30/10/10

Desporto Futebol - Hoje Maradona faz 50 Anos e é, para mim, o Melhor Jogador do Mundo, de entre todos os que vi jogarem futebol!

«Os 50 anos de Maradona

Diego Armando Maradona faz hoje 50 anos e depois de uma carreira repleta de sucessos, confirma-se como uma lenda do futebol mundial.
A 30 de Outubro de 1960, Buenos Aires, capital argentina, dava à luz aquele que viria a ser um dos génios do futebol mundial.
Controverso, mas eternamente deslumbrante dentro das quatro linhas, assim foi Maradona, o melhor jogador argentino de todos os tempos e certamente um dos maiores deste século.
Hoje comemora 50 anos e isso é, por si só, uma batalha ganha, para um homem, que ainda jogador, esteve à beira da morte pela sedução inabalável pela cocaína. Recuperou, ganhou forças e o seu último desafio foi orientar a Argentina do seu coração no Mundial da África do Sul.
Acabou “traído”, reclama, mas nunca traiu aqueles que ansiavam por ver magia sair do seu pé esquerdo. Ficaram eternas as imagens do Mundial de 1986, ponto mais alto da sua carreira e em que se sagrou campeão do Mundo.
“A Mão de Deus” mudou o futebol e Maradona permanecerá para sempre como uma das suas maiores estrelas. Parabéns a “El Pibe”.» in http://desporto.sapo.pt/futebol/internacional/artigo/2010/10/30/os_50_anos_de_maradona.html

«Diego Maradona
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Diego Maradona
Maradona 2010-1.jpg
Informações pessoais
Nome completo Diego Armando Maradona
Data de nasc. 30 de outubro de 1960 (50 anos)
Local de nasc. Lanús, Argentina
Altura 1,66 m
Peso 87 kg
Apelido Dieguito, El Pibe de Oro, El Diez,
Pelusa, Barrilete Cósmico, D10S
Informações atuais
Clube atual Sem clube
Posição Treinador (ex-meia e atacante)
Clubes de juventude
19691976 Argentina Argentinos Juniors
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
19761981
19811982
19821984
19841991
19921993
19931994
19951997
Argentina Argentinos Juniors
Argentina Boca Juniors
Espanha Barcelona
Itália Napoli
Espanha Sevilla
Argentina Newell's Old Boys
Argentina Boca Juniors
166 00(116)
040 000(28)
058 000(38)
259 00(115)
029 0000(7)
005 0000(0)
030 0000(7)
Seleção nacional
19771994 Flag of Argentina.svg Argentina 091 000(34)
Times que treinou
Anos Clubes Jogos
1994
1995
20082010
Argentina Textil Mandiyú
Argentina Racing
Flag of Argentina.svg Argentina

Diego Armando Maradona (Lanús, 30 de outubro de 1960) é um treinador e ex-futebolista argentino que atuava como meia ou atacante.
Maradona celebrizou-se como um dos maiores, mais famosos e mais polêmicos jogadores do século XX.[1] Reunia inteligência, gana e um talento monstruoso, com dribles, habilidade para mudar drasticamente sua velocidade e dar giros surpreendentes.[2]. Enquanto jogador, Maradona foi reverenciado como uma divindade em seu país natal, sendo criada inclusive uma igreja dedicada a ele.[3]
Seu maior momento foi na Copa do Mundo de 1986, que na opinião popular foi ganha inteiramente por El Pibe de Oro,[1] outra de suas muitas alcunhas. Internacionalmente, Maradona também consagrou-se como herói da equipe italiana do Napoli, um clube que, embora tradicional, estava entre os pequenos do país. Com El Diez, o Napoli viveu momentos de glória no final da década de 1980, ganhando seus dois únicos títulos no campeonato italiano e lutando de igual para igual com as maiores equipes do país.
A carreira de Maradona, porém, foi cercada de controvérsias, que não se limitaram aos gramados. As maiores delas foram relacionadas ao seu envolvimento com drogas, um vício que acabou por arruiná-lo nos gramados e que por algum tempo o deformou fisicamente. Teve também dois filhos fora do casamento que não reconheceu como seus.[4] E rotineiramente faz declarações contra os bastidores da FIFA,[5][6] principalmente aos dirigentes João Havelange, Sepp Blatter, Michel Platini, Franz Beckenbauer, além de Pelé,[6] e também tem um histórico de atritos com imprensas, incluindo a de seu próprio país.[5][7]

Índice

[esconder]

[editar] Carreira em clubes

Maradona, aos onze anos, já aparecendo em programas televisivos

[editar] Argentinos Juniors

Em 1980, ainda no Argentinos Juniors, em jogo contra o Racing, clube por onde ele passaria posteriormente como treinador
Aos nove anos, seu talento com a bola já o fazia ser a criança mais popular da favela em que morava, no subúrbio de Buenos Aires.[1] Um colega havia sido aprovado em um teste para as categorias de base do Argentinos Juniors, e respondeu aos elogios do treinador dizendo que conhecia um garoto ainda melhor.[8] O treinador, Francis Cornejo, deu-lhe então dez pesos para que pedisse a esse outro jovem para ir vê-lo. Cornejo e outros observadores do clube, incrédulos com o que viram no outro menino, foram acompanhá-lo na volta até a casa deste e, pedindo à mãe dele, conferiram sua documentação para desfazer qualquer engano plausível. Viram que Maradona realmente tinha apenas nove anos de idade.[8]
Os pais foram então convencidos a colocar Maradona no Argentinos, clube pequeno da capital, mas famoso pelo bom trabalho que desenvolvia com as categorias de base.[1] Com quinze anos, disputava partidas preliminares, já atraindo multidões.[1] Quando finalmente foi lançado entre os profissionais, não saiu mais.[1] Demonstrava um repertório completo certeiro com a sua mágica perna esquerda: lançamentos, passes, dribles curtos, chutes certeiros de curta e longa distância, cobranças de falta e escanteios. Aos dezessete anos, recebeu a primeira convocação para a Seleção Argentina, da qual foi polemicamente cortado na Copa do Mundo de 1978.
Em sua primeira passagem pelo clube do coração, o Boca Juniors
1978 também significaria o ano em que foi pela primeira vez artilheiro do campeonato argentino.[9] Em 1979, seria artilheiro tanto do campeonato argentino quanto do campeonato metropolitano,[9] torneio que reunia os clubes da Grande Buenos Aires e que era na época considerado mais importante até do que o campeonato nacional.[9] Naquele ano, seria eleito pela primeira vez o melhor jogador sul-americano.[1]
A dose repetiu-se em 1980: Maradona foi artilheiro dos dois campeonatos [9] e eleito outra vez o melhor jogador da América do Sul,[1] com o adicional de ter levado o Argentinos Juniors ao vice-campeonato nacional, melhor resultado do clube até então.[9] Com isso, conseguiu uma transferência para o Boca Juniors, realizando um sonho: Maradona sempre fora um torcedor xeneize fanático. Jamais seria esquecido, todavia, na equipe que o revelou: o Argentinos renomearia seu campo para Estádio Diego Armando Maradona.
Marcando gol em seu primeiro Boca x River.

[editar] Boca Juniors

E foi em um amistoso contra o Argentinos que Maradona fez sua estreia pelo Boca, marcando de pênalti.[10] Parte da concordância do Argentinos em vendê-lo na época estava em uma cláusula do contrato de venda em que proibia que Diego enfrentasse a antiga equipe em jogos oficiais.[11] Dois dias depois, atraiu 65 mil pessoas à Bombonera para vê-lo marcar duas vezes em vitória por 4 x 1 na primeira partida oficial, contra o Talleres de Córdoba.[10] Amistosos, todavia, seriam continuamente disputados paralelamente às disputas do metropolitano, servindo para arrecadar finanças ao clube e gerando também uma Diegomania.[10] Em dois deles, enfrentou dois adversários que lhes seriam comuns: o Milan, em San Siro (vitória por 2 x 1) e Zico, contra o Flamengo, no Maracanã (derrota por 0 x 2).[10]
Maradona saudando a torcida boquense na Bombonera.
Naquele ano de 1981, com o Boca, Maradona fez grande dupla com Miguel Ángel Brindisi, com os dois marcando juntos 33 dos 60 gols [10] que reconduziram o time ao título metropolitano - a primeira conquista do clube auriazul em cinco anos.[10] Maradona também marca em seu primeiro Boca x River, em um 3 x 0 listado entre as dez inesquecíveis vitórias do Boca em Superclásicos pela enciclopédia do centenário do clube;[12] ele fez o último gol, deslocando o goleiro Ubaldo Fillol e completando para as redes antes que Alberto Tarantini conseguisse bloquear seu ângulo.[10]
Contra o grande rival, marcaria em todos os clássicos disputados em 1981.[10] O segundo deles, empatado em 1 x 1, foi de forma similar: tirando Fillol da jogada e marcando antes de Tarantini chegar.[10] Os outros dois foram pelo campeonato nacional. Este foi disputado em quatro chaves de sete times onde os dois primeiros de cada uma se enfrentariam em mata-matas até a final, como Boca liderando a sua, apesar de não vencer o River - foram uma derrota por 2 x 3 e um empate em 2 x 2, neste com Maradona marcando os dois, empatando a partida no último minuto.[10]
Nas quartas-de-final, os boquenses enfrentaram o Vélez Sarsfield. Na Bombonera, em um tumultuado jogo de ida, em que os dois times terminaram a partida com nove jogadores, Maradona acabaria revidando uma das faltas que sofreu e foi suspenso pela comissão disciplinar da AFA. Seria seu último jogo oficial pelo clube do coração: o Boca acabaria eliminado pelo adversário na partida de volta.[10] Maradona ainda participaria de amistosos em excursões do clube pelas Américas e Ásia antes de ser vendido para o Barcelona por uma transferência recorde de mais de 7 milhões de dólares acertada pouco antes da Copa do Mundo de 1982.[13] Coincidência ou não, sem seu grande astro, o Boca só voltaria a ser campeão argentino onze anos depois.

