajudar a reduzir a concentração de gases com efeito de estufa que estão a aquecer a Terra além do que seria natural.
Estima-se que existam hoje entre 1.500 e 2.000 espécies distintas de algas castanhas em todo o mundo.
Em 2014, investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), da Universidade do Algarve, alertavam para o desaparecimento das algas castanhas no Sul de Portugal devido ao aumento da temperatura.
Analisando essa classe de plantas marinhas na Ria Formosa, os cientistas perceberam que o aquecimento dessa área ocorrido nos últimos 40 anos tem vindo a causar o desaparecimento das algas castanhas, sugerindo que tal pode tratar-se de “mais uma consequência das actuais alterações climáticas”, e que, de acordo com outros estudos realizados, em breve poderemos assistir ao “completo desaparecimento das populações desta espécie que ainda sobrevivem nestas regiões mais a Sul e que são geneticamente distintas das populações do centro e norte da Europa”.» in https://greensavers.sapo.pt/algas-castanhas-podem-ser-um-poderoso-aliado-no-combate-as-alteracoes-climaticas/
Ambiente e Ecologia - Uma equipa de cientistas descobriu a explicação para até 88% da biodiversidade de foraminíferos planctónicos (parte do zooplâncton) fossilizados nos últimos 100 anos no fundo do oceano Atlântico
Uma equipa de cientistas descobriu a explicação para até 88% da biodiversidade de foraminíferos planctónicos (parte do zooplâncton) fossilizados nos últimos 100 anos no fundo do oceano Atlântico, com base na análise de fatores ambientais como a temperatura da água, a produtividade desses seres microscópicos e as correntes marinhas.
“Como é que a biodiversidade dos oceanos varia e quais os fatores que a influenciam, de modo a poder preservá-la”. Este foi, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o mote que esteve na origem da investigação publicada na revista ‘Frontiers’, e a fossilização terá ocorrido “ainda antes das consequências mais importantes da atividade humana durante o século XX”, pelo que “estas descobertas são fundamentais para uma melhor compreensão da forma como as alterações climáticas podem afetar a biodiversidade no futuro, assim como para a conservação dos oceanos”.
Em comunicado, o IPMA diz que “todos estamos preocupados com o desaparecimento de muitas espécies que fazem parte deste mundo maravilhoso, ou seja, com a diminuição da biodiversidade nos oceanos”, e que “para poder preservar a biodiversidade dos oceanos, é fundamental descobrir como é que ela varia e quais os fatores que a influenciam”, isto é, quais os mecanismos que promovem essa diversidade de espécies e a sua distribuição.
Para isso, os investigadores recorreram a “métodos estatísticos para quantificar a dinâmica da biodiversidade” e descobriram que, “em larga escala”, as três variáveis usadas explicam “a distribuição das espécies de foraminíferos [espécies de zooplâncton] no Atlântico durante o último século”.
“Os investigadores conseguiram também determinar as principais zonas das diferentes comunidades no Oceano”, aponta o IPMA, e “descobriram ainda os pontos de viragem das comunidades, para cada uma das variáveis ambientais”.
“Sabendo como a biodiversidade se distribui e varia com estas variáveis no passado, podemos, utilizando os modelos climáticos atuais, estimar como poderá ser afetada no futuro”, afiança.
Da equipa envolvida na investigação fizeram parte cientistas do Departamento do Mar e Recursos Marinhos do IPMA, do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade Lisboa, do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo e do Institut de Ciències del Mar de Espanha.» in https://greensavers.sapo.pt/cientistas-portugueses-participam-em-estudo-internacional-sobre-a-biodiversidade-do-oceano-atlantico/
#ambiente #ecologia #biodiversidade #oceanoatlântico #zooplâncton
31/12/22
História e Arqueologia - Os arqueólogos encontraram dezenas de peças de cerâmica intactas datadas do reinado do faraó egípcio Ramessés II e suspeitam que a caverna era usada para rituais fúnebres.
Os arqueólogos encontraram dezenas de peças de cerâmica intactas datadas do reinado do faraó egípcio Ramessés II e suspeitam que a caverna era usada para rituais fúnebres.
