06/09/07

Música Clássica - Luciano Pavaroti - "Viva Forever!".







Spice Girls & Luciano Pavarotti - "Viva Forever"

«Luciano Pavarotti
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Luciano Pavarotti
Luciano Pavarotti 15.06.02 cropped2 (squared).jpgPavarotti em performance no Stade Vélodrome
Informação geral
Nome completo Luciano Pavarotti
Apelido Pavarotti
Data de nascimento 12 de outubro de 1935
Módena, Emília-Romanha
 Itália
Data de morte 6 de setembro de 2007 (71 anos)
Módena, Itália
Gêneros Ópera
Instrumentos vocal
Extensão vocal Tenor
Período em atividade 1961 - 2004
Afiliações Os Três Tenores
Página oficial www.lucianopavarotti.com
Assinatura Luciano Pavarotti Signature.svg
Luciano Pavarotti, Cavaliere di Gran Croce OMRI (Módena, 12 de outubro de 1935 — Módena, 6 de setembro de 2007) foi um cantor (tenor lírico) italiano, grande intérprete das obras de Donizetti, Puccini e Verdi, dentre outros em seu grande repertório. É reconhecido como o tenor que popularizou mundialmente a ópera.[1]
Pavarotti começou sua carreira profissional como tenor em 1961 na Itália. Em 1961, fez sua primeira performance internacional, em La Traviata de Giuseppe Verdi, em Belgrado, Sérvia. Ele cantou nas maiores casas de óperas da Itália, nos Países Baixos, Viena, Londres, Ankara, Budapeste e Barcelona. O jovem tenor tornou-se conhecido durante uma turnê australiana ao lado da renomada soprano Joan Sutherland em 1965. Ele fez sua estreia nos Estados Unidos em Miami, também em convite da soprano. Sua posição como o tenor lírico líder de sua geração veio entre os anos de 1966 e 1972, durante suas performances no Teatro alla Scala de Milão e em outras casas de ópera italianas. No Metropolitan Opera House, ele cantou o papel de Tonio de La fille du régiment de Gaetano Donizetti e recebeu o título de "Rei dos Dós", quando ele cantou a aria "Ah mes amis...pour mon âme". Ele ganhou fama mundial com sua brilhante e bonito tom, especialmente pelo alcance. Ele foi o melhor tenor em bel canto, em Aida de Verdi e La Bohème, Tosca e Madama Butterfly (Giacomo Puccini) de sua geração. No fim da decada de 1970 e 1980, ele continuou apresentando-se nos maiores teatros do mundo.
Tornou-se popular entre o público na Copa do Mundo de 1990 na Itália, com performances de Nessun Dorma de Puccini de Turandot, na apresentação dos Os Três Tenores, ao lado dos tenores e amigos Plácido Domingo e José Carreras[2]. Os três apresentaram-se novamente diversas vezes.
Sua última performance em uma ópera, no Metropolitan Opera foi em março de 2004. Um ano depois, a Fundação Ítalo-Americana nacional o indicou a Calçada Ítalo-Americana da Fama, em reconhecimento ao seu trabalho durante toda a vida. Sua última aparição em um palco foi na abertura do Jogos Olímpicos de Inverno, em Turim, em 2006, quando ele cantou pela última vez "Nessun Dorma" e recebeu uma ovação calorosa de milhares de pessoas.
No dia 6 de setembro de 2007, ele morreu em sua casa, em Módena, graças a um câncer no pâncreas, aos 71 anos.
Pavarotti gravou duetos [3] com Anastacia,Mariah Carey, James Brown, Frank Sinatra, Zucchero, Ricky Martin, Laura Pausini, Elton John, Spice Girls, Bryan Adams, Andrea Bocelli, Queen, Céline Dion, Eros Ramazzotti, Jon Bon Jovi, The Corrs, U2, Roberto Carlos, entre outros,[4] especialmente para causas beneficentes, nas quais se envolveu bastante.

Índice

[esconder]

