«Sul da Ásia pode tornar-se inabitável até fim do século devido ao calor A região do sul da Ásia pode tornar-se inabitável até ao fim do século devido ao calor extremo, se nada for feito para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, segundo um estudo hoje publicado. O calor extremo devido ao aquecimento global pode tornar inabitável uma região onde vive um quinto da humanidade, salienta o estudo publicado na revista Science Advances. “O aumento das temperaturas e da humidade no verão pode chegar a níveis que excedem a capacidade do corpo humano sobreviver sem proteção”, afirmam os investigadores. “As vagas de calor mortais podem mesmo acontecer dentro de algumas décadas em regiões da Índia, Paquistão e Bangladesh, incluindo as férteis bacias dos rios Indo e Ganges, regiões agrícolas importantes”, adiantam. Em 2015, a quinta vaga de calor mais mortífera da história afetou grande parte da Índia e do Paquistão e provocou pelo menos 3.500 mortos. Muitos estudos no sul da Ásia estabelecem uma ligação entre as alterações climáticas e a frequência das ondas de calor e o seu impacto na saúde humana. No entanto, segundo os investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e da Universidade Loyola Marymount de Los Angeles, não tinham até agora sido feitas previsões sobre o “calor húmido” sufocante e os efeitos na capacidade do organismo humano se adaptar. Para as projeções o estudo utilizou duas simulações climáticas baseadas nos últimos modelos matemáticos de circulação das correntes mundiais. Os autores constataram que sem redução das emissões de dióxido de carbono as temperaturas de calor húmido vão aproximar-se dos 35 graus celsius no verão em grande parte do sul da Ásia até ao fim do século, um limiar a partir do qual, em condições de elevada humidade no ar, o ser humano pode ter dificuldades em sobreviver. Num cenário da redução de emissões de gases com efeito de estufa, como o preconizado no Acordo de Paris em 2015 (de luta contra alterações climáticas) as temperaturas ainda podem exceder os 31 graus, já considerados perigosos para a saúde. Na segunda-feira, um estudo da Universidade de Washington também alertava para as alterações climáticas e indicava que o aquecimento do planeta até final do século poderá ser superior a quatro graus.» in http://24.sapo.pt/tecnologia/artigos/sul-da-asia-pode-tornar-se-inabitavel-ate-fim-do-seculo-devido-ao-calor
«Mais de um milhão de fiéis ruma a "Mamã Muxima". Política não tem lugar na peregrinação A polícia angolana informou hoje que não permitirá atos políticos de campanha na peregrinação anual à "Mamã Muxima", o maior centro mariano da África subsaariana, com início antecipado para sábado devido às eleições gerais de 23 de agosto. Localizado a 130 quilómetros de Luanda, aquele santuário católico recebe habitualmente mais de um milhão de fiéis na peregrinação anual que se realiza no primeiro fim de semana de setembro. “A comuna da Muxima, neste ato, será todo um local de culto e portanto não vai acontecer propaganda política, neste local, durante este evento”, explicou o porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, inspetor-chefe Mateus Rodrigues. Embora sem avançar números sobre o policiamento envolvido, o responsável disse à Lusa que a operação de segurança montada no local movimentará “todas as especialidades” da Polícia Nacional, incluindo patrulhamento com meios da polícia marítima, por o rio Kwanza banhar o santuário da Muxima, e com um helicóptero. A polícia angolana admite que a peregrinação possa juntar até 1,8 milhões de pessoas na pequena vila da Muxima, entre sábado e domingo, pelo que o patrulhamento visa acautelar a segurança na área e combater a sinistralidade rodoviária nas vias de acesso, além de “fazer cumprir a legislação eleitoral”. “A lei proíbe a realização de atividade política ou de propaganda política em alguns locais e os locais de culto religioso são um desses locais. A Polícia Nacional vai estar lá para garantir que não haja violação a essa norma da legislação eleitoral”, disse ainda o inspetor-chefe Mateus Rodrigues. A antecipação da maior peregrinação angolana foi acertada em abril, numa reunião entre o bispo da diocese de Viana, Luanda, Joaquim Ferreira Lopes, e o governo provincial da capital. “Realizando a peregrinação nos dias 05 e 06 de agosto, todas as nossas populações ficam livres para se dedicarem à campanha eleitoral, nos últimos dias à reflexão e depois para estarem também livres e dispostos para irem às mesas de voto”, disse o bispo, após reunir-se em Luanda com o governador da província, general Higino Carneiro. Apesar de a peregrinação, um dos mais importantes eventos promovidos pela Igreja Católica angolana, decorrer agora um mês mais cedo, o bispo Joaquim Ferreira Lopes garantiu que tudo vai decorrer “sem constrangimentos”. O governo provincial de Luanda que assegura anualmente o apoio logístico a esta peregrinação até à vila da Muxima. Aquela vila foi ocupada pelos portugueses em 1589, que dez anos depois construíram uma fortaleza e a igreja de Nossa Senhora da Conceição, também conhecida como “Mamã Muxima”, que na língua nacional quimbundu significa “coração”. O atual templo tem apenas capacidade para 600 pessoas sentadas, insuficiente, por exemplo, para a peregrinação anual, que movimenta mais de um milhão de fiéis, que chegam ao santuário a pé, de carro, autocarro e até de barco. Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, com seis formações políticas concorrentes – MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA e APN – contando com 9.317.294 eleitores em condições de votar. A campanha eleitoral em Angola decorre até 21 de agosto. Nas eleições gerais são eleitos o parlamento, o Presidente da República e o vice-Presidente.» in http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/mais-de-um-milhao-de-fieis-ruma-a-mama-muxima-politica-nao-tem-lugar-na-peregrinacao
(Luanda - Muxima)
(Angola Magazine - Peregrinação à Muxima)
(Muxima Angola - Um local sagrado, ligado ao tempo dos escravos.)
(Duo Ouro Negro - "Muxima")
"Muxima Duo Ouro Negro Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima Se uamgambé uamga uami Gaungui beke muá Santana Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima Se dizes que sou feiticeiro Leva-me então a Santana Kuato dilagi mugibê Kuato dilagi mugibê Kuato dilagi mugibê Lagi ni lagi kazókaua Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima"
«No ano seguinte, 1918, Pascoaes foi apurado para oficial miliciano. Em carta dirigida a Miguel Unamuno, escreve:
"Tenho a dizer-lhe que fui apurado para oficial miliciano, mas não fui chamado ainda para frequentar a escola. Espero todavia conseguir licença do ministro da Guerra, para ir a Espanha. É preciso dar um fiador e não sei que mais garantias. Mas tudo se arranjará, pois não devo por enquanto ser chamado às armas. Estamos num momento extraordinário, semelhante ao que precedeu o Fiat Lux."
Mas a guerra acabou e o Poeta não chegou a ser chamado.
Pascoaes tinha uma grande admiração por Guerra Junqueiro e uma grande ternura por mim.
Eu era muito morena. Um dia, meu Tio disse-me: "Quero que decores esta poesia de Guerra Junqueiro. Chama-se "Morena". Quando souberes dizê-la bem, vamos os dois visitar o poeta dos "Simples". Eu decorei a poesia, que ainda hoje sei. Mas quando estava apta a dizê-la, Guerra Junqueiro morreu. Corria o ano de 1923.» in Fotobiografia "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos.
(Maria José Teixeira de Vasconcelos, óleo de Carlos Carneiro, inédito) "Morena Não negues, confessa Que tens certa pena Que as mais raparigas Te chamem morena. Pois eu não gostava, Parece-me a mim, De ver o teu rosto Da cor do jasmim. Eu não... mas enfim É fraca a razão, Pois pouco te importa Que eu goste ou que não. Mas olha as violetas Que, sendo umas pretas, O cheiro que têm! Vê lá que seria, Se Deus as fizesse Morenas também! Tu és a mais rara De todas as rosas; E as coisas mais raras São mais preciosas. Há rosas dobradas E há-as singelas; Mas são todas elas Azuis, amarelas, De cor de açucenas, De muita outra cor; Mas rosas morenas, Só tu, linda flor. E olha que foram Morenas e bem As moças mais lindas De Jerusalém. E a Virgem Maria Não sei... mas seria Morena também. Moreno era Cristo. Vê lá depois disto Se ainda tens pena Que as mais raparigas Te chamem morena!"