É a descoberta de uma vida. Uma equipa de arqueólogos em Israel, perto de uma praia no sul de Tel Aviv, encontrou uma caverna “excecional” esta terça-feira que foi fechada há 3300 anos para ser protegida dos olhares mais curiosos.
A caverna remota ao período dos antigos egípcios, durante o reinado do faraó Ramessés II, que governou entre 1279 e 1213 A.C. num território que se estendeu desde o Sudão até à Síria.
A descoberta foi feita por trabalhadores de construção com uma escavadora que acidentalmente irromperam pelo telhado da caverna. Foram depois chamados arqueólogos ao local que notaram que a caverna parecia estar “congelada no tempo”, com relíquias de bronze e cerâmica intactas. Estes objetos costumavam ser usados cerimónias fúnebres devido às crenças de que ajudavam os mortos no além.
Num comunicado, a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) relata que foram encontradas dezenas de vasos de cerâmica, cálices, panelas, jarras e lanternas. Alguns dos artefactos não eram locais e tinham sido fabricados na Síria, Líbano e Chipre. A equipa vai analisar quaisquer vestígios orgânicos que possam existir nos vasos para tentar descobrir o que estes guardavam, escreve o Live Science.
“Esta é uma descoberta de uma vida. É extremamente raro encontrar um cenário de um filme de Indiana Jones — uma caverna com vasos intactos durante 3300 anos, desde o fim da Idade de Bronze”, revela Eli Yannai, arqueólogo da AAI.
Apesar de ter estado escondida e protegida durante todo este tempo, desde a sua descoberta, a caverna já terá sido assaltada, estando já a decorrer uma investigação para se tentar identificar quem são os invasores.
Há agora planos para uma escavação arqueológica e dezenas de académicos e especialistas de todo o mundo já manifestaram o seu interesse em integrar a equipa. Os cientistas pretendem descobrir mais informações sobre como funcionavam os rituais fúnebres do antigo Egipto.
Adriana Peixoto, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/caverna-3300-anos-congelada-tempo-498838
#israel #telaviv #história #arqueologia #faraóramessésII #caverna
30/12/22
F.C. do Porto Atletas Internacionais - Mehdi Taremi, autor de um hat-trick no triunfo do FC Porto perante o Arouca, foi eleito o MVP Liga Portugal, enquanto Gabriel Veron recebe o prémio Mérito e Valores Porto (MVP).
O iraniano foi o MVP Liga Portugal, enquanto o brasileiro leva para casa o prémio MVP Porto.
Mehdi Taremi, autor de um hat-trick no triunfo do FC Porto perante o Arouca (5-1), foi eleito o MVP Liga Portugal, enquanto Gabriel Veron recebe o prémio Mérito e Valores Porto (MVP).» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20221228-pt-mehdi-taremi-e-gabriel-veron-em-destaque-no-fc-porto-arouca
Desporto Futebol - Morreu Pelé, uma lenda do Futebol Mundial um ícone da geração de 70m do século passado!
A lenda maior do futebol brasileiro tinha 82 anos e estava a lutar contra um cancro.
Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, morreu hoje aos 82 anos. A informação foi adiantada pelo seu agente, Joe Fraga, à Associated Press.
O brasileiro, para muitos considerado o melhor jogador de futebol de sempre, lutava contra um cancro do colón e estava internado no Hospital Israelita Albert Einsten, em São Paulo desde o dia 29 de novembro, devido a um registo da "progressão da doença oncológica", o que obrigou o antigo atleta a necessitar cuidados médicos próximos relacionados com disfunções renal e cardíaca.
No dia 21 de dezembro, numa publicação nas redes sociais, uma das suas filhas, Kely Nascimento, escreveu que o “Natal em casa foi suspenso.
“Nós decidimos com os médicos que, por várias razões, será melhor a gente ficar por aqui mesmo, com todo esse cuidado que esta nova família Einstein nos dá", detalhou.
