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11/05/23

Ciência - Um novo estudo identificou 312 HARs e quase 30% estavam nas regiões do ADN onde as variações estruturais fizeram com que o genoma humano se distinguisse do de outros primatas.


«Um evento aleatório há um milhão de anos mudou o cérebro humano para sempre 
11 MAIO, 20239 MAIO, 2023 

Um novo estudo identificou 312 HARs e quase 30% estavam nas regiões do ADN onde as variações estruturais fizeram com que o genoma humano se distinguisse do de outros primatas.

Há certas regiões do ADN que a evolução não costuma alterar. Os mamíferos têm várias sequências que não são mexidas há milhões de anos, mas os humanos estranhamente são uma excepção a esta regra.

Dado sermos a única espécie com regiões de ADN que foram reescritas tão rapidamente, estas regiões foram batizadas em nossa honra como Regiões Humanas Aceleradas (HARs), escreve o Science Alert.

Uma equipa de investigadores identificou os HARs há quase duas décadas ao comparar genomas humanos e de chimpanzés. Num novo estudo publicado na Science, a mesma equipa descobriu que o dobramento 3D do ADN humano no núcleo foi um fator chave no momento em que a nossa espécie se começou a distinguir dos chimpanzés ou dos bonobos.

O ADN humano e o ADN dos chimpanzés têm uma diferença estrutural, já que grandes partes dos blocos de construção do ADN foram acrescentados, apagados ou rearranjados no genoma humano.

Os cientistas investigaram se estas mudanças estruturais no ADN humano poderiam ter levado a que genes específicos dentro dos HARs fossem “sequestrados”, ligando-os a diferentes genes codificadores de proteínas. Muitos genes dentro dos HARs estão ligados a outros genes, agindo como potenciadores.

Para isto, a equipa recorreu ao machine learning para comparar os genomas de 241 espécies de mamíferos. Foram identificados 312 HARs e quase 30% estavam nas regiões do ADN onde as variações estruturais fizeram com que o genoma se dobrasse de maneira diferente nos humanos em comparação com outros primatas.

A equipe também descobriu que bairros contendo HARs eram ricos em genes que diferenciam os humanos de nossos parentes mais próximos, os chimpanzés.

Ainda não se sabe exatamente como estas mudanças influenciaram aspetos específicos do desenvolvimento do nosso cérebro e como se tornaram parte integrante do ADN da nossa espécie, mas a equipa já está a planear pesquisas futuras sobre estas questões.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/evento-milhao-anos-mudou-cerebro-534515


#ciência    #adn     #hars    #homem    #serhumano

31/03/23

Ciência - Visto como um génio por Enrico Fermi, Ettore Majorana desapareceu misteriosamente no auge da sua carreira, sem que ninguém soubesse o que lhe aconteceu.


«Ettore Majorana, o génio que previu os neutrões e desapareceu misteriosamente 
DANIEL COSTA, 30 MARÇO, 2023

Visto como um génio por Enrico Fermi, Ettore Majorana desapareceu misteriosamente no auge da sua carreira, sem que ninguém soubesse o que lhe aconteceu.

Ettore Majorana foi um dos maiores físicos do século XX. É mais conhecido pelo seu trabalho sobre a natureza do neutrão, que levou ao desenvolvimento da compreensão moderna das partículas subatómicas.

A vida de Majorana foi repleta de mistério e intriga, tendo o físico desaparecido sem deixar vestígios, ainda para mais no auge da sua carreira.

Majorana nasceu em Catania, em Itália, no ano de 1906. Desde cedo revelou aptidão para matemática e ciências e foi estudar para a Universidade de Roma. Em 1928, juntou-se ao grupo de físicos de Enrico Fermi, vencedor do Prémio Nobel, e começou a trabalhar no problema do neutrão.

“Existem várias categorias de cientistas no mundo; os de segundo ou terceiro escalão fazem o possível, mas nunca vão muito longe. Depois, há o primeiro escalão: aqueles que fazem descobertas importantes, fundamentais para o avanço científico. Mas depois há os génios, como Galileu e Newton. Majorana pertencia à última categoria”, disse Fermi sobre Majorana.