[editar] Biografia

Luciano Pavarotti nasceu em 1935, em Modena, no Norte da Itália. Filho de Fernando Pavarotti, um padeiro e tenor amador, e Adele Venturi, uma funcionária de uma fábrica de cigarros[5]. Mesmo que ele fale bem de sua infância, sabe-se que tinham pouco dinheiro e viviam todos em um pequeno apartamento de dois quartos. De acordo com Pavarotti, seu pai tinha uma ótima voz de tenor, mas rejeitou a possibilidade de seguir a carreira musical por causa do nervosismo. A Segunda Guerra Mundial forçou a família a mudar-se de cidade em 1943. No ano seguinte, se mudaram para uma pequena residência em um campo, onde o jovem Pavarotti desenvolveu um interesse na agricultura.
Após abandonar o sonho de se tornar um goleiro de futebol, Pavarotti passou sete anos em treinamento vocal. As primeiras influências musicais de Pavarotti vieram das gravações de seu pai, muitas dessas sendo de Beniamino Gigli, Giovanni Martinelli, Tito Schipa e Enrico Caruso. O tenor favorito de Pavarotti e ídolo foi Giuseppe Di Stefano. Ele também foi muito influenciado por Mario Lanza[6]. Aos nove anos de idade, ele começou a cantar com seu pai no pequeno coral local.
Durante a adolescência chegou a ter aulas de violão, mas não levou o estudo do instrumento adiante.
Após ter tido um interesse típico em esportes, o que parece ser normal para uma criança, ele graduou-se na Escola Magistrale e ficou face-a-face com um dilema de que carreira escolher. Ele sempre foi interessado na carreira de goleiro, mas sua mãe o convenceu dele ser professor. Ele, consequentemente, lecionou em uma escola primária por dois anos, mas finalmente seguiu na carreira musical. Seu pai, sabendo dos riscos dessa carreira, apenas o aconselhou com relutância.
Pavarotti começou seus estudos de música em 1954, aos 19 anos de idade com Arrigo Pola, um respeitado professor e tenor profissional em Modena, oferecendo-lhe aulas sem remuneração. Em 1955, ele cantou pela primeira vez com sucesso, quando ele era membro do Corale Rossini, um coral masculino de Modena, que seu pai também fazia parte, com quem ele ganhou o Prêmio Internacional Eisteddofd em Llandollen, Gales. Posteriormente, ele disse que esse foi a experiência mais importante da sua vida e que o inspirou a ser um cantor profissional[7]. Nesse período, Pavarotti conheceu Adua Veroni. Eles se casaram em 1961.
Quando seu professor, Arrigo Pola, mudou-se para o Japão, Pavarotti começou a estudar com Ettore Campogalliani, que também foi professor da amiga de infância de Pavarotti, Mirella Freni, com quem a mãe de Luciano tinha trabalho na fábrica de cigarros. Como Pavarotti, Freni estava destinada a ter uma grande carreira operística. Eles dividiram o palco em performances memoráveis e fizeram grandes gravações juntos.
Durante os anos de estudo musical, Pavarotti teve dois empregos para se sustentar - o primeiro como professor de uma escola primária e o segundo como vendedor de seguros. Quando um nódulo em suas cordas vocais fez ele ter um concerto "desastroso" em Ferrara, ele resolveu desistir da carreira de cantor.

[editar] Carreira

[editar] Décadas de 1960 e 1970

Pavarotti em concerto no Palácio de Constantino na comemoração do 300º aniversário de São Petesburgo.
Pavarotti começou sua carreira como tenor em pequenas casas de óperas regionais, fazendo sua estreia como Rodolfo em La Bohème (Puccini) no Teatro Municipale em Reggio Emilia em abril de 1961.
Logo no início da sua carreira, dia 23 de fevereiro de 1963, ele estreiou na Ópera Estatal de Viena, no mesmo papel. Em março e abril de 1963, Viena voltou a vê-lo no papel de Rodolfo e Duca de Mantova, em Rigoletto (Verdi). No mesmo ano, ele interpretou Rodolfo no Royal Opera House, Covent Garden, em Londres, substituíndo Giuseppe di Stefano que estava indisposto[8].
Mesmo tendo sucesso nas suas interpretações, os primeiros papéis de Pavarotti não o levaram ao estrelado que alcançaria depois. Seu envolvimento com a soprano Joan Sutherland (e seu marido, o maestro Richard Bonynge), que em 1963 procuravam um tenor mais alto do que ela para acompanhá-la em uma turnê australiana[9]. Com seus mais de 1,80m de altura e sua presença física, Pavarotti era o ideal. Os dois cantaram quarenta performances em dois meses e posteriormente, Pavarotti creditou a Sutherland sua técnica de respiração, que sustentaria sua carreira[10].
Pavarotti fez sua estreia estadunidense na Grande Ópera de Miami em fevereiro de 1965, cantando em Lucia di Lammermoor de Gaetano Donizetti, ao lado de Joan Sutherland. O tenor que iria cantar, inicialmente o papel, ficou doente repentinamente. Como Sutherland já havia feito uma turnê com o jovem Pavarotti, acreditava que ele estaria familiarizado com o papel.
Logo após, em 28 de abril, Pavarotti fez sua estreia no La Scala, revivendo a famosa produção de La Bohème de Franco Zeffirelli, com sua amiga de infância Mirella Freni, e Herbert von Karajan conduzindo. Após uma extensiva turnê australiana, ele retornou ao La Scala, onde cantou o papel de Tebaldo em I Capuleti e i Montecchi, em 26 de março de 1966, com Giacomo Aragall como Romeo. Sua primeira performance como Tonio em La fille du régiment de Donizetti, no Royal Opera House, Covent Garden, em 2 de junho do mesmo ano. Foi nessa performance que ele ganhou o título de "Rei dos Dós". Ele conseguiu outro triunfo em Roma, dia 21 de novembro de 1969, quando cantou em I Lombardi de Verdi com Renata Scotto.
Seu maior sucesso nos Estados Unidos veio em 17 de fevereiro de 1972, em uma produção de La fille du régiment, no Metropolitan Opera House em Nova Iorque, quando ele levou o público ao delírio, alcançando nove dós na ária "pour mon âme". Ele bateu o record, sendo chamado dezessete vezes ao palco.
Pavarotti cantou seu primeiro recital internacional no William Jewell College, em Liberty, Missouri em 1 de fevereiro de 1973. Por causa do seu nervosismo e seu suor em excesso, ele levou um lenço ao seu recital, então esse tornou-se sua marca registrada.
Ele começou a frequentar performances televisivas em março de 1977, com Rodolfo (La Bohème) na primeira produção de Live from the Met. Ele recebeu inúmeros Grammys e discos de ouro e platina por suas performances. Entre os discos que encabeçam a lista, estão La Favorita (Gaetano Donizetti) com Fiorenza Cossotto e I Puritani (Vincenzo Bellini) com Joan Sutherland.
Em 1976, Pavarotti fez sua estreia no Festival de Salzburgo, aparecendo em um recital solo dia 31 de julho, acompanhado pelo pianista Leone Magiera. Pavarotti retornou ao festial em 1978, com um recital e no papel do Cantor Italiano em Der Rosenkavalier de Richard Strauss, em 1983 com Idomeneo e em 1985 e 1988 com recitais solo. Em 1979, ele foi a capa da revista Time[11]. No mesmo ano, Pavarotti retornou a Ópera Estatal de Viena após uma abstinência de quatorze anos. Com Herbert von Karajan, conduzindo, Pavarotti candou o papel de Manrico em Il Trovatore. Em 1978, ele apareceu em um recital solo no Livre from Lincoln Center.

