«AURORA CUNHA
Aurora Cunha: «Nunca abandonei o clube»
No dia em que se celebraram os 25 anos do primeiro título mundial conquistado ao serviço do FC Porto, Aurora Cunha respondeu às perguntas colocadas pelos leitores do www.fcporto.pt. A 11 de Novembro de 1984, em Madrid, a atleta azul e branca sagrou-se Campeã do Mundo de Estrada e iniciou um ciclo de grandes sucessos e conquistas. Segue-se a entrevista dos adeptos, em que Aurora Cunha recorda várias etapas marcantes da carreira.
Passados 25 anos sobre o primeiro titulo mundial conquistado ao serviço do FC Porto, o que sentiu nesse dia? João Silva, sócio n.º 98513
Senti uma alegria enorme. Estava longe do país e não me apercebi da grandeza do feito. Durante a tarde recebemos telegramas de felicitações do primeiro-ministro e do Presidente da República e só aí é que eu e o Fonseca e Costa, o meu treinador, nos apercebemos da grandeza do feito.
Gostava de saber se o primeiro título mundial teve um sabor especial por ter sido conquistado com a camisola do FC Porto. Noutro clube teria tido o mesmo significado? Joana Borges, Paredes
O facto de ter sido no FC Porto teve um significado muito grande. Tinha sido finalista olímpica, com dois recordes nacionais, e procurava algo mais na carreira. Consegui-o e proporcionei ao FC Porto um dos seus primeiros grandes títulos internacionais.
A Aurora Cunha tem consciência de que foi a atleta azul e branca que melhor encarnou o verdadeiro espírito do Dragão na modalidade de atletismo? Hélder Barros, Amarante
Fui uma atleta que nunca abandonou o clube e perdi alguns milhares de contos por isso. Em 1985 recebi uma proposta do Benfica, mas optei por continuar ligada ao FC Porto, porque o coração falou mais alto.
A sua relação com o FC Porto é só profissional ou também sentimental? Bruno Vieira
Foi sempre sentimental, vivo as vitórias e as derrotas do clube, apesar de não fazer parte da sua estrutura. Quem veste uma camisola durante 20 anos dificilmente esquece os bons e os maus momentos.
Li numa biografia sua que, a nível nacional, venceu 22 campeonatos individuais, foi seis vezes campeã nos 1.500 metros, oito vezes nos 3.000 metros, quatro vezes nos 5.000 metros e quatro vezes no corta-mato. Não se cansava de ganhar? Ana Sofia, Oeiras
Não, porque corria por prazer. É sempre bom ganhar, até porque sentia que esta massa associativa também vive de vitórias.
O facto de nunca ter sido medalhada nos Jogos Olímpicos é a maior decepção da sua carreira? João Barbosa, Vila Nova de Gaia
Não é uma decepção. Fui sexta nos Jogos Olímpicos de 1984, o que não é para qualquer atleta. Em Barcelona 1992 tinha o objectivo da medalha, não a ganhei, mas ganhei a minha filha, que é a minha medalha mais importante. Soube três meses depois que estava grávida.
Que distância gostava mais de correr? José Lopes, Faro
No meio-fundo fiz tudo, desde os 800 aos 10.000 metros, durante muitos anos. Devia ter ido para a maratona mais cedo. Mas gostava mais dos 10.000 metros em pista, quando ia para os grandes palcos, com 50 ou 60 mil pessoas a ver.
No decurso da inauguração do Dragão Caixa, foi homenageada como uma das 24 Lendas do FC Porto, ao lado de Fernanda Ribeiro, no atletismo. O que é que isso representou para si? João Barbosa, Vila Nova de Gaia
Nunca nos esquecemos desses momentos, que são sempre bonitos e motivos de orgulho. Para além disso, servem para os mais novos saberem quem somos e que temos ali o nosso nome por algo importante.
Gostaria de ser homenageada no Estádio do Dragão? Bruno Vieira
Já fui homenageada na inauguração do Dragão Caixa. O que posso dizer é que qualquer atleta que representou o seu clube de coração vê estas situações como um motivo de orgulho e satisfação.
Como é que uma ex-atleta continua a viver o clube? Acompanha o dia-a-dia do FC Porto? José Chaves, Matosinhos
Continuo a acompanhar e interesso-me pelo que ocorre no dia-a-dia. Temos de saber conviver com os bons e os maus momentos.
Ser atleta do FC Porto transmitia-lhe uma garra especial? Paula Martinho, Gondomar
Sem dúvida. Quando corria sozinha nas ruas de Lisboa com aquela camisola não era fácil e tinha grande prazer em ganhar lá provas. Mas, na verdade, acho que a grande maioria das pessoas tinha um carinho muito grande por mim.
Sentia alguma animosidade em algumas provas por ser atleta do FC Porto? Armanda Trancoso, Porto de Mós
Não, pelo contrário, era sempre acarinhada. Penso que isso se deve ao facto do atletismo ser uma modalidade bem vista em todo o país. Claro que havia sempre adeptos que não gostavam das vitórias do FC Porto.» in site F.C. do Porto.
«Aurora Cunha
Aurora Cunha (31 de Maio de 1959, Ronfe, Guimarães) é uma atleta profissional portuguesa.
Entrou no atletismo aos 15 anos, com a camisola do Juventude de Ronfe. Era ainda muito jovem quando bateu os recordes nacionais dos 1500 e dos 3000 metros. Depois de passar pelo Sporting, acabou por optar pelo Futebol Clube do Porto, seu clube do coração.
Em 2000 concorre como Individual (segundo o site da Federação Portuguesa de Atletismo nos seus arquivos do ano de 2000).
Ao longo da sua carreira, Aurora Cunha foi vencedora de importantes troféus em provas de corta-mato, meio-fundo e fundo. Foi campeã mundial de estrada em três anos consecutivos — 1984, 1985 e 1986 — e venceu as maratonas de Paris (1988), Tóquio (1988), Chicago (1990) e Roterdão (1992), bem como a São Silvestre de São Paulo em 1988.
Aurora Cunha representou Portugal em três edições dos Jogos Olímpicos sem, no entanto, conseguir ser medalhada.
Aurora Cunha viveu durante muitos anos em Vila do Conde e reside há aproximadamente 8 anos na Póvoa de Varzim.
(Portugueses nos Olímpicos: Vitórias e Fracassos)
(Atletismo)
Foi a primeira grande conquistadora de títulos do atletismo do FC Porto. Envergou ao longo de duas décadas a camisola azul e branca, que vestiu pela primeira vez em 1975. Campeã do Mundo de estrada, campeã da Europa e recordista nacional nas várias distâncias, Aurora Cunha foi atleta olímpica, participando por três vezes no maior acontecimento desportivo do Mundo. Especialista nos cinco mil e dez mil metros, foi responsável por uma nova dinâmica na secção de atletismo do clube, cativando e entusiasmando muitos outros atletas e novas apostas, numa modalidade até então quase sem expressão no FC Porto. Mantém o mesmo amor e dedicação ao FC Porto que revelou ao longo da carreira, tendo sido distinguida e homenageada várias vezes pelo seu empenho em prol do crescimento da modalidade.»
Foi a primeira grande conquistadora de títulos do atletismo do FC Porto. Envergou ao longo de duas décadas a camisola azul e branca, que vestiu pela primeira vez em 1975. Campeã do Mundo de estrada, campeã da Europa e recordista nacional nas várias distâncias, Aurora Cunha foi atleta olímpica, participando por três vezes no maior acontecimento desportivo do Mundo. Especialista nos cinco mil e dez mil metros, foi responsável por uma nova dinâmica na secção de atletismo do clube, cativando e entusiasmando muitos outros atletas e novas apostas, numa modalidade até então quase sem expressão no FC Porto. Mantém o mesmo amor e dedicação ao FC Porto que revelou ao longo da carreira, tendo sido distinguida e homenageada várias vezes pelo seu empenho em prol do crescimento da modalidade.»
