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13/10/17

Agricultura e Pescas - A poluição, aliada cada vez mais à seca, está a afetar a atividade piscatória no Rio Tejo, originando o desaparecimento ou a escassez de peixes como a enguia ou o linguado.


«Poluição e seca estão a destruir a pesca no rio Tejo. No sábado, protesto chega a Lisboa

A poluição, aliada cada vez mais à seca, está a afetar a atividade piscatória no rio Tejo, originando o desaparecimento ou a escassez de peixes como a enguia ou o linguado.

Mais de 80% de Portugal continental encontrava-se em setembro em seca severa, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que o caracterizou como mês “extremamente quente”. Neste período, o total de precipitação acumulado foi de 621,8 milímetros (70% do normal), sendo o 9.º valor mais baixo desde 1931.

A comunidade de pescadores da Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa) reconhece que esta situação climatérica “anómala” afeta a pesca no Tejo. Ainda assim, aponta o dedo à poluição do rio como o principal fator para a crise na atividade piscatória da região. Este é também o motivo de uma manifestação que o movimento Protejo organiza no sábado em Lisboa.

“A pesca no Tejo foi afetada em mais de 70%, 80%. É derivado da seca, mas também da poluição. Se formos ver, em todo lado se vê peixe morto. Até dá vontade de chorar de ver o Tejo assim”, diz à Lusa Jorge Sousa, que se dedica à arte da pesca há mais de quatro décadas na zona da Póvoa de Santa Iria.

Sem rodeios, o pescador queixa-se de que “no Tejo já não há nada que se pesque” e admite que “está cada vez mais difícil viver da pesca”. “Este ano como foi um ano muito seco, meto 50/50 [poluição e seca], mas nos outros anos é 70/30”, ressalva.

"Eu chegava a apanhar 800 quilos de corvina e hoje já não se apanha"

Junto a Jorge Sousa está Alfredo Vicente, um pescador de 68 anos que nasceu a bordo de uma bateira e diz conhecer “os segredos do Tejo” como ninguém. “Já não há aqui o que havia antigamente. Eu chegava a apanhar 800 quilos de corvina e hoje já não se apanha. Apanhava linguados, robalos e camarão. No Tejo há de tudo, mas tem é de ser estimado”, alerta, apontando o dedo às construções novas e às Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) que se foram instalando na região.

“Fizeram-se ETAR e o peixe desapareceu. Eu cheguei a apanhar baldes com sete, oito quilos aqui deste esgoto da Póvoa e hoje nem uma fataça se apanha. Eu não sei o que é que eles metem lá nas ETAR, mas o peixe desapareceu todo”, queixa-se.

As críticas são partilhadas pelo amigo e também pescador João Letra, de 70 anos, que também culpa as ETAR e as fábricas da destruição da pesca no Tejo. “Antigamente havia aqui na margem criação de peixe de toda a espécie. Era robalos, tainha, linguados, camarão, camarão negro, que deixou de existir. A poluição era lançada diretamente ao Tejo e fazia comida para os peixes. As ETAR agora tiram a comida. O tratamento que lhes dão não é bom para os peixes. Têm químicos”, queixa-se.

Já o pescador António José vê nos efeitos da seca uma “oportunidade para denunciar” os problemas de poluição que afetam o Tejo e que fizeram “desaparecer quase totalmente” peixes como a enguia, que antes “existia com fartura”. “Costuma dizer-se que Deus escreve direito por linhas tortas. A seca pode servir para denunciar a olho nu a poluição, que é brutal, sobretudo a montante do Tejo. Agora com a seca esses efeitos são mais visíveis”, sublinha, referindo que “a procura de peixe é muito superior à oferta”.

Enquanto descansam e recuperam forças para daqui a umas horas voltarem ao rio, os pescadores fitam os olhos no Tejo e nas poucas embarcações que ainda lá resistem, desejando que consigam sobreviver continuando a fazer aquilo que mais gostam e lhe dá prazer.

“Isto está mesmo duro. Eu vivo da pesca, tenho um filho com 40 anos, uma filha com 45 anos, que vende peixe no mercado de Vila Franca de Xira, e não querem ser pescadores porque já não há peixe e o gasóleo que iriam gastar não compensa”, afirma, com um ar cansado e abatido, Alfredo Vicente.

A manifestação que o Protejo – Movimento pelo Tejo organiza no sábado na capital decorre a partir das 15:00 entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço, visando apelar ao Governo para agir com eficácia e determinação na contenção dos agentes poluidores.» in http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/poluicao-e-seca-estao-a-destruir-a-pesca-no-rio-tejo-no-sabado-protesto-chega-a-lisboa


17/12/11

Política de Pescas - Portugal conseguiu um aumento de 6% na quota global de pesca – uma vitória conseguida numa reunião em Bruxelas, que terminou já noite!



«Portugal consegue aumentar quota pesqueira em 6%


Ministra Assunção Cristas fala num resultado "positivo" de uma demorada negociação.


Portugal conseguiu um aumento de 6% na quota global de pesca – uma vitória conseguida numa reunião em Bruxelas, que terminou já noite. A Comissão Europeia pretendia uma redução global de 11%, mas o Governo português conseguiu um saldo positivo.


"Desta vez aumentámos substancialmente (as quotas), mais 6% na globalidade", disse a ministra das Pescas à saída de uma maratona de quase 16 horas de negociação cujo resultado considerou "muito positivo".


Assunção Cristas destacou particularmente a quota de bacalhau, que sobe 240 toneladas (4%), "dentro de um quadro de pesca sustentável e respeitando todos os pareceres científicos".


"Tudo isto reflecte o poder de negociação do nosso país ao nível técnico e também ao nível político", adiantou, sublinhando que "as primeiras propostas da Comissão apontavam para uma redução global de 11%".


A ministra desvalorizou ainda os casos em que houve diminuição da quota, sublinhando que "são casos com pouca expressão em Portugal e em que, normalmente, não cumprimos sequer a quota que nos está adstrita e que, portanto, não nos preocupam".


Subidas e descidas


A nível geral, Portugal saiu das negociações sobre as possibilidades de pesca para 2012 com um aumento nas quotas de areeiro (9%), biqueirão (10%), pescada (15%), tamboril (110%, recuperando quotas perdidas em anos anteriores), verdinho (875% em águas territoriais e 531% no sul da Bretanha e Golfo da Biscaia).


As descidas de quotas acontecem no carapau em águas espanholas, lagostim, raias, cantarilho, palmeta, abrótea, espadarte.


Nas águas dos Açores e Madeira, a quota de carapau - que é fixada por Portugal, sobe 4% , a do atum voador diminui 22% e a do atum patudo aumenta 22%.» in http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=43150
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Apesar da perda do espaço marítimo de Marrocos a UE ainda queria cortar mais à nossa quota... grandes amigos que nós temos, muito solidários!
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