[editar] Décadas de 1980 e 1990

No início da década de 1980, ele criou a Pavarotti Competição Internacional de Voz, para jovens cantores, os vencedores cantaram ao lado dele em 1982, em La Bohème e L'Elisir D'amore (Gaetano Donizetti). Na segunda competição, em 1986, os vencedores apresentaram-se em La Bohème e Un Ballo in Maschera (Verdi). Para celebrar seus 25 anos de carreira, ele levou os vencedores da competição para a Itália para performances de gala de La Bohème em Modena e Gênova e posteriormene para China, com a performance em Pequim. Para concluir a visita a China, Pavarotti interpretou pela primeira vez no Grande Hall das Pessoas, para 10 mil pessoas, recebendo uma ovação em pé pelos seus nove dó tenor. A terceira competição aconteceu em 1989, novamente apresentando L'Elisir D'Amore e Un ballo in maschera. Os vencedores da quinta competição acompanharam Pavarotti em performances na Filadélfia em 1997.
Na metade da década de 1980, Pavarotti retornou para as duas casas de ópera que lhe proporcionou sucesso: Ópera Estatal de Viena e Teatro alla Scala. Em Viena, Pavarotti interpretou Rodolfo em La Bohème com Carlos Kleiber conduzindo, juntamente com Mirella Freni como Mimi; como Nemorino em L'elisir d'amore; como Radamés em Aida, conduzido por Lorin Maazel; como Rodolfo em Luisa Miller e como Gustavo em Un Ballo in Maschera, conduzido por Claudio Abbado. Em 1996, Pavarotti apareceu pela última vez na Compania, em Andrea Chénier.
Em 1985, Pavarotti cantou Radamés no La Scala, ao lado de Maria Chiara, conduzidos por Maazel, sendo essa performance, grava em vídeo. Sua performande da ária "Celeste Aida" recebeu uma ovação de dois minutos na noite de abertura. Em 1988, ele interpretou Rodolfo novamente, ao lado de Mirella Freni na Ópera de São Francisco, também gravado em vídeo. Em 1992, o La Scala viu Pavarotti na nova produção de Don Carlo, conduzida por Riccardo Muti. A performance de Pavarotti foi criticada por alguns observadores e vaiada por outros.
Pavarotti tornou-se mais conhecido mundialmente em 1990, quando cantou "Nessun Dorma", ária da ópera Turandot de Giacomo Puccini, sendo a música tema da Copa do Mundo da FIFA de 1990. A conquista da ária foi seguida pelo grande sucesso do primeiro concerto de Os Três Tenores, acontecendo no encerramento da Copa do Mundo, em Roma, com Plácido Domingo e José Carreras, sendo conduzidos por Zubin Mehta, tornando-se a gravação erudita mais vendida na história. O ponto alto do concerto foi com "O Sole Mio" de di Capua. Esse concerto é o momento erudito mais lembrado da história moderna. Na década de 1990, Pavarotti apareceu em muitos concerto a céu aberto, incluíndo concertos televisionados no Hyde Park em Londres, para um público de 150 mil pessoas. Em junho de 1993, para mais de 500 mil pessoas no Central Park em Nova Iorque. Em setembro de 1993, ele apresentou-se na Torre Eiffel em Paris, cantando para mais de 300 mil pessoas. Seguindo o concerto origial, em 1990, Os Três Tenores apresentaram-se nas Copas do Mundo de 1994 (Los Angeles), 1998 (Paris) e 2002 (Yokohama).
O sucesso de Pavarotti não aconteceu sem dificuldades. Ele ganhou a reputação de "Rei dos Cancelamentos", pela frequência em que ele cancelava suas performances. Em 1989, a relação do tenor com Ardis Krainik da Ópera Lírica de Chicago ficou estremessida. Em um período de oito anos, Pavarotti cancelou 26 das 41 performances na Compania e o mundo assistiu Krainik cogitar a possibilidade de banir Pavarotti dos palcos da Compania[12].
Em 12 de dezembro de 1998, ele tornou-se o primeiro e único cantor de ópera a apresnetar-se no Saturday Night Live, cantando com Vanessa L. Williams. Ele também cantou ao lado de U2 em 1995 e com Mercedes Sosa em um grande concerto na Arena La Bombonera do Boca Juniors, em Buenos Aires, Argentina, em 1999.