Hoje, Kely Nascimento confirmou o óbito através de uma publicação no Instagram. "Tudo que nos somos é graças a você. Te amamos infinitamente. Descanse em paz".
Os gestores da página oficial de Pelé no Twitter anunciaram também a sua morte. "A inspiração e o amor marcaram a jornada de Rei Pelé, que faleceu no dia de hoje. Amor, amor e amor, para sempre", lê-se.
O último boletim médico, divulgado na semana passada, indicava que Pelé apresentava uma "progressão" do cancro do cólon e que estava a receber tratamento para "disfunções renais e cardíacas", num quarto comum.
O ex-jogador foi internado inicialmente para uma reavaliação do seu tratamento por quimioterapia para este cancro, detetado em setembro do ano passado, e para tratar uma infeção respiratória provocada pela covid-19, segundo médicos e a sua família.
Os seus familiares negaram que fosse uma emergência, mas o estado de saúde do ex-jogador piorou com o passar dos dias.
O ex-craque acompanhou o Campeonato do Mundo do Qatar pela televisão do seu quarto de hospital, como mostraram várias fotografias das suas filhas.
Durante o Mundial, recebeu diversas homenagens e votos de melhoras de craques do futebol, como do francês Kylian Mbappé e do capitão inglês Harry Kane. Em Doha, a imagem de Pelé decorou vários prédios, com uma mensagem desejando-lhe uma rápida recuperação.
Pelé, que é considerado um dos grandes nomes do futebol mundial, venceu três Mundiais (1958, 1962 e 1970) dos cinco que o Brasil tem no palmarés, numa carreira em que apontou 650 golos, quase todos pelo Santos e pela ‘canarinha’.
Edson Arantes do Nascimento, o único futebolista a conseguir vencer três Mundiais, nasceu em Três Corações, no estado de Minas Gerais, em 23 de outubro de 1940.
O Governo brasileiro decretou luto nacional por três dias e o funeral está marcado para 2 de janeiro.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/morreu-pele-o-rei-do-futebol
Música Portuguesa - Com a morte de Linda de Suza, desaparece além da Pessoa em si, um marco da geração de 70 dos emigrantes portugueses em França...
A cantora portuguesa morreu em França, onde estava hospitalizada devido a "insuficiência respiratória". Tinha 74 anos.
Teolinda Joaquina de Sousa Lança, conhecida por Linda de Suza, morreu hoje aos 74 anos em Gisors, em França, revelou o agente da artista, Fabien Lecoeuvre, à agência France-Presse.
De acordo com a AFP, a cantora portuguesa estava hospitalizada em Gisors, tendo morrido devido a "insuficiência respiratória" e diagnosticada com covid-19.
Nascida no Alentejo, em Beja, em 1948, foi uma das mais famosas cantoras portuguesas. Emigrante em França, ficou para sempre reconhecida pela "Mala de Cartão", a qual deu origem a um livro autobiográfico best-seller com esse mesmo título.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/morreu-a-cantora-linda-de-suza-autora-de-o-malhao-malhao
Linda de Suza - "Um Português"
"Um Português (mala de Cartão)
Linda de Suza
Duas malas de cartão numa terra de França
Um Português deixou assim seu Portugal
Como tantos outros, ele não perdeu a esperança
O Português que deixou seu Portugal
Aqui, a noite junto aos seus amigos
Ele procura viver
Lembrando, a sua mulher e seus filhos
Ele canta p'ra esquecer
Ele canta fados tristes e tradicionais
O Português que deixou seu Portugal
E como aqui a chuva p'ra ele é demais
Ele vai pensando ao sol do seu país natal
Enquanto, sua mulher escreve dia a dia
Ele vai pensando em voltar
P'ra ele, a sua melhor alegria
Era seus filhos beijar
Duas malas de cartão numa terra de França
Um Português regressa ao seu país natal
Levando com ele, carinho, amor e esperança
O Português que entra enfim ao Portugal (bis)
Lai Lai Lai Lai Lai..."
29/12/22
Liga Portugal 1: F.C. do Porto 5 vs Arouca 1 - O FC Porto recebeu e venceu nesta quarta-feira o Arouca, no Estádio do Dragão, em jogo a contar para a 14.ª jornada da Liga.
