01 de Maio de 2011, 09:37
O papa João Paulo II é hoje beatificado no Vaticano, seis anos após a multidão reunida para chorar a sua morte pedir a canonização imediata.
A missa da beatificação decorre na praça de São Pedro, a partir das 10:00 (menos uma hora em Lisboa), podendo os fiéis entrar, livremente, a partir das 05:00.
O anúncio do nome de João Paulo II como novo beato vai acontecer pouco depois do início da missa, numa cerimónia que inclui a apresentação do pedido formal de beatificação pelo cardeal Agostino Vallini, vigário-geral do Papa para a diocese de Roma.
Segue-se a leitura da biografia de João Paulo II e a fórmula recitada por Bento XVI, na qual se faz o anúncio da data da festa litúrgica, concluindo-se com o descerramento do retrato do novo beato e colocação das relíquias junto ao altar.
O programa completo das celebrações já começou no sábado, com uma vigília ao ar livre que reuniu 200 mil pessoas no Circo Máximo de Roma, segundo as autoridades italianas. Durante a vigília houve uma ligação em direto a cinco locais de culto dedicados à Virgem Maria, em todo o mundo, incluindo o santuário de Fátima.
Na segunda-feira, na Praça de São Pedro, às 10:30, será celebrada uma eucaristia em honra do novo beato presidida pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano. A sepultura dos restos mortais de João Paulo II no andar principal da basílica vai ser feita de forma privada, no mesmo dia, na capela de São Sebastião, localizada na nave da basílica do Vaticano, junto da famosa 'Pietà' de Miguel Ângelo.
Para além de milhares de peregrinos, o Vaticano espera hoje 87 delegações oficiais, incluindo 16 chefes de Estado, como a Itália, Polónia e o Zimbabwe, com o presidente Robert Mugabe.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, vai representar o executivo português na cerimónia de beatificação de João Paulo II, acompanhado pelo embaixador de Portugal junto da Santa Sé, Manuel Tomás Fernandes Pereira.
Do mundo lusófono chegam ainda os vice-presidentes de Angola e do Brasil, respetivamente Fernando da Piedade Dias dos Santos e Michel Temer, para além do presidente do Parlamento de Timor-Leste, Fernando de Araújo.
João Paulo II morreu a 02 de abril de 2005 com 84 anos. Durante as cerimónias fúnebres, muitos fiéis na Praça São Pedro gritaram: "Santo subito!" (Santo já!).
Normalmente, o Vaticano respeita um período de cinco anos após a morte para iniciar qualquer procedimento com vista à beatificação, mas neste caso decidiu acelerar o processo devido à "reputação de santo atribuída ao papa João Paulo II em vida, na morte e após a morte", segundo explicou a Santa Sé em comunicado.
Em janeiro, a comissão dos cardeais e bispos membros da Congregação para a Causa dos Santos aprovou o milagre necessário para permitir a beatificação, reconhecendo como "milagrosa" a cura da religiosa francesa Marie Simon-Pierre, que sofria de Parkinson, tal como João Paulo II.
Uma vez beatificado, e para que o papa polaco se torne santo, será preciso que um segundo milagre lhe seja atribuído.
@Lusa» in http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1148706.html