[editar] Anos 2000

Pavarotti durante um concerto em Turim.
Ele recebeu inúmeros prêmios e honras, incluíndo Kennedy Center Honors em 2001. Também entrou para o Livro dos Records duas vezes: uma pela Em 2004, por ter sido o cantor de ópera a ser chamado ao palco por mais vezes (165 vezes)[13] e por ter gravado o álbum erudito mais vendido na história (In Concerto, dos Os Três Tenores).
No fim de 2003, ele gravou seu último álbum Ti Adoro. Mais de 13 músicas foram compostas e produzidas por Michele Centonze, que também tinha produzido o "Pavarotti e Amigos", entre 1998 e 2000. O tenor descreveu o álbum como um presente de casamento para Nicoletta Mantovani.
Pavarotti começou sua turnê de despedida em 2004, aos 69 anos de idade, apresentando-se uma vez nos lugares que fizeram parte da sua carreira de 40 anos. Sua última performance no Metropolitan Opera House, em Nova iorque, em 13 de março de 2004, recebendo uma calorosa ovação de 11 minutos[14] pela performance de Maio Cavaradossi de Tosca, Giacomo Puccini. Em 1 de dezembro de 2004, ele anunciou sua turnê de despedida, passando por 40 cidades. O Brasil estava nessa lista. Foi também em 2004, que um dos empresários de Pavarotti Herbert Breslin, publicou um livro: O Rei e Eu.
Em março de 2005, Pavarotti passou por uma cirurgia no pescoço para reparar duas vértebras. No início de 2006, ele submeteu-se a uma cirurgia na coluna e contraiu uma infecção em um hospital de Nova Iorque, forçando o cancelamento de concertos no Estados Unidos, Canadá e Reino Unido[15].
Em 10 de fevereiro de 2006, Pavarotti cantou "Nessun Dorma" no cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Turim, em 2006, sua última performance. Sua performance recebeu a mais longa e calorosa ovação da noite. Leone Magiera, que dirigiu a performance, revelou em suas memórias, em 2008, que a performance foi gravada semanas antes[16]. "A orquestra fingiu tocar para o público, eu fingia conduzir e Luciano fingia cantar. O efeito foi maravilhoso", ele escreveu. O empresário do tenor, Terri Robson, disse que o tenor não queria aceitar o convite da comissão, pois não aguentaria cantar a noite, em uma temperatura negativa. A comissão acabou convencendo-o a gravar a música.

[editar] Morte

Durante sua turnê de despedida, Pavarotti foi diagnosticado com câncer pancreático, em julho de 2006. O tenor lutou contra as implicações deste diagnóstico, submetido a uma cirurgia abdominal de grande porte e começou a fazer planos para a retomada de sua turnê. Na quinta-feira, 6 de setembro de 2007, ele morreu em Modena, Itália, aos 71 anos de idade. Poucas horas depois de sua morte, seu empresário, Terri Robson, fez o comunicado oficial: "O maestro travou uma longa e dura batalha contra o câncer pancreático, que acabou lhe tirando a vida. [...] Ele manteve-se positivo até finalmente sucumbir, nos últimos estágios da doença"[17][18][19].
Segundo vários relatos, pouco antes de morrer, o cantor recebeu os sacramentos da confissão e Unção dos enfermos da Igreja Católica[20].
O funeral do tenor aconteceu na Catedral de Modena. Andrea Bocelli, José Carreras, Bono Vox, Romano Prodi e Kofi Annan[21] compareceram ao funeral. A Frecce Tricolori, uma compania de aviação de demonstração, da Força Aérea Italiana, sobrevoou a Catedral deixando a mancha verde-branca-vermelha, as cores da bandeira italiana. Após a procissão do funeral pelo centro de Modena, o caixão de Pavarotti foi levado até a aldeia de Castelnuovo Rangone e enterrado junto aos túmulos de seus pais. O funeral foi transmitido ao vivo pela CNN. A Ópera Estatal de Viena e o Hall do Festival de Salzburgo estenderam bandeiras pretas, em sinal de luto[22] Tributes were published by many opera houses, such as London's Royal Opera House.[23]. Homenagens foram publicadas por muitas casas de óperas, como o Royal Opera House, Covent Garden e o Metropolitan Opera House. O gigante time de futebol, Juventus, do qual pavarotti era um fã de longa data, colocou uma mensagem de despedido em seu site, que dizia: "Adeus Pavarotti, coração preto e branco", referindo-se as famosas listras do time.

[editar] Tributos

Em 12 de outubro de 2007, no dia em que Pavarotti completaria 72 anos de idade, o Google exibiu um cartoon de Pavarotti no lugar o "L" em seu logo[24]. Um concerto de tributo aconteceu no Avery Fisher Hall dia 14 de fevereiro de 2008, em Nova Iorque[25].

