Fazer uma “direta” pode envelhecer o cérebro até dois anos, segundo um novo estudo. No entanto, esta consequência pode ser revertida.
Para uma vida saudável, é recomendado dormir, em média, sete a oito horas por noite. No extremo oposto disso, o que pode acontecer com o cérebro de quem passa mais de 24 horas sem dormir? Segundo uma equipa internacional de cientistas, o órgão pode envelhecer temporariamente de um a dois anos, após uma única noite de privação completa do sono.
É o que relata o novo estudo sobre os efeitos da privação do sono, publicado na revista científica Journal of Neuroscience. No estudo, foram analisadas as mudanças no cérebro em 134 voluntários saudáveis, com idades que variavam de 19 a 39 anos, através de exames de ressonância magnética.
“A perda de sono afeta amplamente o cérebro humano a vários níveis”, reforçam a equipa de cientistas, composta por membros do Centro de Investigação Jülich, na Alemanha, da Universidade de Zurique, na Suíça, e da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca.
- Privação total de sono (sem dormir por uma noite);
- Privação parcial de sono (três horas de sono por uma noite);
- Privação crónica de sono (cinco horas todas as noites por cinco noites);
- Grupo de controlo (oito horas todas as noites).
Após passar pelos períodos de privação de sono, todos os voluntários foram novamente orientados a terem uma boa noite de sono. Após cada noite da experiência, os participantes passavam obrigatoriamente por uma ressonância magnética, o que permitiu as comparações e definiu o impacto da quantidade de horas dormidas com as mudanças no cérebro.
“Observamos consistentemente que a privação total do sono aumentou a idade cerebral em 1-2 anos em relação à diferença média do grupo com a linha de base [que dormiu oito horas]”, afirmam os autores do estudo sobre o processo de envelhecimento causado pelo estado de vigília constante.
Por outro lado, “a idade do cérebro não foi significativamente alterada pela restrição aguda (três horas na cama por uma noite) ou pela restrição parcial crónica do sono (cinco horas na cama por cinco noites consecutivas)”, pontuam os investigadores. Por outras palavras, dormir mal é melhor do que não dormir para a saúde do cérebro.
A boa notícia do estudo é que as alterações encontradas no estudo europeu são temporárias. “Curiosamente, após uma noite de recuperação do sono, a idade do cérebro não diferia mais da linha de base”, afirmam os autores. É como se uma boa noite de sono pudesse rejuvenescer o cérebro de pessoas jovens após as 24 horas de privação.
No entanto, os cientistas ainda não sabem quais são os efeitos de restrições do sono mais duradouras. Isto porque, na experiência, foi medido apenas o impacto de uma noite sem dormir. É possível imaginar que as alterações sejam diferentes após uma semana de privações constantes de sono. Para estimar esse risco, novos estudos são ainda necessários.
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