FC Porto venceu o Benfica (4-2) e vai discutir o acesso à final com Barcelona ou Óquei de Barcelos.
O FC Porto qualificou-se para as meias-finais da Liga dos Campeões, nas quais vai defrontar o Barcelona ou o Óquei de Barcelos, ao vencer nesta quinta-feira o Benfica, por 4-2, nos quartos de final da prova.
A primeira parte deste clássico foi mais disputada do que bem jogada, como atestam as 17 faltas registadas ao intervalo. Ainda assim, o FC Porto entrou melhor e adiantou-se no marcador por intermédio de Gonçalo Alves, na cobrança de um penálti, mas o Benfica respondeu através de Pablo Álvarez e o 1-1 arrastou-se até ao descanso.
Depois de vários lances de bola parada desperdiçados por ambas as equipas, foi de bola corrida que Carlo Di Benedetto assinou o 2-1, mas ainda haveria tempo para Gonçalo Alves bisar de livre direto e aumentar para 3-1. Nil Roca ainda reduziu a diferença para os lisboetas, mas são os Dragões que seguem em frente na Liga dos Campeões, até porque Rafa assinou o 4-2 final a pouco mais de 10 segundos do fim.
A meia-final entre FC Porto e Barcelona ou Óquei de Barcelos está agendada para o próximo sábado, às 15h00, no Pavilhão Municipal José Natário, em Viana do Castelo
FICHA DE JOGO
BENFICA-FC PORTO, 2-4
Liga dos Campeões, Final 8, quartos de final
4 de maio de 2023
Pavilhão Municipal José Natário, em Viana do Castelo
Árbitros: Miguel Díaz e Jonathan Sánchez (Espanha)
BENFICA: Pedro Henriques (g.r.)(cap.), Nil Roca, Roberto Di Benedetto, Pablo Álvarez e Lucas Ordóñez
Suplentes: Bernardo Mendes (g.r.), Diogo Rafael, Carlos Nicolía, Edu Lamas e Gonçalo Pinto
Treinador: Nuno Resende
FC PORTO: Xavier Malián (g.r.), Telmo Pinto, Rafa, Gonçalo Alves e Carlo Di Benedetto
Suplentes: Tiago Rodrigues (g.r.), Xavier Barroso, Reinaldo García (cap.), Ezequiel Mena e Diogo Barata
«Estrela apanhada pela primeira vez em flagrante a devorar um planeta. Este é o nosso destino
Num vislumbre do destino reservado para a Terra, daqui a cerca de 5 mil milhões de anos, astrónomos avistaram uma estrela semelhante ao Sol a devorar um planeta — e a expelir uma explosão de luz e energia.
Pela primeira vez, uma equipa de astrónomos apanhou uma estrela em flagrante no ato de devorar um dos seus planetas.
Tal como aconteceu com esta estrela, que engoliu os seus planetas internos, o nosso próprio Sol vai expandir-se e devorar o Sistema Solar. Mas esse dia vai demorar uns 5 mil milhões de anos a chegar.
Kishalay De, investigador do Instituto de Tecnologia dos Massachusetts, e colegas usaram o telescópio da Zwicky Transient Facility, na Califórnia, para detetar uma estranha explosão de luz designada como ZTF SLRN-2020, proveniente de uma estrela a cerca de 13.000 anos-luz de distância.
Em apenas 10 dias, a estrela tornou-se cerca de 100 vezes mais brilhante.
A erupção foi semelhante a um fenómeno chamado nova vermelha, causado pela fusão de duas estrelas, mas não era tão brilhante e não emitia tanta energia.
Segundo a New Scientist, após recolher mais observações com outros telescópios, os investigadores descobriram que os dados eram consistentes com uma estrela a devorar não outra estrela, mas um planeta gigante gasoso com pelo menos 30 vezes a massa da Terra.
“No passado, todas as evidências que tivemos de estrelas a engolir planetas vieram da observação de estrelas que o fizeram há centenas de milhares de anos“, diz De. “Mas nunca tínhamos apanhado uma estrela em flagrante a comer um planeta.”
Este processo ocorre quando uma estrela semelhante ao Sol esgota o seu combustível de hidrogénio e passa a fundir hélio.
No processo, a estrela torna-se uma gigante vermelha e a sua atmosfera expande-se para fora, engolindo quaisquer planetas que tenham a má sorte de orbitar demasiado perto. No caso do ZTF SLRN-2020, o planeta demorava cerca de um dia terrestre a completar a orbita à volta da sua estrela.
O Sol deve começar a expandir-se daqui a cerca 5 mil milhões de anos. “Estamos a ver realmente o destino do nosso próprio planeta a acontecer em tempo real a um planeta azarado”, diz De.
“Se na altura estivéssemos a observar nosso sistema solar a 10.000 anos-luz de distância, veríamos que o Sol também se tornaria mais brilhante, de forma semelhante — mas o efeito não seria tão dramático porque a Terra é muito menor do que este planeta”, acrescenta o investigador.
A descoberta foi publicada esta quarta-feira na revista Nature.
«Mulher teve um orgasmo (ou nem por isso) a ouvir Tchaikovsky durante concerto
SUSANA VALENTE 2 de maio 2023
Um concerto da Orquestra Filarmónica de Los Angeles está a dar que falar porque, aparentemente, uma mulher teve um orgasmo enquanto soava a Quinta Sinfonia de Tchaikovsky.