[editar] Testamento

Seu testamento foi lido um dia após sua morte e o seundo no mesmo mês[26]. Ele deixou uma propriedade nos arredores de sua cidade natal, Modena, uma mansão em Pesaro, um apartamento em Monte Carlo e três apartamentos em Nova Iorque[27].
Advogados da viúva de Pavarotti, Giorgio Bernini, Anna Maria Bernini e o empresário Terri Robson, anunciaram em 30 de junho de 2008 que sua família resolveu amigavelmente a situação (uma situação de 300 milhões de euros, aproximadamente 480 milhões de dólares, na época). Pavarotti deixou duas vontades: que seus bens fossem divididos pela lei italiana, dando metade para sua segunda esposa, Nicoletta Mantovani e a outra metado dividiria-se para suas quatro filhas; a segunda vontade era deixar suas propriedades nos Estados Unidos para Mantovani. O juíz acatou essa vontade, mas no fim de julho de 2008, um procurador público de Pesaro, Massimo Di Patria, investigou alegações de que Pavarotti não estava em juízo com suas faculdades mentais quando assinou os documentos[28][29][30]. Um advogado da viúva, Nicoletta afirmou em declarações que havia uma disputa entra a Sra. Mantovani e as três filhas do primeiro casamento[31].

[editar] Vida Pessoal

Em 13 de dezembro de 2003 ele se casou com sua assistente pessoal, Nicoletta Mantovani e teve uma filha com ela, Alice. Um segundo filho, Riccardo, não sobreviveu, graças a complicações no parto, em janeiro de 2003. Pavarotti também teve três outras filhas de seu primeiro casamento, com Adua, eles foram casados por 34 anos e tiveram Lorenza, Cristina e Guiliana. No momento de sua morte, ele tinha uma neta.

[editar] Em Portugal

Pavarotti actuou duas vezes em Portugal.[32] A primeira em 13 de janeiro de 1991 no Coliseu de Lisboa num concerto denominado "Uma Noite com Luciano Pavarotti". Pavarotti cantou árias de Donizetti, Verdi, Massenet, Puccini, Leoncavallo e canções napolitanas.
Em 21 de Junho de 2000 actuou no Estádio São Luís, em Faro com cenário do arquitecto Tomás Taveira. Na viagem entre Lisboa e Faro, partiu-se um vidro do jacto privado do cantor, a cabine despressurizou e o avião caiu mais de três mil metros. O tenor não ganhou para o susto, comentando "Desta vez safei-me".
O incidente resultou numa otite e alguns problemas nas cordas vocais, pelo que teve de receber tratamento numa clínica próxima de Faro.

[editar] No Brasil

Pavarotti esteve no Brasil sete vezes. A primeira foi em 1979, realizando dois recitais: um no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e o outro no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, onde cantou para quatro mil pessoas sem o microfone.[33] A última vez que ele esteve no Brasil foi em 2000, com uma apresentação dos Três Tenores, no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Também cantou em dueto com o cantor Roberto Carlos em Porto Alegre no ano de 1998, outra apresentação dos dois juntos era esperada para o ano de 2007 em Minas Gerais mas foi cancelada devido a motivos de saúde de Luciano Pavarotti.[34][35]

[editar] Outros Trabalhos

[editar] Filme e Televisão

Pavarotti participou de apenas um filme, uma comédia romântica chamada Yes, Giorgia (1982), mas apareceu em mais de 20 performances de óperas televisionadas entre 1978 e 1994, a maioria no Metropolitan Opera House e todas disponíveis em DVD.

[editar] Humanitarianismo

Pavarotti produzia, anualmente, os concertos beneficentes chamados "Pavarotti e Amigos", em sua cidade natal, Modena, Itália, cantando ao lado de grandes músicos de vários estilos, incluindo Bryan Adams, Bono Vox, Mariah Carey, Sheryl Crow, Céline Dion, Elton John, Queen, Sting, Spice Girls e Jon Bon Jovi, para arrecadar fundos para as causas da ONU. Concertos foram feitos para as crianças das guerras e vítimas das guerras da Bósnia, Guatemala, Kosovo e Iraque.
Ele produziu um concerto beneficente para arrecadar dinheiro para as vítimas de tragédias como o Sismo de Spitak, que matou 25 mil pessoas na Armenia[36], em dezembro de 1988 e cantou Ave Maria de Charles Gounod com o legendário cantor frances, Charles Aznavour.
Ele foi amigo íntimo da Diana, Princesa de Gales. Eles arrecadaram fundos para eliminar minas terrestres usadas em guerras. Ele acabou sendo convidado para cantar no funeral da Princesa, mas recusou o convite, pois não se sentiria bem ao cantar. Entretanto, ele atendeu ao convite posteriormente.
Em 1998, ele foi apontado como Mensageiro da Paz das Nações Unidas, usando sua fama para trazer contribuições para a ONU, incluíndo os projetos de HIV/AIDS, direitos infantis, pobreza, entre outros projetos[37]. Em 1999 apresentou-se em Beirut, para marcar o resurgimento do Líbano no cenário mundial, após 15 anos de guerra civil. Foi o maior concerto acontecido em Beirut após a guerra, reunindo 25.000 pessoas[38]. Em seus concertos beneficentes, Pavarotti arrecadou mais do que qualquer outro individualmente[39].
Pavarotti recebeu o Prêmio Nansen da Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, pelos seus trablahos, e outras honras incluem: Prêmio Liberdade de Londres, Prêmio pelos Serviços Humanitários da Cruz Vermelha, MusiCares Pessoa do Ano da Academia de Artes e Ciências Nacional[40][41].
Ele foi o Patrono da Delta Omicron, uma fraternidade musical internacional[42].