Otávio fez o golo mais rápido da história do Dragão e Mehdi Taremi assinou um hat-trick na goleada ao Arouca (5-1).
O FC Porto recebeu e venceu nesta quarta-feira o Arouca (5-1), no Estádio do Dragão, em jogo a contar para a 14.ª jornada da Liga. Com este resultado, os azuis e brancos passam a somar 32 pontos, menos cinco do que o Benfica, que tem menos um encontro disputado.
Não há como não começar esta crónica pelo golo mais rápido da história do Estádio do Dragão: estavam decorridos apenas 23 segundos quando Otávio abriu o ativo frente ao Arouca, na recarga a um remate de Gabriel Veron defendido por Ignacio Arruabarrena. O início frenético dos campeões nacionais teve em Gabriel Veron uma das principais figuras, pois foi o extremo brasileiro a assistir Mehdi Taremi com mestria para o 2-0 (18m). Os mais de 45 mil adeptos que estiveram no Dragão quase festejaram o 3-0 à passagem dos 32 minutos, mas o remate de Marko Grujic saiu ligeiramente ao lado.
Com uma cadência ofensiva para a qual o Arouca nunca teve argumentos, o FC Porto construiu grande parte do triunfo na etapa inicial, pois ao intervalo já vencia por 3-0. Antes de Tiago Martins apitar para o descanso, ainda houve tempo para Mehdi Taremi aumentar a contagem e bisar no encontro, assistido pelo génio habitual de Otávio (34m). A primeira parte foi um regalo para os olhos de qualquer portista, mas a segunda não lhe ficou muito atrás, até porque começou praticamente com Mehdi Taremi a completar o hat-trick (50m) e a igualar Gonçalo Ramos, do Benfica, no topo da lista dos melhores marcadores do campeonato, ambos com nove remates certeiros.
Mesmo a vencer por 4-0, o FC Porto não tirou o pé do acelerador e nunca deixou de querer engordar ainda mais a vantagem. Mehdi Taremi, indiscutivelmente a grande figura da noite, voltou a evidenciar-se ao forçar o autogolo de Opoku que deixou o resultado em 5-0 (70m). O Arouca ainda fez o golo de honra por intermédio de Bruno Marques (75m), mas o FC Porto fez uma exibição de altíssimo nível e ofereceu uma goleada a Jorge Nuno Pinto da Costa no dia em que o melhor e mais titulado presidente da história do desporto completa 85 anos de vida. Neste mesmo dia, Sérgio Conceição somou a 215.ª vitória como treinador do FC Porto e igualou José Maria Pedroto no topo desta lista.» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20221228-pt-de-persa-e-bem
28/12/22
Liga Portugal 2: F.C. do Porto B 4 vs Farense 0 - FC Porto B goleou o vice-líder Farense e colou-se ao pódio da Liga Portugal 2.
FC Porto B goleou o vice-líder Farense e colou-se ao pódio da Liga Portugal 2 (4-0).
A equipa B do FC Porto terminou em grande estilo o ano civil de 2022. Frente ao Farense, segundo classificado e sério candidato à promoção, os “bês” impuseram-se por quatro golos sem resposta e somaram os últimos três pontos do ano reduzidos a nove elementos. Os alas Rodrigo Pinheiro e Nilton Varela abriram a contagem e, com um bis, Abraham Marcus selou um triunfo que permite a ascensão portista ao quinto posto da tabela classificativa com os mesmos 22 pontos do terceiro Vilafranquense.
Bem disputado diante de um adversário com legítimas aspirações à subida, o quarto de hora inaugural serviu de catalisador perfeito para o FC Porto: Wendel Silva cobrou rápido uma falta sobre a esquerda e descobriu Rodrigo Pinheiro no flanco contrário. Desbravados largos metros, o lateral direito chutou forte, Ricardo Velho ainda tocou com as luvas na bola, mas o esférico viria mesmo a atravessar a linha de golo (1-0).