[editar] Barcelona

Vestindo a camisa do Barcelona pouco após assinar com o clube, às vésperas da Copa do Mundo de 1982.
Maradona chegou à Catalunha como um messias. O Barça vivia carência de títulos desde o final da década de 1950. Desde 1960, só conseguira vencer o campeonato espanhol em 1974. Via o rival Real Madrid se distanciar cada vez mais no ranking de vencedores e ainda sentia o Atlético de Madrid aproximando-se, com um título a menos. O clube fez de tudo para que seu astro se sentisse à vontade, contratando vários argentinos para servirem-lhe de assessores e funcionários.[13] A estratégia não teria bons resultados: o craque acabou por fechar-se naquele círculo de convivências e demoraria a se adaptar no estrangeiro.[13]
Na primeira temporada, ele enfrentou o primeiro problema: em dezembro de 1982, sofre de hepatite e fica de fora dos campos por três meses.[4] Os blaugranas terminam apenas em quarto; o título de 1982/83 fica com o Athletic Bilbao. Na Copa do Rei, porém, decide a final contra o Real Madrid, marcando nos dois jogos da decisão e é aplaudido de pé pela torcida do arquirrival após a vitória por 2 x 1 em pleno Santiago Bernabéu - na partida de ida, no Camp Nou, o Barcelona havia deixado o rival empatar após estar vencendo por 2 x 0.[14]
Mal inicia-se a segunda temporada e, num jogo contra o Athletic, sofre uma entrada bastante desleal do adversário Andoni Goikoetxea e fratura o tornozelo esquerdo.[4] O astro levaria 106 dias para retomar o futebol.[4] Quando volta, conduz os blaugranas ao caminho do título. No entanto, por um ponto, a taça fica justamente com o Athletic. Ambos os times decidem também a Copa do Rei, e um novo dia ruim contra a equipe basca (que vence por 1 x 0) faz Maradona surtar. Ele protagoniza uma briga generalizada entre os jogadores.[4]
Camisa do Barcelona utilizada por Maradona, no museu do clube
Maradona, que já não tinha um relacionamento bom com a diretoria do Barcelona, é praticamente descartado por ela após receber uma suspensão de três meses em razão da confusão: a cúpula culé aceita a oferta do pequeno Napoli, da Itália. Desgostoso com o que julgou como falta de esforço do clube em defendê-lo nos tribunais,[13] Maradona acatou a transferência,[13] encerrando um ciclo de dois anos de altos e baixos no Camp Nou.[15]
Declararia em sua autobiografia, Yo Soy Diego, que o presidente Josep Lluís Núñez teria inveja de sua popularidade e era o principal responsável direto por sua saída.[15] No livro, Maradona também apontou a coleção de fatores que o impediram de triunfar no Barcelona: desde a hepatite e lesões até gostar mais de Madrid.[16] Ele também revelou que foi na Catalunha que começou seu relacionamento com as drogas.[16] Aceitou a proposta do Napoli pois também estava arruinado financeiramente;[16] chegou a doar a casa que tinha em Barcelona para pagar suas dívidas.[13]
Cobrando pênalti pelo Napoli, clube onde viveu o auge de carreira

[editar] Napoli

Embora tradicional, a equipe napolitana era minúscula. Seus troféus resumiam-se a títulos nas divisões inferiores e a duas conquistas na Copa da Itália. Maradona foi logo amado e venerado como um rei,[1] chegando de helicóptero a um Estádio San Paolo tomado por torcedores que ainda custavam a acreditar.[13] Ele, curiosamente, poderia ter chegado antes ao time: o clube o havia sondado em 1979, quando ainda estava no Argentinos Juniors, mas ele recusara a proposta na época.[13] "Para mim, Napoli era apenas uma coisa italiana, como pizza", comentou.[13]
O espanto foi geral: a equipe mais vencedora do país, a Juventus, também estaria interessada, de acordo com a imprensa.[13] Maradona terminou por escolher o clube celeste porque "foi o único a me fazer uma proposta real e porque o Giampiero Boniperti, ex-jogador e presidente da Juventus na época, já havia dito que um jogador com meu porte físico não chegaria a lugar algum".[13] De acordo com as lendas, o presidente do Napoli, Corrado Ferlaini, teria blefado: depositou na federação italiana um envelope vazio, onde deveria estar o contrato do jogador, a fim de registrá-lo logo. Era o que ele precisava para ganhar tempo, enquanto a manobra era descoberta, para levantar o dinheiro para pagar o Barcelona.[13]
Cquote1.svg Fiz o que me recomendaram: falei "Buona sera, napolitani. Sono molto felice di essere con voi" e chutei a bola nas arquibancadas. Eles deliravam e eu não entendia nada [13] Cquote2.svg
Maradona, sobre sua chegada apoteótica ao estádio do Napoli
Na primeira temporada, o clube ficou apenas em oitavo, mas somente dez pontos atrás do campeão Verona. Na segunda, a de 1985/86, conseguiu um terceiro lugar. Sua terceira temporada começou com ele já consagrado em todo o planeta, com a conquista da Copa do Mundo de 1986. Em setembro, porém, surge a primeira grande polêmica extracampo: sua ex-emprega doméstica, Cristina Sinagra, denuncia que Maradona é o pai do filho que ela teve.[4] A paternidade é confirmada posteriormente na justiça.[4] O filho, Diego Sinagra (também conhecido como Diego Armando Maradona Jr.), jamais seria assumido e os dois só teriam seu primeiro encontro em 2003.[4]
Ainda assim, é na temporada 1986/87 que Maradona dá ao Napoli seu primeiro título na Serie A, sobre a poderosa Juventus. A festa termina completa no clube: paralelamente, o Napoli é também campeão da Copa da Itália. Na temporada seguinte, Maradona, com quinze gols, alcança a artilharia do campeonato. O vice-artilheiro é a sua dupla ofensiva, o brasileiro Careca, com treze. O bi, porém escapa por três pontos: o título fica com o Milan de Marco van Basten e Ruud Gullit, que consegue a liderança em vitória direta, em plena Nápoles, quando os dois clubes enfrentaram-se na antepenúltima rodada.[17] O clube rossonero tornar-se-ia o maior rival do Napoli pelos títulos italianos: a Juventus decaía com a aposentadoria de Michel Platini em 1987 e a Internazionale vivia certa carência. Na Copa dos Campeões da UEFA, o Napoli cai cedo: é eliminado pelo Real Madrid, primeiro adversário que enfrenta.
Na temporada 1988/89, o campeonato italiano vai surpreendentemente [18] para a Inter de Milão, com a perseguição única do Napoli (único time na reta final com chances de tirar o título da Inter [18]) terminando em vão. O consolo fica por conta da Copa da UEFA: Maradona lidera o Napoli na campanha rumo ao primeiro título continental do clube. Nos mata-matas finais, o clube passa pela rival Juventus e pelo Bayern Munique até chegar na decisão, contra o Stuttgart. Os alemães são vencidos no embalo da dupla de Maradona com Careca: ambos marcam na vitória de virada no jogo de ida, em Nápoles, e seguram o empate na Alemanha Ocidental.
1989/90 chega e o argentino novamente conduz o Napoli ao scudetto, com dois pontos de vantagem sobre o Milan. Maradona vivia o auge da carreira. A veneração em Nápoles em torno dele era tamanha que ele sentiu-se à vontade para convocar a população local para torcer pela Argentina, e não pela Itália, na Copa do Mundo de 1990, a ser realizada em solo italiano em semanas.[5] Gerou enorme polêmica no resto do país, notadamente no norte, região dos times mais tradicionais, ressentidos com o sucesso meteórico do Napoli,[5] que, por sua vez, era um clube de uma região historicamente desfavorecida no país.[5] O presidente da federação italiana chegou a ir a público pedir que os cidadãos napolitanos torcessem pela Azzurra,[5] e pesquisas de opinião foram feitas por jornais e revistas para calcular a que ponto Maradona conseguira influenciar Nápoles.[5]
Cquote1.svg Durante trezentos e sessenta e quatro dias do ano, vocês são considerados pelo resto do país como estrangeiros e, hoje, têm de fazer o que eles querem, torcendo pela seleção italiana. Eu, por outro lado, sou napolitano durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano[5] Cquote2.svg
Maradona, reiterando os pedidos para que os napolitanos apoiassem a Argentina na Copa de 1990, e não a anfitriã Itália
Maradona segue cultuado religiosamente em Nápoles
Na Copa, Maradona liderou uma Argentina esfrangalhada ao vice-campeonato, mas eliminando a Itália nas semifinais, aumentando o rancor do resto do país.[5] 1990/91 signifar-lhe-ia um baque maior que a fratura em 1984 e as constantes pancadas no duro futebol italiano: novamente, o Napoli caiu cedo na Copa dos Campeões, na disputa por pênaltis contra os soviéticos do Spartak Moscou. Nada comparado ao que vem em março de 1991: seu exame antidoping após partida contra o Bari dá positivo para cocaína,[4] escancarando o vício do astro nas drogas.
Ele, ligado por provas robustas com a Camorra, a máfia napolitana,[5] foi suspenso do futebol por quinze meses.[4] Entra em depressão [4] e, no mês seguinte, em abril, é, sob efeito de drogas, preso em Buenos Aires pela polícia no bairro de Caballito.[4]

[editar] Decadência

O Napoli consegue se virar na temporada 1991/92 sem seu maior ícone, terminando em quarto. Maradona, decidido a deixar o time, protagoniza uma batalha judicial que dura 86 dias.[4] A liberação é brecada pelo presidente do clube, que estava brigado com o argentino.[4] Após intervenção da FIFA,[4] Maradona consegue se desligar do Napoli e acerta um retorno à Espanha, agora como jogador do Sevilla.[4] Anos mais tarde, Ferlaini, o antigo presidente do Napoli, declararia que Diego fora salvo diversas outras vezes do antidoping, que era burlado com a urina de jogadores "limpos" nas vezes em que o argentino era sorteado.[4]
Sua estadia no clube andaluz não dura mais que a temporada 1992/93, onde fora apenas razoável: Maradona descobre que os diretores do Sevilla, com suspeitas sobre suas saídas noturnas, contrataram detetives para monitorá-lo.[4] O argentino abandona o time imediatamente e acerta outro regresso, desta vez ao país natal, contratado pelo Newell's Old Boys. Porém, duraria menos ainda na equipe de Rosário: uma sucessão de lesões musculares provoca o término de seu contrato, após apenas quatro jogos oficiais.[4]
Deprimido, Maradona afunda cada vez mais nas drogas.[4] Em fevereiro de 1994, irritado com o assédio da mídia, atira com uma espingarda de ar comprimido em jornalistas que faziam plantão em frente à sua casa.[4] Acima do peso e desmotivado, a impressão geral era a de que ele abandonaria a carreira antes da Copa do Mundo de 1994. Conheceu então um fisiculturista em Buenos Aires que prometeu deixá-lo em forma novamente.[1] A promessa foi cumprida, mas um novo antidoping durante a Copa desmascaria que, por trás do milagre, estava a proibida substância efedrina, uma droga usada para emagrecer.[1] A FIFA termina por puni-lo com outros quinze meses de banimento.[4]
Sem poder jogar, Maradona passa rápido como diretor-técnico do pequeno Textil Mandiyú. Em poucas semanas, porém, abandona o cargo do time de Corrientes.[4] Assume como treinador do Racing, mas em março do ano seguinte desvincula-se dele também: o presidente que o havia contratado havia perdido as eleições.[4] As duas experiências foram curtas e pouco alentadoras: no Mandiyú, foram doze partidas e apenas uma vitória e, no Racing, onze jogos e apenas dois triunfos.[19] Poderia ter tido menos jogos ainda no Racing: após um 0 x 0 no clássico da cidade de Avellaneda, contra o Independiente, em que foi expulso pelo árbitro, ameaçou sair do cargo, mas foi contido pelo presidente.[20]
Com o fim da punição, ele volta ao seu amado Boca Juniors, comprado por dez milhões de dólares pelo Grupo Eurnekian, que em troca teria os direitos televisivos sobre onze partidas.[11] O retorno, iniciado em jogo contra o Colón,[11] é estampado até em seus cabelos: Maradona descolore uma faixa do lado superior direito, simbolizando a faixa dourada do uniforme boquense.[21][22] O clube acerta também com seu amigo Claudio Caniggia, outro notório usuário de cocaína.[5] É no jogo seguinte, o primeiro oficial dele contra o Argentinos Juniors, que ele marca seu primeiro gol na volta ao Boca.[11]
O Boca não ganhava títulos argentinos havia cinco campeonatos - o último fora o Apertura de 1992. Com Maradona e Caniggia em grande parceria, o clube consegue confortável liderança no Apertura 1995. Porém, em partidas sem seu maior astro, os xeneizes perdem pontos preciosos, chegando e levar de 4 x 6 para o Racing em plena Bombonera - a mesma quantidade de gols que haviam tomado em todo o torneio, até então. O clube deixa o título escapar para o Vélez Sarsfield e termina apenas em quarto.[11] O mesmo clube ganha o Clausura 1996, com o Boca, comandado por Carlos Bilardo, ficando em quinto.[23] A edição do torneio é mais lembrada por uma goleada de 4 x 1 sobre o River Plate em qua a afinada dupla Caniggia e Maradona se beija na boca, em comemoração após o terceiro gol do atacante loiro.[23][24]
No entanto, é o rival quem viverá períodos melhores: ganha o Apertura 1996 (o Boca, sem tantas presenças de Maradona, fica apenas em décimo [23]), a Taça Libertadores da América de 1996, o Clausura 1997 (nono lugar para o Boca, que só vê Maradona jogar uma vez [23]) e o Apertura 1997. Durante este último campeonato, em que, no início, chegaria a ser novamente pego no antidoping,[25] Maradona faz sua última partida profissional, justamente em um Superclásico no Monumental de Núñez, em 25 de outubro. Joga o primeiro tempo da partida e é substituído pelo jovem Juan Román Riquelme. O Boca vence por 2 x 1 e conseguia a liderança com dois pontos de vantagem sobre o arquirrival, mas Maradona prefere anunciar sua retirada, irritado com a cobertura da imprensa sobre a morte de seu pai.[25] O River conseguiria retomar a dianteira e seria campeão com um ponto de vantagem sobre o Boca.
Falando de si na terceira pessoa, Maradona resumiu seu retorno infrutífero em títulos ao Boca: "O Maradona não está feliz porque sabe que o Maradona está abaixo do padrão em que normalmente se coloca".[26]