[editar] Discografia

Pavarotti possui uma vasta discografia composta por álbuns de estúdio, onde transita dos clássicos eruditos às canções mais populares do interior da Itália, coletâneas de canções dos grandes nomes na música mundial, gravações de várias das óperas em que atuou, álbuns ao vivo de alguns dos concertos que realizou ao longo se sua carreira, com participações de expoentes da música lírica, bem como de ídolos da cultura pop.[43][44][45]

[editar] Ver também

Referências

  1. Pavarotti popularizou a ópera? (em português). Shvoong. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
  2. Luciano Pavarotti, el gran tenor (em espanhol). El provenir. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
  3. Pavarotti e Friends - Um show inesquecível (em português). G1. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
  4. Falecimentos no mundo da música (em português). Music Globe News. Página visitada em 30 de setembro de 2009.
  5. Luciano Pavarotti Biography (1935-2007)
  6. [1]
  7. Pavarotti eisteddfod career start. BBC Online (6 September 2007). Página visitada em 2007-09-07.
  8. Paul Arendt, "It Was All About the Voice," The Guardian,(Italy), September 7, 2007
  9. Joan Sutherland quoted in Paul Arendt, "It Was All About the Voice," The Guardian, (London), September 7, 2007: "The young Pavarotti was a revelation to the opera world. He made his debut in the United States with us in Miami in 1965. He then came as part of our company to Australia, where he sang three times a week for 14 weeks, and we went on to make countless recordings together.
  10. Ariel David, "World Mourns Italian Tenor Pavarotti," WTOPnews.com, September 6, 2007
  11. Time Cover Archive, Sept 24th, 1979
  12. Herbert H. Breslin, The King and I: The Uncensored Tale of Luciano Pavarotti's Rise to Fame by His Manager, Friend and Sometime Adversary, New York: Doubleday Publishing, 2004 ISBN 978-0-385-50972-5 ISBN 0-385-50972-3
  13. Block, Mervin (October 15, 2004). '60 Minutes' Story About Singer Hits False Note. Poynter Online. Página visitada em 2009-09-28.
  14. Pavarotti (em português). O Diário de Cuiabá. Página visitada em 30 de setembro de 2009.
  15. Pavarotti 'will return to stage'. BBC News (25 de julho de 2006). Página visitada em 5-9-2007.
  16. Kington, Tom (7 de abril de 2008). Pavarotti mimed at final performance. The Guardian. Página visitada em 28-8-2009.
  17. "Tenor Luciano Pavarotti dead at 71" on cnn.com, September 6, 2007; retrieved on 2007-09-06
  18. Pavarotti dead at 71: manager; retrieved on 2007-09-06
  19. "Pavarotti Dead At Age 71", CBS News, 7 September 2007.
  20. Pavarotti returns to the Catholic faith before dying, by Catholic News Agency
  21. People gather at Modena Cathedral to say farewell to Pavarotti|
  22. "Black flag flies over Vienna Opera House for Pavarotti", Agence France-Presse, 2007-09-06. Página visitada em 2007-09-06.
  23. Castonguay, Gilles. "Luciano Pavarotti dead at 71", Reuters, 2007-09-06. Página visitada em 2007-09-06.
  24. Google logos 2007 October - December
  25. Pavarotti: Italy, world mourns. China View (7 September 2007). Página visitada em 2007-09-05.
  26. Hooper, John. "Pavarotti's will leaves US property to his second wife", The Guardian, 19 September 2007. Página visitada em 2007-10-06.
  27. Owen, Richard. "Pavarotti's manager on his last days", The Times, 11 September 2007. Página visitada em 2007-10-14.
  28. ap.google.com, Pavarotti widow, daughters agree on inheritance[ligação inativa]
  29. uk.reuters.com, Pavarotti's widow and daughters reach inheritance deal
  30. independent.co.uk, Widow settles dispute with Pavarotti's daughters over will
  31. Lee, Felicia R. (1 July 2008). Pavarotti's Daughters and Widow Reach Deal. The New York Times. Página visitada em 5 April 2010.
  32. Jovens tenores homenageiam Pavarotti (em português). Jornal Oeste Online. Página visitada em 30 de setembro de 2009.
  33. A primeira vez que Pavarotti veio ao Brasil (em português). G1. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
  34. A morte de Luciano Pavarotti (em português). O Estado de São Paulo. Página visitada em 30 de setembro de 2009.
  35. Pavarotti esteve sete vezes no Brasil (em português). O Estado de São Paulo. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
  36. Alessandra Rizzo, "Italian tenor Pavarotti dies at age 71" on yahoo.com[ligação inativa]; retrieved on 2007-09-06
  37. "Luciano Pavarotti to Promote UN Causes During Series of Concerts, 2005 - 2006", U.N. Press release, 5/4/2005, retrieved on 6 September 2007
  38. Pavarotti quebrou uma diferente barreira do som (em inglês). CNN. Página visitada em 21 de maio de 2010.
  39. Crossette, Barbara (31 de maio de 2001). "United Nations: Honor For Tenor With Midas Touch". World Briefing (The New York Times). Página visitada em 06/09/2007
  40. "Freedom of London for Pavarotti", Entertainment, BBC News, 2005-09-13. Página visitada em 2007-09-06.
  41. Parker, Lyndsey. "Pavarotti Is The Person", Yahoo! Music News, Yahoo!, 1997-02-31. Página visitada em 2007-09-06.
  42. Delta Omicron
  43. Luciano Pavarotti - Discografia (em inglês). Página oficial. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
  44. Luciano Pavarotti (em inglês). discogs. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
  45. Artist: Luciano Pavarotti (em inglês). musicbrainz. Página visitada em 29 de setembro de 2009.