O momento é relatado ao Los Angeles Times (LAT) por Molly Grant que estava na plateia do concerto da Orquestra Filarmónica de Los Angeles, conhecida por LA Phil, no Walt Disney Concert Hall.
Quando a orquestra estava a tocar a Quinta Sinfonia de Tchaikovsky, ouviu-se “um grito/gemido”, como revela. “Toda a gente se virou para ver o que tinha acontecido”, acrescenta.
“Eu vi a rapariga depois do que aconteceu e presumo que ela…. tenha tido um orgasmo porque respirava profundamente – e o seu parceiro sorria e olhava para ela, como num esforço para não a envergonhar”, refere a mulher que vive na zona de Los Angeles. “Foi muito bonito”, conclui.
O produtor musical Magnus Fiennes, que é irmão do actor Ralph Fiennes, também escreveu sobre o assunto no seu perfil do Twitter. “Uma mulher na plateia teve um orgasmo de corpo inteiro e audível durante o segundo movimento da Quinta [Sinfonia]”, escreve, notando que “a banda continuou educadamente”.
“Respeito” para a LA Phil e o seu maestro, Pytor Ilyich, por “o terem entregue”, aponta ainda Magnus.
Contudo, o compositor e maestro Rodrigo Ruiz diz que estava lá e garante que “não foi isso que aconteceu”. “A pobre mulher teve algum tipo de colapso“, salienta numa resposta à publicação do próprio Magnus Fiennes, notando que a sua preocupação, e de quem estava consigo, foi que pudesse ser “uma emergência médica”.
Mas Magnus Fiennes diz que estava perto do local onde se ouviu o “grito/gemido” e garante que tanto ele como as oito pessoas que o acompanhavam chegaram a “uma conclusão semelhante”.
O agente musical Lukas Burton também acredita que foi um orgasmo, como disse ao LAT, referindo um momento “maravilhosamente cronometrado” numa “onda romântica” com a música. “Parecia muito claro pelo som que era uma expressão de pura alegria física”, aponta.
Porém, há quem note que a mulher pode, simplesmente, ter acordado de um pesadelo!
“Ela meio que caiu nos ombros do parceiro e depois no colo dele. E então o corpo dela ficou mole”, relata ao LAT outra pessoa que estava na plateia, sublinhando que, “talvez uns cinco segundos depois”, acordou e “foi quando soltou um grito”.
Este mesmo espectador nota que ela estaria a sorrir por ter ficado “embaraçada porque estavam a olhar para ela”.
O áudio do momento que está a ser divulgado nas redes sociais não desfaz as dúvidas, mas tornou-se viral.
Todavia, independentemente de teorias e de factos, há quem não duvique de que foi mesmo um orgasmo. Afinal, é Tchaikovsky – “está morto há 130 anos, mas continua a satisfazer as senhoras”, dizem alguns utilizadores nas redes sociais.
«“SÃO OS ATLETAS DENTRO DO CAMPO QUE MATERIALIZAM OS NOSSOS SONHOS E TRAZEM TAÇAS PARA O MUSEU”
3 DE MAIO DE 2023 11:53
Jorge Nuno Pinto da Costa esteve com as tricampeãs nacionais de voleibol no Museu FC Porto.
O troféu conquistado no passado sábado pela AJM/FC Porto já está onde pertence: no Museu FC Porto. Nesta quarta-feira, as recém-consagradas tricampeãs nacionais de voleibol foram recebidas por Jorge Nuno Pinto da Costa, que não poupou nos elogios ao espírito da equipa e ao percurso trilhado em 2022/23. “Estou feliz pelo FC Porto e por mim, mas fico ainda mais feliz por ter visto a alegria vibrante e o entusiasmo com que disputaram os jogos da final e a forma como festejaram esta conquista como se tivesse sido a primeira”, afirmou, entre outras coisas, o presidente mais titulado da história do desporto.
As obreiras do tricampeonato
“Os treinadores ensinam, mas são os atletas dentro do campo que materializam os nossos sonhos e trazem taças para o Museu. Na pessoa da Joana Resende, felicito todas as atletas com um grande abraço, pois todas foram importantes, não só as que jogaram mais, mas também as que jogaram menos. Tiveram um verdadeiro espírito de grupo até ao último dia. Um grande obrigado, os meus sinceros parabéns e votos de muitas felicidades para as vossas vidas, tanto a nível desportivo como a nível pessoal.”
José Moreira, o staff e os patrocinadores
“Foram anos de luta e de vitórias que ficarão para sempre marcados, seja qual for o rumo que cada um venha a ter. São êxitos importantes num grande clube como o FC Porto, por isso deixo o meu agradecimento ao staff técnico, na pessoa do Rui Moreira, com estima e admiração. Também deixo uma palavra aos nossos patrocinadores, na pessoa do Dr. Pedro Violas, pois sem eles não estaríamos aqui. Foi um prazer entrar neste projeto e sentir toda a devoção a esta causa. Para que as vitórias aparecessem, foi fundamental. Uma palavra também para o Rodrigo Barros, que foi incansável na resolução de todos os problemas. O meu obrigado também ao José Moreira, uma lenda do voleibol nacional e do FC Porto. Foi um prazer lidar com aquele que foi o meu ídolo na modalidade, que tive a possibilidade de conhecer melhor e fazer com ele este caminho de vitórias. A minha admiração pelo José Moreira vai para além de qualquer parceria, pela dedicação e pelo amor que tem pela modalidade e pela forma como tenta sempre dar as melhores condições a quem faz parte do seu grupo.”