Guerra Junqueiro, in 'A Musa em Férias'
(Morena | Poema de Guerra Junqueiro com narração de Mundo Dos Poemas)
«HAT-TRICK DE SOARES NO TRIUNFO EM BARCELOS Dragões bateram o Gil Vicente por 3-1 com o avançado brasileiro em grande. O FC Porto venceu esta quarta-feira o Gil Vicente, por 3-1, em jogo de preparação disputado no Estádio Cidade de Barcelos. Soares fez hat-trick (3m, 86m e 90m+1) e apontou os três golos de mais um triunfo dos Dragões, que olham agora para a estreia na Liga NOS 2017/18. Na primeira jornada do campeonato, o FC Porto recebe o Estoril, no Estádio do Dragão, precisamente daqui a uma semana (quarta-feira, 9 de agosto), num encontro com início marcado para as 19h00. As entradas fortes em jogo começam a ser uma imagem de marca deste FC Porto de Sérgio Conceição. Logo aos três minutos, Otávio lançou Soares nas costas da defesa barcelense e o avançado brasileiro fez-se valer do físico para ganhar posição a Vítor Tormena, não perdoando na cara de Rui Sacramento. Em vantagem, os azuis e brancos deram ainda mais força ao domínio inicial, mas a realidade é que o Gil Vicente sempre manteve uma postura destemida e nunca descurou a possibilidade de importunar José Sá. Fall deixou o aviso com um remate ao poste (21m), mas Jonathan foi mais eficaz do que o companheiro e estabeleceu a igualdade com que as equipas recolheram aos balneários (30m). Pelo meio, Soares não bisou por culpa de Rui Sacramento (28m). O FC Porto foi ainda mais autoritário na etapa complementar, mas encontrou sempre uma boa réplica do lado contrário. Menos atrevido do que nos primeiros 45 minutos, também por culpa dos Dragões, o Gil Vicente como que se resignou perante a superioridade portista, mas nem por isso consentiu grandes veleidades ao ataque azul e branco. Pouco depois do reatamento, Otávio teve uma excelente oportunidade no pé direito e rematou por cima, servido com conta, peso e medida pela cabeça de Marega (50m). Quando o empate parecia o resultado mais provável, Soares apareceu para fazer toda a diferença. Aos 86 minutos, o 29 dos Dragões insistiu e persistiu no bis, assinando o hat-trick já em período de compensação, de cabeça, na sequência de um livre bem batido por Sérgio Oliveira (90m+1). VER FICHA DE JOGO» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/hat-trick-de-soares-no-triunfo-em-barcelos-8-2-2017.aspx
Gil Vicente 1 x 3 FC Porto - Todos os Golos - Jogo Preparação - 02 Agosto 2017 [HD]
«VITÓRIA POR 4-1 EM JOGO-TREINO COM O PAÇOS DE FERREIRA Golos do FC Porto foram apontados por Aboubakar, Rui Pedro, Marega e Brahimi. O plantel principal do FC Porto realizou na manhã desta quarta-feira, no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, um jogo-treino diante do Paços de Ferreira, que terminou com uma vitória por 4-1. Aboubakar, Rui Pedro, Marega e Brahimi foram os autores dos golos dos azuis e brancos. Os Dragões realizam às 20h00 desta quarta-feira, no Estádio Cidade de Barcelos, frente ao Gil Vicente, o sexto jogo de caráter particular da pré-temporada, que terá transmissão em direto e em exclusivo no Porto Canal (os bilhetes estão disponíveis no recinto barcelense). É o último antes da estreia na Liga NOS diante do Estoril, agendada para 9 de agosto, no Estádio do Dragão (19h00), e para a qual já estão vendidos 35 mil ingressos.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/jogo-treino-pacos-ferreira-020817.aspx
«Criança de 10 anos descobre erro no Museu de História Natural Charlie é uma criança que, como tantas outras, tem uma enorme paixão por dinossauros. Os pais prepararam-lhe uma surpresa e levaram-no a passar a noite no Museu de História Natural, em Londres, no final de julho. Foi aí que o menino fez uma descoberta que o tornou notícia um pouco por todo o mundo. O menino, com o síndrome de Asperger, um tipo de autismo, apercebeu-se que um dos exemplares identificado como sendo um Oviraptor era na verdade um Protoceratops. "Eu fiz uma comparação com outro dinossauro e vi que a correspondência não estava certa", revelou a criança à BBC. Charlie comunicou a descoberta aos pais que não o levaram muito a sério. "Quando ele nos disse que o dinossauro estava mal identificado, não fizemos grande caso. Sabemos que ele é inteligente, mas era o museu de História Natural, um dos mais famosos do mundo", explicou a mãe , justificando a reticencia face à descoberta da criança. O menino estava mesmo certo e um porta-voz do museu explicou que aquela secção tinha sido remodelada várias vezes nos últimos meses e que se tinha cometido um erro ."O Charlie tem o síndrome de Asperger e como parte da doença, quando ele gosta de alguma coisa, tenta descobrir tudo sobre isso", explicou a mãe. Os responsáveis pelo museu ficaram surpreendidos com o conhecimento da criança e pouco tempo depois enviaram uma carta agradecendo a ajuda. "Obrigado por nos teres visitado. Esperamos que mantenhas o teu interesse na paleontologia", podia ler-se na carta.» in http://www.jn.pt/mundo/interior/menino-com-sindrome-de-asperger-descobre-erro-no-museude-historia-natural-8679752.html?utm_source=jn.pt&utm_medium=recomendadas&utm_campaign=afterArticle&_ga=2.25410429.1155821357.1501686186-2006604683.1493840141