Na resposta, de cabeça, Pedro Henrique falhou escandalosamente só com a baliza pela frente em zona muitíssimo privilegiada. Dez minutos volvidos, um lance confuso dentro da área forasteira terminou com remate à figura de Bernardo Folha que podia e devia ter resultado no segundo golo da tarde em Pedroso (e não no Olival).
A etapa complementar seguiu a toada da primeira, com o equilíbrio como fator predominante e ambos os conjuntos a criarem perigo - como aconteceu logo a abrir, quando Muscat desviou de cabeça para o poste um livre cobrado por Marco Matias. Num lance tirado a papel químico uma dúzia de minutos volvidos, o melhor assistente da Segunda Liga voltou a servir o defesa central que ficou a centímetros do empate.
Wendel Silva retorquiu à bomba, num tiro fortíssimo de pé esquerdo à meia altura que forçou o guardião adversário à defesa da jornada. Ricardo Velho nada pôde fazer pouco depois, quando Vasco Sousa isolou Nilton Varela com um grande passe ao qual foi dado perfeito seguimento com uma excelente receção e uma finalização à altura (2-0).
Espetador atento, Roko Runje disse “presente” e demonstrou reflexos felinos após calcanhar de um leão algarvio, mantendo a folha limpa antes de o marcador ficar ainda mais desequilibrado. Já dentro dos derradeiros vinte minutos, saída rápida para o ataque num contragolpe conduzido por Sidnei Tavares e concluído de forma exímia pelo pé esquerdo de Abraham Marcus (3-0).
De cabeça perdida, o capitão visitante acabou a ver o cartão vermelho direto por agressão a Wendel Silva. Sem motivo aparente, o camisola 50 dos Dragões também acabou por receber o mesmo castigo já fora do terreno de jogo. Alheio à expulsão do companheiro de equipa e setor, Marcus desmontou a defesa verde para dar contornos de goleada à vitória azul (4-0). Até aos noventa, Anzhony Rodrigues ainda teve tempo para mostrar o duplo amarelo a Bernardo Folha na sequência de um lance inofensivo.
Segue-se uma deslocação a Viseu, para defrontar o Académico, agendada para as 11 horas de sábado dia 7 de janeiro (Sport TV1).
FICHA DE JOGO
FC PORTO B- FARENSE, 4-0
Liga Portugal 2, 14.ª jornada
28 de novembro de 2022
Estádio de Pedroso, em Vila Nova de Gaia
Árbitro: Anzhony Rodrigues
Assistentes: Andreia Sousa e Rodrigo Roque
Quarto árbitro: Miguel Fonseca
FC PORTO B: Roko Runje; Rodrigo Pinheiro, Zé Pedro (cap.), João Marcelo, João Mendes, Bernardo Folha, Sidnei Tavares, Vasco Sousa, Nilton Varela, Abraham Marcus e Wendel Silva
Substituições: Sidnei Tavares por Rodrigo Pinheiro (81m), Vasco Sousa por Silvestre Varela (81m), Nilton Varela por Rui Monteiro (87m), Abraham Marcus por Umaro Candé (88m) e João Mendes por Dinis Rodrigues (88m)
Não utilizados: Ivan Cardoso; Romain Correia, Jorge Meireles e Luís Mota
Treinador: António Folha
FARENSE: Ricardo Velho; Miguel Bondarra, Robson (cap.), Muscat, Abner, Marcos Paulo, Vítor Gonçalves, John Velasquez, Marco Matias, Rui Costa e Pedro Henrique
Substituições: John Velasquez por Elves Balde (45+3m), Vitor Gonçalves por Claúdio Falcão (58m), Marcos Paulo por Fabrício Isidoro (59m), Rui Costa por Lucas (80m) e Pedro Henrique por Gonçalo Silva (80m)
Não utilizados: Defendi; Diogo Viana, Talocha e Belloumi
Treinador: Vasco Faísca
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Rodrigo Pinheiro (16m), Nilton Varela (65m), Abraham Marcus (71 e 79m)
Disciplina: cartão amarelo a Vítor Gonçalves (6m), João Marcelo (10m) e João Mendes (20m), Muscat (83m) Bernardo Folha (83 e 88m); cartão vermelho a Robson (74m), Wendel Silva (76m) e Bernardo Folha (88m)» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20221228-pt-chapa-4-e-chave-de-ouro
#fcporto #equipab #ligaportugal2
F.C. do Porto Basquetebol: F.C. do Porto 89 vs Imortal 69 - FC Porto levou claramente a melhor sobre os algarvios, na 15.ª jornada da Liga Portuguesa de Basquetebol.