Receber troféus no Museu é sempre motivo de alegria
“Para mim é uma grande alegria sempre que venho aqui receber uma taça, seja de que modalidade for, mas esta do voleibol tem um significado muito especial porque vejo em todas parte da minha família, parte da família do FC Porto que há 41 anos tenho o prazer de dirigir. Estou feliz pelo FC Porto e por mim, mas fico ainda mais feliz por ter visto a alegria vibrante e o entusiasmo com que disputaram os jogos da final e a forma como festejaram esta conquista como se tivesse sido a primeira. Queria aproveitar para deixar uma palavra a uma atleta importante que não pôde terminar o campeonato, a Renatinha. Não podemos esquecer o que ela representou para nós.”» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20230503-pt-sao-os-atletas-dentro-do-campo-que-materializam-os-nossos-sonhos-e-trazem-tacas-para-o-museu
Mesa-tenistas do FC Porto discutem os Campeonatos Nacionais masculinos e femininos.
A equipa de ténis de mesa adaptado do FC Porto tem vindo a realizar diversos torneios e jornadas, tanto pela Associação Nacional de Desporto para Desenvolvimento Intelectual (ANDDI) como pela Federação Portuguesa de Ténis de Mesa (FPTM).
Nesta fase, no que diz respeito às competições da FPTM, resta apenas uma única jornada para o Campeonato Nacional. Na classe 11 do ranking da Zona Norte, o FC Porto está representado por Mário Ribeiro entre os três lugares cimeiros, seguido de Hélder Monteiro na quarta posição. João Oliveira comanda a classe Síndrome de Down e Joaquim Ferreira é vice-líder da classe CR 3-4, onde Alberto Fernandes é quarto.
Têm ainda ocorrido diversas participações em torneios das competições ANDDI e, nas jornadas do Campeonato Regional e do Campeonato Nacional de Equipas, os atletas azuis e brancos têm demonstrado bons indicadores e continuam a lutar pelos possíveis títulos.
Os Dragões participaram no Campeonato Nacional Individual ANDDI, que decorreu em Lamego no passado fim de semana. Numa final que só se decidiu no quinto set contra o sportinguista João Soldado, o portista João Oliveira (classe síndrome down) sagrou-se vice-campeão nacional masculino, enquanto que Ana Castro defrontou apenas adversários do género masculino e recebeu o título de Campeã Nacional feminina
«Os diamantes russos são o próximo alvo a abater para o Ocidente
A próxima cimeira do G7 vai discutir o avanço de proibições à compra de diamantes russos, com a ajuda de uma nova tecnologia que decifra a origem das pedras preciosas e elimina as brechas nas sanções.
Os diamantes podem ser o próximo grande produto russo a ser alvo de sanções e embargos no Ocidente. Os países do G7 estão planear proibir a venda das pedras preciosas de origem russa e o tema deve ser discutido na próxima cimeira, que terá início a 19 de Maio, no Japão.
Até agora, a União Europeia não incluiu os diamantes na lista de produtos russos alvo de um embargo devido aos receios de que o bloqueio abalasse a economia da cidade belga de Antuérpia, que é um dos principais polos do comércio de diamantes em todo o mundo.
Mas os governos dos países do G7 estão agora a preparar uma proibição à venda deste produto, que terá como objetivo fechar as lacunas que permitem que Moscovo escape às sanções, como por exemplo, a importação de diamantes russos que foram processados e rotulados secretamente noutro país.
Para este fim, o G7 deve recorrer à nova tecnologia da empresa suíça Spacecode, que criou um dispositivo que identifica de que região do mundo os diamantes são originalmente, através de análises morfológicas à sua composição química
Mas ainda não está nada garantido. Ainda não se sabe quando exatamente é que a tecnologia estará pronta e os apoiantes da Ucrânia querem avançar com a proibição da venda de diamantes russos o mais rápido possível, relata o Politico.
As primeiras vendas dos dispositivos da Spacecode não deve arrancar antes do fim deste ano ou até mesmo antes do primeiro trimestre de 2024. A venda em massa só deve começar no final de 2024.
Um responsável europeu aponta que esta demora não deve ser um problema, dado que as sanções sobre outros produtos russos, como o petróleo ou o gás natural, também exigiram um período de transição para que os países compradores encontrassem fornecedores alternativos.
«A Banqueira do Povo: 30 anos depois, alguém conseguiria imitá-la?
A Dona Branca deixou um rasto inquestionável na História de Portugal – sobretudo na história de muitos portugueses. Até originou uma telenovela.
Mas quem é esta Maria Branca dos Santos? Dona Branca? A Branca é da banca? Tem um banco?
Não, nunca foi dona de um banco.
Então como empresta dinheiro?
Pois. Aí começa o esquema que mudou a vida de milhares de portugueses e que colocou a tal “Dona Branca” na História de Portugal.
Na verdade, terá sido o caso mais mediático da década 1980 em Portugal, no que diz respeito a escândalos na sociedade – a morte de Francisco Sá Carneiro é outro contexto.
Maria Branca dos Santos ficou conhecida como A Banqueira do Povo. Aliás, foi esse o título da telenovela que a RTP estreou há 30 anos, em Abril de 1993. Com Eunice Muñoz como protagonista, a “Dona Benta” – e não Branca – passava nas nossas televisões de segunda a sexta-feira, às 19 horas.
A obra era de ficção, o nome era diferente, mas a realidade estava lá. A novela foi obviamente inspirada no enredo à volta de Dona Branca.
Uma santa para muitos portugueses (que ainda hoje a defendem), uma oportunista para tantos outros.
Há quem diga que foi um peão no meio de um jogo financeiro complexo, aproveitado por bancários ou empresários.
Há quem tinha que tinha um “coração de ouro” e que não conseguia recusar ajuda a ninguém. Aliás, seria essa a sua maior motivação: ajudar os outros e ver um sorriso no rosto dos outros.
Não há detalhes sobre o passado desta mulher que, quando se tornou famosa em praticamente todo o país, já tinha 72 anos.
Dona Branca tinha negócios há muitos anos. Negócios talvez “duvidosos”, embora na altura fosse mais difícil do que hoje definir a ilegalidade da sua rotina.
Maria Branca dos Santos estava num país em dificuldades: transição pós-25 de Abril, agitação social, crise petrolífera, subida de preços, desemprego, falências, ameaça permanente de bancarrota e duas vindas a Portugal do Fundo Monetário Internacional (1977 e 1983).
Incerteza constante, desespero abundante. Assim estava Portugal na década 1980.
Dona Branca, talvez visionária, talvez oportunista, reparou nesse desespero e começou a emprestar dinheiro. Na prática era um banco particular, paralelo, ao qual milhares de pessoas acorreram, procurando salvação. Porque acreditavam que iriam ser salvas por aquela mulher.
As pessoas depositavam dinheiro no escritório de Dona Branca. A “banqueira”, por sua vez, assegurava que pagava mensalmente juros muito cativantes sobre aquele valor do depósito (os juros cegaram aos 120%…).
Um esquema de pirâmide, obviamente procurado pelos mais pobres, essencialmente.
Um esquema de pirâmide que começou a desmoronar-se por causa de uma entrevista. O jornal Tal & Qual trouxe para manchete este sistema que, até àquele ano 1983, só era conhecido por parte da população de Lisboa e arredores.
E essa população preferia que o esquema ficasse em “privado”. Os protestos acumularam-se junto às instalações da “banqueira”.
Foi a partir daí que as autoridades portuguesas começaram a estar atentas.
E ainda mais se aproximaram do caso quando, já no ano seguinte, uma “cliente” contou ao Diário de Notícias que chegou a sentir-se mal quando viu tanto dinheiro junto no escritório de Maria Branca.
Novos protestos, novas questões e, sobretudo, novas investigações.
Nesse ano, mais concretamente, a 8 de Outubro de 1984, Dona Branca foi detida.
Mas não estava só neste processo: 75 pessoas foram constituídas arguidos. Sete fugiram, 44 foram condenados, 24 absolvidos.
Foi libertada dois anos depois (caução de 500 contos). Mais tarde foi detida novamente: 15 meses de prisão e pagamento de mais de mil contos por ter emitido inúmeros cheques sem cobertura.
Já em 1990, nova sentença: 10 anos de prisão por burla agravada e emissão de cheques sem cobertura. Viria a sair da prisão em 1992, devido à idade avançada. Mas não viveu muito mais tempo.
Dona Branca morreu no dia 4 de Abril de 1992, vítima de uma trombose. Tinha 81 anos. Diz-se que morreu… na miséria. E no esquecimento.
Incerteza constante, desespero abundante. Assim estava Portugal na década… 2020?
FC Porto bateu o Boavista por 1-0 na ronda 30 da Liga.
Na 200.ª jornada com Sérgio Conceição como treinador, a 30.ª de 2022/23, o FC Porto recebeu e venceu o Boavista por um golo sem resposta e repôs a distância para a liderança nos quatro pontos. Obrigados a ganhar “um jogo importantíssimo”, os Dragões colocaram o favoritismo em prática e bateram o rival portuense pela 101.ª vez. Mehdi Taremi marcou o penálti da vitória, Marcano acabou expulso e deixou a equipa em inferioridade numérica durante praticamente meia-hora.
Diogo Costa, Matheus Uribe, Mehdi Taremi e Evanilson voltaram ao onze, mas o primeiro a criar perigo foi um dos titulares em Famalicão. Qual baixinho, Otávio subiu ao segundo andar para cabecear uma bola que errou o alvo por pouco e deu o mote para o que se seguiu. Na primeira de bolas paradas sucessivas sobre a direita, Uribe desviou o canto de Wendell e só em cima da linha é que Cannon limpou o lance de maior perigo dos portistas até então.