«OS DRAGÕES QUE VÃO CORRER A VOLTA A PORTUGAL “Grandíssima” começa na sexta-feira em Lisboa e termina em Viseu depois de mais de 1.600 quilómetros. Rui Vinhas, Gustavo Veloso (na foto), Raúl Alarcón, Amaro Antunes, António Carvalho, Ricardo Mestre, Joaquim Silva e Samuel Caldeira são os oito ciclistas da W52-FC Porto-Mestre da Cor que vão participar na 79.ª edição da Volta a Portugal. A prova mais importante do calendário velocipédico nacional arranca na sexta-feira em Lisboa e termina no dia 15 de agosto em Viseu, depois de percorridos cerca de 1626,7 quilómetros. O algarvio Amaro Antunes vai iniciar a Grandíssima na liderança do Ranking Ciclista do Ano, que ocupa pelo terceiro mês consecutivo, com 773 pontos na contabilidade pessoal, mais 185 do que o segundo classificado, Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira), que soma 588. O domínio da W52-FC Porto-Mestre da Cor estende-se à classificação coletiva, que comanda com 1813 pontos, seguida da Efapel, com 1180, e do Sporting-Tavira, com 1153. O portista Rui Vinhas foi quem venceu a Volta da Portugal do ano passado, sucedendo ao colega de equipa Gustavo Veloso, vencedor das edições de 2014 e 2015. Os Dragões também lideraram a classificação geral por equipas.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/equipa-fcporto-volta-portugal%C2%B4.aspx
«A VERDADE ALTERNATIVA No futebol português há umas regras para todos os clubes e uma bolha de exceção para o Benfica, que permite ao clube da Luz viver em permanente regime alternativo, submetendo-se às regras e aos regulamentos da forma que lhe apetece e mais convém. Isto acontece devido à cumplicidade de várias entidades, desportivas e não desportivas, mas agora atingimos um nível de sublimação com o presidente do clube a afirmar sem se rir que desconhece a existência de claques no clube. Mais do que uma forma ardilosa de procurar eximir-se às responsabilidades de apoiar duas claques ilegais, como são os No Name e os Diabos Vermelhos, Luís Filipe Vieira goza com todos os adeptos de futebol, com as autoridades desportivas e com a polícia, que ainda na última época levantou dezenas de autos devido a incidentes protagonizados pelas duas claques.Aliás, esta situação é conhecida ao mais alto nível, designadamente pelo primeiro-ministro e outros membros do governo, que nos últimos anos assistem a jogos no Estádio da Luz. E não, não se trata de uma questão semântica, entre grupo organizado de adeptos ou de sócios, as claques do Benfica existem, Luís Filipe Vieira sabe disso perfeitamente, sabe-o tão bem que o Benfica até paga o aluguer de carrinhas para transportar esses adeptos, sabe-o tão bem que o treinador da equipa principal dá os parabéns em conferência de imprensa quando as claques fazem anos. Sabe-o tão bem que cede instalações no estádio às claques, sabe-o tão bem que as claques beneficiam de bilhetes a preços reduzidos…Pior, muito pior, sabe-o muito bem, pois certamente não se esqueceu de que em abril deste ano a claque No Name foi mais uma vez responsável por uma morte de um adepto. Infelizmente, nem este género de tragédias faz esta gente ter um pouco mais de decoro e responsabilidade. E que só acontecem devido à cumplicidade dos sucessivos governos, incapazes de fazer cumprir as leis.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/comunicado-claques.aspx