FC Porto levou claramente a melhor sobre os algarvios (89-69) na 15.ª jornada da Liga Portuguesa de Basquetebol.
O FC Porto recebeu e bateu nesta quarta-feira o Imortal (89-69), no Dragão Arena, em jogo a contar para a 15.ª jornada da Liga Portuguesa de Basquetebol. Com este resultado, o coletivo portista passa a somar 27 pontos, mais um do que o Benfica, e é líder isolado da prova.
Não se pode dizer que tenha sido um jogo de sentido único, mas a realidade é que o FC Porto nunca teve a vitória verdadeiramente em causa, ainda que os algarvios se tenham aproximado durante o terceiro período. Até lá, os azuis e brancos foram para o intervalo a vencer por 50-42 e aproveitaram a etapa complementar para carimbar um triunfo que não deixa margem para dúvidas. Max Landis, autor de 31 pontos, foi a grande figura do encontro, mas Michael Finke (15 pontos) e Miguel Queiroz (10 pontos e 12 ressaltos) também estiveram em excelente plano.
“Somámos mais uma vitória num Dragão Arena muito bem composto de portistas, por isso só posso estar feliz por terminarmos assim o ano. Estou satisfeito com o que fizemos até agora, mas sabemos que ainda temos por onde melhorar e queremos continuar a crescer enquanto equipa. Temos um grande grupo de trabalho. Sentimo-nos os melhores treinadores quando trabalhamos com um grupo de jogadores como este”, afirmou o treinador Fernando Sá após a partida.
Na 16.ª jornada da Liga Portuguesa de Basquetebol, o FC Porto desloca-se ao Pavilhão Dr. Salvador Machado, em Oliveira de Azeméis, para defrontar a Oliveirense (quarta-feira, 4 de janeiro, 19h00).
FICHA DE JOGO
FC PORTO-IMORTAL, 89-69
Liga Portuguesa de Basquetebol, 15.ª jornada
28 de dezembro de 2022
Dragão Arena
Árbitros: Nuno Monteiro, Diogo Morais e Frederico Maia
FC PORTO: Teyvon Myers (7), Max Landis (31), Francisco Amarante, Brian Conklin (6) e Michael Finke (15)
Suplentes: Vlad Voytso (4), Keven Gomes (3), João Guerreiro (2), Pedro Santos (3), Miguel Queiroz (10), Tiago Almeida e Charlon Kloof (8)
Treinador: Fernando Sá
IMORTAL: Terry Nolan Jr. (6), Spencer Littleson (17), Marquise Moore (10), Joshua Ferguson (22) e Earl Watson (7)
Suplentes: Guilherme Saiote (7), Fábio Lima, José Carvalho, Jaques Conceição, Jonathan Silva e Filip Gewert
Treinador: Luís Modesto
Ao intervalo: 50-42
Parciais: 24-21, 26-21, 21-20 e 18-7» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20221228-pt-imortal-nao-teve-argumentos-para-um-dragao-insaciavel
História - Um novo estudo contesta a principal teoria sobre a morte de Eduardo de Woodstock, conhecido como “Príncipe Negro”.
Um novo estudo contesta a principal teoria sobre a morte de , conhecido como “Príncipe Negro”.
Eduardo de Woodstock, Príncipe de Gales, era mais conhecido como “Príncipe Negro”, por causa da sua armadura ou da sua reputação marcial distinta. Eduardo lutaria com distinção nas duas grandes vitórias de Inglaterra contra os franceses durante a primeira fase da Guerra dos Cem Anos, tendo até capturado o rei de França numa das batalhas.