Dez minutos mais tarde, aos 27, um livre em zona muito perigosa cobrado por Taremi morreu na barreira e, na recarga, Eustaquio apontou ao ângulo superior, mas sem acerto. A rebentar pelas costuras, o Estádio do Dragão temeu o pior quando uma defesa incompleta de Diogo Costa causou muitos calafrios e espevitou o Boavista, que atravessava a melhor fase no jogo quando o árbitro apitou para o descanso.
Pouco satisfeito com o que viu nos 45 minutos inaugurais - ao longo dos quais o FC Porto não enquadrou qualquer remate -, o treinador Campeão Nacional promoveu uma tripla alteração ao intervalo: saíram Manafá, Eustaquio e Evanilson, entraram Galeno, André Franco e Toni Martínez. Aposta ganha. Acabado de ser lançado, André Franco sofreu um penálti flagrante que Taremi se encarregou de converter em golo (1-0).
Desfeito o nulo, o mais difícil ainda estava para vir e surgiu quando Marcano compensou com um agarrão o erro em zona proibida e acabou expulso por vermelho direto. Fábio Cardoso rendeu Toni Martínez, os portistas ficaram reduzidos a dez homens e os axadrezados partiram para cima. Num curto espaço de tempo já dentro da reta final, o Boavista fez três sérias ameaças - primeiro num remate cruzado, depois noutro à meia volta e, por fim, num desvio que só a enorme intervenção de Diogo Costa impediu que desse golo.
Até ao derradeiro apito de Rui Costa ainda houve espaço para a Marko Grujic substituir Taremi e para André Franco atirar muito por alto uma bola entregue por Galeno após veloz contra-ataque. O foco muda-se agora para o Famalicão e para a Taça de Portugal (quinta-feira, 20h30).» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20230430-pt-derbi-a-moda-do-porto
Goal | Golo Mehdi Taremi: FC Porto (1)-0 Boavista - (Liga 22/23 #30)
FC Porto B empatou a um com o Nacional da Madeira na 30.ª jornada da Liga Portugal 2.
A equipa B do FC Porto não foi além do empate a uma bola diante do Nacional da Madeira. De volta ao miniestádio do Olival uma semana depois do nulo ante o líder, os “bês” portistas somaram mais um ponto na receção ao primeiro conjunto acima da linha de água graças a um golo de Gonçalo Borges. Com este resultado, passam a somar 42 pontos e ocupam o sexto posto a par do Feirense, dois atrás do Vilafranquense.
Jogada em velocidade cruzeiro, a meia-hora inicial foi parca em oportunidades, porém, até ao intervalo, não faltaram motivos de interesse. Principal desequilibrado em campo, Gonçalo Borges desperdiçou um excelente contra-ataque desenhado pelos companheiros de ataque antes de Abraham Marcus fazer o mesmo com a chance que o jovem extremo criou. Mesmo em cima do descanso, Gonçalo ficou a centímetros de abrir a contagem num remate frontal.
Os madeirenses esboçaram reação após o recomeço, mas Francisco Meixedo esfriou os ânimos mais quentes que podiam ter escaldado quando Carlos Daniel entrou de forma violentíssima sobre Marcus - infração sancionada com a cartolina amarela pelo juiz internacional. O médio visitante foi substituído de imediato e, quando já deviam estar reduzidos a dez, os insulares adiantaram-se precisamente por Pipe Gomez, o atleta que rendeu Carlos Daniel.
A justiça ficou reposta dez minutos depois, quando Gonçalo Borges recebeu e deu perfeita sequência a um excelente passe de Wendel Silva que o colocou em zona privilegiada para finalizar (1-1). Acabado de entrar para o lugar de Bernardo Folha, Luan Brito esteve perto de consumar a reviravolta num cabeceamento que passou perto do poste mais distante e o apito final soou pouco depois para assinalar a divisão de pontos.
“Mais uma exibição positiva, acho que fizemos um excelente jogo mas foi pena não termos concretizado as excelentes oportunidades que tivemos na primeira parte. É o que é, continuámos à procura do resultado mesmo em desvantagem porque procuramos ganhar os jogos todos. Hoje não conseguimos, mas os miúdos estiveram bem, com grande atitude, vejo muita gente a crescer e a mostrar-se a um bom nível. Podíamos ter saído com outro resultado, mas o Nacional também fez pela vida e acaba por levar um ponto merecido pelo que fez em campo”, declarou António Folha no rescaldo da contenda.
Segue-se uma viagem até ao extremo Sul do país para defrontar o Farense no Estádio de São Luís dia 7 de maio (domingo, 15h30, Sport TV1).