Aurora Cunha: «Nunca abandonei o clube»
No dia em que se celebraram os 25 anos do primeiro título mundial conquistado ao serviço do FC Porto, Aurora Cunha respondeu às perguntas colocadas pelos leitores do www.fcporto.pt. A 11 de Novembro de 1984, em Madrid, a atleta azul e branca sagrou-se Campeã do Mundo de Estrada e iniciou um ciclo de grandes sucessos e conquistas. Segue-se a entrevista dos adeptos, em que Aurora Cunha recorda várias etapas marcantes da carreira.
Passados 25 anos sobre o primeiro titulo mundial conquistado ao serviço do FC Porto, o que sentiu nesse dia? João Silva, sócio n.º 98513
Senti uma alegria enorme. Estava longe do país e não me apercebi da grandeza do feito. Durante a tarde recebemos telegramas de felicitações do primeiro-ministro e do Presidente da República e só aí é que eu e o Fonseca e Costa, o meu treinador, nos apercebemos da grandeza do feito.
Gostava de saber se o primeiro título mundial teve um sabor especial por ter sido conquistado com a camisola do FC Porto. Noutro clube teria tido o mesmo significado? Joana Borges, Paredes
O facto de ter sido no FC Porto teve um significado muito grande. Tinha sido finalista olímpica, com dois recordes nacionais, e procurava algo mais na carreira. Consegui-o e proporcionei ao FC Porto um dos seus primeiros grandes títulos internacionais.
A Aurora Cunha tem consciência de que foi a atleta azul e branca que melhor encarnou o verdadeiro espírito do Dragão na modalidade de atletismo? Hélder Barros, Amarante
Fui uma atleta que nunca abandonou o clube e perdi alguns milhares de contos por isso. Em 1985 recebi uma proposta do Benfica, mas optei por continuar ligada ao FC Porto, porque o coração falou mais alto.
A sua relação com o FC Porto é só profissional ou também sentimental? Bruno Vieira
Foi sempre sentimental, vivo as vitórias e as derrotas do clube, apesar de não fazer parte da sua estrutura. Quem veste uma camisola durante 20 anos dificilmente esquece os bons e os maus momentos.
Li numa biografia sua que, a nível nacional, venceu 22 campeonatos individuais, foi seis vezes campeã nos 1.500 metros, oito vezes nos 3.000 metros, quatro vezes nos 5.000 metros e quatro vezes no corta-mato. Não se cansava de ganhar? Ana Sofia, Oeiras
Não, porque corria por prazer. É sempre bom ganhar, até porque sentia que esta massa associativa também vive de vitórias.
O facto de nunca ter sido medalhada nos Jogos Olímpicos é a maior decepção da sua carreira? João Barbosa, Vila Nova de Gaia
Não é uma decepção. Fui sexta nos Jogos Olímpicos de 1984, o que não é para qualquer atleta. Em Barcelona 1992 tinha o objectivo da medalha, não a ganhei, mas ganhei a minha filha, que é a minha medalha mais importante. Soube três meses depois que estava grávida.
Que distância gostava mais de correr? José Lopes, Faro
No meio-fundo fiz tudo, desde os 800 aos 10.000 metros, durante muitos anos. Devia ter ido para a maratona mais cedo. Mas gostava mais dos 10.000 metros em pista, quando ia para os grandes palcos, com 50 ou 60 mil pessoas a ver.
No decurso da inauguração do Dragão Caixa, foi homenageada como uma das 24 Lendas do FC Porto, ao lado de Fernanda Ribeiro, no atletismo. O que é que isso representou para si? João Barbosa, Vila Nova de Gaia
Nunca nos esquecemos desses momentos, que são sempre bonitos e motivos de orgulho. Para além disso, servem para os mais novos saberem quem somos e que temos ali o nosso nome por algo importante.
Gostaria de ser homenageada no Estádio do Dragão? Bruno Vieira
Já fui homenageada na inauguração do Dragão Caixa. O que posso dizer é que qualquer atleta que representou o seu clube de coração vê estas situações como um motivo de orgulho e satisfação.