«O caminho marítimo para Amarante Um título pode ser construído a partir de um absurdo aparente. Sobretudo quando parece absurdo considerar apenas aparente o absurdo contido na hipótese de um itinerário marítimo até Amarante. Dispensam-se, por inúteis, lições práticas de geografia. A terra de Amadeo de Souza-Cardoso foi um dia absurdamente parisiense. Mais parisiense, até, do que o absurdo cosmopolitismo contido naquele antro onde, de Modigliani a Picasso, de Appolinaire a Picabia ou Chagall, se atropelavam os génios capazes de transformar a vivência quotidiana num irreal alforge de mundos novos. E outros. As inesquecíveis e singulares cores da vida advêm do inesperado. Do improvável. Do inverosímil. Nunca seríamos o que somos, nunca teríamos chegado onde chegámos, se o paradoxo não nos fosse tão natural como o respirar. Há sempre um longo caminho a percorrer entre o momento inicial de uma ideia, na aparência sem sentido, e a reconfortante confirmação de que, afinal, o processo de construção do qual resulta a sua concretização, nos faz sentir apaziguados. Depois de tanta turbulência gerada, o triunfo do inesperado é, mesmo na mais insignificante das ações, a confirmação de que a vida é o maior dos segredos alguma vez construídos pela espécie humana. No passado fim de semana aconteceu em Amarante, pelo segundo ano consecutivo, algo de similar ao incessante desejo de demonstrar as infinitas delícias jorradas por esse mundo ilógico no qual tanto gostamos de navegar. O festival MIMO tinha tudo para não dar certo. É de graça para o público, e isso só pode ser decisão de loucos num mundo todo ele assente na lógica do lucro e da sacralização do dinheiro. Decorre numa cidade do interior, sem tradição de organização de festivais similares, e isso poderia ser o caminho mais curto para o desastre. É concebido por uma brasileira, Lu Araújo, que começou por organizar uma iniciativa similar em Olinda, e isso só poderia descambar, ou em arrogância de quem chega, ou em menorização por parte de quem está. Promove o património, organiza concertos em igrejas ou museus, e isso poderia transformar-se no descalabro absoluto, com incontroláveis turbas a violarem os sagrados templos, da religião ou da cultura. A procura do novo e diferente está para lá da simples noção de aventura. Contém, antes, o desejo de rasgar outros trilhos para desvendar o que, sendo para nós desconhecido, não é menos relevante ou indispensável à construção de uma identidade coletiva. O outro, afinal, somos nós. Depende do ponto de observação.
O MIMO constrói-se desse indomável desejo de provocar o gosto pela diferença, mesmo quando não dispensa algumas âncoras musicais capazes de contribuírem para um sentido mais global de pertença. Espetáculos a roçar o sublime, como o da inglesa Ala.Ni, no final da tarde de domingo no claustro do Museu Amadeo Souza-Cardoso, as guitarras tuaregues dos Tinariwen, que não vimos, mas nos dizem terem constituído um dos momentos mais comoventes do festival, ou ainda Céu, Herbie Hancock e Rodrigo Amarante, bem como o cada vez mais surpreende Manuel Cruz, cujo universo criativo está já muito para lá da simples produção musical, provocaram uma espécie de abalo sísmico emocional na envolvente do rio Tâmega. Lu Araújo não é, e presume-se que não pretenda ser, uma Madre Teresa de Calcutá, pelo menos na sua parte simpática e menos polémica. O MIMO é o resultado de uma aposta empresarial, com todas as consequências daí inerentes. Ainda assim, soube construir uma espécie de estado de graça, pelo modo como, sem perder de vista a necessidade de, no final, pagar as contas, ou os ordenados das inúmeras pessoas que contribuem para o por de pé, consegue colocar a promoção cultural, a valorização dos espaços, um novo aproveitamento do património, no epicentro do que acaba por se transformar numa declaração de amor a toda uma região. Até pelas novas mundividências geradas entre a população local.
Os benefícios diretos da realização do festival não abrangem apenas Amarante. A cidade de Pascoaes e Agustina será a mais beneficiada, por razões óbvias, mas há todo um conjunto de estruturas dos concelhos vizinhos, em particular na área hoteleira e da restauração, a sentirem o impacto positivo deste evento anual. No próximo ano o festival regressa nos dias 20, 21 e 22 de julho. Lu Araújo atreveu-se, do outro lado do Atlântico, a imaginar uma travessia da qual resultou este encontro de um caminho marítimo para Amarante. Aportou por ali e mostrou como um absurdo aparente é apenas um aparente absurdo.» in http://expresso.sapo.pt/cultura/2017-07-31-O-caminho--maritimo-para-Amarante
Céu - "Eu amo Você" "Eu Amo Você Céu Toda vez que eu olho Toda vez que eu chamo Toda vez que eu penso Em lhe dar Ah, ah O meu amor Oh! Oh! Meu coração (Pensa que não vai ser possível) De lhe encontrar (Pensa que não vai ser possível) De lhe amar (Pensa que não vai ser possível) Te conquistar Ah Eu amo você, menino Eu amo você Eu amo você, menino Uh, uh Eu amo você Toda vez que eu olho Toda vez que eu chamo Toda vez que eu penso Em lhe dar Ah, ah O meu amor Ô, ô Meu coração (Pensa que não vai ser possível) De lhe encontrar (Pensa que não vai ser possível) De lhe amar (Pensa que não vai ser possível) Te conquistar Ah Eu amo você, menino Eu amo você Eu amo você, menino Uh, uh Eu te amo Eu te amo sim Eu te amo sim Eu te amo sim Eu te amo sim Eu te amo sim Eu te amo sim Eu te amo sim Eu te amo sim"