Acreditava-se que Eduardo de Woodstock tivesse morrido de disenteria, no dia 8 de junho de 1376. Disenteria é um tipo de gastroenterite que causa diarreia com sangue. Entre os fatores de risco está a contaminação da água ou alimentos com fezes devido a más condições de higiene.
Agora, a causa da morte do famigerado “Príncipe Negro” pode não a ser que se pensava. Um novo estudo publicado na revista científica BMJ Military Health contesta a versão anteriormente referida. Os autores argumentam que é muito mais provável que o príncipe tenha morrido de outra forma.
O autor principal do estudo, James Robert Anderson, diz que existem várias causas possíveis para a morte do príncipe cuja coroa foi roubada pela doença. Eduardo pode ter morrido de malária, brucelose, doença inflamatória intestinal ou até mesmo complicações causadas por um episódio único de disenteria.
Além de diarreia com sangue, entre os sintomas da disenteria estão febre, dor abdominal e sensação de defecação incompleta.
No campo de batalha, Eduardo de Woodstock era temido entre os inimigos. Desde muito jovem, o príncipe demonstrou aptidão e gosto pela guerra. Participou na sua primeira campanha aos 16 anos e lutou ou liderou muitas guerras ao longo da sua carreira militar de 30 anos.
Apesar de ter estado envolvido em muitas batalhas, Eduardo nunca foi gravemente ferido em nenhum conflito.
Apesar de sair ileso do campo de batalha, o Príncipe de Gales foi atormentado por problemas médicos nos últimos anos de vida. A saúde de Eduardo piorou repentinamente em 1367, quando ele tinha 37 anos, escreve o Ancient Origins.
“Acredita-se que a doença do Príncipe Negro tenha começado após a sua vitória na Batalha de Nájera em 1367”, escreveram os autores do estudo. “Ele parou na cidade de Valladolid, no norte da Espanha. Era o início do verão e ‘o seu exército suportou grande angústia e fome, por falta de pão e vinho'”.
O “Príncipe Negro” não terá sido o único a sofrer de maleitas. Os relatos da época sugeriam que até 80% do exército do príncipe pode ter sucumbido a diferentes doenças.
Historiadores apontaram disenteria como a causa da morte de Eduardo visto que muitos dos seus soldados morreram devido a essa doença contagiosa. No entanto, apenas dois anos depois de ter sido descrito como demasiado doente para andar, liderou novamente o seu exército em batalha.
É por isso que os autores do novo estudo não acreditam que a disenteria crónica tenha sido a causa da morte do “Príncipe Negro”.
Daniel Costa, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/morte-temivel-principe-negro-514270
27/12/22
Amarante Literatura - O primeiro livro que Pascoaes publicou na sua estadia nas capital foi Jesus Cristo em Lisboa de colaboração com Raul Brandão.
A primeira vez que Raul Brandão e Pascoaes entraram na Brasileira, depois da publicação do livro, viram um sorriso em toda a gente. Pascoaes, que não era para questões nem barulhos, disse para o Raul: «Vamos embora. Isto é connosco.» «Não isso não. Vamos primeiro tomar o nosso café.» Sentaram-se e reparam numa quadra, escrita a encarnado, na sua mesa. Olharam à volta e viram que todas as mesas tinham a mesma quadra somente a cores diferentes:
"Jesus morreu na Judeia
Entre o bom e o mau ladrão
Agora morre em Lisboa
Entre Pascoaes e Brandão"
O livro não tinha nada que magoasse. Pascoaes era incapaz de o fazer. O que ele queria era a purificação da doutrina de Cristo; quando escreveu o D. Carlos, fê-lo sem intenção política alguma. Apesar de ser republicano toda a sua vida, a sua alma teve de cantar ante este drama, porque antes de ser republicano era poeta. Metido na sua lura de manhã à noite, debruçado sobre o papel, com a caneta na mão, pensava lá o que de política se passava cá fora!» in Olhando para trás vejo Pascoaes, de Maria da Glória teixeira de Vasconcellos.