Como é que uma ex-atleta continua a viver o clube? Acompanha o dia-a-dia do FC Porto? José Chaves, Matosinhos
Continuo a acompanhar e interesso-me pelo que ocorre no dia-a-dia. Temos de saber conviver com os bons e os maus momentos.
Ser atleta do FC Porto transmitia-lhe uma garra especial? Paula Martinho, Gondomar
Sem dúvida. Quando corria sozinha nas ruas de Lisboa com aquela camisola não era fácil e tinha grande prazer em ganhar lá provas. Mas, na verdade, acho que a grande maioria das pessoas tinha um carinho muito grande por mim.
Sentia alguma animosidade em algumas provas por ser atleta do FC Porto? Armanda Trancoso, Porto de Mós
Não, pelo contrário, era sempre acarinhada. Penso que isso se deve ao facto do atletismo ser uma modalidade bem vista em todo o país. Claro que havia sempre adeptos que não gostavam das vitórias do FC Porto.» in site F.C. do Porto.
«Aurora Cunha
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Aurora Cunha | |
---|---|
Informações pessoais | |
Modalidade | Atletismo |
Nascimento | 31 de Maio de 1959 (51 anos) Ronfe, Guimarães, Portugal |
Nacionalidade | portuguesa |
Clube | FC Porto (1978 - 1994) Individual (2000) |
Período em atividade | (1978 - 2000) |
Entrou no atletismo aos 15 anos, com a camisola do Juventude de Ronfe. Era ainda muito jovem quando bateu os recordes nacionais dos 1500 e dos 3000 metros. Depois de passar pelo Sporting, acabou por optar pelo Futebol Clube do Porto, seu clube do coração.
Em 2000 concorre como Individual (segundo o site da Federação Portuguesa de Atletismo nos seus arquivos do ano de 2000).
Ao longo da sua carreira, Aurora Cunha foi vencedora de importantes troféus em provas de corta-mato, meio-fundo e fundo. Foi campeã mundial de estrada em três anos consecutivos — 1984, 1985 e 1986 — e venceu as maratonas de Paris (1988), Tóquio (1988), Chicago (1990) e Roterdão (1992), bem como a São Silvestre de São Paulo em 1988.
Aurora Cunha representou Portugal em três edições dos Jogos Olímpicos sem, no entanto, conseguir ser medalhada.
Aurora Cunha viveu durante muitos anos em Vila do Conde e reside há aproximadamente 8 anos na Póvoa de Varzim.
Índice[esconder] |
[editar] Recordes Pessoais
- 800 metros: 2.05,4 (Lisboa- 1982)
- 1500 metros: 4.09,31 (Lisboa - 1983)
- 5000 metros: 15.06,96 (Helsínquia - 1985)
- 10000 metros: 31.29,41 (Oslo - 1986)
- Maratona: 2.28.11 (Londres - 1989)
[editar] Campeonatos Nacionais
- 6 Campeonatos Nacionais 1500 metros (1978 - 1980 e 1982 - 1984)
[editar] Jogos Olímpicos
- (1984 - Los Angeles) 3000 metros (6º Lugar)
- (1988 - Seoul) Maratona (Desistiu)
- (1992 - Barcelona) Maratona (Desistiu)
[editar] Campeonato Mundial de Atletismo
- (1983 - Helsínquia) 3000 metros (9º Lugar)
- (1987 - Roma) 10000 metros (17º Lugar)
- (1991 - Tóquio) Maratona (Desistiu)
[editar] Campeonatos da Europa de Atletismo
- (1982 - Atenas) 3000 metros (10º Lugar)
- (1986 - Estugarda) 10000 metros (4º Lugar)
- (1990 - Split) 3000 metros (Qualificações)
- (1990 - Split) 10000 metros (9º Lugar)
[editar] Ligações externas
- Perfil de Aurora Cunha (em inglês) no site da IAAF
- Federação Portuguesa de Atletismo
- Entrevista à Revista Correr por Prazer» in http://pt.wikipedia.org/wiki/Aurora_Cunha
(Portugueses nos Olímpicos: Vitórias e Fracassos)