«Em 1917, Pascoaes publica a 2.ª edição de «A Terra Proibida» completamente remodelada. Em Abril desse mesmo ano, dedicou-me mais uma quadra que traduz toda a sua ternura por mim:
"Meu pequenino lírio de beleza e de ternura... Minha estrelinha acesa Na minha noite escura." Eu tenho agora quatro anos. Começam a surgir as minhas próprias lembranças. Recordo um dia em que fiz uma perrice. Meu Tio deu-me um safanão bem merecido. Depois, passou o dia a pedir-me perdão e a acariciar-me. Lembro-me das longas discussões sobre a guerra de 1914-18 com o pai e o Ângelo César, que teria então uns dezasseis anos. Lembro-me de ver o Poeta e o pai a passearem ao longo do corredor, para trás e para diante, a trautearem a Marselhesa, depois do jantar.» in fotobiografia "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos. http://www.lerjorgedesena.letras.ufrj.br/antologias/ensaio/apresentacao-da-poesia-de-teixeira-de-pascoaes/
"ESTUDO CRÍTICO — A vida de Pascoaes, decorrendo de 1877 a 1952, assistiu assim à expansão colonial, à agitação republicana, ao regicídio, à vida precária da república, a vinte e seis anos dos quarenta e quatro do regime atual de Portugal. Não tendo sido nunca um político, no sentido militante da palavra, e apesar do seu tom retórico de profeta romântico e visionário, Pascoaes manteve sempre interêsse pelas realidades do mundo político (que êle interpretava à sua maneira), e soube evoluir, sem abandonar o idealismo de republicano liberal, desde os tempos áureos em que foi a maior figura do movimento da “Renascença Portuguêsa”, fundado em 1911 com a missão de elevar culturalmente os ideais da República democrática, até à nobre oração pela paz, que proferiu em 1950, a convite de grupos de extrema-esquerda, e ao discurso com que, em 1951, agradeceu a homenagem promovida pelos estudantes de Coimbra, e à qual aderiram, numa comovente consagração, tôdas as correntes literárias e políticas não-oficiais de Portugal, homenageando a grandeza poética e a independência intelectual e moral dêsse fidalgo republicano de Entre-Douro-e-Minho, nado e criado nas mesmas serranias em que o país se formou. Desde o juvenilíssimo primeiro livro — Embriões — de 1895, que fêz Guerra Junqueiro (1850-1923) dizer ao pai de Pascoaes que distraísse o filho de fazer versos, porque não era poeta (e o livro, como os dois seguintes, era realmente muito mau), até aos póstumos Últimos Versos, de 1953, a obra de Teixeira de Pascoaes é imensa: cêrca de 75 títulos, se contarmos as reedições retocadas e ampliadas de alguns dos seus livros de poemas, que refundia constantemente, e os numerosos folhetos em que se dispersou. E, à primeira vista, é imensamente variada também: poesia, desde longos poemas como Marános e Regresso ao Paraíso, com milhares de versos, até coletâneas de poeminhas ou de aforismos poéticos, conferências de doutrinação crítica ou moral, peças de teatro, romances, e as biografias filosóficas que, tanto ou mais que a poesia, lhe deram renome internacional. Mas a variedade desta obra tão vasta é a da grandeza e da originalidade de uma personalidade excepcional, que, poderíamos dizer, transformava em Pascoaes tudo o que tocava. É um vento de lirismo desenfreado que devora tudo, uniformiza tudo, identifica tudo, eleva tudo a um egotismo cósmico, em que cristianismo e paganismo se congraçam num humanismo transcendente, eivado de panteísmo naturalista, e em que, singularmente, o homem que o poeta é apenas figura, mas avassaladoramente, como um estilo e uma visão, ainda quando usa das íntimas e singelas circunstâncias da sua própria vida. Desordenadamente e caòticamente muito culto, não se despegou nunca Pascoaes da estrita tradição próxima da poesia que lhe era imediatamente anterior — Antero, Junqueiro, Cesário Verde, João de Deus, Antônio Nobre, as novelas de Camilo —, que transfundiu numa síntese originalíssima; e pode dizer-se que, na poesia, foi primeiro contra êle e a influência da sua escola “saudosista”, que o modernismo português se revoltou, depois de um namoro infeliz (Pessoa e Sá-Carneiro chegaram a colaborar na Águia, a revista da “Renascença Portuguêsa”, e foi Fernando Pessoa quem, na sua estréia