[editar] Uso de drogas e performance do atleta

A cocaína antes dos jogos incrementa a performace do atleta psicologicamente falando, pois cria no jogador uma sensação de bem estar e de super poderes aumentando assim a coragem e disposição dentro de campo[27]. Em Abril de 1991, Maradona, então jogador do Napoli, foi flagrado no exame antidoping e suspenso por 15 meses pela Federação Italiana[28]
Utilizava também efedrina[29], fenilpropanolamina, pseudoefedrina, norpseudoefedrina e metaefredina [30], estimulantes que aumentam o desempenho físico do atleta, promovendo a melhora nos reflexos, diminuição da sensação de fadiga e aumentam os reflexos e a força. Com isso, foi expulso da Copa de 94 e desde então, jamais outro jogador foi pego no exame anti-dopping[31]. Assim sendo, fatos como estes, levam alguns especialistas e críticos a diminuírem os feitos de Maradona dentro de campo, visto que o mesmo atuava em circunstancias diferentes dos demais por utilização de substancias proibidas.
Outro caso notório e vergonhoso, foi no jogo da Copa do Mundo de 1990 que terminou 1X0 para a Argentina, onde a a Seleção Argentina preparou água com sonífero[32] para dar aos jogadores brasileiros. O jogador Branco passou a ser alvo de chacotas de Maradona num programa de televisão que ele fazia, "La Noche del Diez"[33],que passou a imitar um bêbado em alusão a esse jogador que tomou sem saber da agua batizada[34].
Em sua estreia pela Argentina em 1977, contra a Hungria

[editar] Seleção argentina

Maradona fez seu primeiro jogo pela Argentina em 1977, em amistoso contra a Hungria.[35] Integrou o grupo dos pré-convocados para a Copa do Mundo de 1978, mas, apesar do clamor popular para vê-lo no torneio, a ser disputado no país, foi deixado de fora pelo técnico César Luis Menotti, em decisão polêmica em favor de Norberto Alonso, também apreciado por público e mídia - no momento da convocação, este era o artilheiro do campeonato com o futuro campeão River Plate e fizera belo gol no último amistoso, contra o Uruguai, tendo entrado durante a partida.[36] O que mais favorecia Beto Alonso, todavia, era o fato de ele ser o preferido dos dirigentes da AFA,[37] o que incluía o general Carlos Alberto Lacoste.[36]
"Ele ainda é um garoto e precisa amadurecer. Mas sem dúvida ele pode mais que os outros e ainda vai brilhar muito no futebol", explicou Menotti sobre a decisão de cortar Maradona.[1] Maradona ficou arrasado, mas não guardou mágoas de Menotti, considerado por ele o melhor técnico que já teve, superior até a Carlos Bilardo, o comandante em 1986.[6] Pouco após o corte, foi consolado por Omar Sívori, ex-craque de história no River Plate e na Juventus e que defendera tanto a Argentina quanto a Itália: "Me escute, garoto... você tem a verdade do futebol dentro de si e toda uma vida para mostrá-la".[37] Apesar da decepção, Maradona chegaria a enviar um telegrama desejando sorte aos jogadores, a acompanhar dois jogos da Albiceleste no Monumental de Núñez, contra Itália e na decisão contra os Países Baixos, e a participar dos festejos pós-título pela cidade de Buenos Aires.[37]
Cquote1.svg Poderia ter jogado no mundial de 1978. Estava afinado como nunca. Chorei muito, senti como uma injustiça. (...) Quando se deu a notícia [de que seria cortado] vieram alguns a me consolar: Luque, um grande tipo, o Tolo Gallego... e ninguém mais. Nesse momento eram demasiado grandes para gastar uma palavra com um garoto. (...) O pior foi quando voltei a minha casa. Parecia um velório. Chorava minha velha, meu velho, meus irmãos... esse dia, o mais triste da minha carreira, jurei que iria ter revanche. Foi a maior desilusão da minha vida, me marcou para sempre[37] Cquote2.svg
Sobre o corte da Copa de 1978
A Seleção Argentina às vésperas da Copa de 1982. Maradona é o penúltimo agachado, da esquerda para a direita
No ano seguinte, Maradona liderou a Seleção na conquista do Campeonato Mundial de Futebol Sub-20 de 1979.[1] Marcou seis vezes e foi eleito o melhor jogador da competição.[1] 1979 foi também o ano em que ele marcou o primeiro gol pela seleção principal, em sua nona partida por ela. Foi em vitória por 3 x 1 sobre a Escócia, em Glasgow.[35] Ele também marcou o único gol da Argentina na derrota por 1 x 2 para Seleção do Resto do Mundo,[35] em amistoso que ironicamente celebrava o primeiro aniversário do título argentino na Copa do Mundo de 1978.
Outro jogo contra a Hungria, desta vez na Copa de 1982. Maradona marcou na partida, vencida por 4 x 1, os seus dois primeiros gols em Copas

[editar] Copa do Mundo de 1982

A Argentina, detentora do título, realizou contra a Bélgica o jogo inaugural da Copa do Mundo de 1982. O time, no papel, era ainda melhor do que o de 1978: reunia a campeã espinha-dorsal formada por Ubaldo Fillol, Daniel Passarella, Mario Kempes, Osvaldo Ardiles, Américo Gallego e Daniel Bertoni somada com as estrelas do título de juniores de 1979, Maradona e Ramón Díaz.[37] Dieguito já era conhecido internacionalmente, ainda mais após a venda para o Barcelona, concretizada pouco antes do mundial.
A estreia de Maradona em Copas, porém, seria desagradável. Ele foi repetidamente chutado e derrubado pelos belgas, chegando a receber entradas violentas pelas costas e ser puxado de cima da bola.[5] Porém, o árbitro tchecoslovaco Vojtech Christov não tomou nenhuma medida contra os adversários, que venceram por 1 x 0.[5] A Argentina recuperou-se e se classificou após vencer Hungria, em que ele marcou seus dois primeiros gols em Copas, em goleada de 4 x 1,[35] e El Salvador. A segunda fase seria decidida em quatro grupos com três países, com cada grupo conferindo uma vaga nas semifinais. A Argentina enfrentaria Itália e Brasil.
Maradona contra Claudio Gentile, seu duro marcador na partida contra a Itália.
Maradona gargalha sarcasticamente ao ser expulso no jogo contra o Brasil, após falta desleal em Batista (caído no gramado).
O primeiro jogo foi entre argentinos e italianos e novamente Maradona seria caçado em campo, com uma truculenta marcação individual de Claudio Gentile.[5] Após levar socos, chutes e joelhadas do início ao fim,[5] foi Maradona, e não Gentile, a receber o cartão amarelo do juiz romeno Nicolae Rainea, que entendia que o argentino reclamava energicamente sem cabimento.[5] A Itália venceu por 2 x 1 e praticamente obrigou a Argentina a vencer os brasileiros para haver chances reais de classificação.
Contra os rivais, Maradona finalmente veria um cartão vermelho em uma falta desleal que lhe envolvia. Porém, o autor da infração era ele, após desferir com a sola do pé um chute, pensando ser em Falcão,[37] nos testículos de Batista. Cinco minutos antes do fim do jogo,[5] perdido por 1 x 3, Maradona saía de campo e da Copa. Permaneceu na Espanha, para jogar pelo Barcelona. Reconheceu mais tarde que a seleção vivia um ambiente festeiro e excessivamente confiante antes do torneio.[37]
Pintura retratando a comemoração de Maradona após o segundo gol contra os ingleses, na Copa de 1986

