«Outro amigo assíduo de Pascoaes era o jesuíta Padre António de Magalhães. Muito culto e inteligente, escreveu sobre a obra de Pascoaes revelando o misticismo do Poeta. As conversas entre ambos atingiam grande elevação.
O Padre António de Magalhães escreveu num dos seus trabalhos sobre o Poeta do Marão:
"Teixeira de Pascoaes nasceu poeta e místico, numa época sem poesia nem misticismo. A Poesia, salvo raríssimas excepções, a custo se desprendera das cadeias pseudo-clássicas do século XVIII e no romantismo português raramente aflorou autêntica. Afogou-se em sentimentalidades ou evaporou-se em artifícios."
"Genuíno misticismo cristão era coisa que não existia em Portugal com projecção na literatura. O que havia era o misticismo radicalmente cristão mas expressivamente naturalista do Junqueiro de «Os Simples»."
"Teixeira de Pascoaes viveu inconscientemente agudo conflito espiritual: o de alma vitalmente poética e religiosa, num meio em que a Religião católica, desvitalizada, se reduzia a cadavéricas formas inanimadas e a escola se desconjuntava no signo do mais vazio e frio do positivismo. Só lhe restava uma solução: a que espontânea, instintivamente deu ao seu problema: refugiar-se em si próprio, multiplicar-se no convívio com a natureza."» in Fotobiografia Ilustrada "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos.