11/11/09

Hoje é Dia de São Martinho, que outrora era dia de rumar à Feira de Penafiel; um dia importante e com muito significado para os agricultores locais!

«O dia de S. Martinho: comemorações e tradições


Foto: Igreja de S. Martinho em Penafiel
No calendário litúrgico, o dia de S. Martinho celebra-se a 11 de Novembro, data em que este Santo, falecido dois ou três dias antes em Candes, no ano de 397, foi a enterrar em Tours, França.
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Hoje em dia, não sendo o uso do missal tão frequente, nem todos os crentes católicos se lembrarão de ver, nos dias festivos do ano, o que se diz relativamente ao dia 11 de Novembro e ao seu Santo: «São Martinho é o primeiro dos Santos não Mártires, o primeiro Confessor, que subiu aos altares do Ocidente (...) A sua festa era de guarda e favorecida frequentemente pelos dias de “verão de S. Martinho”, rivalizando, na exuberância da alegria popular, com a festa de S. João.» (in Missal de Dom Gaspar Lefebvre )


Com efeito, S. Martinho foi, durante toda a Idade Média e até uma época recente, o santo mais popular de França. O seu túmulo, abrigado desde o séc. V por uma Basílica (sucessivamente destruída e reconstruída) em Tours, era o maior centro de peregrinação de toda a Europa Ocidental. A sua generosidade e humildade, aliadas a uma enorme fama de milagreiro fizeram dele um dos santos mais queridos da população. E ainda hoje o seu espírito de partilha é fonte de inspiração.
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São Martinho é santo patrono dos alfaiates, dos cavaleiros, dos pedintes, dos restauradores (hoteis, pensões, restaurantes), dos produtores de vinho e dos alcoólicos reformados, dos soldados... dos cavalos, dos gansos, e orago de uma série infindável de localidades de Beli Benastir, na Croácia, a Buenos Aires, na Argentina (fonte Catholic Community Forum) passando, evidentemente, por numerosíssimas sítios de Norte a Sul de Portugal. (ver Toponímia )


O facto de o seu dia coincidir com a época do ano em que se celebra o culto dos antepassados e com a altura do calendário rural em que terminam os trabalhos agrícolas e se começa a usufruir das colheitas (do vinho, dos frutos, dos animais) leva a que a festa deste Santo tenha toda uma componente de exuberância que actualmente tende a prevalecer.


Assim, em Portugal, o dia de S. Martinho é invocado nas cerimónias religiosas dos locais de culto, e o seu espírito de solidariedade lembrado, quanto mais não seja, através do relato do episódio em que partilhou a sua capa com um pobre; mas de resto, e por todo o lado, as pessoas andam ocupadas nas actividades mencionadas nos provérbios sobre este dia: assam-se castanhas, prova-se o vinho...


Acerca do assunto, escreve o conceituado etnólogo Ernesto Veiga de Oliveira (1910-1990) o seguinte: «O S. Martinho, como o dia de Todos os Santos, é também uma ocasião de magustos, o que parece relacioná-lo originariamente com o culto dos mortos (como as celebrações de Todos os Santos e Fiéis Defuntos). Mas ele é hoje sobretudo a festa do vinho, a data em que se inaugura o vinho novo, se atestam as pipas, celebrada em muitas partes com procissões de bêbados de licenciosidade autorizada, parodiando cortejos religiosos em versão báquica, que entram nas adegas, bebem e brincam livremente e são a glorificação das figuras destacadas da bebedice local constituída em burlescas irmandades. Por vezes uma dos homens, outra das mulheres, em alguns casos a celebração fracciona-se em dois dias: o de S. Martinho para os homens e o de Santa Bebiana para as mulheres (Beira Baixa). As pessoas dão aos festeiros. vinho e castanhas. O S. Martinho é também ocasião de matança de porco.» (in As Festas. Passeio pelo calendário, Fundação Calouste Gulbenkian, 1987)


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Actualizado em Novembro 2007

Sábado, Novembro 06, 2004


A Vida de S. Martinho

(actualizado em 2007)
O conhecimento que se tem da vida de S. Martinho, apelidado de apóstolo da Gália, é devido principalmente ao seu primeiro e mais dedicado biógrafo, Sulpício Severo (c.360-c.420), historiador cristão de expressão latina, nascido na Aquitânia, também declarado santo.


Quando conheceu S. Martinho, já este era bispo vivendo no entanto fiel ao ideal monástico, recolhendo-se longe do fasto do palácio episcopal. Sulpício Severo tornou-se seu discípulo, amigo e biógrafo. É graças a ele que hoje temos um relato precioso da vida deste Santo
A Vida de S. Martinho (Vita Martini ) de Sulpício Severo que, de acordo com a professora Maria Luísa V. de Paiva Boléo, foi «um livro que teve enorme repercussão no mundo medieval. Espalhou-se até Cartago, Alexandria e Síria. Sabe-se que este livro foi muitíssimo lido (Enciclopedia Cattolica, Cidade do Vaticano, 1952, p. 220), o que era difícil numa época em que os livros eram caros e quando só o clero e monarcas mais cultos os leriam, mas o certo é que foi um verdadeiro "best-seller"» (fonte), nunca teve tantos leitores como hoje em dia, pois circula na internet em latim e em pelo menos mais dois idiomas: francês e inglês.
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Algumas datas mais importantes da vida de S. Martinho (Ver mais)
  • 316 - Nasce S. Martinho, filho de um oficial romano, na Panónia (região da actual Húngria).
  • 326- Com apenas 10 anos e por sua vontade torna-se catecúmeno (aspirante a cristão).
  • 330- É obrigado a ir para o exército onde pratica o ideal cristão de humildade e generosidade.
  • 337- Dá-se o episódio lendário em que S. Martinho partilha a sua capa de soldado com um pobre.
  • Em data indeterminada S. Martinho abandona o exército.
  • 354- S. Martinho chega a Poitiers onde se desloca para se juntar a Santo Hilário. Mas logo a seguir vai para a Itália com o objectivo de rever a família e evangelizar os seus conterrâneos.
  • 355-360- S. Martinho é expulso da sua própria terra (por causa do Arianismo) e passa um tempo isolado na ilha de Galinária, no meio do Mar Tirreno.
  • 361- S. Hilário volta para Poitiers e S. Martinho também.
  • 361- Funda uma comunidade monástica (a primeira da Gália) em Ligugé, a 6 km de Poitiers.
  • 371- S. Martinho torna-se Bispo de Tours, cargo que ocupará cerca de 26 anos até à sua morte.
  • 372- Funda a comunidade monástica de Marmoutier, perto de Tours.
  • 397- S. Martinho morre em Candes perto de Tours. No dia 11 de Novembro é enterrado com pompa e circunstância na cidade de que fora Bispo durante mais de um quarto de século.
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Textos biográficos
Em língua portuguesa não abundam biografias sobre o santo. Para além dos dois resumos biográficos que a seguir se transcrevem, poucas mais referências se encontraram (ver mais abaixo*).
  • O primeiro resumo biográfico encontra-se no conhecido (mas já em desuso) Missal de de Dom Gaspar Lefebvre e foi transcrito de um artigo da autoria de Luís Chaves, intitulado "São Martinho de Tours", (publicado na Separata da Revista de Etnografia nº1 do Museu de Etnografia e História, em 1963)
    «São Martinho é o primeiro dos Santos não Mártires, o primeiro Confessor, que subiu aos altares no Ocidente. No dizer de Durando de Mende, a liturgia consagra-lhe um lugar semelhante aos dos Apóstolos, por ter sido ele quem concluiu a evangelização das Gálias. A sua festa era de guarda e favorecida frequentemente pelos dias de "verão de São Martinho", rivalizando, na exuberância da alegria popular, com a festa de S. João. Tinha Oitava como S. Lourenço, porque S. Martinho, "pérola dos sacerdotes", era entre os Confessores o que S. Lourenço era entre os Mártires, o maior dos Confessores. Nasceu na Sabária Panónia) e veio para as Gálias como soldado.
    Sendo ainda catecúmeno, deu um dia perto de Amiens a um pobre, que Ihe pedia esmola por amor de Cristo, metade da clâmide. Na noite seguinte, Jesus Cristo apareceu-lhe vestido com essa metade que ele dera ao pobre, e disse-lhe: "Martinho, sendo ainda catecúmeno, vestiu-me com este manto".
    Recebeu o baptismo aos 18 anos. Depois de viajar pelo Oriente, onde se iniciou na vida monástica, faz por algum tempo vida de eremita numa ilha das costas da Ligúria. Finalmente, fez-se discípulo de Santo Hilário, que então florescia na cadeira episcopal de Poitiers e fundou no deserto de Ligugé, a duas léguas da sede do Bispado, um mosteiro para onde se retirou com alguns discípulos. Lançou assim os alicerces do monaquismo nas Gálias.
    Mas Deus não queria que esta luz, ficasse oculta debaixo do alqueire, e S. Martinho foi arrancado à paz da solidão e revestido da dignidade episcopal, que lhe deu ensejo para desenvolver largamente os dotes do seu coração de apóstolo. Pregou o Evangelho pelos campos da Gália e extirpou de vez os resíduos tenazes do paganismo, que tinham resistido à investida cristã a coberto da superstição e da ignorância do povo. Colocado à frente da diocese de Tours, fundou a célebre abadia de Marmoutiers ou o grande mosteiro aonde com frequência se retirava para viver mais longe do mundo,e mais perto de Deus. Cercavam-no oitenta monges de vida santíssima, pautada pelo exemplo e regra dos eremitas da Tebaida.
    Viveu mais de oitenta anos, ocupado sempre com a glória de Deus e a salvação das almas, e morreu em Candes, perto de Tours, em 397.
    Ao seu túmulo afluíam de toda a parte peregrinações frequentes. Gregório de Tours, que lhe sucedeu, não hesita em chamar-lhe o "Patrono de todo o mundo". Poucos santos alcançaram a popularidade dele. Só em França há perto de mil igrejas paroquiais e 485 burgos e lugares com o seu nome. Em Roma é notável a igreja de S. Silvestre e S. Martinho, onde se faz a estação de quinta-feira da quarta semana da Quaresma.
    A capa de São Martinho era conduzida à frente dos exércitos em tempo de guerra e nela se pregavam os sermões solenes em tempo de paz. Símbolo da protecção, que S. Martinho dispensava à França, esta capa deu o nome ao oratório, que a guardava, e a todos os oratórios, ou "capelas"»
Para referir este artigo
Chaves, Luís -"São Martinho de Tours", in Separata da Revista de Etnografia nº1, Museu de Etnografia e História (1963)
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  • O segundo resumo biográfico é da autoria de Alves de Oliveira e encontra-se no vol. 13 da Enciclopédia Luso- Brasileira de Cultura (Verbo):
    «Martinho de Tours (São) -Bispo de Tours (n. actual Szambatkely, Hungria, 316 ou 317- m. Candes, França, 8.11.397).
    Filho de um oficial do exército romano e nascido num posto militar fronteiriço, após estudos humanísticos, em Pavia, aos 16 anos entrou para o exército quando já a sua vontade o inclinava a fazer-se monge (aos 10 anos inscrevera-se como catecúmeno). Em breve ganhou fama de taumaturgo.
    Em Amiens, provavelmente em 338, durante uma ronda nocturna no rigor do Inverno encontrou um pobre seminu: não tendo à mão dinheiro para lhe valer, com a espada dividiu ao meio a sua clâmide que repartiu com o desconhecido.
    Na noite seguinte, em sonhos, viu Jesus, que disse:
    "Martinho, apesar de somente catecúmeno, cobriu-me com a sua capa."
    Recebeu o baptismo na Páscoa de 339, continuando como oficial da guarda imperial até aos 40 anos. Abandonando a vida castrense, foi ter com Sto. Hilário de Poitiers, que lhe conferiu ordens sacras e lhe deu possibilidade de levar vida monacal: nasceu, assim, o famoso Mosteiro de Ligugé. Eleito, por aclamação, bispo de Tours, foi sagrado provavelmente a 4.7.371.
    Ardente propagador de fé, fundou, em Marmoutier, um mosteiro donde sairam notáveis missionários e reformadores. Demoliu templos pagãos e levantou mosteiros como sustentáculos da evangelização. Humilde e pacífico, manteve a sua independência perante o abuso da autoridade civil.
    O fascínio das suas virtudes radicadas na generosidade do seu zelo, na nobreza de caracter e, sobretudo, na sua bondade ilimitada mantida para alem da morte na prodigalidade dos seus milagres, magnificamente descritas pelo seu discipulo Sulpício Severo, fez com que S. M. T. fosse durante muitos séculos o santo mais popular da Europa Ocidental. A sua memória litúrgica é a 11 de Novembro.»
Para referir este artigo
Oliveira, Alves de- "Martinho de Tours (São)", Enciclopédia Luso- Brasileira de Cultura, vol. 13 (Editorial Verbo)
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* Biografias sobre S. Martinho (em língua portuguesa)
  • Boléo, Maria Luísa V. de Paiva- "Martinho, o santo do Inverno que traz o Verão" , (publicado on line no Portal O Leme em 08-11-2004).
  • Branco, Cecilia- " De um símbolo popular na festa de S. Martinho" [pdf] . in Revista Lusitana.Volume I. Livraria Portuense, 1888-1889 (Instituto Camões)
  • Chaves, Luís -"São Martinho de Tours", in Separata da Revista de Etnografia nº1, Museu de Etnografia e História (1963)
  • Devailly, Guy (Santos, Joco trad.)- S. Martinho de Tours missionário (143 p.). Cucujães : Missões, D.L. 2001 (tít. orig. : Martin de Tours, un missionaire)
  • Maia, Joco (1923- , S.J.) - A vida de S. Martinho (26 p.). Lisboa : Verbo, [D.L.1972] Colecção: ABC. Vida de santos ; 5)
  • Oliveira, Alves de- "Martinho de Tours (São)", Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol. 13 (Editorial Verbo)
  • Pinto, A. Teixeira (1891-?)- O manto de São Martinho > (179 p.). Porto : L. Tavares Martins, 1938;

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Actualizado em Novembro de 2007

Quinta-feira, Novembro 06, 2003


Uma vida lendária

(em construção)
Há muitos episódios lendários ligados a S. Martinho pois este teria feito muitos milagres.
Parece que em seu redor as coisas aconteciam sempre melhor, eram mais belas e mais cheias de inspiração: o mal transformava-se em bem, as pessoas tinham visões maravilhosas, a própria natureza tornava-se espelho da bondade e da vontade do Santo.
A Vida de S. Martinho (ver em latin em francês e inglês), de Sulpício Severo (c.360-c.420), está repleta destas histórias, tendo sido a principal fonte dos livros dos Milagres de S. Martinho, por Grégoire de Tours (538-594).


O mais conhecido dos episódios, a passagem da vida generosa do Santo, em que ele partilha a sua capa com um pobre, deu origem à Lenda do Verão de S. Martinho (ler versão abreviada para crianças) representada vezes sem conta por artistas anónimos e também pelos mais célebres, como por exemplo o pintor El Greco (imagem da esquerda: "San Martín y el mendigo" > 1597/99, National Gallery of Art, Washington ).


E todos os anos, continuando a tradição, crianças e jovens das escolas elaboram desenhos e pinturas sobre este episódio, alguns demonstrando uma sensibilidade verdadeiramente notável.
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Mas em França há quem associe a expressão "Verão de S. Martinho" ao facto milagroso de terem florido as plantas, reverdecido as árvores e os pássaros terem começado a cantar, à passagem do corpo do Santo, levado de barco de Candes > , onde tinha morrido, para Tours onde foi enterrado. (fonte)

Terça-feira, Novembro 06, 2001


Provérbios - S. Martinho

· A cada bacorinho vem o seu S. Martinho.
· A cada porco vem o seu S. Martinho.
· Em dia de S. Martinho atesta e abatoca o teu vinho.
· Martinho bebe o vinho, deixa a água para o moinho.
· No dia de S. Martinho, fura o teu pipinho.
· No dia de S. Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho.
· No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
· No dia de S. Martinho, mata o porquinho, abre o pipinho, põe-te mal com o teu vizinho. (sic.)
· No dia de S. Martinho, mata o teu porco, chega-te ao lume, assa castanhas e prova o teu vinho.
· No dia de S. Martinho, mata o teu porco e bebe o teu vinho.
· No dia de S. Martinho, vai à adega e prova o teu vinho.
· Pelo S. Martinho abatoca o pipinho.
· Pelo S. Martinho castanhas assadas, pão e vinho.
· Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.
· Pelo S. Martinho nem nado nem no cabacinho.
· Pelo S. Martinho prova o teu vinho; ao cabo de um ano já não te faz dano.
· O Sete-Estrelo pelo S. Martinho, vai de bordo a bordinho; à meia-noite está a pino.
· São Martinho, bispo; São Martinho, papa; S. Martinho rapa.*
· Se o Inverno não erra o caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho.
· Se queres pasmar o teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.
· Veräo de S. Martinho säo três dias e mais um bocadinho.
· Vindima em Outubro que o S. Martinho to dirá.


*Na Ilha de S. Miguel, referência aos dias 11 (Dia de S. Martinho de Tours), 12 (dia de S.Martinho I, papa e mártir do séc. VII) ; e 13 deNovembro; “S. Martinho rapa” refere-se ao fim das festas da prova do vinho novo.


Bibliografia:
Machado, José Pedro -O Grande Livro dos Provérbios, Ed.Notícias, 1996
Moreira, António- Provérbios Portugueses, Ed. Notícias, 1996

Sábado, Outubro 06, 2001


S. Martinho nos dicionários...

Em Português- Apresentamos quase todas as palavras formadas a partir de martim (algumas têm a ver com o S. Martinho e outras não...) assim como expressões relacionadas com o S. Martinho.




  • Martim, Martinho/a e Martins–são os antropónimos mais correntes; os primeiros são primeiros nomes e o último é um apelido muito corrente.
  • martim - casta de uva.
  • martim-gil - variedade de maçã. (Martim -Gil é um lugar perto de Leiria)
  • martim-gravata - espécie de jogo popular
  • martinete – palavra que deriva do francês martinet e que tal como nessa língua tem um grande número de significados. O que parece estar ligado a S. Martinho é quando se usa para designar uma espécie de andorinha de asas longas, pois em francês essa avezinha chama-se também oiseau de S. Martin
  • martinega e martinegua – termos antigos que designavam « o foro, tributo ou pensão, que se pagava no dia de S. Martinho» (cf. J. de S.R.Viterbo, Elucidário das palavras termos e frases que em Portugal antigamente se usava..., (Civilização)
  • Dia de S. Martinho- 11 de Novembro- dia do calendário religioso dedicado a S. Martinho que coincide com a data do seu enterro em Tours, cerca do ano 397.
  • Verão de S. Martinho – tempo solheiro e mais ameno por altura do dia de S. Martinho .

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Em Francês: como S. Martinho passou grande parte da sua vida em terras da Gália (França actual) a sua influência aí foi muito grande.


  • Martin (/e) - é um antropónimo, ou seja é nome de pessoa, e também apelido. Parece haver cerca de 7 000 famílias francesas cujo apelido é Martin
  • martin era o nome tradicional para os burros (cf. Dictionnaire Historique de la Langue Française, Le Robert)
  • martinet- (de onde deriva a palavra portuguesa martinete) 1- designa: a)- O pássaro de St. Martinho: ave de asas compridas semelhante à andorinha; (e tambémb)-o pássaro martim-pescador ou pica-peixe (do fr. martin-pêcheur) c) – e o pássaro martim-caçador (do fr. martin-chasseur); --e por analogia com a forma do pássaro d)-um chicote formado de um cabo e ao qual estão presas tiras de couro ( pareceido c/ a cauda estendida do pássaro) ; e)- um candelabro cuja forma era semelhante às asas do martinete durante o voo; 2- também designa: a)- uma espécie de martelo, movido a água ou a vapor, empregado para bater o aço, o ferro, etc.; para além disso designava (em francês); b) uma forja; e c) um aparelho com contra-peso que servia para lançar pedras.)
  • martinette – é o nome de uma espécie de rela.
Mais relacionados com o Dia de S. Martinho existem as seguintes expressões :


  • martinage du vin -é a expressão que designa a prova do vinho novo pelo São Martinho ;
  • martiner – significa comer e beber bem, é o mesmo que faire la Saint Martin.
  • avoir le mal de St. Martin – estar com ressaca
  • l’été de la Saint-Martin -são os dias de sol que se fazem sentir (ou não…) por altura do dia de S. Martinho. Liga-se tradicionalmente este aparecimento de uns dias mais quentes e solheiros à mais conhecida lenda de S. Martinho. Em português e em inglês também existe a expressão.
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Em Inglês:
  • Martin – antropónimo equivalente a Martim ou Martinho.
  • Martinmass- celebrações do dia de S. Martinho ; dia de S. Martinho.
  • St. Martin 's day - é o dia de S. Martinho.
  • St.Martin 's summer-- verão de S. Martinho.
  • to be Martin drunk : estar muito ébrio, estar como um cacho.
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Em Alemão- Parece ser o idioma com mais vocábulos associados a S. Martinho e vale a pena ir consultar a página dedicada a esse tema: Sainkt Martin- Lexikon num dos melhores sites sobre este Santo (Martin Von Tours)

Toponímia

Em Portugal é assaz comum o nome de S. Martinho associado aos lugares.
Luís Alves, sem pretensão de exaustividade, num interessante artigo sobre o Santo (“São Martinho de Tours”, in Separata da Revista de Etnografia nº1 do Museu de Etnografia e História, em 1963 ?) lista 67 topónimos simples (apenas S. Martinho) de lugares e povoações, e mais de 48 topónimos compostos (S. Martinho de...).


Este autor faz notar que muitas destes topónimos, sobretudo no Norte do País, poderiam referir-se a um outro S. Martinho, São Martinho de Dume, arcebispo de Braga, falecido em 579. Sobre este tema remete-se também para a obra de Ernesto Veiga de Oliveira. (in As Festas. Passeio pelo calendário, Fund. Calouste Gulbenkian, 1987)


Entretanto, podem os leigos como nós, graças à excelente página de heráldica de Sérgio Horta, confirmar em alguns casos se o orago é ou não S. Martinho de Tours, pela ocorrência da clâmide rasgada nos brasões. Vejam-se, por exemplo, as seguintes freguesias: (clicar nos brasões para aceder à referida página de heráldica de onde aliás as imagens foram retiradas)



Ver também a listagem de freguesias S. Martinho na Wikipedia




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Em língua francesa o nome do mais popular de todos os Santos rurais aparece como aqui já se referiu ligado à antroponímia e claro está à toponímia. O professor M. Jean-Mary Couderc, no seu interessante artigo intitulado «Les toponymes "Saint-Martin" dans nos campagnes», lista nada menos do que 3700 paróquias com o nome do Santo!



Domingo, Novembro 07, 1999


Imagens de S. Martinho

(em contrução)
Um dos "santinhos" mais divulgado de São Martinho, tanto na Europa erudita como (por exemplo) na América Latina popular

Fonte da imagem da esquerda: Sonitus Sanctus: Free Catholic MP3 Links: Of the Life of St. Martin of Tours - by St. Sulpicius Severus; fonte da imagem da direita: Mexican Santo Nicho - San Martin Caballero

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Duas imagens de São Martinho apeado do cavalo
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Pintura original de Giovanni Canova para o "hall" do Saint Martin Catholic Social Apostolate no Quénia. Ler explicação da pintura aqui .

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Séculos XIV e XV
Detalhe do fresco Vida de S.Martinho, de Simone Martini ((1284-1344) na Capela de S. Martinho da Igreja de S. Francisco em Assis.

fonte (ABBAYE - saint Martin)


Pintura em madeira
fonte




S. Martinho pelo Mestre de Housebook (Meister des Hausbuches) século XV
Fonte


Tapeçaria (data?)
fonte (Saint Martin à Ligugé)


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Mais imagens sobre S. Martinho:

Sábado, Novembro 06, 1999


S. Martinho no seu tempo- algumas datas

  • 312- Antes de uma batalha Constantino, sonha com Cristo e tem uma visão da cruz.
  • 313- Constantino e o seu co-imperador Licínio promulgam o Édito de Nantes em que se
  • proclama a tolerância do cristianismo.
  • 316 - Nasce S. Martinho, filho de um oficial romano, na Panónia (região onde hoje é a Hungria).
  • 318-381- Arianismo. Heresia propagada por Arius, padre em Alexandria que declarava que Cristo era diferente do Pai, de Deus.
  • 324-337 – Constantino, o Grande
  • 325- Concílio de Nicea, convocado por Constantino declara que o Filho é Deus (o que negava o Arianismo, que punha em causa esse dogma)
  • 326- S. Martinho com apenas 10 anos e por sua vontade torna-se catecúmeno (aspirante ao baptismo).
  • 330- Bizâncio torna-se a capital cristã do Império com o nome de Constantinopola (2ª Roma).
  • 330- S. Martinho é obrigado a ir para o exército onde pratica o seu ideal cristão de humildade e generosidade.
  • 337- Dá-se o episódio lendário em que S. Martinho partilha a sua capa de soldado romano com um pobre (em Amiens).
  • 337- Morre Constantino e sucede-lhe o filho, Constantino II- O Arianismo torna-se obrigatório.
  • -Em data indeterminada S.Martinho abandona finalmente o exército.
  • 354- S. Martinho chega a Poitiers onde se desloca para se juntar a Santo Hilário. Mas logo a seguir volta para a Itália com o objectivo de rever a família e evangelizar os seus conterrâneos.
  • 355- S. Hilário bispo de Poitiers é exilado para a Frígia.
  • 355-360- S. Martinho é expulso da sua própria terra (por causa do arianismo) e passa um tempo isolado na ilha de Galinária, no meio do Mar Tirreno.
  • 361- S. Hilário volta para Poitiers e S. Martinho também.
  • 361- Morre o Imperador Constantino e com ele a predominância e obrigatoriedade do arianismo.
  • 361- S. Martinho funda uma comunidade monástica (a primeira da Gália) em Ligugé, a 6 km de Poitiers.
  • 371- S. Martinho torna-se Bispo de Tours, cargo que ocupará cerca de 26 anos até à sua morte.
  • 372- Funda a comunidade monástica de Marmoutier, perto de Tours.
  • 375- Início das grandes invasões.
  • 380- Édito de Tessalónica. O Arianismo é proibido no na parte oriental do Império.
  • 384-395- Teodósio, o Grande. Depois da sua morte o Império fica dividido entre os seus filhos. É o fim da unidade do Império romano: o Império de Oriente seguirá o seu próprio caminho, o de Ocidente ainda durará cerca de 80 anos.
  • 391- O Cristianismo torna-se religião de estado. Proibição de todos os cultos pagãos.
  • 397- S. Martinho morre em Candes perto de Tours. No dia 11 de Novembro é enterrado com pompa e circunstância na cidade de que fora Bispo durante mais de um quarto de século.

"Links" sobre S. Martinho

Em português:
(Os sites para crianças estão assinalados com um * )

Em Inglês:

Em francês:

Em espanhol:
Em italiano:
Em alemão:

Desporto Futebol - Roberte Henke, ex-guarda-redes do S.L. Benfica partiu de forma inesperada; Paz à Sua Alma!



«Robert Henke, suicídio

O guarda-redes internacional alemão Robert Henke, ex-guarda-redes do Benfica, que alinhava no Hannover 96, da primeria divisão alemã, suicidou-se hoje aos 32 anos, deixando mulher e uma filha adoptiva de oito meses.

"Posso confirmar que se trata de suicídio. Robert suicidou-se pouco depois das 18:00 [17:00 em Lisboa]", afirmou à agência desportiva alemã SID Jorg Neblung, amigo e agente de Enke, que jogou no Benfica entre 1999 e 2002.

"Os pormenores serão dados em conferência de imprensa, quarta-feira, em Hannover", acrescentou.

Pouco antes, um porta-voz da polícia de Hannover já tinha dado a entender que a morte de Enke não tinha sido acidental: "Tudo indica que se tratou de suicídio", afirmou Stefan Wittke.
Enke morreu na numa passagem de via férrea em Neustadtam Ruebenberge, na localidade de Eilvese, perto de Hannover.

"É uma notícia horrível", disse o presidente do Hannover 96, Martin Kind, que foi informado pela polícia no Aeroporto de Hannover, quando regressava de uma reunião da Liga Alemã de Futebol.

"Esperamos muito coisa, mas algo assim não, não sei o que aconteceu e porquê", disse Kind à agência alemã Dpa.

O presidente do clube da primeira divisão alemã mostrou-se convicto, no entanto, de que a morte de Enke "não teve nada que ver com o futebol".

Devido a uma infecção bacterial, o antigo guarda-redes do Benfica esteve algum tempo afastado dos relvados, não participando nos jogos do seu clube nem sendo convocado para os últimos quatro encontros da selecção, depois de ter conquistado a titularidade.

Também não tinha sido chamado aos trabalhos da equipa nacional para os jogos particulares com o Chile e a Costa do Marfim, a 14 e 18 de Novembro.

No entanto, o seleccionador Joachim Low tinha deixado claro que contava com ele para número um da baliza alemã no Mundial de 2010 na África do Sul.

Enke, internacional AA oito vezes, nasceu a 24 de Setembro de 1977, em Jena, na então República Democrática da Alemanha, e ao longo da sua carreira representou Carl Zeiss Jena, Borussia de Moenchengladbach, Benfica, FC Barcelona, Fenerbahçe, Tenerife e Hannover 96, no qual alinhava desde 2004.» in http://desporto.sapo.pt/futebol/internacional/liga_alema/artigo/2009/11/10/robert_enke_suicidou_se.html