«Capela das Almas
A Capela das Almas fica situada, no coração da baixa portuense, fazendo esquina com a Rua Santa Catarina e a Rua Fernandes Tomás, a sua construção data dos princípios do séc. XVIII sendo que a simplicidade das suas linhas por pouco não mostram a sua grande beleza artistica.
Na fachada principal abre-se, a meio, uma porta, emoldurada e rematada, superiormente, por um frontão circular partido. No mesmo enfiamento e por cima desta, um janelão, também rematado, superiormente, por frontão circular. No tímpano, em amplo frontão triangular, fixa-se um brasão, bipartido, com as armas de S. Francisco, Chagas e de Santa Catarina, dentro de uma cartela rematada por uma coroa fechada. Nos extremos da cornija duas urnas e, ao centro, uma cruz de pedra.
Separada por uma pilastra, à esquerda, ergue-se a torre sineira, em dois andares; o primeiro tem uma porta, ao centro, com uma pequena janela no seu enfiamento e, no segundo, quatro janelas sineiras rematadas por um varandim, com pirâmides aos cantos. A cúpula é rematada por uma cruz de ferro. "
A capela tem dois corpos, sendo o segundo mais baixo, e sofreu obras de ampliação e restauro que modificaram o estilo original, em 1801.
Data já do séc. XX (1929), todo o revestimento de azulejos do exterior, representando passos da vida de S. Francisco de Assis e de Santa Catarina, Santos adorados na dita capela.
O altar-mor e os altares da nave são de estilo neo-clássico. Estes são dedicados a S. João e a Nossa Senhora da Conceição e a Nossa Senhora de Fátima, Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Dores, respectivamente à esquerda e à direita.
O painel do altar-mor representa a Ascenção do Senhor. Em plinto, junto ao altar-mor, a imagem do Senhor Ressuscitado.
À entrada, do lado esquerdo, podemos ver um painel de azulejos representando a imposição das Chagas a S. Francisco, à direita, as Almas, S. Francisco Santa Catarina.
No janelão da fachada principal há um vitral, representando as almas (terceiro quartel do séc. XX). A imagem de Nossa Senhora das Almas é ainda do séc. XVIII, enquanto as outras são modernas.
É no entanto de salientar a curiosa mistura de cenas da vida de Santa Catarina de Sienna com a de Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir, patente na fachada principal. A ultima vez que estes foram objecto de recuperação foi em 1982.» in http://www.portoxxi.com/cultura/ver_edificio.php?id=4
«Santa Catarina
Catarina nasceu no dia 25 de março de 1347, na cidade de Siena, na Itália. Sua mãe, Lapa Benincasa, teve duas gémeas, mas apenas a futura santa conseguiu resistir ao parto. Ela era a vigésima quarta filha de um humilde tintureiro. Sua família, muito devota, era extremamente pobre, portanto ela não teve chance nem mesmo de aprender a ler e a escrever, e vivenciou uma infância difícil, sempre debilitada e enferma.
A garota cresceu tendo visões de santos e anjos, dedicou sua virgindade ao Mestre aos 7 anos, e aos 15 entrou para a Ordem Terceira Dominicana, embora conservando-se leiga. Catarina encerrou-se na clausura, mesmo este não sendo um costume destas irmãs, e prosseguiu desta forma seus severos jejuns, anteriormente já criticados por seus familiares. Alguns estudiosos consideram tão rigorosa esta prática, que a registam como um primeiro caso de anorexia nervosa.
Quando ela meditava e fazia suas preces, um estado de êxtase tomava conta dela, e desta forma ela conseguiu atrair inúmeros descrentes para sua fé, quando ainda era jovem. Dizem as vozes tradicionais da Igreja que ela trazia impressas em seu corpo as chagas adquiridas por Jesus durante a Paixão, o que enfraquecia ainda mais seu organismo e o crivava de dores intensas.
Durante a epidemia que devastou a Europa, em 1374, ela deixou o claustro e se dedicou à cura das pessoas atingidas pela Peste. A fé e a serenidade com que ela enfrentou estes terríveis momentos também transformou a vida de muitos infiéis. Nesta época, impossibilitada de escrever por ser analfabeta, ela ditava cartas e textos com mensagens a serem transmitidas ao clero, à massa, a pontífices, monarcas, lideranças de todas as espécies, a princípio convocando todos à prática da tolerância e da paz, depois se dedicando a convencer o Papa a reassumir seu papel em Roma, deixando assim Avignon, cidade francesa onde o clero passara a residir.
Catarina tornou-se assim personagem essencial na questão do Grande Cisma do Oriente, convertendo-se em uma significativa imagem feminina no interior da Igreja, quando as mulheres nem sonhavam ainda em conquistar um papel importante nesta estrutura clerical totalmente masculinizada. Em 1376 dois Papas disputavam entre si a posse do Pontificado, o que ameaçou cindir perigosamente a Igreja. Foi então que Catarina se dirigiu ao Papa Gregório XI e rogou-lhe que retornasse ao seu antigo núcleo de poder no coração da Itália.
Este gesto foi essencial para a paz e a unificação da Igreja, mais um gesto de Catarina que, para sua época, representa uma figura feminina muito tempo à frente dos que viviam neste mesmo período. Ela era profundamente admirada por todos, e até hoje sua obra Diálogo sobre a Divina Providência, também transmitida verbalmente por ela, é analisada e pesquisada, um exemplo de profunda devoção cristã e da mente privilegiada de Catarina.
Vitoriosa, a religiosa retorna à sua cidade natal, e aí tem um derrame cerebral, vindo a falecer no dia 29 de abril de 1380, aos 33 anos de idade, dia em que se festeja a futura santa, padroeira da Itália. Pouco tempo depois de sua morte ocorre, infelizmente, apesar de seus esforços, o temido Grande Cisma do Ocidente. Em 1970 ela é considerada Doutora da Igreja pelo Papa Paulo VI, embora fosse leiga. Seu corpo está até hoje dividido, a cabeça em Siena, sua terra natal; e o corpo em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva.
Fontes:
http://www.catolicosnaflorida.org/portal/especiais.asp?codigo=23&sobre=Santa%20Catarina%20de%20Siena
http://quiosqueazul.blogspot.com/2008/08/santa-catarina-de-sena.html» in http://www.infoescola.com/biografias/santa-catarina-de-siena/
(PORTO - Capela das Almas - Portugal)
(Porto - Portugal - Capela das Almas de Santa Catarina)
(CAPELA DAS ALMAS - PORTO)