Na altura, o neutrão foi uma descoberta relativamente nova e os físicos lutavam para entender as suas propriedades. O italiano rapidamente fez contribuições significativas para o campo, propondo uma teoria que explicava o comportamento do neutrão.

Apesar do seu trabalho inovador, Majorana era bastante reservado. Era conhecido pela sua habilidade matemática ímpar, mas também era conhecido pelo seu comportamento excêntrico, chegando mesmo a desaparecer por vários dias.

Suicídio ou sequestro?

Em 1938, Majorana deixou abruptamente o seu emprego na Universidade de Nápoles e desapareceu sem deixar vestígios. O seu desaparecimento foi um choque para a comunidade científica, dada a sua genialidade. Ao longo dos anos, muitas teorias foram apresentadas sobre o que aconteceu com Majorana, desde suicídio a rapto por agentes estrangeiros.

O seu último avistamento foi no dia 25 de março de 1938, quando apanhou o comboio de Nápoles para Palermo. O cientista disse aos seus familiares e amigos que ia a Palermo tratar de uns assuntos pessoais, mas acabou por nunca chegar ao destino.

Quando saiu de Nápoles, deixou para trás os seus pertences, incluindo o seu passaporte e as suas roupas.

A família e amigo tentaram contactá-lo depois do desaparecimento, mas as suas cartas nunca tiveram resposta. Majorana era uma pessoa próxima da sua família, o que gerou estranheza.

A teoria mais consensual é que Majorana cometeu suicídio, possivelmente atirando-se ao mar durante a travessia de Nápoles para Palermo. Uma carta que Majorana escreveu para a sua família pouco antes de desaparecer expressava o seu desejo de cometer suicídio.

A viver na Venezuela?

Tudo mudou em 2015. A Procuradoria-Geral de Roma divulgou uma declaração declarando que Majorana estava vivo entre 1955 e 1959, tendo vivido na Venezuela.

A descoberta foi possível graças a uma pista que surgiu num programa televisivo italiano chamado “Quem o viu?”, que se dedicava a procurar pessoas desaparecidas. Em 2008, um homem chamado Roberto Fasani ligou e disse que tinha informações sobre o famoso físico desaparecido em 1938.

Fasani disse que se mudou de Itália para Valência, na Venezuela, em 1955. Lá, conheceu um amigo siciliano que lhe apresentou um certo Sr. Bini. Certo dia, disseram a Fasani: “Não sabes quem ele realmente é, ele tem um grande cérebro e o seu nome verdadeiro é Majorana”.

No seu carro, o suposto Sr. Bini guardava imensos papeis, entre os quais Fasani chegou a ver um postal datado de 1920, escrito pelo tio de Ettore Majorana, o físico Quirino Majorana.

Fasani queria uma prova e, a grande custo, conseguiu convencer Bini a tirar uma foto com ele. Fasani chegou a pensar que a tinha perdido, mas viria a encontrá-lo vários anos depois. Foi então que ligou para o programa. Finalmente tinha uma prova para sustentar a sua alegação.

Fasani e, supostamente, Majorana, na Venezuela.

Com base nessa foto, a equipa forense da polícia italiana cruzou com fotos existentes de Ettore Majorana e as do seu pai, sugerindo que eram a mesma pessoa.

As suas ideias sobre a natureza do neutrão abriram caminho para o desenvolvimento do modelo padrão da física de partículas, que ainda hoje é usado para descrever o comportamento das partículas subatómicas. Hoje, Majorana é lembrado como um dos físicos mais brilhantes do século XX.

Daniel Costa, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/ettore-majorana-genio-desapareceu-528837

#mundo    #ciência    #ettoremajorana

10/10/22

Ciência - Os cientistas descobriram o que é que desliga o “sistema de alarme molecular”, o que é uma descoberta crucial para a compreensão da nossa resposta imunitária.


«Descoberta inédita expõe o “botão de desligar” do sistema imunitário

Os cientistas descobriram o que é que desliga o “sistema de alarme molecular”. É uma descoberta crucial para a compreensão da nossa resposta imunitária.

Os cientistas descobriram o que é que desliga o sistema de alarme molecular que desempenha um papel crítico na nossa resposta imunitária.

O “super-herói” antibacteriano MR1 (molécula relacionada com MHC classe I) é uma proteína encontrada em cada célula do corpo humano que funciona como um sistema de alarme molecular, alertando as células poderosas do nosso sistema imunitário, os nossos glóbulos brancos, quando o cancro ou a infeção bacteriana estão presentes.

Embora estudos anteriores tenham revelado a maquinaria celular da qual o MR1 depende para ser ativado, não foi possível compreender como é que o alarme MR1 se “desligava”, até agora, avança a Sci Tech Daily.

A investigação, que incluiu os investigadores Hamish McWilliam da Universidade de Melbourne e José Villadangos do Instituto Doherty e do Instituto Bio21, foi publicada no Journal of Cell Biology e mostra o mecanismo molecular essencial que controla a expressão do MR1.

“O que descobrimos é que existem proteínas — chamadas AP2 (proteína adaptadora 2) — dentro das nossas células que se ligam ao MR1 e o arrastam para dentro das células”, sublinha McWilliam.

“Uma vez no interior, o MR1 já não pode fazer sinal aos glóbulos brancos, o que efetivamente desliga a resposta imunitária”, acrescenta.

No estudo, a equipa de investigação descobriu que, apagando o AP2 nas células ou mudando o MR1, poderiam regular a ativação do MR1 que, por sua vez, estimula ou inibe a presença de glóbulos brancos.

McWilliam salienta que esta é uma descoberta entusiasmante, uma vez que permitiu a compreensão fundamental da biologia do MR1 e contribuiu para os esforços globais de conceção de tratamentos de reforço imunitário.

“Ao compreender como desligar o MR1, poderemos ser capazes de bloquear ou aumentar a resposta imunitária, de a aproveitar e controlar a imunidade a agentes patogénicos ou tumores”, conclui McWilliam.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/descoberta-inedita-expoe-o-botao-de-desligar-do-sistema-imunitario-501663

#ciência    #sistemaimunitário

#saúde

15/08/22

Ciência - A ideia de que os nossos cérebros estão a encolher não é algo que gostamos de considerar.


«Afinal, o cérebro humano não está a encolher

À primeira vista, o cérebro humano é o que nos distingue das demais espécies, sendo um motivo de orgulho.

De facto, gostamos de pensar que somos uma espécie inteligente, e embora o tamanho não seja tudo, os nossos noggins são dos maiores que a natureza tem para oferecer. A ideia de que os nossos cérebros estão a encolher não é algo que gostamos de considerar. Durante mais de quatro décadas, os especialistas ignoraram, na sua maioria, as hipóteses apresentadas repetidamente pelos paleontólogos.

Agora, a hipótese está a ser considerada mais uma vez, com uma equipa da Universidade do Nevada, Las Vegas (NLV) a dizer que não resiste ao escrutínio.

O debate começou no ano passado quando um trabalho do paleoantropólogo Jeremy DeSilva, baseado numa comparação de fósseis humanos com padrões evolutivos em colónias de formigas, popularizou a ideia de que o cérebro humano tinha encolhido em volume o equivalente a quatro bolas de pingue-pongue. Além disso, a equipa que isto aconteceu há apenas 3.000 anos — um número relativamente recente em comparação com as outras teorias.

Na visão de alguns cientistas, os cérebros humanos começaram a encolher após a última era glacial, que terminou há cerca de 11.700 anos. O papel de DeSilva posicionou a perda de tamanho do cérebro logo na altura em que surgiram sociedades humanas complexas.

Como tal, foi sugerido o desenvolvimento de um cérebro mais pequeno porque a informação podia agora ser armazenada por escrito ou distribuída entre outros numa comunidade. Os nossos cérebros, por outras palavras, não se tornaram mais burros, tornaram-se mais eficientes, sintetiza a Science Alert.

A teoria ganhou atenção mundial, mas nem todos ficaram convencidos. E a equipa da UNLV afirma agora ter eliminado toda a ideia. “Reanalisámos o conjunto de dados anterior e descobrimos que o tamanho do cérebro humano não mudou em 30.000 anos e provavelmente não em 300.000 anos”, diz o antropólogo da UNLV Brian Villmoare.

“De facto, com base neste conjunto de dados, não podemos identificar qualquer redução no tamanho do cérebro nos humanos modernos em qualquer período de tempo desde as origens da nossa espécie”. Os resultados baseiam-se numa nova análise de crânios fossilizados, elaborada por Villmoare e os seus colegas, que difere do papel DeSilva em vários aspetos importantes.

De todos os 987 crânios analisados por DeSilva e colegas, apenas 23 provêm efectivamente do período de tempo que é crítico para a sua hipótese de encolhimento do cérebro. O conjunto de dados no novo estudo é muito mais estreito para evitar a distorção dos resultados. Concentra-se apenas nos humanos modernos dos últimos 300.000 anos.

Isto porque os investigadores da UNLV não estão convencidos de que todos os quase 10 milhões de anos de história humana inicial sejam relevantes para um acontecimento que supostamente ocorreu há 3.000 anos. Mesmo nos últimos 300.000 anos, a maioria dos fósseis humanos incluídos na análise do UNLV foram datados dentro dos últimos 10% da série temporal. Os fósseis mais antigos são simplesmente mais difíceis de encontrar.

Para compensar esta comparação desequilibrada, os investigadores aperfeiçoaram especificamente os fósseis de crânio humano dos últimos 30.000 anos, o que criou uma distribuição mais normal.

Utilizando os mesmos métodos do DeSilva no conjunto de dados recentemente aperfeiçoado, os investigadores não encontraram nenhum ponto de mudança significativa no tamanho do crânio humano há cerca de 3.000 anos atrás. “Globalmente, a nossa conclusão é que, dado um conjunto de dados mais apropriado à questão da investigação, a dimensão do cérebro humano tem sido notavelmente estável nos últimos 300 [mil anos]”, escrevem Villmoare e colegas.

“Assim, as hipóteses de mudança recente não são sustentadas pelas provas”. DeSilva e os colegas ainda não responderam às críticas recentes, mas há poucas dúvidas de que terão algo a dizer. Em 2021, os autores disseram esperar que outros pusessem à prova a sua hipótese. É caso para dizer que certamente conseguiram o que desejavam.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/afinal-os-cerebros-humanos-nao-estao-a-encolher-como-se-pensava-492576

(por que nosso CÉREBRO está ENCOLHENDO?)

26/06/22

Ciência - Uma equipa de cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, descobriu uma espécie de besouro que come plástico, mais especificamente poliestireno.


«Cientistas descobrem larvas que conseguem comer plástico

Uma equipa de cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, descobriu uma espécie de besouro que come plástico, mais especificamente poliestireno. Este tipo plástico está presente em placas de esferovite, copos e embalagens.

Durante o estudo o grupo alimentou, ao longo de três semanas, várias larvas da espécie Zophobas morio com farelo e espuma de poliestireno, colocando outras em jejum. Os resultados demonstraram que não só o animal consegue sobreviver quando alimentado por este material, como consegue ganhar peso. Esta capacidade deve-se às bactérias presentes no seu intestino, que permitem degradar o poliestireno.

“Os super vermes são como mini centros de reciclagem, que trituram o poliestireno com a boca e depois alimentam as bactérias no seu intestino”, explica o autor Christian Rinke. “Os produtos de decomposição resultantes desta reação podem ser utilizados por outros micróbios para criar compostos de alto valor, como os bioplásticos”.

O próximo passo é analisar a função destas bactérias intestinais em laboratório, para que futuramente o processo possa ser aplicado a uma maior escala e contribuir para a reciclagem, reduzindo a deposição em aterro.» in https://greensavers.sapo.pt/cientistas-descobrem-larvas-que-conseguem-comer-plastico-video/


06/04/22

Ciência - Mais de 20 anos depois, dois blocos de notas, pertencentes a Charles Darwin, foram encontrados dentro de um saco cor-de-rosa, na Universidade de Cambridge.


«Os manuscritos roubados de Charles Darwin voltaram a Cambridge (e de uma forma original)

Mais de 20 anos depois, dois blocos de notas, pertencentes a Charles Darwin, foram encontrados dentro de um saco cor-de-rosa, na Universidade de Cambridge.

Os cadernos – um dos quais inclui o famoso esboço da “Árvore da Vida”, de 1837 – foram devolvidos à Biblioteca da Universidade de Cambridge em março, 15 meses depois de a instituição de ensino ter lançado um apelo para que os manuscritos fossem encontrados.

De acordo com a CNN, os blocos de notas foram devolvidos de uma forma original: num saco de presente cor-de-rosa, que ficou no chão de uma área pública da biblioteca, fora do escritório do bibliotecário, no quarto andar do edifício.

Além dos cadernos, a “prenda” incluía também uma nota dactilografada direcionada à bibliotecária a desejar uma “Páscoa Feliz“.

Como a zona não tem câmaras de vigilância, não há forma – pelo menos, imediata – de descobrir quem devolveu os cadernos de Darwin. O autor do desaparecimento continua a ser anónimo.

Em comunicado, a universidade britânica revelou que os manuscritos estão em boas condições e sem sinais óbvios de danos. Os cadernos deverão ser exibidos ao público a partir de julho, como parte da exposição “Darwin in Conversation” na biblioteca de Cambridge.

“O meu alívio com o regresso seguro dos cadernos é profundo e quase impossível de expressar de forma adequada. Juntamente com tantos outros em todo o mundo, fiquei destroçada ao saber da sua perda e a minha alegria com o seu regresso é imensa”, disse Jessica Gardner, bibliotecária da Universidade de Cambridge.

“Podem ser minúsculos, apenas do tamanho de postais, mas o impacto dos cadernos na história da ciência e a sua importância para as nossas coleções de classe mundial não pode ser sobrestimada”, acrescentou.

A Biblioteca da Universidade de Cambridge listou pela primeira vez os cadernos como desaparecidos em 2001, depois de terem sido retirados de uma sala forte para que as coleções especiais fossem fotografadas.

Acreditava-se que tinham sido incorretamente arquivados noutro sítio do edifício, mas uma grande procura em 2020, a maior da história a biblioteca, não conseguiu localizar os cadernos. “Os curadores concluíram que os cadernos provavelmente foram roubados”, disse a biblioteca, na altura.» in https://zap.aeiou.pt/manuscritos-charles-darwin-cambridge-471650

20/01/22

Ciência - Existe um organismo unicelular que é capaz de produzir oxigénio nas profundezas do oceano, segundo um estudo da Universidade da Dinamarca do Sul.


«Cientistas descobrem que microrganismo produz oxigénio no fundo do oceano

Existe um organismo unicelular que é capaz de produzir oxigénio nas profundezas do oceano, segundo um estudo da Universidade da Dinamarca do Sul. Esta é a primeira vez que os cientistas descobrem uma forma de vida a produzir oxigénio e nitrogénio num ambiente marinho anóxico (sem oxigénio).

A equipa descobriu que os microrganismos Archaea, abundantes no mar, conseguem viver em ecossistemas sem oxigénio. Para tentar compreender como esta capacidade se desenvolvia, decidiram estudar a espécie Nitrosopumilus maritimus, que integra o grupo desses seres vivos. A ideia era analisar como esta reagia à mudança de níveis de oxigénio.

“O Beate descobriu que o organismo reduzia o oxigénio a quase zero e depois o oxigénio aumentava novamente, era muito, muito estranho”, explica Donald Canfield, um dos investigadores, referindo-se ao colega Beate Kraft.

Após três anos de estudo, conseguiram perceber que estes microrganismos produzem realmente o seu próprio oxigénio. Como referem, a descoberta  pode mudar por completo a perceção que existe sobre a fertilidade dos oceanos em climas mais quentes, que irão surgir graças ao aquecimento global. Agora, os autores estão a investigar se outras espécies Archaea têm a mesma função, e que impacto isso terá nos ecossistemas marinhos.» in https://greensavers.sapo.pt/cientistas-descobrem-que-microrganismo-produz-oxigenio-no-fundo-do-oceano/

03/01/22

Ciência - Um reator de fusão nuclear na China estabeleceu um novo recorde de altas temperaturas, sendo cinco vezes mais quente do que o Sol ao libertar calor durante mais de 17 minutos, segundo a Agência de Notícias ‘Xinhua’.


«China desenvolve ‘sol artificial’ que é cinco vezes mais quente do que o natural

Um reator de fusão nuclear na China estabeleceu um novo recorde de altas temperaturas, sendo cinco vezes mais quente do que o Sol ao libertar calor durante mais de 17 minutos, segundo a Agência de Notícias ‘Xinhua’.