[editar] Ligações externas

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"Amigos para siempre
(Friends for life)
Sarah
I don't have to say
A word to you
You seem to know
Whatever mood
I'm going through
Feels as though
I've known you forever
José
You
Can look into my eyes and see
The way I feel
And how
The world is treating me
Maybe I have known you forever
both
Amigos para siempre
Means you'll always be my friend
Amics per sempre
Means a love that cannot end
Friends for life
Not just a summer or a spring
Amigos para siempre
I feel you near me
Even when we are apart
Just knowing you are in this world
Can warm my heart
Friends for life
Not just a summer or a spring
Amigos para siempre
Sarah
We share memories
I won't forget
And we'll share more,
My friend,
We haven't started yet
Something happens
When we're together
José
When
I look at you
I wonder why
There has to come
A time when we must say goodbye
I'm alive when we are together
both
Amigos para siempre
Means you'll always be my friend
Amics per sempre
Means a love that cannot end
Friends for life
Not just a summer or a spring
Amigos para siempre
I feel you near me
Even when we are apart
Just knowing you are in this world
Can warm my heart
Friends for life
Not just a summer or a spring
Amigos para siempre
José
When
I look at you
I wonder why
There has to come
A time when we must say goodbye
both
I'm alive when we are together
Amigos para siempre
Means you'll always be my friend
Amics per sempre
Means a love that cannot end
Friends for life
Not just a summer or a spring
Amigos para siempre
I feel you near me
Even when we are apart
Just knowing you are in this world
Can warm my heart
Friends for life
Not just a summer or a spring
Amigos para siempre
Amigos para siempre
Means you'll always be my friend
Amics per sempre
Means a love that cannot end
Friends for life
Not just a summer or a spring
Amigos para siempre
Amigos para siempre"
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Soube-se hoje, através dos noticiários das Rádios e TV que Luciano Pavaroti se encontra gravemente doente! Aconteça o que acontecer, Luciano Pavaroti, viverá para sempre, através do seu legado musical e do seu humanismo! Viva, Luciano Pavaroti!


05/09/07

Vista do Marão a anoitecer, em Setembro!







Cidade de Amarante e Marão vistas de Madriane, Telões, Amarante!
O anoitecer de Setembro ganha novas tonalidades, mas igualmente belas!

Castelo de Paiva - Gosto daquela terra, onde dei aulas na Escola Secundária, durante 3 anos consecutivos!


Vistas fantásticas de S. Domingos, é um sítio lindíssimo!


Capela da Senhora das Amoras em Castelo de Paiva!



Nos três anos que lecionei em Castelo de Paiva, tenho muita pena de não ter fotografado mais aquela terra, mas infelizmente ainda não dispunha de uma boa máquina fotográfica, deixando, deste modo, paisagens lindíssimas por registar. Contudo, se Deus quiser, ainda hei-de tirar belas fotografias desta terra, que eu fiquei a amar! Confesso que me mete um pouco de confusão, o facto, deste terra pertencer à Associação de Municípios do Vale do Sousa! Penso que pelas suas características socioeconómicas, se enquadrava melhor com a Associação de Municípios do Baixo Tâmega, mas é uma mera opinião pessoal e concordo que para Castelo de Paiva, em termos de perspetivas de desenvolvimento económico, seja melhor pertencer a uma Associação de Municípios, mais próspera. Estive dois anos consecutivos a lecionar na Escola Secundária de Castelo de Paiva, até ao ano letivo anterior, à grande tragédia que marcou aquela gente, a queda da Ponte Hintze Ribeiro, em 4 de Março de 2001. Estranho País o nosso, em que uma Vila é servida por uma ponte que foi construída para o trânsito de cavalos e carroças, e onde passavam diariamente centenas de automóveis e camiões, mormente, carregados de areia, com a negligência dos nossos governantes. Mais uma vez, a macrocefalia Lisboeta, fez asneira da grossa, por desprezo duma Vila pobre, mas rica na sua gente, que se pagou com vítimas. Por ironia do destino, uma excursão deixou castelo de Paiva, rumo às amendoeiras em flor, para no regresso, quase em casa, a ponte não aguentar a fúria do Tâmega e do Douro, naquele ano chuvoso de 2001. As fotos acima foram gentilmente cedidas por uma ex-aluna minha, Maria Arminda, que mora bem no extremo oeste daquela vila, numa terra lindíssima chamada chamada Oliveira do Arda, Freguesia da Raiva, delimitada a oeste pelo Rio Arda. Esta foi a Freguesia com mais mortes no trágico acidente; 33 no autocarro e 1 num carro ligeiro. Da aldeia da minha ex-aluna, Oliveira do arda, foram 25 os falecidos, alguns, inclusive, familiares da Maria Arminda. Aquela gente é muito boa e acolhedora, tendo eu feito em cada aluno, funcionário da Escola, ou colega, um amigo. Gente mineira, gente da extração das areias do Rio Douro, gente da agricultura, gente humilde e boa. Bem haja, gente de Castelo de Paiva! Nunca mais na vida esquecerei essa terra maravilhosa!