FICHA DE JOGO
FC PORTO B-CD NACIONAL, 1-1
Liga Portugal 2, 30.ª jornada
30 de abril de 2023
CTFD PortoGaia, no Olival
Árbitro: Miguel Nogueira
Assistentes: Rui Cidade e Nuno Pires
Quarto árbitro: Diogo Pereira
FC PORTO B: Francisco Meixedo, Rodrigo Pinheiro, João Marcelo, Zé Pedro (cap.), Nilton Varela, Bruno Costa, Rodrigo Fernandes, Bernardo Folha, Gonçalo Borges, Abraham Marcus e Wendel Silva
Substituições: Rodrigo Pinheiro por João Mendes (69m), Nilton Varela por Martim Fernandes (70m), Abraham Marcus por Rui Monteiro (70m), Bernardo Folha por Luan Brito (79m) e Gonçalo Borges por Samba Kone (84m)
Não utilizados: Roko Runje, Romain Correia, Sidnei Tavares e Vasco Sousa
Treinador: António Folha
CD NACIONAL: Lucas França, Clayton, Rafael Vieira (cap.), Paulo Vítor, André Sousa, Danilovic, Carlos Daniel, Luís Esteves, Dudu, Witi e Zé Manuel
Substituições: Zé Manuel por Jota (60m), Carlos Daniel por Pipe Gomez (60m), Luís Esteves por Ismael (72m), Witi por José Gomes (90m) e André Sousa por João Aurélio (90+1m)
Não utilizados: Encarnação, Bruno Gomes e Sérgio Marakis
Treinador: Filipe Cândido
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Pipe Gomez (61m) e Gonçalo Borges (73m)
Tiago Sousa marcou o golo da vitória aos 92 minutos frente ao SC Braga (1-0) na 15.ª jornada da fase final.
A equipa de Sub-17 do FC Porto venceu na visita ao SC Braga (1-0) na 15.ª jornada da Fase de Apuramento do Campeão do Campeonato Nacional de Juniores B. Tiago Sousa, aos 92 minutos, assinou o golo que garantiu os três pontos aos portistas. Com este resultado, os da Invicta passam a estar isolados no segundo posto da classificação com 33 pontos, a sete do Benfica.
Os Sub-17 portistas, orientados por Ricardo Costa, alinharam com Denis Gutu, Fábio Amaral, Mamadu Queta, Tomé Almeida, Gonçalo Paiva, Vasco Santos, Gil Martins (Tiago Sousa, 86m), João Teixeira (Alassana Baldé, 65m), Anha Candé, Rodrigo Mora (Amadu Camará, 79m) e Gonçalo Sousa (João Pedra, 86m).
Tricampeãs nacionais reagiram ao cumprimento do principal objetivo da temporada.
Declaradas tricampeãs nacionais, as atletas da AJM/FC Porto levantaram o troféu e dividiram os discursos entre a felicidade por terem ganho o título e o agradecimento aos adeptos, que marcaram presença em massa no Dragão Arena e apoiaram incessantemente em todas as decisões da temporada. Joana Resende, a capitã, falou numa “conquista muito especial” após “uma época longa” e definiu os adeptos como “alavanca” para o sucesso: “Estamos todos de parabéns”.
Joana Resende
“Cada conquista é muito especial porque envolve muito trabalho. Foi uma época muito longa com muitas competições ao mesmo tempo. Foi muito duro, mas chegar ao fim e conseguirmos o nosso objetivo principal é gratificante. Fica uma pontinha de tristeza por não termos conseguido conquistar a Taça de Portugal, teríamos um orgulho muito grande em dar o triplete ao clube, mas depois dessas derrotas arregaçámos ainda mais as mangas e exibimo-nos a um nível muito alto. Os adeptos foram a nossa alavanca e estamos todos de parabéns, nunca nos abandonaram. É lindo.”
Victória Alves
“Estou muito feliz. Era um título que almejava desde que estou em Portugal, não o tinha por causa da pandemia e agora conseguir conquista-lo é um sentimento muito bom. Era o que me faltava. Graças a Deus consegui voltar depois de ser mãe e ajudá-las.”
Thuany Bardin
“Sabia que vínhamos aqui para lutar por este objetivo. Demos o nosso melhor o ano inteiro por isto. Este era o objetivo que todas queríamos. É o meu primeiro ano como profissional e é uma honra jogar nesta equipa e poder ter sido campeã. Esta camisola pesa e todos deram o seu melhor. Não esperava contar com tanto apoio, ajudaram-nos neste e noutros pavilhões a conquistar os nossos objetivos.”
Jurja Vlasic
“Quero agradecer aos adeptos pelo apoio, não conseguiríamos vencer sem eles. É um sentimento muito bom, quero congratular a equipa, as minhas colegas e todo o staff. Merecemos este título.”
AJM/FC Porto bateu o Sporting por 3-0 no jogo 3 da final e encerrou as contas da Liga.
Bravas, impiedosas e, sobretudo, superiores. As voleibolistas da AJM/FC Porto bateram as do Sporting por 3-0 no jogo 3 da final da Liga e sagraram-se TRICAMPEÃS NACIONAIS de voleibol feminino. O parcial de 9-0 em sets na eliminatória traduziu na perfeição o mérito e a justiça incontestáveis de um grupo formado para vencer. À Porto.
A jogar no fio da navalha, o Sporting arrancou o terceiro jogo da final mais assertivo e distanciou-se no marcador (4-1), mas não por muito tempo, já que o desejo das azuis e brancas de se sagrarem tricampeãs estava bem vivo. As portistas empataram o jogo a cinco pontos e, perante nova desvantagem (5-10), cravaram um parcial impressionante de 14-3, que praticamente decidiu o primeiro set. O 25-19 final foi apenas a formalidade que deixou o título mais perto (1-0).