O Supercondutor Experimental Avançado Tokamak  (EAST), conhecido como ‘sol artificial’, atingiu temperaturas de 70 milhões de graus Celsius, nas primeiras experiências.

O objetivo final do desenvolvimento do dispositivo solar artificial é fornecer energia renovável quase ilimitada, imitando as reações naturais que ocorrem nas estrelas.

“A operação recente estabelece uma base científica e experimental sólida para o funcionamento de um reator de fusão”, disse à agência, Gong Xianzu, investigador do Instituto de Física do Plasma da Academia Chinesa de Ciências, que liderou a última experiência.

O projeto EAST, que já custou à China mais de 830 mil milhões de euros, terá as suas experiências concluídas até junho.

A fusão nuclear foi apontada como a solução para a energia renovável no entanto, ainda está muito longe de ser realizada fora de um laboratório, apesar de décadas de pesquisa na tecnologia.

Ao replicar a física do sol real, os reatores de fusão nuclear fundem núcleos atómicos para gerar grandes quantidades de energia que podem ser transformadas em eletricidade.

O processo não requer combustíveis fósseis e não deixa resíduos perigosos, ao contrário do processo de fissão nuclear que alimenta a produção comercial de energia nuclear. Os físicos também afirmam que há muito menos risco de um desastre ambiental.

A equipa de reatores da China também vai oferecer suporte técnico para outro megaprojeto de reator de fusão nuclear atualmente em construção em Marselha, França: o ‘International Thermonuclear Experimental Reactor’ (ITER) será o maior reator do mundo depois de concluído.» in https://multinews.sapo.pt/noticias/china-desenvolve-sol-artificial-que-e-cinco-vezes-mais-quente-do-que-o-natural/

30/08/19

Ciência - Cientistas detetaram pela primeira vez atividade elétrica em cérebros do tamanho de ervilhas cultivados em laboratório, abrindo caminho para modelar condições neurológicas e responder a perguntas fundamentais sobre como a nossa "massa cinzenta" se desenvolve.



«Ondas cerebrais são detetadas em cérebros do tamanho de ervilhas cultivados em laboratório

Cientistas detetaram pela primeira vez atividade elétrica em cérebros do tamanho de ervilhas cultivados em laboratório, abrindo caminho para modelar condições neurológicas e responder a perguntas fundamentais sobre como a nossa "massa cinzenta" se desenvolve.

Não está claro se os mini-cérebros têm consciência — a equipa por trás do grande avanço suspeita que não, mas não tem a certeza disso —, o que abre uma nova dimensão ética para esta área de investigação.

Os chamados "organoides cerebrais" derivados de células-tronco adultas existem há cerca de uma década, mas nunca tinham desenvolvido redes neurais funcionais.

"Se me tivessem perguntado há cinco anos se eu achava que um organoide cerebral algum dia teria uma rede sofisticada capaz de gerar uma oscilação cerebral, eu diria que não", disse à AFP Alysson Muotri, biólogo da Universidade da Califórnia em San Diego.

Um artigo publicado por Muotri e colegas na revista Cell Press esta quinta-feira refere  que parte do avanço foi resultado de uma melhoria do procedimento para o crescimento de células-tronco, incluindo a otimização da fórmula do meio de cultura.

A outra parte foi inicialmente surpreendente, mas também intuitiva quando os investigadores pensaram sobre isso: deve-se simplesmente dar tempo suficiente para os neurónios se desenvolverem, assim como o cérebro dos fetos se desenvolve no útero.

A equipa começou a detetar descargas de ondas cerebrais de organoides há cerca de dois meses.

Os sinais eram escassos e tinham a mesma frequência, um padrão observado em cérebros humanos muito imaturos. Mas, à medida que continuavam a crescer, produziam ondas cerebrais em diferentes frequências, e os sinais apareciam com mais regularidade, sugerindo maior desenvolvimento de suas redes neurais.

Os primeiros organoides foram usados para modelar o que acontece quando o cérebro é exposto a doenças como o vírus Zika, que causa malformações físicas.

Mas há também uma série de condições neurológicas, como autismo e epilepsia, e algumas condições psiquiátricas em que os problemas aparecem pela conexão da rede cerebral e não por malformações.

Criando organoides cerebrais a partir das células-tronco de indivíduos com essas condições, os cientistas poderiam modelá-los melhor e talvez um dia encontrar curas. Os investigadores também esperam responder a perguntas fundamentais.

Muotri disse ainda que o desenvolvimento de organoides se estabilizou após nove ou 10 meses.

"Estou curioso sobre isso. Pergunto-me se é porque não temos um sistema de vascularização para permitir que os nutrientes entrem, ou pode ser que simplesmente nos falta estimulação" na forma de inputs sensoriais. Mas as hipóteses vão ser testadas.

Sobre se os organoides do cérebro são conscientes, Muotri disse que suspeita que não por causa do seu estágio inicial de desenvolvimento.

"Mas se me perguntarem como sei, eu diria que não tenho provas de uma coisa nem de outra, porque nós nem sabemos como detetar a consciência noutros sistemas", confessou.

"À medida que nos aproximarmos do cérebro humano, todas estas questões éticas aparecerão", ele admitiu, propondo que o campo seja submetido a regulamentação da mesma forma que os testes em animais.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/ondas-cerebrais-sao-detetadas-em-cerebros-do-tamanho-de-ervilhas-cultivados-em-laboratorio

19/02/19

Ciência - "Esta garrafa faz parte de uma série de lançamentos em locais conhecidos no golfo do México por cientistas dos Laboratórios de Botânica de Galveston da Comissão de Pesca dos Estados Unidos.



«Casal encontra garrafa lançada ao mar por cientistas há 50 anos 
MUNDO 19.02.2019 às 10h20

Iam só passear à praia, mas acabaram por descobrir uma mensagem que se revelou um verdadeiro tesouro científico.

Candy e Jim Duke gostam de passar os sábados no passadiço costeiro de Corpus Christi, importante porto marítimo do Texas, nos Estados Unidos. Encontram sempre pequenos tesourinhos, entre búzios e conchinhas ou garrafas de diferentes cores que usam para decorar o quintal. Mas desta vez foi diferente: a vasilha de gargalo comprido deixava adivinhar um papel enrolado lá dentro, num tom já amarelado, a pedir “partir garrafa”.

Desenrolada o papel, outra mensagem: "Esta garrafa faz parte de uma série de lançamentos em locais conhecidos no golfo do México por cientistas dos Laboratórios de Botânica de Galveston da Comissão de Pesca dos Estados Unidos." Era uma das 7863 garrafas lançadas ao oceano em 1962 com o objetivo de estudar o papel das correntes marítimas na movimentação de camarões jovens dos viveiros junto à costa.



Dentro das garrafas era colocada ainda uma indicação que dizia que quem as encontrasse deveria preencher um postal e enviá-lo para o laboratório com a máxima urgência. Como recompensava estavam previstos 50 centavos norte-americanos, o equivalente a cerca de 3,80 euros hoje.

Mesmo 56 anos depois, foi exatamente o que Jim e Candy fizeram e, embora a morada do Laboratório Nacional da Administração dos Oceanos e da Atmosfera já não seja a mesma, o atual diretor, Matthew Johnson, acabou por receber a carta. "Na época, a pesca de camarão era a maior no Golfo do México, e esta foi a primeira tentativa de começar a controlar a espécie", explicou, citado pela CNN.

Johnson revelou ainda que das 7863 garrafas lançadas ao mar, entre 1962 e 1963, foram recuperadas, logo no primeiro mês, 12% - e que era, à época, uma forma de estudar as correntes oceânicas. A última vez em que garrafas foram lançadas à água para efeitos de pesquisa foi em 1966, no Alasca. Atualmente, a experiência é feita boias com GPS em vez de garrafas de vidro.» in http://visao.sapo.pt/actualidade/mundo/2019-02-19-Casal-encontra-garrafa-lancada-ao-mar-por-cientistas-ha-50-anos

20/11/18

Ciência - A Ciência determinou: 536 d.C foi o pior ano para a Humanidade, esta é a conclusão de um estudo levado a cabo por uma equipa de cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.