como crítico e polemista em 1912, proclamou, com um exa-gêro suspeito, e para escândalo dos próprios saudosistas, as excelências poéticas de Pascoaes e dos seus seguidores como Jaime Cortezão e Mário Beirão). A clivagem que Pascoaes e Pessoa representaram na poesia portuguêsa, entre um velho e um nôvo mundo (que, no entanto, também se reclamava de Cesário e de Nobre, mas também de Camilo Pessanha, e do pós-simbolismo europeu), é muito significativamente simbolizada na mútua atitude de ambos: Pascoaes, até à morte (e êle sobreviveu dezessete anos ao Pessoa que era mais nôvo que êle onze), sempre recusou a Pessoa a qualidade sequer de poeta, insistindo nas suas altas virtudes de crítico (pois como crítico elogioso dêle mesmo se estreara); e Pessoa manteve sempre, para com êle, uma correta deferência fria, como a veneração que é devida aos grandes deuses mortos. Não foi, porém, observado nunca que certo sôpro de epopéia, certa largueza panteísta do tom, certa expansividade retórica e evocativa, transparentes, sobretudo, no heterônimo Álvaro de Campos, são sob o versilibrismo métrico e estrófico, muito menos de Walt Whitman que do próprio Pascoaes que antecipara e realizara, em muito da sua obra, aquela atmosfera da grande ode pindárica, no verdadeiro sentido originário, e não no das rígidas e artificiais imitações dos árcades." in Apresentação da poesia de Teixeira de Pascoaes http://www.lerjorgedesena.letras.ufrj.br/antologias/ensaio/apresentacao-da-poesia-de-teixeira-de-pascoaes/
Os quartos do hotel Monverde estão literalmente no meio das vinhas que dão origem ao Quinta da Lixa. O hotel de charme, que foi todo desenhado para permitir experiências ligadas ao vinho verde, acabou de receber mais um prémio internacional.
Os cachos ainda a amadurecer nas videiras trazem a promessa dos vinhos que dali vão sair. É neste jardim de vinhas com 33 hectares no concelho de Amarante que está inserido o hotel Monverde, da mesma família proprietária dos vinhos Quinta da Lixa. Em plena Região Demarcada dos Vinhos Verdes, o hotel pretende proporcionar uma série de experiências ligadas ao vinho, e para chegar aos seus 30 quartos, que funcionam em antigas casas de caseiros ou espigueiros recuperados, é literalmente preciso fazer uma caminhada entre as videiras.
Afirmando-se como o primeiro hotel de referência associado ao vinho verde, o Monverde Wine Experience Hotel abriu há dois anos, e desde então não tem parado de arrecadar prémios.
Acabou agora de ser distinguido com mais um, desta vez um prémio World Luxury Spa para a Europa, na categoria Luxury Hideaway Spa, pelo seu Wine Spa, onde não faltam tratamentos de vinoterapia. Este é o segundo prémio conquistado em 2017 pelo hotel vínico no concelho de Amarante, a somar-se ao da Best of Wine Tourism. Só em 2016, o Monverde recebeu cinco galardões, com destaque para o certificado ecológico europeu (EU Ecolabel Certificate), pelo recurso a materiais naturais na sua construção, a reutilização de águas para rega, entre outros critérios ambientais.
“Na região do vinho verde não havia nenhum produto hoteleiro de alta qualidade”, lembra Miguel Velez, CEO da Unlock Boutique Hotels, empresa gestora da unidade de turismo rural, frisando que o sucesso do hotel também segue a onda do “interesse crescente que tem tido o vinho verde, que não era muito reconhecido a nível internacional. E quando se junta uma região vinícola a crescer em notoriedade, e um hotel com este ambiente único, no meio de vinhas, é um cocktail muito interessante, e que dá uma força acrescida para captar mercados internacionais”.
“Nestas vinhas há uma grande história e até se fazem pedidos de casamento”
Segundo Miguel Velez, “se este hotel fosse no Douro, uma região já bastante reconhecida a nível internacional pelos seus vinhos, se calhar não teria o mesmo impacto”. Mas tratando-se da região demarcada dos vinhos verdes, “acaba por despertar uma curiosidade maior, até aos próprios portugueses, além de termos muitos clientes internacionais que nunca na vida viram uma vinha - e isto de ter de se fazer uma caminhada entre as videiras até chegar aos quartos é uma coisa única para alguns americanos ou brasileiros, por exemplo”.
Proporcionar uma série de experiências associadas ao vinho verde, desde passeios guiados às vinhas “com a explicação do tipo de vinho que ali é feito e provas no terreno, até ao restaurante ou tratamentos de vinoterapia no spa, tudo isto conta uma grande história e dentro de uma quinta onde se produzem vinhos verdes”, frisa Miguel Velez.
