"Há em Amarante quem repudie o seu padroeiro...
Começa a ser claro que, em Amarante, há gente com responsabilidade a todos os níveis, que se envergonha do Beato Gonçalo...
Em jantares, conversas de gabinetes e de café, zurzir em São Gonçalo e ridicularizá-lo começa a ser vulgar, em meios anticlericais e, pasme-se, igualmente, nos que mais o deveriam defender...
Por certo, querem fazer esquecer a importância de São Gonçalo na génese de Amarante e no seu crescimento e desenvolvimento ao longo dos tempos...
Nas minhas conversas com o falecido Dr. Luís Coutinho, já o ouvia enunciar este facto, com grande mágoa sua, pois, para ele, Amarante só teria a ganhar com um turismo estribado na cultura e tradição deste Beato que tanto fez por Amarante...
Bastará atentar no que aconteceu numa das nossas ex-colónias, o Brasil, e facilmente se poderá constatar, na difusão e profusão do culto a São Gonçalo de Amarante...
Muita gente, no país e no mundo associa automaticamente, Amarante a São Gonçalo, muita gente viveu à sombra de São Gonçalo, ao longo dos tempos... não tenhamos medo de honrar São Gonçalo, muito lhe devemos...
Para mim, como já referi bastas vezes, neste e noutros fóruns, as Festas em Honra de São Gonçalo deveriam ser a 10 de Janeiro, assim como o feriado municipal... mas o paganismo falou mais alto e a laicidade anticlerical vai ganhando aos poucos pontos... com Amarante a perder importância Regional, que o culto de São Gonçalo sempre nos conferiu...
Vivemos tempos de mudança, há uma grande intentona anticlerical... é notória... mas que não sejam os que mais tem interesse em que Amarante cresça, com o apoio da bengala de São Gonçalo, a permitir que se paganize totalmente o Culto na cidade, ao ponto de adorarem mais os Diabos de Amarante... significativo!" (Helder Barros, 29-06-2012)
«Gonçalo de Amarante
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Nota: Se procura outros significados de São Gonçalo, veja São Gonçalo.
São Gonçalo (O.P.) (também conhecido como São Gonçalo de Amarante; Arriconha, Tagilde, Vizela, 1187 - Amarante, 10 de Janeiro de 1259), eclesiástico português considerado beato pela Igreja Católica, gozando de grande devoção popular. Existem, em sua honra, as Festas de São Gonçalo. A forma correcta de o denominar é Beato Gonçalo de Amarante.
Índice [esconder]
1 Origens
2 O sacerdote
3 Regressa da Terra Santa
4 Abraça a vida dominicana
5 Elevado às honras dos altares
6 Devoção popular
[editar]Origens
Nasceu Gonçalo de Amarante, da família dos Pereiras, no lugar de Arriconha, freguesia de Tagilde, próximo de Vizela, igualmente concelho de Vizela. Em Arriconha não falta, desde tempos imemoriais, a capela dedicada a São Gonçalo.
Os seus pais eram pessoas de nobre linhagem e deram ao seu filho uma esmerada educação cristã não só pela palavra como, sobretudo, pelos exemplos das suas virtudes cristãs.
[editar]O sacerdote
Atingido o uso da razão, foi confiado a um douto e virtuoso sacerdote sob cuja direcção iniciou os seus estudos. Chamava a atenção a sua modéstia, a candura, o esforço em se aperfeiçoar na prática da vida cristã e os progressos que ia fazendo nos estudos. Entre outros foram estes os motivos principais que moveram o Arcebispo de Braga a admiti-lo, como seu familiar, e, sob os auspícios do Prelado, cursou as disciplinas eclesiásticas, vindo a ser ordenado sacerdote e nomeado Pároco da freguesia de São Paio (ou São Pelágio) de Riba-Vizela, apesar da sua humildade e resistência.
No desempenho do seu múnus pastoral começou a brilhar na prática das virtudes, sobressaindo no zelo apostólico, na castidade e na prática das obras de misericórdia para com os pobres, gastando a maior parte dos rendimentos da paróquia em aliviar as suas necessidades materiais, sem esquecer as necessidades espirituais do seu rebanho, prodigalizando a todos amor e consolação.
Alimentava, no seu coração, um desejo ardente de visitar os túmulos dos apóstolos São Pedro e São Paulo e os lugares santos da Palestina a fim de melhor viver as mistérios cristãos. Obtida a licença do seu bispo, deixou os seus paroquianos ao cuidado dum sobrinho sacerdote e peregrinou: primeiro, a Roma, donde passou a Jerusalém e demais terras da Palestina, onde se demorou catorze anos. Entretanto, começou a sentir certo remorso por tão longo abandono da sua paróquia, avivaram-se as saudades da pátria e dos seus filhos espirituais e veio-lhe, ao íntimo, o pressentimento dos males espirituais de que padeciam, provocados por tão longa ausência e possível falta de zelo de seu sobrinho. Foram motivos mais que suficientes para regressar, apesar dos inumeráveis incómodos e perigos que a viagem supunha.
[editar]Regressa da Terra Santa
O seu sobrinho, além de o não aceitar e não reconhecer como verdadeiro e legítimo pároco, escorraçou-o de casa e conseguiu, mediante documentos falsos, provar ao Arcebispo D. Silvestre Godinho que Gonçalo morrera e ser nomeado pároco da freguesia.
Resignado com semelhante atitude, deixou S. Paio de Riba-Vizela e foi-se pregando o Evangelho por aquelas terras até à margem do Tâmega, vindo a encontrar o lugar onde hoje é a cidade de Amarante, então sítio inculto e quase despovoado, mas apto para a vida eremítica. Construiu uma pequena ermida que dedicou a Nossa Senhora da Assunção, nela se recolheu, saindo, de vez em quando, a pregar nos arredores e consagrando o tempo que lhe sobrava à oração e à penitência.
Sentia, no entanto, necessidade de encontrar um caminho mais seguro em ordem a alcançar a glória eterna. Jejuou uma Quaresma inteira a pão e água e suplicou fervorosamente a Nossa Senhora lhe alcançasse do Senhor esta graça… Diz-se que a Virgem Maria lhe apareceu e lhe disse procurasse a Ordem em que iniciavam o seu Ofício com a Saudação angélica ou Ave-Maria. Essa Ordem era a dos Pregadores ou Dominicanos.
[editar]Abraça a vida dominicana
Encaminhou-se para o Convento de Guimarães da Ordem dos Pregadores, recentemente fundado por São Pedro González Telmo, grande apóstolo da região de Entre-Douro e Minho, o qual lhe deu o hábito e, uma vez feito o noviciado, ao modo daquele tempo, o admitiu à profissão religiosa e, depois de algum tempo lhe deu licença para, com um outro religioso, voltar para o seu eremitério de Amarante, continuando a sua vida evangélica e caritativa.
Com o seu ministério operou muitas conversões, levou o povo à prática duma autêntica vida cristã, sem esquecer de os promover socialmente em muitos aspectos. Sobressai neste particular a construção de uma ponte em granito sobre o rio Tâmega, angariando pessoalmente donativos em terras circunvizinhas e levando os moradores mais abastados a darem ajuda vultosa para assim pagarem aos operários.
O povo atribui-lhe muitos milagres, mesmo de ordem material, desde o começo até terminar a construção da referida ponte.
Concluída a ponte, S. Gonçalo viveu ainda alguns anos dedicado à pregação e à vida de oração, enriquecendo-se de virtudes e merecimentos. Reza a tradição que Nossa Senhora lhe revelou o dia da sua santa morte para a qual se preparou com a recepção dos Sacramentos da Igreja. Descansou santamente no Senhor, a 10 de Janeiro de 1262. O seu venerado corpo, após a celebração das solenes exéquias por sua alma, foi sepultado na referida ermida, continuando a efectuar-se muitos milagres, atribuídos à sua intercessão.