[editar] Copa do Mundo de 1986

Maradona foi convocado para o segundo mundial do México com algumas críticas. Alguns setores da mídia questionavam a escolha do técnico Carlos Bilardo em chamá-lo e ainda por dar-lhe a tarja de capitão.[38] Maradona ainda não havia triunfado totalmente no Napoli. Na Itália, ainda era considerado apenas um bom jogador e malabarista.[6] Mesmo assim, o respeito que despertava em Bilardo era tão grande que o treinador não usaria na competição o convocado Daniel Passarella, estrela e capitão do título da 1978, mas desafeto de Dieguito.[39]
Maradona novamente apanhou na estreia, contra a Coreia do Sul, vencida por 3 x 1. No jogo seguinte, marcou o gol argentino no empate em 1 x 1 contra a campeã Itália. A classificação veio após vitória por 2 x 0 sobre a Bulgária. As oitavas-de-final seriam contra os rivais do Uruguai de Enzo Francescoli. Maradona teve um gol anulado e, instigado, realizou a melhor partida de sua vida, de acordo com o próprio.[6] A Albiceleste eliminou a Celeste por 1 x 0, em dia em que ele afirma ter realizado bem todas as jogadas.[6] O próximo adversário da Argentina seria a Inglaterra.
Era a primeira vez que ambos se enfrentavam após a Guerra das Malvinas e um clima bastante tenso rondava a partida, fazendo com que o próprio exército mexicano patrulhasse as arquibancadas e as redondezas do Estádio Azteca, chegando a haver tanques nas ruas.[5] O primeiro tempo terminou sem gols. No início do segundo, após driblar marcadores, Maradona passou a bola para um companheiro, que a perdeu. Steve Hodge, zagueiro adversário, chutou alto e a bola foi em direção ao goleiro Peter Shilton.[5] Maradona continuou a correr e, com o punho cerrado, jogou a bola por cima de Shilton, vinte centímetros mais alto,[5] fazendo com que a bola entrasse no gol inglês. A despeito dos protestos dos britânicos com o árbitro, o tunisiano Ali bin Nasser, o gol foi validado.[5] Curiosamente, não era a primeira vez que ele fazia isso: em jogo do campeonato italiano de 1984/85 contra a Udinese de Zico, marcou dessa forma e ali, também, a trapaça não fora anulada.[40]
Em espaço de alguns minutos, o argentino marcaria outro gol igualmente célebre. A Argentina trocava passes em seu campo de defesa quando Maradona pediu a bola.[5] Ele estava de costas para o campo de defesa inglês quando recebeu, tendo em volta três adversários: Hodge, Peter Reid e Peter Beardsley.[5] Quando Beardsley aproximou-se para disputar a bola, Maradona girou em sentido contrário, saindo do meio-de-campo e avançando na meta inglesa.[5] Reid o perseguiu sem sucesso e Terry Butcher foi facilmente deixado para trás, assim como Terry Fenwick.[5]
Butcher continuou correndo atrás, tentando ainda um carrinho quando Maradona tocou para as redes no momento em que Shilton tentou bloqueá-lo.[5] A Argentina se fechou, chegando a sofrer gol de Gary Lineker a dez minutos do fim e quase levar empate do mesmo Lineker depois,[5] mas conseguiu manter a vitória e se classificou. Após a partida, Maradona declarou que "se houve mão na bola, foi a mão de Deus", para o delírio da torcida argentina, sentindo-se vingada.[5] O outro gol, por sua vez, seria o eleito em 2002 o mais bonito da história das Copas.
Maradona em 1987, quando era um dos melhores jogadores do mundo
Se a Guerra das Malvinas motivara os argentinos contra os ingleses, Maradona continuou especialmente motivado nas semifinais. Reencontraria a Bélgica, que tanto lhe chutara em 1982. Para aumentar a animosidade, o goleiro adversário Jean-Marie Pfaff declarou antes da partida que "Maradona não é nada de especial".[41] Apesar de novas pancadas, El Pibe perseverou e anotaria dois lindos gols no segundo tempo. No primeiro, passou por dois zagueiros e venceu Pfaff com um chute de trivela.[5] Vinte minutos depois, na entrada da área belga, virou para um lado, avançou para o outro, fingiu que passaria a bola, gingou, deixou quatro adversários para trás e bateu novamente Pfaff.[5] A Argentina voltava a uma final.
O jogo seria contra a Alemanha Ocidental. Maradona, desta vez, não marcou. O técnico alemão, Franz Beckenbauer, ordenara que Lothar Matthäus marcasse de perto o argentino.[5] Ainda assim, o primeiro gol surgiu em razão dele: Matthäus cometeu uma falta em Maradona que Jorge Burruchaga cobraria para José Luis Brown abrir o marcador.[5] Todavia, Maradona continuou dominado por Matthäus até cinco minutos do fim do jogo. Após estarem perdendo por 0 x 2, os germânicos haviam acabado de empatar heroicamente. Foi quando Maradona recebeu a bola e, entre dois adversários, deu belo passe para Burruchaga fazer 3 x 2.[5] Ao final, como capitão, ergueu a Copa que, na opinião geral, ganhara praticamente sozinho.[1]
Cquote1.svg Não me assustei [após os alemães conseguirem o empate em 2 x 2]. Quando voltamos à metade do campo para reiniciar [a partida], (...) olhei Burru e lhe disse: 'veja que estão mortos, já não podem correr. Vamos movimentar a bola que os liquidaremos antes do fim [do tempo normal]'[37] Cquote2.svg
Sobre o final da decisão de 1986.
O título lhe faria ser coroado o melhor jogador do mundo pela revista Onze d'Or, premiação que receberia novamente no ano seguinte, após o primeiro título italiano com o Napoli. A Bola de Ouro, por sua vez, ainda era restrita a jogadores europeus, o que só terminaria em 1995. O prêmio de melhor jogador do mundo pela FIFA só seria criado em 1991.

[editar] Copa do Mundo de 1990

Quando o mundial começou, Maradona, bem diferente dos dois anteriores, era um jogador totalmente consagrado internacionalmente. Além de líder do bicampeonato mundial argentino, havia, finalmente, dado títulos importantes à até então inexpressiva equipe do Napoli. Declarou antes da Copa que teriam de "arrancá-la de suas mãos".[37] Embora seu relacionamento com o técnico Bilardo já não fosse tão boa,[37] conseguiu impor-lhe novamente sua opinião na escalação: se em 1986 não queria que Passarella jogasse, em 1990 pressionou o treinador para chamar o amigo Claudio Caniggia.[37] Mas a relação com os italianos em geral, principalmente do norte, talvez fosse pior.[5]
Em razão de sua consagração, foi novamente caçado na estreia e a Argentina, supreendida com o futebol talentoso mas ao mesmo tempo violento de Camarões, que teve dois jogadores expulsos, perdeu por 0 x 1 para os africanos.[5] Após a partida, na coletiva de imprensa, ironizou que "o único prazer desta noite foi descobrir que graças a mim os italianos de Milão deixaram de ser racistas: hoje, pela primeira vez, apoiaram os africanos",[37] em alusão à cidade onde realizara-se o jogo, a mesma onde localizava-se o Milan e a Internazionale, os maiores rivais do Napoli na época. No jogo seguinte, os campeões encararam a União Soviética, que se entusiasmou após o goleiro argentino titular, Nery Pumpido, machucar-se sozinho e sair de maca aos dez minutos.
Os soviéticos passaram a pressionar o reserva, Sergio Goycochea, e abririam o placar com uma cabeçada de Oleh Kuznetsov se a mão de Maradona não entrasse em cena novamente.[5] A bola ia entrando nas redes quando ele apareceu e puxou-a aos seus pés com a mão direita, para mandá-la para longe,[5] e a irregularidade novamente não foi punida pelo árbitro,[5] o sueco Erik Fredriksson. Os argentinos venceriam por 2 x 0 e, após empatar em 1 x 1 com a Romênia, passaram por pouco à segunda fase apenas como um dos melhores terceiros colocados, sistema que passara a vigorar naquele mundial.
A Argentina enfrentaria nas oitavas-de-final o Brasil, que havia conseguido três vitórias em três jogos. Com tantas pancadas na primeira fase, Maradona entrou em campo com as pernas e coxas cobertas de equimoses e com uma inchação permanente em seu tão chutado tornozelo esquerdo,[5] que mais parecia uma bola.[37] Isso obrigou-lhe a praticamente apenas caminhar em campo na maior parte de partida.[5] Os brasileiros, melhores em campo, chegaram a acertar três vezes as traves de Goycochea quando, a oito minutos do fim, Maradona finalmente acelerou em campo com a bola nos pés.[5] Atraiu a marcação de quatro jogadores, deixando Claudio Caniggia totalmente livre.[5] Maradona entregou a bola a ele, que só teve o trabalho de vencer Taffarel.
O heroísmo quase deu lugar à vilania contra a Iugoslávia, nas quartas-de-final. A partida terminou em 0 x 0 no tempo normal e na prorrogação. Nos pênaltis, Maradona cobrou mal e Tomislav Ivković defendeu. Mesmo com Pedro Troglio também desperdiçando sua cobrança, os sul-americanos avançaram após Goycochea defender os chutes de Dragoljub Brnović e Faruk Hadžibegić - Dragan Stojković já havia errado anteriormente a sua, chutando no travessão.
A semifinal prometia nova atmosfera tensa. A Argentina enfrentaria a Itália, que tanto vinha odiando Maradona. Para completar, o jogo seria em Nápoles. Uma bandeira da Argentina chegaria a ser arrancada da concentração da seleção e Maradona pediu intervenção da embaixada.[37] Mais uma vez, ele apelou a seu público napolitano que torcesse pela Argentina. E boa parte de sua audiência contumaz realmente se sentiu incapaz de torcer contra o ídolo.[1] Os anfitriões saíram na frente e sofreram o empate no meio do segundo tempo - era o primeiro gol que a Itália tomava na Copa. Na jogada, Maradona passou a bola para Julio Olarticoechea cruzar para Caniggia desviar com a cabeça das mãos de Walter Zenga,[5] que ainda não havia tomado gols no torneio. Novamente, os argentinos encararam os pênaltis na Copa. Desta vez, Maradona marcou o seu. Goycochea defendeu outra vez duas cobranças, de Roberto Donadoni e Aldo Serena, e a Albiceleste tirou a Azzurra do caminho. Mais do que nunca, os italianos sentiam um verdadeiro ódio contra Maradona,[5] que declarou que eliminar os anfitriões foi o seu maior feito em Copas, "por todos os significados que teve, embora tenha me custado um montão de coisas depois. (...) Você não imagina o prazer".[6]
Não foi surpresa que ele tenha sido vaiado antes e durante todo o jogo, na final, novamente contra a Alemanha Ocidental. Durante a execução do hino nacional argentino, preferiu, ao invés de cantá-lo, soltar palavrões inaudíveis ao público.[42] Ele pouco pôde fazer na partida: a Argentina estava mais enfraquecida na Copa do que nunca, desfalcada de quatro titulares, suspensos: Caniggia, Olarticoechea, Ricardo Giusti e Sergio Batista. Pedro Monzón seria ainda expulso no início do segundo tempo. Os alemães conseguiram a revanche, vencendo com um único gol, de pênalti, a cinco minutos do fim. Os argentinos não perdoariam a marcação a penalidade, duvidosa, e o árbitro mexicano Edgardo Codesal. Gustavo Dezotti, posteriormente, também seria expulso e Maradona receberia um cartão amarelo por reclamação. Ao final da partida, o estádio inteiro se alegrou quando o telão transmitiu o rosto em lágrimas do argentino, que se recusou a apertar a mão do presidente da FIFA, João Havelange, ao receber a medalha de prata.[37]
Esquecendo-se que trapaceara em 1986 e no próprio mundial de 1990, Maradona declarou: Isto foi uma trama armada pela FIFA. Fomos punidos por vencer a Itália, que era a equipe que a FIFA queria que ganhasse esta Copa do Mundo. Há uma máfia no mundo do futebol. Aquele pênalti não existiu. Foi dado de graça para que os alemães vencessem.[5] Ele escreveria em sua biografia, anos mais tarde, que um dia antes da decisão, quando os argentinos foram realizar o reconhecimento do gramado, que Julio Grondona - presidente da AFA e um dos vice-presidentes da FIFA - comentara-lhe que estava com um mau pressentimento, de que os argentinos já estariam fora do título.[37]

[editar] Copa do Mundo de 1994

Maradona, após a suspensão de quinze meses dada pela FIFA, ficou três anos sem jogar pela Argentina partidas oficiais.[35] O país não se deu bem nas eliminatórias: na última partida chegou a ser goleado por 0 x 5 pela Colômbia em plena Buenos Aires e só não foi desclassificado porque o Paraguai não saiu de um empate com o Peru em Lima. Um clamor crescia a cada dia pelo retorno do astro,[7][43] finalmente chamado de volta para os dois jogos da repescagem, contra a Austrália.[35] O primeiro gol após voltar veio em abril de 1994, em amistoso contra o Marrocos.[35]
Após recuperar milagrosamente a velha forma, Maradona começou a Copa do Mundo de 1994 dando espetáculo. Marcou de fora da área contra a Grécia e, em famosa comemoração, rugiu com os olhos esbugalhados para uma câmera.[5] Contra a Nigéria, demonstrou fôlego incansável [5] e inspirou os argentinos a vencerem de virada. O milagre por trás da perda de treze quilos - de 89 para 76 [37] - em um tempo assustadoramente curto antes do torneio [5] foi revelado em novo antidoping, que detectou efedrina.[1][5] A droga, além de ser usada para emagrecer,[1][5] era também um poderoso estimulante.[5] Para a Seleção Argentina não ser desclassificada, Maradona teve de jurar inocência [5] e a Associação do país teve de retirar seu nome do elenco.[4]
Cquote1.svg Sentia que havia jogado um partidaço, estava feliz. Veio essa enfermeira a buscar-me e não suspeitei de nada. O único que fiz foi olhar à Claudia [esposa], que estava na tribuna, e lhe fiz um gesto como dizendo-lhe: 'e essa, quem é?'. Estava tranquilo porque havia feito controles [antidoping] antes e durante o mundial e todos davam bem.[37] Cquote2.svg
Sobre após a partida contra a Nigéria, sua última em mundiais
O episódio gerou bastante revolta na Argentina. Para os mais exaltados, Maradona, que recebera a solidariedade do tenor Luciano Pavarotti, declarado usuário de efedrina,[5] estava sendo vítima de uma conspiração da FIFA. De acordo com a teoria de conspiração, a própria entidade, temerosa que a falta de grandes astros fizesse do mundial dos Estados Unidos um fiasco, havia autorizado informalmente que Maradona usasse substâncias ilícitas para voltar à forma e jogar a Copa.[5] No entanto, suas exibições teriam extrapolado o que a FIFA queria dele, ameaçando interesses de outras seleções.[5] Fato é que Maradona, declarando ser este o episódio mais triste de sua carreira,[6] afirmou: "me cortaram as pernas. Era meu último mundial e iríamos ser campeões".[6]
A Argentina em 1994, ao contrário das Copas anteriores, onde o talento se limitava a Maradona, reunia jogadores de renome: Claudio Caniggia se consagrara em 1990 e a seleção tinha também Gabriel Batistuta, Fernando Redondo e Ramón Medina Bello em grande forma.[1][43] Eles, sem a companhia de Maradona, haviam conquistado as Copas América de 1991 e 1993, torneio que Dieguito não conseguira ganhar nas três ocasiões em que participou (1979, 1987 e 1989).
Porém, os companheiros não conseguiram superar o baque com a saída de Maradona. A Argentina perdeu a última partida da primeira fase por 0 x 2 para a Bulgária e novamente só se classificou como uma das melhores terceiras colocadas, sistema que não seria mais utilizado a partir da Copa seguinte. Nas oitavas-de-final, veio a eliminação perante a Romênia, jogo em que ele chegou a comentar para um canal de televisão.[37] O jogo contra a Nigéria deixou Maradona, em sua quarta Copa - um recorde entre os argentinos - como o jogador que mais partidas disputou no torneio. Posteriormente, seria superado por Lothar Matthäus em 1998 (em sua quinta Copa, o alemão alcançou a 25ª partida) e igualado por Paolo Maldini em 2002 (a quarta e última do italiano).

[editar] Legado

Maradona não jogaria mais pela Argentina até 10 de novembro de 2001, quando foi realizada uma partida comemorativa em La Bombonera.[44] O jogo foi contra um combinado de estrelas, dentre elas Enzo Francescoli, Éric Cantona, Davor Šuker, Hristo Stoichkov, René Higuita, Nolberto Solano e até o compatriota Juan Román Riquelme.[44]
A Argentina conseguira vencer a Copa do Mundo de 1978 sem Maradona. Porém, foi com ele no auge da carreira liderando a Seleção que a Albiceleste, já sem Mario Kempes, Osvaldo Ardiles, Ubaldo Fillol e Daniel Passarella, conseguiu com elencos fracos chegar a outras duas finais de Copa do Mundo, e saindo-se vencedora na de 1986. O país continuou a revelar bons talentos, mas nenhum conseguiu preencher com a mesma mística o vazio deixado com a saída um tanto precoce de El Pibe. Talvez por isso, a Seleção chegou a manifestar o desejo de aposentar o número 10 em sua camisa por ocasião da Copa do Mundo de 2002, mas foi impedida pela FIFA.[37]
O melhores resultados em Copas foram três eliminações nas quartas-de-final, em 1998, 2006 e 2010, nesta sendo ele o treinador. Mais do que isso, todo jogador promissor a surgir no país recebe o fardo de "novo Maradona": a alcunha já caiu a diversos nomes, como Claudio Borghi, Diego Latorre (ambos despontaram com Dieguito ainda em boa forma; Borghi chegou a integrar o elenco campeão mundial de 1986), Marcelo Delgado, Ariel Ortega, Marcelo Gallardo, Hernán Crespo, Juan Román Riquelme, Leandro Romagnoli, Javier Saviola, Pablo Aimar, Andrés d'Alessandro, Carlos Tévez, Lionel Messi e o mais recente, Sergio Agüero, dentre outros.[45][46][47]

[editar] Turbulenta vida pessoal pós-gramados

Após aposentar-se definitivamente, Maradona aumentou consideravelmente de peso. Foto de 2005, meses antes de sua cirurgia de redução de estômago
Um ano após aposentar-se no Boca, foi à Copa do Mundo de 1998 como comentarista.[1] Após a eliminação da Argentina, comandada por Daniel Passarella, manifestou pela primeira vez sua intenção em tornar-se técnico da Albiceleste, ao mesmo tempo em que não perdoava o desafeto: "Para começar vou dizer que quero ser o técnico da Seleção. O que mais bronca me deu é que não jogou a Argentina. Nos disfarçamos de Alemanha e caímos fora do mundial. Nossos jogadores podem dormir tranquilos. Perdemos pelo planejamento tático. (...) Estou quente porque Passarella negou a 35 milhões de argentinos a presença de Caniggia e Redondo".[37] Passarella não chamara os dois por não concordar com cabelos compridos, e só não fizera o mesmo com Gabriel Batistuta porque este acatara o pensamento do treinador.[48]
No ano seguinte, Maradona envolveu-se em nova polêmica com filhos fora do casamento: desta vez, a justiça argentina determinou que ele é pai de uma menina de três anos, após sete negativas do ex-jogador em fazer o exame de DNA.[4] Mesmo assim, ele também não reconheceria ela, a exemplo do que sempre fizera com Diego Sinagra. Em 2000, inicia um tratamento contra as drogas em Cuba, após ser internado depois de tomar um coquetel de remédios em Punta del Este, no Uruguai, e quase morrer.[4] Na ilha, se enfurece com fotógrafos locais, agride-os e quebra o vidro de um carro com um soco, rendendo-lhe novo processo.[4]
Esteve próximo da morte novamente em 2000 em setembro, quando destrói sua caminhonete ao chocar-se com um ônibus em Havana, escapando ileso por milagre.[4] Em outubro, é contratado para ser manager do Almagro, mas jamais assume o cargo.[4] Em novembro, tem seu visto negado para entrar no Japão, onde iria assistir seu Boca Juniors enfrentar o Real Madrid no Mundial Interclubes; as autoridades japonesas alegam o vício de Maradona em drogas como justificativa.[4] A redenção pessoal de Dieguito vem em dezembro, quando é eleito o melhor jogador do século pela FIFA por votação na Internet.[4] Porém, ele se retira da festa para não cruzar com o desafeto Pelé, que recebe premiação similar oferecida por votos de jornalistas.[4]
No mês seguinte, em janeiro de 2001, é abordado por agentes do fisco italiano ao chegar ao aeroporto de Roma; Maradona estaria devendo 24 milhões de dólares em impostos.[4] Antes de uma nova viagem à Itália, em novembro, quebra o telefone de um jornalista no aeroporto.[4] Em 2002, volta a ter negada a sua entrada no Japão, onde pretendia assistir a Copa do Mundo de 2002. No mesmo ano, a namorada de infância que tornou-se sua esposa, Claudia Vilafañe, pede a separação.[4] Ele também é condenado a dois anos e meio de prisão pela agressão aos jornalistas com espingarda em 1994, mas não precisou cumprir a pena.[4] Arranja problemas também com a vizinhança de sua nova casa, na qual chega a provocar um incêndio na sauna.[4]
Após encerrar seu tratamento e realizar uma operação de redução de estômago, Maradona passou a realizar com alguma frequência amistosos e exibições de showbol
Em abril de 2004, fica novamente a ponto de morrer. Passa mal após assistir um Boca Juniors x Nueva Chicago na Bombonera e é internado com problemas cardíacos e infecção pulmonar na Clínica Suíço-Argentina, em Buenos Aires,[4] constantando-se overdose de cocaína.[4] Ele fica em coma e chega a respirar com ajuda de aparelhos, reagindo apenas no oitavo dia.[4] Sai dois dias depois sem ter alta dos médicos.[4] Em maio, é novamente internado, chegando a ser recusado por várias instituições médicas da Argentina e do exterior.[4] Chega a ser sedado e amarrado após uma crise de abstinência da cocaína.[4] Seu médico particular declara em ultimato que ele tem a última chance de salvar sua vida.[4] Maradona posteriormente afirmaria que retirou forças para se desintoxicar definitivamente após apelos de sua filha Giannina: "pai, você tem que viver por mim".[6]
Após cinco meses de internação, obtém autorização judicial para ir à Cuba retomar seu tratamento.[4]

[editar] Recuperação

Recuperado, durante o ano de 2005 Maradona foi duas vezes destaque na mídia televisiva: em janeiro, confirmou a acusação de Branco de que, nas oitavas-de-final da Copa do Mundo de 1990, o massagista argentino fornecera água com tranquilizante ao lateral brasileiro.[49] Em tom de deboche, Maradona, ciente do que ocorria, falou que oferecera a água também a Valdo [49][50] e que se desesperou quando o colega Julio Olarticoechea estava prestes a beber na mesma garrafa.[49]
Depois, Maradona, após perder cinquenta quilos depois de uma cirurgia de redução de estômago em Cartagena, na Colômbia,[51] e chegar aos 75 quilos,[50] tornou-se apresentador de um talk show, "La noche del Diez" ("A noite do Dez"), onde recebeu figuras de todo o mundo, como o próprio desafeto Pelé, Xuxa, Mike Tyson [52] e Fidel Castro.[50] A noite com Pelé foi marcada por um inesperado bom humor e amistosidade entre ambos, que cantaram juntos e terminaram trocando passes de cabeça, emocionando a plateia.[50] Por sinal, foi nos bastidores do programa que sua filha Giannina conheceria pessoalmente Sergio Agüero, com quem iniciaria um celebrado relacionamento amoroso.[53] Um ano depois, demonstrou sua recuperação ao mundo ao assistir os jogos da Argentina na Copa do Mundo de 2006, inclusive aparecendo no vestiário para incentivar os jogadores - curiosamente, só não conseguiu fazê-lo na partida da eliminação, contra a Alemanha.[37]
Em 28 de março de 2007, Maradona sofreu uma recaída e foi internado com uma crise hepática causada por abuso de álcool.[54] Ele afirma que não foi por causa de cocaína, reiterando que não usa mais drogas desde a crise de 2004.[6] Ainda assim, a reação hepática gerou boatos de um susposto ataque cardíaco que teria causado sua morte,[55] causando alvoroço até no governo argentino: o então presidente Néstor Kirchner chegou a pedir informações sobre o assunto ao seu ministro da saúde.[55] Um mês antes, o astro já havia sido internado, após sentir mal-estar repentino na casa dos pais.[55]
Como treinador da Seleção Argentina.

[editar] Técnico da Argentina

Maradona assumiu o comando da Seleção Argentina em outubro de 2008, após a saída de Alfio Basile.[56][57] Julio Grondona, o presidente da Associação do Futebol Argentino, já havia lhe prometido verbalmente o cargo após a Copa do Mundo de 2006,[6] mas na época optara por Basile. Após o técnico sucumbir com os maus resultados e críticas da imprensa, Grondona pensava em efetivar Sergio Batista, técnico da seleção argentina olímpica que conseguira a medalha de ouro nos Jogos de 2008.[19]
Porém, nas próprias Olimpíadas de Beijing Maradona pavimentou seu caminho.[58] Com permissão livre para acompanhar a delegação, Maradona procurou travar relação forte com os jogadores, muitos deles figuras também da seleção principal, como seu genro Sergio Agüero, Fernando Gago e Lionel Messi.[58] Grondona, doze dias após a demissão de Basile, enfim acatou o desejo de Diego, por razões políticas: o homem mais indicado para o cargo, Carlos Bianchi, era um desafeto pessoal do presidente.[19]
Já sendo técnico da Argentina, Maradona saúda fãs em Calcutá, na Índia
O anúncio causou furor. Quinhentos jornalistas se credenciaram para cobrir a sua estreia, contra a Escócia.[19] Maradona chegou a ameaçar demitir-se em menos de duas semanas, pois Grondona não aceitava o ex-jogador Oscar Ruggeri na comissão técnica. Mesmo endeusado, porém, Maradona continuou a colecionar polêmicas, como discussões indiretas com Juan Román Riquelme, que pediu dispensa da Seleção. Riquelme já se sentia deslocado por não receber a mesma atenção que Maradona dedicava os jogadores "europeus".[58] O novo técnico ainda tirou-lhe a faixa de capitão, entregue a Javier Mascherano.[58] A gota d'água para Riquelme foi ter sido criticado por Maradona na televisão.[58]
Em 2009, sofreu bastantes críticas. A Argentina obteve resultados vergonhosos, incluindo uma goleada de 1 x 6 para a Bolívia em La Paz, o pior resultado da história da seleção - sendo que, ironicamente, Maradona manifestara-se a favor do direito boliviano de usar a cidade, em alta altitude -, e uma derrota de 1 x 3 para o Brasil em plena Rosário. Os argentinos ficaram ameaçados de não se classificarem, conseguindo no sufuco a última vaga direta no confronto direto contra o Uruguai, em Montevidéu.[59][60] Em menos de vinte jogos, Maradona usou oitenta jogadores diferentes.[61] Apesar de criticado por muitos, completou um ano no comando da seleção com bons números: em 13 jogos, venceu 9 e perdeu 4.[62]
Após o árbitro apitar o fim da partida dramática contra o Uruguai, Maradona não se esqueceu das pesadas críticas que sofreu da imprensa, expressando todo o seu ressentimento em desabafos obscenos, gritando em referência às suas genitais "que la chupen, que la chupen y que la sigan mamando".[7][63] A grosseria lhe renderia uma suspensão da FIFA por dois meses, além de uma multa.[64] Posteriormente, pediu publicamente desculpas, mas apenas às mulheres e crianças.[7] A fúria contra a própria imprensa argentina era anterior até mesmo ao caso onde atirara para espantar jornalistas em 1994: em 1991, após ser preso sob efeito de drogas em Caballito, Maradona não perdoou jornalistas que insinuaram a respeito de aventuras homossexuais do jogador, apanhado na companhia de vários homens que os jornalistas apontaram como "suspeitos".[65]
Durante a Copa, Maradona ostentou barba e bigode. O visual foi usado para disfarçar cicatrizes sofridas após ser mordido nos lábios para uma cadela de estimação.
Na convocação para a Copa, deixou de fora dois jogadores experientes que haviam brilhado na Internazionale triplamente campeã (campeonato italiano, Copa da Itália e Liga dos Campeões da UEFA, feito inédito na Itália) na recém-finalizada temporada 2009/10, Javier Zanetti e Esteban Cambiasso, bem como a jovens de renome como Fernando Gago e Ezequiel Lavezzi. Não esqueceu, todavia, dos surpreendentes heróis da classificação argentina - o veterano atacante Martín Palermo (autor do gol da vitória nos acrécimos sobre o Peru, na penúltima partida, minutos após o gol de empate peruano em pleno Monumental de Núñez) e o zagueiro Mario Bolatti (autor do único gol no confronto direto contra o Uruguai, na última partida), bem como de Jonás Gutiérrez, que vinha de uma campanha com o Newcastle United na segunda divisão inglesa.
Na disputa da Copa do Mundo de 2010, teve um bom começo, obtendo três convincentes vitórias em três jogos (contra Nigéria, Coreia do Sul e Grécia) na fase de grupos e tendo em Gonzalo Higuaín um dos artilheiros do mundial. Nas oitavas-de-final, a Argentina obteve grande vitória sobre o México, ganhando a oportunidade da revanche contra a Alemanha, novamente nas quartas. Porém, a competição voltou a se encerrar para os argentinos nesta fase, em derrota pelo inesperado placar de 0 x 4.
No dia 27 de julho, foi confirmado que não mais continuaria no comando da equipe.[66]

[editar] Como personagem em mídias

Em 1982, Maradona, ainda antes de consagrar-se mundialmente, manifestou seu desejo em ter um personagem de história em quadrinhos idealizado nele, inspirado no sucesso da Turma do Pelezinho, de Mauricio de Sousa.[67] Seu desejo chegou ao próprio Mauricio e um encontro entre os dois foi marcado na concentração da Seleção Argentina, às vésperas da Copa do Mundo da Espanha.[67] Empolgado, Maradona chegou a fazer o próprio rascunho do personagem que imaginava, pediu a Mauricio que o nome fosse "Dieguito" em vez de "Maradoninha", e contou ao desenhista passagens de sua infância que pudessem render histórias.[67]
Mauricio saiu da Argentina com inspiração para um turma composta por outros onze personagens, dentre os quais Vaquita e Flaquito.[67] Séries de tiras inteiras para jornais, revistas e mesmo um desenho animado foram produzidas, mas acabaram engavetadas constantemente:[67] inicialmente, por conta da saída de Maradona para o Barcelona, ainda naquele ano, o que obrigou Mauricio a mudar alguns planos, com a previsão de que a Turma do Dieguito chegasse ao público argentino em 1984.[67] Todavia, naquele ano o jogador trocou novamente de clube, indo para o Napoli, obrigando novo atraso.[67] As notícias do envolvimento de Maradona com as drogas e outras polêmicas de sua vida pessoal acabaram fazendo Mauricio desistir de vez do personagem, lamentando: "Pela natureza dos problemas de Diego, resolvemos congelar o projeto. Coloquei tudo dentro de uma gaveta e nunca mais abri. Entreguei tudo para a mulher dele. (...) Dieguito poderia, quem sabe, ter dado um rumo diferente à vida de Maradona".[67]
Ainda assim, em 2005, o personagem Dieguito foi brevemente utilizado no programa televisivo de Maradona, La Noche del Diez, no dia em que Pelé foi entrevistado. Em uma animação, ele joga bola com Pelezinho, tal qual seus inspiradores fariam no programa.[67] Ficou a promessa de que Dieguito voltaria a ser utilizado, para campanhas de responsabilidade social.[67]
Ainda em 2005, foi lançado "Amando a Maradona - Una película sobre el amor incondicional", videotributo de Javier Vázquez que reúne imagens pouco conhecidas, testemunhos de pessoas próximas a Diego, de adeptos da Igreja Maradoniana e de diversos outros fãs.[3] O cartaz do filme mostra uma Seleção Argentina composta por onze Maradonas, com rostos que correspondem a distintas épocas de sua vida.[3] Em 2008, outro documentário biográfico sobre o ex-jogador foi lançado: "Maradona by Kusturica", produzido pelo cineasta sérvio Emir Kusturica.
O cantor franco-espanhol Manu Chao é outro que já homenageou Maradona, tendo composto duas músicas para o ídolo: "Santo Maradona" e "La Vida Tombola", esta última pertencendo à trilha sonora do filme de Kusturica.[68]

[editar] Títulos

  • Mundial Sub-20 (1979)
  • Campeonato Argentino (1980-81)
  • Copa do Rei (1982-83)
  • Copa do Mundo (1986)
  • Campeonato Italiano (1986-87)
  • Copa da Itália (1986-87)
  • Copa da Uefa (1988-89)
  • Campeonato Italiano (1989-90)
  • Supercopa da Itália (1991)

[editar] Artilharias

  • Campeonato Metropolitano Argentino (1978, 1979 e 1980)
  • Campeonato Nacional Argentino (1979 e 1980)
  • Campeonato Italiano (1987-88)
  • Copa da Itália (1987-88)

[editar] Ver também

Referências

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  52. Maradona recebe Xuxa em seu programa de TV na Argentina Folha Online
  53. "Esse é o (genro do) cara", Marcela Mora y Araujo, FourFourTwo, número 1, novembro de 2008, Editora Cádiz, págs. 46-49
  54. Maradona teve "desajuste com bebida, cigarro e comida", diz Cahe
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  59. ALLIATTI, Alexandre. Histórico: Argentina bate Uruguai, vai à Copa e manda rival para repescagem Globoesporte.com
  60. Maradona desabafa após classificar Argentina para Copa iG Esporte.
  61. "ARGENTINA: Desorganizada, mas favorita", Felipe Lobo, Trivela.com
  62. Maradona completa um ano no comando da seleção argentina Abril.com.
  63. "Que la chupen!", Elías Perugino, Placar número 1336, novembro de 2009, Editora Abril, pág. 22
  64. Maradona leva suspensão de dois meses da Fifa
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  66. AFA confirma que Maradona não é mais o técnico da Argentina. Globoesporte.globo.com (27 de julho de 2010). Página visitada em 27 de julho de 2010.
  67. a b c d e f g h i j "Craque na gaveta", Carlos Eduardo Freitas, Trivela número 25, março de 2008, Trivela Comunicações, págs. 62-63
  68. "Manu Chao não para de homenagear Maradona", LazerMúsica

[editar] Ligações externas



Maradona - (the Original)

Tributo a Maradona

Maradona - (Gambeta)

Diego Armando Maradona - (El Pibe de Oro)


29/10/10

Política Nacional - "Face Oculta": Mário Lino suspeito de corrupção ou abuso de poder!

«Mário Lino suspeito de corrupção ou abuso de poder

O Ministério Público (MP) de Aveiro mandou abrir um inquérito ao ex-ministro das Obras Públicas, Mário Lino, por suspeitas de crimes de corrupção ou de abuso de poder.Em causa estão os factos apurados no processo Face Oculta, de favorecimento dos negócios do arguido principal, Manuel Godinho, com a Refer, uma empresa do Estado então tutelada por Mário Lino, tendo o MP mandado extrair uma certidão e abrir um inquérito autónomo.
«Importa apurar se o então ministro Mário Lino teve uma interferência no processo de reestruturação da Refer ou outro tratamento de favor, factos susceptíveis de integrar, em abstracto, os crimes de corrupção ou abuso de poder», diz o MP.
A intervenção de Mário Lino é uma das novidades do despacho de acusação neste processo, que ontem foi conhecido. O MP de Aveiro diz que, em Maio 2009, o empresário da sucata Manuel Godinho solicitou a Armando Vara (então vice-presidente do BCP, antigo governante e dirigente do PS) e a Lopes Barreira (um empresário da área socialista, com uma ligação antiga a Mário Lino) para que exercessem a sua influência junto de membros do Governo.
Godinho pretendia que as sua empresas (o grupo O2) voltassem a ser contratadas pela Refer. Segundo o MP, Godinho prometeu mesmo «dar-lhes dinheiro e contrapartidas não patrimoniais, bem como donativos para o PS». Vara e Lopes Barreira assim fizeram, constando no processo diversas escutas telefónicas como prova.
Ainda segundo o despacho do MP de Aveiro, Mário Lino aceitou o pedido de Vara e Lopes Barreira - e falou com a sua secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, «expressando-lhe que Vara e Lopes Barreira, indivíduos que qualificou como muito importantes no PS, se achavam muito preocupados com o comportamento inflexível do presidente do Conselho de Administração da Refer, Luís Pardal, para com a O2».
Como Ana Paula Vitorino recusou demitir Luís Pardal ou dar instruções para se reatarem os negócios com Godinho, Mário Lino falou directamente com o presidente da Refer e tentou instruí-lo nesse sentido. Por pressão do ministro, Pardal acabaria por ter uma reunião com Mário Lino.
Mas o conflito manteve-se. Recorde-se que a Refer processara a O2 e Pardal dera instruções para que não fosse mais contratada, pois detectara-se que roubava materiais e sobrefacturava os carregamentos de resíduos (havia camiões que em vez de resíduos ferrosos carregavam sobretudo terra). Um dos departamentos da Refer onde isso acontecia era no Entroncamento, com a conivência de um funcionário.
Luís Pardal deu instruções internas para que fosse feita uma reestruturação do serviço, de modo a que este funcionário fosse afastado. Surpreendentemente, porém, após ter sido concluída a reestruturação, diz o MP que esse funcionário continuou no seu posto. paula.azevedo@sol.pt» in http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3314
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Ninguém pára estes xuxalistas Portugueses, não fosse o Procurador Geral da República protege-los e já estariam todos presos... isto claro num País que não Portugal!