Os clientes podem participar nas vindimas na altura própria (que nesta região são tardias, estendendo-se pelo mês de outubro) ou mesmo escolher um lote entre as várias castas (Loureiro, Avesso, Arinto, Touriga Nacional ou Vinhão) para fazer um vinho personalizado. “Aqui as experiências atingem desde o principiante que nunca viu uma vinha, até à pessoa mais entendida em vinhos e que inclusivamente quer ter uma garrafa com o seu rótulo”, destaca ainda o gestor. “As atividades que se fazem aqui atravessam toda a complexidade associada ao próprio vinho. E do ponto de vista turístico a vinha também serve de mote a coisas originais, como pedidos de casamento”.
E tem sido inúmeros os pedidos de casamento feitos nas vinhas do hotel Monverde - para não falar dos casamentos propriamente ditos ou dos batizados que têm tido lugar na quinta. “São os próprios hóspedes que explicitam no momento das reservas que querem fazer pedidos de casamento, normalmente a futura noiva não tem conhecimento, e nós fazemos toda a 'mise en scène'. O Monverde presta-se muito a isso, com a sua vinha e o ambiente de romantismo”, adianta Miguel Velez. “Assim como também já tivemos a adega reservada em exclusivo para um jantar a dois, um casal que quis festejar três anos de namoro. São coisas únicas que só ali é possível fazer”.
A própria arquitetura do hotel foi pensada de forma a trabalhar com as estruturas que já existiam e desenvolver a parte turística de forma a dar todo o protagonismo à vinha. “O mote sempre foi integrar o projeto no meio da paisagem, e não o contrário”, frisa Fernando Coelho, o arquiteto que desenvolveu todo o projeto “que levou sete anos a fazer, desde o primeiro risco até ficar pronto”.
Na casa principal da quinta, que segundo o arquiteto “é uma casa senhorial mais ou menos da época de Serralves, anos 50 a anos 70”, funciona a receção, restaurante, o bar vínico e as áreas comuns e de serviços do hotel, um edifício ao qual foi acoplado uma parte nova, onde funciona o spa. Do ponto de vista arquitetónico, “a paisagem da vinha sempre foi considerada a principal mais-valia, e todos os edifícios tinham de ficar integrados”.
“E normalmente neste tipo de hotéis ligados ao vinho, como se vê nas grandes herdades do Alentejo, a vinha está longe. Aqui o objetivo foi permitir uma verdadeira experiência de se poder dormir no meio das vinhas”, salienta.
O arquiteto Fernando Coelho chama ainda a atenção para a predominância de materiais naturais na construção, como a madeira que reveste o edifício a nível interior ou exterior, ou a reutilização da pedra da própria propriedade. E adianta que para chegar aos tons verde azeitona e castanho “pegámos em folhas da videira em duas alturas diferentes, na primavera e no outono, e fizemos 25 decomposições de cores de cada folha”. O verde predominante da folha de parra na primavera foi escolhido para a casa principal, e o castanho do outono para outros edifícios.
Com diárias a partir de €110 em quarto duplo em época baixa, e que nos quartos superiores vão até €250, o hotel Monverde tem estado com a ocupação em alta. E desde que a Unlock assumiu a sua gestão, em novembro de 2016, os resultados mensais têm subido sempre a dois dígitos, num crescimento médio de 30% face ao ano anterior. “Tem sido um desafio fantástico e a operação está a correr muito bem”, garante Miguel Velez, para quem o Monverde “já se afirmou como sendo o melhor hotel na região do vinho verde”.
«ANTÓNIO CARVALHO FOI O MELHOR PORTISTA EM ALBERGARIA Ciclista da W52-FC Porto-Mestre da Cor terminou na sétima posição. António Carvalho foi o melhor ciclista da W52-FC Porto-Mestre da Cor da edição de 2017 da Volta a Albergaria, terminando os 155,7 quilómetros da etapa na sétima posição. O corredor azul e branco gastou mais 25 segundos do que o vencedor da tirada, o espanhol Jesus del Pino (Efapel), que cumpriu a distância em 3h52m53s. Mais distante, mas ainda dentro do top-10, terminou outro portista: Joaquim Silva gastou mais 1m39s do que del Pino. Daniel Freitas terminou em 11.º (1m48s), Angel Rebollido em 16.º (3m03s), Juan Ignacio Pérez em 18.º (3m36s), João Rodrigues no 23.º posto (3m36s) e José Ferreira em 43.º (3m44s). No que respeita à classificação coletiva, o conjunto portista foi o vencedor da prova, terminando com a 57 segundos de avanço face à LA Aluminios/Metal e com 1m49s face ao Sporting.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/ciclismo-volta-albergaria-2017.aspx