Mais tarde, a ermida primitiva construída por S. Gonçalo foi ampliada em igreja. Sobre esta, em 1540, D. João III mandou erguer o sumptuoso templo e convento que ainda hoje existem e que são monumento histórico da cidade de Amarante de que S. Gonçalo pode muito bem ser considerado segundo fundador.
Igreja de São Gonçalo em Amarante (Portugal)
[editar]Elevado às honras dos altares
Efectuaram-se três Processos canónicos em ordem à Beatificação e Canonização de S. Gonçalo, o último dos quais foi levado a cabo por D. Rodrigo Pinheiro, Bispo do Porto, por comissão do Papa Pio IV (1561). A instâncias de EI-Rei D. Sebastião, do Arcebispo de Braga, da Ordem dos Pregadores, do Cardeal D. Henrique e da população de Amarante, a sentença de Beatificação foi promulgada a 16 de Setembro de 1561 pelo representante da Sé Apostólica, confirmando-se a concessão de lhe tributar culto público permitido antes pelo Papa Júlio III (1551).
Mais tarde, o Papa Clemente X, em 10 de Julho de 1671, estendeu a toda a Ordem dos Pregadores e a todo o reino de Portugal a concessão de honrarem este glorioso Santo, um dos santos mais populares de Norte a Sul do País, especialmente no Norte, com Missa e Ofício litúrgicos próprios. O seu culto espalhou-se pelos domínios ultramarinos de Portugal, chegando à Índia e ao Brasil, como o confirma um longo e engenhoso sermão do Padre António Vieira sobre S. Gonçalo. É celebrado a 10 de Janeiro.
Tornou-se o santo patrono da cidade de Amarante, onde faleceu, e ainda das cidades de São Gonçalo do Amarante nos estados brasileiros do Rio Grande do Norte e do Ceará (nessas cidades homónimas também o padroeiro permaneceu idêntico).
É, no entanto, importante salientar que Gonçalo de Amarante, apesar de chamado Santo pelo povo, na verdade é apenas Beato, porque o processo de canonização nunca foi levado a bom termo, ao contrário da sua beatificação. Deste modo, a forma correcta de o denominar é Beato Gonçalo de Amarante, o que é atestado pelos calendários litúrgicos portugueses.
[editar]Devoção popular
Os moradores do Bairro da Beira Mar, na freguesia da Vera Cruz, em Aveiro, tratam, carinhosamente, São Gonçalo de Amarante por São Gonçalinho. A capela existente neste bairro aveirense em honra deste santo é conhecida como Capela de São Gonçalinho.
Em várias cidades do Brasil, como Cajari, Matinha e Viana, no Maranhão, e Cuiabá, em Mato Grosso, também festejam com devoção São Gonçalo de Amarante, com uma dança folclórica, o Baile de São Gonçalo.» in http://pt.wikipedia.org/wiki/Gon%C3%A7alo_de_Amarante
"São Gonçalo de Amarante
São Gonçalo de Amarante,
Casamenteiro das velhas,
Porque não casais as novas?
Que mal vos fizeram elas?
[instrumental]
São Gonçalo de Amarante,
Casamenteiro das velhas,
Porque não casais as novas?
Que mal vos fizeram elas?
Seis barricas de alcatrão,
Minha orquestra de badalo,
Eis aqui a minha festa
Que se faz a São Gonçalo.
Ó Meu São Gonçalo,
Meu São Gonçalinho,
Eu quero-me casar,
Ai, dai-me um maridinho.
[instrumental]
São Gonçalo de Amarante,
Casamenteiro das velhas,
Porque não casais as novas?
Que mal vos fizeram elas?
[instrumental]
São Gonçalo de Amarante,
Quer que lhe baile,
Quer que lhe cante..."
(São Gonçalo de Amarante - Isabel Silvestre)
(SÃO GONÇALO DE AMARANTE)