«CASTELO DE PAIVA - Queda da ponte de Entre-os-Rios há um ano

O maior acidente rodoviário de sempre em Portugal ocorreu há um ano. A ponte centenária de Entre-os-Rios ruiu. Um autocarro e três veículos ligeiros caíram ao Douro. No total morreram 59 pessoas. Até ao momento foram recuperados 23 cadáveres, os restantes continuam desaparecidos.
A tragédia bateu à porta de Entre-os-Rios no dia 4 de Março do ano passado. O presidente da autarquia foi um dos primeiros a chegar ao local. Paulo Teixeira acusou o Governo de ter ignorado os avisos que tinha feito sobre os riscos de derrocada da ponte Hintze Ribeiro. Poucas horas depois do acidente, o ministro do Equipamento Social. Jorge Coelho demitiu-se, para não deixar «a culpa morrer solteira». As equipas de salvamento começaram desde logo as buscas. O balanço dos mortos era dramático. Um total de 59 pessoas estavam desaparecidas, a maioria da freguesia da Raiva (34). Os primeiros corpos a serem encontrados pertenciam a mulheres. Parte dos cadáveres foram descobertos na Galiza, depois de terem sido arrastados pelas águas do Douro até à foz e levados pelas corrente oceânicas até à chamada Costa da Morte.Os mergulhadores continuaram a procurar os corpos durante dias a fio, mas as fortes correntes impediram mais progressos. Dezasseis dias depois da tragédia, o autocarro foi finalmente encontrado e retirado do rio. Nele encontravam-se seis cadáveres, três mulheres e três homens. No final de Março, o mau tempo obriga a uma pausa nas buscas, lideradas por Augusto Ezequiel, director técnico do Instituto Hidrográfico da Marinha. Dezassete corpos tinham sido recuperados. Ainda neste mês foi encontrado mais um cadáver ao largo de Matosinhos. No dia 1 de Abril, recuperava-se o primeiro automóvel. No seu interior estavam mais dois corpos. Uma semana depois apareceu o segundo, mas nenhum corpo estava no seu interior. O terceiro carro foi encontrado no dia 19 de Junho. A sua remoção das águas só ocorreu no dia seguinte. Mais três cadáveres foram encontrados. Fixou-se assim em 23 o número de corpos recuperados. Ainda no Outono passado, as equipas de salvamento voltaram às operações, mas os resultados foram nulos. 

Secar lágrimas às famílias 

Para consolar as famílias das vítimas, logo depois da derrocada da ponte, o primeiro-ministro, António Guterres, e o presidente da República, Jorge Sampaio, deslocaram-se ao local. Até o Papa enviou uma mensagem de condolências. Os donativos também não faltaram para secar as lágrimas de Entre-os-Rios.O Estado propôs indemnizações às famílias das vítimas. Nomearam-se comissões de inquérito (uma independente, outra parlamentar) para investigar o sucedido. Para fazer as ligações provisórias entre as margens do Douro entraram em funcionamento, no dia 21 de Abril, dois «ferry-boats», que vieram da Alemanha. Por todo o país, começaram a vistoriar-se pontes e a interditar-se a circulação nas mais velhas. Para substituir a ponte centenária, o Governo prometeu demolir o resto das estruturas da Hintze Ribeiro para dar lugar a uma réplica, ainda a ser construída e com inauguração prevista para 5 de Maio. O concelho vai também beneficiar de uma nova Ponte Rápida a integrar no futuro itinerário complementar IC35, que deve estar pronto em 2003.A compensação do Governo engloba investimentos superiores aos efectuados nos últimos 30 anos no concelho, num valor global de 110 milhões de euros (22 milhões de contos), como diz hoje a agência Lusa.

Demissões e responsabilidades

Para além de Jorge Coelho, demitiram-se também logo após a tragédia outros responsáveis do sector: desde o presidente do Instituto de Navegabilidade do Douro ao presidente do Instituto de Estradas de Portugal. Do Governo saiu igualmente Luís Parreirão, que alegadamente já havia sido advertido dos riscos da queda da ponte, pelo autarca Paulo Teixeira, quando era um dos secretários de Estado do Ministério do Equipamento Social. A comissão parlamentar de inquérito desmentiu que o presidente da Câmara de Castelo de Paiva tenha feito qualquer tipo de avisos sobre a ponte. As informações apuradas, pelos inquéritos parlamentar e independente, indicam que o acidente aconteceu devido às actividades de extracção de inertes e redução do caudal de inertes na zona da ponte por retenção nas albufeiras do Douro e afluentes. A Procuradoria-Geral da República abriu também um processo para apurar responsabilidades. A averiguação ainda decorre e os resultados ainda estão por conhecer. O acidente aconteceu cinco meses depois de caudais elevados, mas o problema já vinha desde 1986 quando uma inspecção subaquática da JAE detectou complicações, junto a um dos pilares que estava danificado e cujo colapso provocou a tragédia. Segundo os relatórios, nem a JAE bem os institutos que lhe sucederam tiveram consciência dos riscos.» in TSF OnLine em 2/04/2002.

Mais informações sobre Castelo de Paiva, em: