«UM LUCHO, DOIS LUXOS
Assim, como num sonho perfeito, Lucho e Janko fizeram o resultado (2-0). O primeiro num instante de génio, o segundo num momento de oportunidade confirmaram “apenas” tudo o que se esperava deles. Na estreia de ambos, o FC Porto não ganhou só o direito de jogar as meias-finais da Taça da Liga, deixando para trás o Setúbal. Ganhou também poder de fogo. Sonhar assim não é para todos. É um luxo.
Entrada com tudo. E com todos. Em menos de cinco minutos, o Vitória estava cercado, no primeiro sinal de que a derrota se comporia adiante e não muito mais tarde. O golo andava por perto. Na cabeça de Janko, no cruzamento de Danilo, na velocidade de Varela ou nas duas grandes penalidade que passaram em claro. Do ritmo e da intensidade com que as ameaças eram formuladas tratavam Lucho e Moutinho. Quem viu quase podia jurar que aquela não era a primeira vez que jogavam juntos.
De tão simples e ritmado pela variante do primeiro toque, a fluidez do ataque portista chegou a parecer fácil e espontânea, numa sugestão reforçada pelo envolvimento frequente de Danilo no momento ofensivo, com a vantagem acrescida de levar com ele a liberdade de Varela. Aproveitando-a, o extremo acabou por estar na génese do primeiro golo, sem que para isso tenha somado qualquer assistência. Bastou-lhe pressionar e insistir num lance aparentemente perdido para o talento de Lucho fazer o resto. Com classe, de primeira, com o pé esquerdo, de fora da área, ao ângulo superior mais distante. Sem defesa.
Aos 23 minutos, num instante de génio e de óbvio tributo às bancadas, tudo se tornou mais claro para o campeão. Na perspectiva inversa, tudo se complicou para o vencedor da primeira edição da Taça da Liga. Ainda assim, e apesar do prenúncio repetido, foi preciso aguardar mais 34 minutos para ver o segundo golo, que fechou as contas da qualificação para as meias-finais.
Se a autoria e a execução do primeiro golo tivera algo de decalcado de um sonho perfeito, o segundo completou o quadro irrepreensível, permitindo até que a realidade superasse a própria fantasia. Janko, o outro reforço de Inverno, fez, de pé esquerdo e assistido por James, o 2-0, que selou a vitória e reforçou as certezas sobre a qualidade da investida portista no mercado. E com tudo isso, garantiram também a vitória no Grupo D.
Ficha de jogo:
FC Porto-Vitória de Setúbal, 2-0
Taça da Liga, Grupo D, 3.ª jornada
5 de Fevereiro de 2012
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 27.303 espectadores
Árbitro: Vasco Santos (Porto)
Árbitros assistentes: Paulo Vieira e Tomás Santos
Quarto Árbitro: António Moreira
FC PORTO: Bracali; Danilo, Maicon, Mangala e Alex Sandro; Fernando, Lucho e João Moutinho (cap.); Varela, Janko e Rodríguez
Substituições: Fernando por Defour (36m), Rodríguez por James (63m)) e Alex Sandro por Alvaro (63m)
Não utilizados: Kadú, Kléber, Sapunaru e Iturbe
Treinador: Vítor Pereira
V. SETÚBAL: Matos; Ney, Ricardo Silva (cap.), Igor e Miguelito; Bruno Amaro, Neca e Hugo Leal; Jorge Gonçalves, Meyong e Kiko
Substituições: Kiko por Targino (46m), Hugo Leal por Djikiné (73m) e Jorge Gonçalves por Rafael Lopes (79m)
Não utilizados: Ricardo, Amoreirinha, Pedro Mendes e Reyes
Treinador: Bruno Ribeiro
Ao intervalo: 1-0
Golos: Lucho (23m), Janko (67m)
Cartão amarelo: Jorge Gonçalves (72m), Ney (82m) e Bruno Amaro (87m)» in http://www.fcporto.pt/Noticias/Futebol/noticiafutebol_futfcpsetubalcro_050212_66696.asp
(Resumo de um jogo Luxo dos reforços de Inverno)