Mais um amigo que chega. Pascoaes tinha ido esperá-los ao caminho e abre-lhes os braços. Conversam animadamente e Pascoaes logo afirma: «Eu devo ter-me enganado muitas vezes, mas nunca menti.»
O Eugénio descreve-o assim:
«O Pascoaes que eu conheci, já velho, é certo, era magnifico e luminoso: espontâneo e simples como as crianças, mas também terrível e acusador como um profeta do Velho Testamento. A sua presença era inquieta e feliz, não deixando nada em sossego em nome da verdade.»
«A mentira era para ele o maior dos pecados mortais.»
(...)
«Olhava-o deslumbrado. No primeiro momento Pascoaes pareceu-me velho, muito mais velho do que eu imaginara. Nunca o vira antes e apenas o conhecia de antigos retratos. Mas essa impressão desfez-se logo. Ele era vida prodigiosa, ímpeto, espeço aberto. Sobretudo diante do Marão.» in "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos
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