O arranque do segundo jogo foi esclarecedor sobre a clara diferença de estados de espírito de ambas as formações. Embaladas por um Dragão Arena em ebulição rumo ao objetivo, as da Invicta fixaram desde logo um parcial inicial de 9-1, que lhes facilitou o percurso rumo ao derradeiro set do campeonato. A atitude foi irrepreensível e os números uma mera formalidade. Curiosamente, repetiu-se o 25-19 do primeiro set.
Todos cantaram, todos apoiaram e elas retribuíram. O último set do campeonato até começou de feição para o Sporting, que conquistou dois pontos sem resposta, mas o parcial foi imediatamente invertido com três pontos sem resposta das novas tricampeãs (3-2). Saltaram mais, definiram melhor, sorriram e provocaram sorrisos. Foi assim que a AJM/FC Porto atacou todas as debilidades das lisboetas, dobrou os pontos das adversárias (12-6) a meio de um parcial de 6-0 (de 9-6 para 14-6). A vantagem era evidente, os cânticos ecoavam e os pontos somavam-se. Até que chegou o ponto do campeonato. Com 11 hipóteses para garantirem o triunfo final e o público de pé a aplaudir, as azuis e brancas apenas precisaram de duas. Foi das mãos da melhor pontuadora do campeonato, Kyra Holt, que saiu o remate que esbarrou no bloco, caiu fora de campo e acabou por ditar a coroação da AJM/FC Porto como tricampeã nacional (3-0, 25-14).
“Depois de ganharmos os dois primeiros jogos por 3-0, sabíamos que podíamos ter um Sporting mais agressivo, entrámos a contar com isso. Queríamos fechar em casa e isso mexeu um pouco, mas quando estabilizámos fomos a equipa que apareceu nos play-offs. Ganhámos duas vezes 3-0. Fomos muito competentes. Nos momentos de decisão, os adeptos estiveram lá em massa. O meu obrigado e parabéns a eles também. Não foi uma época a cem por cento porque queríamos ganhar a Taça, mas estamos muito satisfeitos”, afirmou Rui Moreira, o treinador azul e branco.
FICHA DE JOGO
AJM/FC PORTO-SPORTING, 3-0
Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Feminina, Play-off, final, Jogo 3
29 de abril de 2023
Dragão Arena
Árbitros: Rui Carvalho e José Caramez
AJM/FC PORTO: Joana Resende e Sofia Buande (líberos); Clarisse Peixoto, Aline Delsin, Jurja Vlasic, Ana Gamboa, Klára Vyklicka, Janaina Vieira, Victória Alves, Thuany Bardin, Tia Jimerson, Beatriz Moreira, Inês Marques e Kyra Holt
Treinador: Rui Moreira
SPORTING: Carolina Garcez e Daniela Loureiro (líberos); Maria Rodriguez, Bárbara Gomes, Vanessa Paquete, Armanda Cavalcanti, Daniana Pereira, Célia Gaston, Thaís Bruzza, Rafaella Bonifácio, Greta Martinelli, Ana Figueiras, Jady Gerotto e Aline Timm
«O inovador projeto para encher cavernas com água quente e aquecer cidade
Durante a Guerra Fria, as imensas cavernas abaixo da cidade sueca de Västerås abrigavam uma reserva de 300 mil metros cúbicos de petróleo.
A intenção era abastecer a Suécia no caso de uma Terceira Guerra Mundial, que isolasse o país do mercado internacional de energia.
Em 1985, quando as tensões geopolíticas começaram a diminuir, as cavernas foram esvaziadas e assim permaneceram, segundo o repórter de tecnologia da BBC, Chris Baraniuk – até agora.
A empresa sueca de energia Mälarenergi iniciou um projeto para descontaminar a instalação e enchê-la com água quente, a temperaturas de até 95 °C.
Essencialmente, estão a construir um gigantesco termossifão subterrâneo – segundo a empresa, o maior do tipo na Europa.
“É bastante húmido”, diz Lisa Granström, chefe interina da unidade comercial de Calor e Energia da Mälarenergi, ao descrever a sua última visita aos túneis.
“[As cavernas são] muito mais quentes do que se esperava”, explica. “Ainda têm um pouco de cheiro de óleo”.
As cavernas ficam num lugar não revelado. Têm capacidade para armazenar água suficiente para encher cerca de 120 piscinas olímpicas. E são 11 vezes maiores que o maior tanque de água quente superficial da Mälarenergi na região, diz Granström à BBC.
Este tipo de armazenamento térmico é uma das diversas formas de armazenar calor no solo para uso posterior.
Com o auge das energias renováveis e as preocupações com a segurança energética da Europa após a invasão da Ucrânia pela Rússia, especialistas defendem que os sistemas de armazenamento de calor subterrâneo sejam mais aproveitados.
No caso de Västerås, o calor das cavernas será transportado por tubos para uma rede de aquecimento urbano, que atende 98% dos lares da cidade de 130 mil habitantes.
A Mälarenergi pretende começar a encher as cavernas com água no final de 2023. A instalação irá oferecer 500 MW de energia de calefação urbana.
Um enorme termossifão natural
Todo esse calor vem da queima de material. A empresa sueca dispõe de uma central elétrica próxima, equipada com fornos para combustão de resíduos ou de biomassa. Esses fornos geram energia elétrica ou térmica.
Granström afirmou a Baraniuk que a tecnologia de captura de carbono – que reduziria as emissões nocivas da central – ainda não foi implementada, mas que a empresa está a estudar a sua instalação.
O depósito de água quente permitirá que a Mälarenergi continue a aquecer as casas nos dias frios de inverno, quando existe alta procura, sem reduzir a produção de eletricidade da central energética.
Armazenar o calor debaixo da terra costuma funcionar bem porque é muito difícil que ele escape. O próprio solo fornece bom isolamento.
Granström explicou à BBC que as cavernas da Mälarenergi irão reter o calor por várias semanas e que o sistema deve ficar particularmente estável depois de alguns anos, quando aumentar a temperatura do solo adjacente.
“Depois de aquecer, a perda não é muito grande, já que as rochas à sua volta já estarão quentes”, assegura.
Este sistema pode chamar a atenção dos moradores de cidades como Londres, que precisam de enfrentar altas temperaturas quando viajam de metro.
O projeto de Västerås não é o primeiro deste tipo. Em 2021, a empresa de energia Helen começou a encher com água quente um sistema de cavernas um pouco menor, na ilha de Mustikkamaa, na Finlândia.
A instalação está agora em operação e fornece calor a 25 mil apartamentos por todo o ano, segundo a empresa. “Estas soluções são geniais”, afirma a professora Fleur Loveridge, da Universidade de Leeds, no Reino Unido.
«O cancro da garganta está a tornar-se uma epidemia – e a nossa vida sexual pode ser a responsável
Nas últimas duas décadas, tem-se verificado um rápido aumento do cancro da garganta no ocidente, ao ponto de alguns lhe chamarem epidemia.
Isto deve-se a um grande aumento de um tipo específico de cancro da garganta chamado cancro orofaríngeo, que afeta a área das amígdalas e a parte de trás da garganta, relatou o Science Alert.
A principal causa deste cancro é o papilomavírus humano (HPV), que é também a principal causa do cancro do colo do útero. O cancro da orofaringe é agora mais comum do que o cancro do colo do útero nos Estados Unidos e no Reino Unido.
O HPV é transmitido sexualmente. Para o cancro da orofaringe, o principal fator de risco é o número de parceiros sexuais ao longo da vida. As pessoas com seis ou mais parceiros de sexo oral ao longo da vida têm 8,5 vezes mais probabilidades de desenvolver cancro da orofaringe do que as que não praticam sexo oral.
Os estudos de tendências comportamentais mostram que o sexo oral é muito prevalente em alguns países. Num estudo onde participaram quase 1000 britânicos, submetidos a amigdalectomia por razões não relacionadas com o cancro, 80% referiram ter praticado sexo oral em algum momento das suas vidas. No entanto, apenas um pequeno número dessas pessoas desenvolve cancro da orofaringe. A razão para isso não é clara.
A teoria predominante é que a maioria de nós contrai infeções por HPV e consegue eliminá-las completamente. No entanto, um pequeno número de pessoas não é capaz de livrar-se da infeção, talvez devido a um defeito num aspeto particular do seu sistema imunitário.
Nestes doentes, o vírus é capaz de replicar-se continuamente e, com o tempo, integrar-se em posições aleatórias no ADN do hospedeiro, algumas das quais podem fazer com que as suas células se tornem cancerígenas.
A vacinação feminina contra o HPV foi implementada em muitos países para prevenir o cancro do colo do útero. Existem agora cada vez mais provas, embora ainda indiretas, de que também pode ser eficaz na prevenção da infeção por HPV na boca.
Existem também algumas provas que sugerem que os rapazes também estão protegidos pela “imunidade de grupo” em países onde a cobertura vacinal das raparigas é elevada (mais de 85%). No seu conjunto, é de esperar que, dentro de algumas décadas, isto conduza à redução do cancro da orofaringe.
Isso é positivo do ponto de vista da saúde pública, mas apenas se a cobertura entre as raparigas for elevada – mais de 85% – e apenas se permanecermos dentro do “rebanho” coberto. No entanto, não garante proteção a nível individual se, por exemplo, alguém tiver relações sexuais com alguém de um país com baixa cobertura.
Nos EUA, apenas 54,3% das adolescentes com idades compreendidas entre os 13 e os 15 anos tinham recebido duas ou três doses de vacina contra o HPV em 2020.
Esta situação levou vários países, incluindo o Reino Unido, a Austrália e os EUA, a alargar as suas recomendações nacionais para a vacinação contra o HPV de modo a incluir os rapazes.
Mas ter uma política de vacinação universal não garante a cobertura. Há uma proporção significativa de algumas populações que se opõem à vacinação contra o HPV devido a preocupações com a segurança, a necessidade ou, menos frequentemente, devido a preocupações com o incentivo à promiscuidade.
Paradoxalmente, há algumas provas de estudos populacionais de que, possivelmente num esforço para se absterem de relações sexuais com penetração, os jovens adultos podem praticar sexo oral, pelo menos inicialmente.
A pandemia do coronavírus trouxe também os seus próprios desafios. Em primeiro lugar, durante algum tempo, não foi possível chegar aos jovens nas escolas. Em segundo lugar, tem-se verificado uma tendência crescente de hesitação geral em relação à vacinação, ou atitudes “anti-vax”, em muitos países, o que também pode contribuir para uma redução da adesão à vacina.