#amarante #gatão #teixeiradepascoaes #raulbrandão #lisboa #abrasileira
26/12/22
Física - No início deste mês, cientistas norte-americanos anunciaram ter conseguido produzir mais energia do que a consumida numa experiência de fusão nuclear.
No início deste mês, cientistas norte-americanos anunciaram ter conseguido produzir mais energia do que a consumida numa experiência de fusão nuclear.
A proeza, realizada no Lawrence Livermore National Laboratory (LLNL), na Califórnia, pode significar no futuro uma fonte quase ilimitada de energia limpa.
Os cientistas dizem que o resultado é um marco importante para a ciência, procurado há décadas, mas salientam que ainda há um longo caminho a percorrer antes que a fusão nuclear forneça eletricidade às nossas casas.
A fusão nuclear é descrita como o “Santo Graal” da produção de energia. É o processo que alimenta o Sol, responsável pelo seu calor e sua luz, e outras estrelas.
O princípio teórico é baseado na agregação de pares de átomos leves, que são forçados a manterem-se juntos. Esta fusão liberta quantidades significativas de energia.
É o oposto da fissão nuclear, onde átomos pesados são separados, libertando também energia.
A fissão é a tecnologia usada atualmente nas centrais nucleares, mas o processo também produz uma grande quantidade de resíduos que emitem radiação durante muito tempo. Esses resíduos podem ser perigosos e devem ser armazenados em segurança.
Na fusão nuclear ocorre o contrário: são produzidas quantidades insignificantes de resíduos radioativos, de curta duração — e o processo produz muito mais energia.
Mais importante ainda, é uma fonte de energia limpa: o processo não produz emissões de gases de efeito estufa e, portanto, não contribui para as mudanças climáticas.
Para alcançar a fusão nuclear, um dos desafios é o conseguir atingir elevado níveis de temperatura e pressão para manter os elementos juntos.
Até agora, nenhuma experiência de fusão nuclear tinha conseguido produzir mais energia do que a que tinha sido gasta no processo.
Na experiência realizada no laboratório californiano, os cientistas colocaram uma pequena quantidade de hidrogénio numa cápsula do tamanho de um grão de pimenta.
Usaram então um poderoso laser com 192 feixes para aquecer e comprimir o combustível de hidrogénio.
O laser é tão forte que pode aquecer a cápsula a 100 milhões de graus Celsius, uma temperatura mais alta que o centro do Sol, e comprimi-la a uma densidade mais de 100 mil milhões de vezes superior à da atmosfera da Terra.
A essa densidade, a cápsula começa a implodir sobre si própria, forçando os átomos de hidrogénio a fundirem-se, libertando energia no processo.
Ao anunciar o resultado, o vice-diretor de programas de defesa da Administração Nacional de Segurança Nuclear dos EUA, Marvin Adams, detalhou que os lasers usados forneceram à cápsula 2,05 megajoules (MJ) de energia — e o processo libertou 3,15 MJ de energia.
A diretora do LLNL, Kim Budil, realça que há ainda grandes obstáculos a superar até que possamos ver o uso da fusão em centrais de energia.
O principal desafio é conseguir reduzir os custos do processo, ao mesmo tempo que se aumenta a escala da energia produzida.
A experiência produziu energia suficiente para ferver umas 20 chávenas de chá, e custou 3,5 mil milhões de dólares. Foi o chá mais caro da História.
Embora a experiência tenha gerado mais energia do que o laser produziu, não está incluída a energia necessária para fazer os lasers funcionarem — que é ainda muito maior do que a quantidade de energia gerada pelo hidrogénio.
Este é um dos processos que tem que ser otimizado para tornar a fusão nuclear viável como fonte de energia limpa e ilimitada, mas o princípio teórico está provado.
A promessa de um futuro alimentado a fusão nuclear está mais próxima. Mas, e sempre há um “mas” com estes avanços, ainda há um longo caminho a percorrer antes que isso se torne uma realidade.
ZAP // BBC» in https://zap.aeiou.pt/fusao-nuclear-como-os-cientistas-alcancaram-o-santo-graal-da-energia-limpa-513944