Amarante - "Pegadas de S. Gonçalo de Amarante foram relembradas por meia centena de caminheiros crentes em São Gonçalo"

image«Pegadas de S. Gonçalo foram relembradas por meia centena

Decorreu na manhã de Sábado passado a caminhada “Por Terras de S. Gonçalo”. Uma iniciativa que pretendeu comemorar os 750 anos desde a morte de S. Gonçalo através de um percurso pedestre onde as informações não faltaram.
A organização a cargo do grupo de montanhismo do Amarante FC, com a colaboração das Juntas de Freguesia de S. Paio e Tagilde, juntou cerca de 50 pessoas para seguir as pegadas de S. Gonçalo. O percurso desde S. Paio em direcção ao S. Bento para depois terminar em Tagilde correu de forma tranquila e nem o frio ameaçador da manhã, retirou o entusiasmo dos caminheiros. Dos eirados na rua de Moinhos em S. Paio, até ao santuário no S. Bento, a paisagem bucólica não faltou, para alegria dos visitantes que vieram principalmente de Amarante.

Veja na galeria de imagens ao lado várias fotos da caminhada e não perca na próxima edição do RVJornal todos os incidentes.» in http://www.radiovizela.pt/noticias/local/5370-Pegadas-Gonalo-foram-relembradas-por-meia-centena.html
Galeria de imagens

F.C. do Porto - Definir o "F.C. do Porto" em 24 palavras, pelos Dragões mais pequeninos!


Definir o F.C. do Porto em 24 palavras, pelos Dragões mais pequeninos... é sempre algo bonito de se ver e ouvir!

Louis Armstrong - Uma Voz Popular e Esplendida da Música Mundial!





Louis Armstrong - "What a Wonderful World"


Rod Stewart - "What a Wonderful World"


Katie Melua - "What A Wonderful World" - (Live RFM)

Louis Armstrong - "We Have All the Time in the World"
free classifieds

Louis Armstrong - "April in Portugal"

Louis Armstrong - "Hello Dolly" - (Live)

Louis Armstrong - "La Vie en Rose"

Louis Armstrong - "When The Saints Go Marching In"

Louis Armstrong - "Mack the Knife"

Billie Holiday & Louis Armstrong - "The Blues Are Brewin"

Louis Armstrong - "West End Blues"

Louis Armstrong - "Potato Head Blues" - (Crazy Jazz)

Louis Armstrong - "All That Meat And No Potatoes"

«Louis Armstrong


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Louis Armstrong
Louis Armstrong restored.jpg
Louis Armstrong em 1953, com seu trompete. Armstrong é muito conhecido também por sua voz de alto timbre.
Informação geral
Nome completo Louis Daniel Armstrong
Apelido Satchmo, Pops
Data de nascimento 4 de agosto de 1901
Origem Nova Orleans, Louisiana
País  Estados Unidos
Data de morte 6 de julho de 1971 (69 anos)
Nova Iorque, EUA
Gêneros Jazz, Dixieland, Swing, Pop Tradicional
Instrumentos Trompete, Corneta e Voz
Período em atividade 1914 - 1971
Afiliações Joe "King" Oliver, Ella Fitzgerald, Kid Ory
Página oficial Louis-Armstrong.net
Louis Daniel Armstrong (Nova Orleans, 4 de agosto de 1901Nova Iorque, 6 de julho de 1971), é considerado "a personificação do jazz".[1] Louis Armstrong é famoso tanto como cantor quanto como solista, com seu trompete.

Índice

[esconder]

[editar] Infância

Armstrong nasceu numa família muito pobre. Passou a sua juventude na pobreza num bairro de Nova Orleans, conhecido como "as costas da cidade". O seu pai, William Armstrong, abandonou a família quando Louis ainda era criança e casou-se com outra mulher. A sua mãe, Mary Albert Armstrong, deixou Louis com a sua tia, o seu tio e a sua avó. Aos cinco anos ele voltou a viver com a sua mãe e via o pai muito raramente. Ele esteve na Fisk School for Boys onde pela primeira vez entrou em contacto com a música. Levou algum dinheiro para casa como entrega-jornais e sapateiro ambulante. Contudo, isso não era suficiente para manter a sua mãe longe da prostituição. Passou a entrar à socapa em bares de música perto de sua casa para ouvir e ver os cantores.
Conheceu dias muito difíceis, e olhava para a sua juventude como o pior momento da sua vida e, por vezes, até retirava inspiração dela: "Every time I close my eyes blowing that trumpet of mine, I look right in the heart of good old New Orleans...It has given me something to live for." ("Todas as vezes que eu fecho os meus olhos tocando aquele meu trompete, eu olho logo no coração da boa velha Nova Orleans... dá me algo para eu viver.")
Conseguiu comprar uma trompeta, com dinheiro emprestado de uma família imigrante russo-judia, os Karnofskys que, até ao final da sua vida, considerou como membros da família visto que cuidaram dele vários dias e noites, enquanto a sua mãe trabalhava. Por essa razão, Louis usou uma Estrela de David pelo o resto de sua vida.
Após sair da Fisk School aos 11 anos, Armstrong formou um quarteto que tocava na rua para ganhar algum dinheiro e também por esta altura ele começou a meter-se em sarilhos.
O tocador de corneta Bunk Johnson ensinou-o a tocar de ouvido no Dago Tony's Tonk em Nova Orleães, apesar de Louis ter dado crédito a um músico, de seu nome, Oliver, nos anos seguintes. Armstrong desenvolveu fortemente a sua maneira de tocar trompeta na banda de New Orleans Home for Colored Waifs, onde ele fora várias vezes enviado por delinquência juvenil (mais notavelmente por disparar a arma do seu padrasto para o ar numa celebração de Véspera de Ano Novo, assim confirmam os registos policiais). O professor Peter Davis instalou disciplina e providenciou educação musical ao rapaz. Eventualmente, Davis fez Armstrong o líder da banda.
A Home tocou por toda Nova Orleães e o rapaz de 13 anos passou a tomar atenção ao modo como tocava trompeta, começando uma nova carreira musical. Aos 14 anos ele saiu da Home e viveu com o seu pai e nova madrasta e depois com a sua mãe e as ruas. Armstrong ganhou o seu primeiro emprego nocturno no Henry Ponce's, onde Black Benny se tornou o seu protector e tutor. Queimava carvão na fábrica de dia e tocava trompete à noite.
Ele tocou frequentemente nas Brass Band Parades e ouviu os músicos mais velhos sempre que podia, aprendendo com Bunk Johnson, Buddy Petit, Kid Ori e, acima de tudo, com Joe "King" Oliver, que actuou como mentor e figura paternal para o jovem músico. Mais tarde, ele tocou nos riverboats de Nova Orleães, trabalhando com Fate Marable subindo e descendo o Mississipi. Ele descreveu o tempo passado com Marable como indo para a universidade, o que lhe proporcionou uma experiência única.

[editar] Carreira

Em 19 Março de 1918, Satchmo (a alcunha de Armstrong) desposou Daisy Parker de Gretna, Louisiana. Eles adotaram uma criança de 3 anos, Clarence Armstrong, cuja mãe, a prima de Louis, Flora, morrera no parto (problematica mental). Clarence Armstrong foi doente mental (resultado de uma pancada em tenra idade) e Louis passaria o resto da sua vida a tomar conta dele. Louis divorciou-se de Daisy e pouco depois, esta faleceu.
Durante as suas experiências de "Riverboat", a música de Armstrong começou a amadurecer. Aos vinte anos, já conseguia ler partituras e começou a tocar grandes e prolongados solos de trompeta, sendo um dos primeiros Jazzmen a fazê-lo e introduzindo a sua personalidade e estilo nos seus solo turns. Ele acabara de aprender como criar um som único, e começara a cantar nas suas performances. Em 1922, Armstrong foi para Chicago, por convite de Joe "King" Oliver, para se juntar à sua "Creole Jazz Band" onde ganhava o suficiente sem ter de actuar nos velhos clubes nocturnos. Chicago, a cidade do vento, estava povoada de muitos negros, que após trabalharem nas fábricas, tinham algum dinheiro para gastar numa ida ao bar.
Armstrong viveu em Chicago no seu próprio apartamento, com a sua própria casa de banho privada (a sua primeira). Entusiasmado de se encontrar nesta cidade, começou a escrever cartas nostálgicas aos seus amigos em Nova Orleães. À medida que a carreira de Armstrong crescia, ele era desafiado a "cutting contests" (competições nas quais um músico tenta roubar o emprego do outro tocando melhor do que ele) por hornmen tentando acabar com o novo fenómeno. No entanto, falharam. Armstrong fez as suas primeiras gravações nas Gennett e Okeh labels (os recordes de jazz estavam a começar a rebentar por todo o país), incluindo alguns solos e breaks, enquanto segundo trompete na banda de Oliver em 1923. Por esta altura, ele conheceu Hoagy Carmichael (com quem ele colaboraria depois) que foi introduzida por Bix Beiderbecke, seu amigo, que agora possuía a sua "Chicago band".
A sua segunda mulher, a pianista Lil Hardin Armstrong, fez com que Armstrong desenvolvesse o seu novo estilo afastado de Oliver. Ela convenceu o seu marido a tocar música clássica nas igrejas, para aperfeiçoar o seu estilo e a experimentar a tocar sem banda, além dos solos, e com coral religioso. A influência de Lil determinou eventualmente a relação entre Armstrong e o seu mentor, especialmente as questões do salário e dos dinheiros adicionais que Oliver afastava dele e dos outros membros da banda. A banda desfez-se em 1924 e Armstrong foi convidado a ir à cidade de Nova Iorque para tocar com a Fletcher Henderson Orchestra, a banda Américo-Africana de mais sucesso naquele período. Louis aprendeu como tocar em orquestra pela primeira vez.
Armstrong rapidamente adaptou-se ao mais controlado estilo de Henderson e os outros músicos rapidamente tomaram Armstrong como um músico emocional e natural.
Durante esta altura, Armstrong efectuou várias gravações, arranjadas por um seu velho amigo de Nova Orleães, o pianista Clarence Williams, estas incluíam concertos de banda Williams Blue Five (na qual Armstrong entrava), alguns solos de jazz e uma série de acompanhamentos com tocadores de Blues, incluindo Bessie Smith, Ma Rainey e Alberta Hunter.
Armstrong regressou a Chicago em 1925 devido à sua mulher, que queria incentivá-lo a prosseguir com a sua carreira. Ele gostou muito de Nova Iorque e admitiu que a Henderson Orchestra era bastante limitada. Ele começou a fazer gravações com o seu próprio nome com os famosos Hot Five e Hot Seven, produzindo grandes êxitos como Potato Head Blues, Muggles (uma referência à marijuana) e West End Blues.
O grupo incluia Kid Ory (trombone), Johnny Dodds (clarinete), Johnny St. Cyr (banjo), a mulher de Armstrong e, normalmente, nenhum tamborista. Sobre Armstrong, St. Cry disse: "One felt so relaxed working with him...he always did his best to feature each indidual" ("Todos relaxavam ao trabalhar com ele...ele fazia sempre o seu melhor para realçar cada um dos membros da banda.") As suas gravações com o pianista Earl "Fatha" Hines e a introdução de Armstrong em West End Blues permanecem as mais famosas influências na história do Jazz. Armstrong era agora livre para desenvolver o seu estilo pessoal como ele quisesse.
Armstrong também tocou com "Erskine Tate's Little Symphony", no teatro de Vendome. Eles forneceram música para filmes mudos e shows ao vivo, incluido versões de música clássica "jazzeadas" entre as quais Madame Butterfly, o que proporcionou a Armstrong experiência com novos tipos de música e actuações perante uma grande audiência. Tornaram-se a banda de Jazz mais famosa na América.
Após separar-se de Lil, Armstrong começou a tocar no café Sunset para Joe Glaser, um associado de Al Capone. Na Carrol Dickerson Orchestra, com Earl Hines no piano, que rapidamente foi transformada na Louis Armstrong's Stompers, Armstong fez amizade vitalícia com Hines e dirigiu, pela primeira vez, um grupo musical.
Armstrong regressou a Nova Iorque em 1929, onde ele tocou na orquestra do musical Hot Chocolate e fez uma partipação especial na banda de Charles John Degoniah. Ele começou a trabalhar no Connie's Inn em Harlem, o segundo clube nocturno mais famoso da Grande Maçã. Armstrong teve também um sucesso considerável com as gravações vocais, incluindo versões das famosas músicas compostas pelo seu velho amigo Hoagy Carmichael. As suas gravações de 1930 ganharam vantagem total devido ao "ribbon microphone" (microfone de peito) sobre todas as outras gravações de bandas da época, com menos qualidade. A mais famosa foi: "Stardust", que até hoje permanece uma das gravações com mais lucro de Armstrong.
A Depressão dos anos 30 atacou de forma violenta o jazz. Bix Beiderbecke faleceu e a banda de Fletcher Henderson dispersou-se. Muitos músicos deixaram de tocar nos clubes nocturnos e alguns deixaram mesmo de ser músicos. King Oliver fez algumas gravações mas não tiveram êxito nenhum. Sidney Bechet tornou-se alfaiate e Kid Ory regressou a Nova Orleães para criar galinhas. Armstrong deslocou-se para Los Angeles em 1930 à procura de novas oportunidades. Ele tocou no New Cotton Club em L.A. com Lionel Hampton nos tambores. Em 1931 Armstrong apareceu no seu primeiro filme: Ex-Flame. Ele regressou a Chicago em Dezembro de 1931 e tocou nas bandas de Guy Lombardo e Raphael Minsby onde foi relembrado pelo público. Viajou por quase todos os estados e em Março de 1934 regressou a Nova Orleães, onde foi recebido como um herói. Ele patrocinou uma equipa de basquetbol local, "Armstrong's Secret Nine", e deram-lhe o seu nome a um tipo de cigarro. Mas pouco tempo depois, ele regressou à estrada e foi novamente esquecido, o que fez com que ele fugisse para a Europa.
Após regressar aos E.U.A., ele tomou várias longas e exaustivas digressões. O seu agente, Johnny Collins, fez com que Armstrong ficasse com pouco dinheiro. Ele despediu-o e contractou Joe Glaser, que resolveu as suas dividas e os seus processos.
Ele regressou ao cinema e participou num programa de radio, Rudy Valley's Show, em que ele entrevistou muitos músicos e tocou alguns solos. Divorciou-se de Lil em 1938 e casou com a sua nova namorada, Alpha.
Após muitos anos na estrada, ele fez residência em Queens, Nova Iorque, em 1943 com a sua quarta mulher, Lucille. Apesar de alguns ataques racistas (roubar o correio, atirar pedras à casa) integrou-se com os negros e alguns brancos do seu bairro.
Durante os trinta anos seguintes da sua vida, Armstrong tocou inúmeros solos e com inúmeras bandas, participou de filmes. Enfrentou algumas críticas por parte dos ativistas negros norte-americanos, pelo fato de não militar mais ativamente no movimento dos direitos civis. Porém é preciso lembrar que, naquela época, Louis já se aproximava dos 60 anos de idade, e pertencia a uma geração diferente daquela que estava assumindo a linha de frente dos protestos e da militância no final dos anos 50 e ao longo dos anos 60. Armstrong trabalhou até os seus últimos dias, e morreu dormindo em sua casa, em Nova Iorque, em 6 de julho de 1971.

[editar] Os All Stars

O agente de Armstrong, Joe Glaser, acabou com uma banda que ele tinha formado, e recomendou a Armstrong a criação de uma nova banda formada por pessoas suas amigas. O grupo chamou-se os All Stars e incluiu Earl "Fatha" Hines, Barney Bigard, Edmond Hall, Jack Taegerdon, Jesmiah Burt, Trummy Young, Arvell Shaw, Billy Kyle, Marty Napoleon, Big Sid Catlett, Cozy Cole, Barrett Deems e Danny Barcelona.
Em 1964 ele atingiu o maior recorde de vendas, ultrapassando ainda as suas antigas gravações com "Hello, Dolly!". A música ficou em primeiro lugar nos Top 10, fazendo com que Armstrong, com 63 anos de idade, a pessoa mais idosa a conseguir tal feito, destronando até os Beatles, que estavam, por 14 semanas seguintes, em 1º lugar.
Antes de morrer, em 1971, andou por todos os continentes, excepto a Oceânia e a Antárctica, em digressão, ganhando o nome de "Embaixador Satch".

[editar] Características da sua música

Nos seus primeiros anos, Armstrong foi mais conhecido por tocar corneta e trompete. Também nos seus primeiros anos, a melhor e mais conhecida música foi os Hot Five e Hot Seven. Ainda hoje ele é conhecido por isso.
Resta dizer que Armstrong foi fortemente influenciado por Martin Luther King no tipo de músicas que ele tocava e nas letras, que eram algumas vezes acerca do racismo e da necessidade, da altura, de acabar com este.

[editar] O fim de Satchmo

Louis Armstrong morreu de ataque cardíaco em 6 de Julho de 1971 com a idade de 69 em Corona, Queens, Nova Iorque, 11 meses após tocar o seu último solo na Sala Imperial do Waldorf Astoria. As suas últimas palavras foram: "I had my trumpet, I had a beautiful life, I had a family, I had Jazz. Now I am complete." ("Eu tive o meu trompete, uma vida linda, uma família, o Jazz. Agora estou completo.")

[editar] Discografia

  • 1923: King Oliver’s Creole Jazz Band
  • 1924-1925: Clarence Williams’ Blue Five
  • 1925-1927: Louis Armstrong & His Hot 5/Louis Armstrong & His Hot 7
  • 1947: Satchmo at Symphony Hall
  • 1951: Satchmo at Passadena
  • 1954: Louis Armstrong Plays W.C. Handy
  • 1955: Louis Armstrong at the Crescendo
  • 1956: Ella & Louis
  • 1957: Ella & Louis Again (Porgy and Bess)
  • 1961: Together for the First Time
  • 1963: Hello, Dolly!
  • 1997: The Complete Ella & Louis on Verve
  • 1998: Here comes Louis! (compilação)

[editar] Discografia

  • 1930- Ex-Flame
  • 1932- Black and Blue
  • 1932- I’ll Be Glad When You’re Dead
  • 1936- Pennies From Heaven
  • 1937- Artists & Models
  • 1937- Every Day Is a Holiday
  • 1938- Dr. Rhythm
  • 1943- Going Places
  • 1943- Cabin in the Sky
  • 1944- Show Business at War
  • 1944- Jam Session
  • 1944- Atlantic City
  • 1945- Pillow to Post
  • 1947- New Orleans
  • 1948- A Song Is Born
  • 1950- Young Man with a Horn
  • 1950- I am in the Revue
  • 1951- The Strip
  • 1952- Glory Alley
  • 1953- The Road to Happiness
  • 1953- The Glenn Miller Story
  • 1956- High Society
  • 1957- Roses Are For Ladies
  • 1958- Satchmo, the Great (documentário)
  • 1959- The Night Before the Premiere
  • 1959- The Five Pennies
  • 1959- The Beat Generation
  • 1959- La Paloma
  • 1959- Koerlighedens Melodi
  • 1960- Jazz on a Summer’s Day
  • 1961- Paris Blues
  • 1961- Auf Wiedersehen
  • 1965- When the Boys Meet the Girls
  • 1969- Hello, Dolly!

Referências

[editar] Ligações externas

O Wikimedia Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Louis Armstrong
Wikiquote
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Louis Armstrong.


"What A Wonderful World
Louis Armstrong
Composição: Bob Thiele / George David Weiss / Robert Thiele Jr.


I see trees of green, red roses too
I see them bloom for me and you
And I think to myself, what a wonderful world


I see skies so blue and clouds of white
The bright blessed day, the dark sacred night
And I think to myself, what a wonderful world


The colors of the rainbow, so pretty in the sky
Are also on the faces of people going by
I see friends shaking hands, saying, "how do you do?"
They're really saying, "I love you"


I hear babies cry, I watch them grow
They'll learn much more, than I'll never know
And I think to myself, what a wonderful world
Yes, I think to myself, what a wonderful world"


Amarante - Não é que andam aí duas parelhas de Burros de Chapéu de Palha, que ficaram na sombra... mas que já queimaram mais alguns... quadrípedes! (Alegoria do Burro vencedor)

Alegoria do Burro de Chapéu de Palha, o vencedor nato:


Parece contraditório, mas não é. Os Burros de Chapéu de Palha em princípio não necessitam de sombra, pois o chapéu protege-os... mas já me disseram que podem ter comido os chapéus, o que claro, somado a outros acontecimentos, conduziu a uma grande azia e má disposição geral!
Mas nós não andamos distraídos, Senhores Burros de Chapéu de Palha, nós sabemos que deixaram que outros se queimassem em vosso nome, e que continuam a telefonar a torto e a direito no sentido de dividir e destruir, para posteriormente reinarem sobre os destroços... às vezes corre mal, é que telefonarem anonimamente com telefones de certas clínicas... azar, incompetência?!
Há uma parelha que, continuará a pagar cotas a certos amigos, mas sem defender o partido, só para garantir a sua vitória, contra tudo e contra todos... depois do banho que levaram! Até reluz a parelha!
Mas a outra parelha é bem mais perigosa... um que diz que tem que ser Presidente da Câmara e que depois de corrido de Amarante por incompetência, arranjou manjedoura num concelho vizinho, mas parece que já fede por lá, deve andar a digerir mal o banho... o que a juntar à sua incompetência natural... vai daí, quer ser Presidente à força...
O diacho das parelhas de burros; à sombra e com chapéus de palha!