«A Ciência determinou o pior ano da história da Humanidade

A Ciência determinou: 536 d.C foi o pior ano para a Humanidade. Esta é a conclusão de um estudo levado a cabo por uma equipa de cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Se alguém lhe perguntasse qual foi o pior ano de sempre para alguém estar vivo, que ano escolheria? 1347, o ano em que a Peste negra atingiu a Europa, poderia ser uma boa aposta. Qualquer um dos anos do Holocausto, entre 1941 e 1945, também. Ou 1918, o ano em que a Gripe Espanhola dizimou 100 milhões de pessoas em todo o Mundo.

Mas, segundo uma equipe de cientistas da Universidade de Harvard, nenhum destes é o pior ano de sempre para estar vivo. A escolha coube ao ano de 563, o início de um dos piores períodos de sempre – se não o pior – na história da Humanidade.

“Foi o começo de um dos piores períodos para estar vivo“, disse o arqueólogo e historiador medieval Michael McCormick. Este testemunho vai ao encontro à descrição que fez Procópio de Cesaréia – importante historiador bizantino do século VI – nas suas obras sobre as guerras travadas com os vândalos.

Segundo escreveu este historiador antigo, durante o décimo ano do reinado de Justiniano (527 a 565 d.C), “o Sol emitiu a sua luz fraca, como a lua” e, a partir do momento em que esse fenómeno ocorreu, “os homens não estavam livres da guerra ou da praga ou de outra qualquer coisa que não os levasse à morte”.

Também McCormick destaca este “misterioso nevoeiro” que assolou a Europa, o Médio oriente e algumas das regiões da Ásia durante um ano e meio.

De acordo com o arqueólogo, houve um nevoeiro que bloqueou os raios solares, fazendo com que as temperaturas caíssem drasticamente, desencadeando anos de caos em todo o mundo: nevou na China em pleno mês de agosto, proliferaram-se secas fortes – como as que afetaram a civilização Moche do Peru – em vários países e impôs-se uma fome generalizada devido às colheitas agrícolas perdidas.

Os relatos de ambos os historiadores sugerem por detrás deste bizarro nevoeiro estiveram várias erupções vulcânicas catastróficas. As consequências causadas pelo acentuado arrefecimento global foram tão fortes que se refletiram nos detritos acumulados desde os núcleos de gelo na Antártida até aos anéis das árvores na Gronelândia.

A investigação, agora publicada na Antiquity, dá conta que no ano de 536 d.C cinzas vulcânicas e detritos misturam-se nas camadas de gelo, não havendo nenhum sinal de recuperação económica desta catástrofe até ao ano de 640 d.C – mais de um século depois.

Estes vestígios indicam que houve uma segunda erupção já em 540 d.C, que terá prolongado a onda de desastres. No ano seguinte, a praga de Justiniano – que tal como o nome indica ocorreu no reinado do imperador Justiniano I, “o Grande” (527 a 565 d.C) – fez com que tudo piorasse.

As evidências recolhidas nos detritos acumulados nas camadas de gelo analisadas, que continham vestígios de chumbo, permitiram aos cientistas concluir que só depois de 640 d.C a humanidade começou a recuperar do terrível “século de todas as catástrofes”.

Tais vestígios de chumbo, explicam os cientistas, são  por si só uma má notícia, mas também um indício de que entre 660 e 695 d.C, houve um aumento significativo da actividade de cunhagem de moedas de prata – um sinal claro de que a Humanidade estava em plena recuperação económica.

ZAP // RT / Sputnik News / Science Alert» in https://zap.aeiou.pt/ciencia-determinou-pior-ano-da-humanidade-227119

12/11/18

Ciência - O quilograma é uma das quatro unidades de medida básicas (juntamente com o ampere, o kelvin e o mol) que vão ser redifinidas já esta semana, na Conferência Geral de Pesos e Medidas (que decorre de 13 a 16 de novembro em Versalhes), naquela que será a maior revisão de sempre do Sistema Internacional de Unidades, desde a sua criação, em 1960.



«Um quilo vai deixar de ser um quilo

Para o comum mortal não vai fazer a mais pequena diferença (ninguém vai ficar nem com um grama a menos, nem vai interferir com as compras de bens ao peso), mas para a investigação científica estas alterações são cruciais.

O quilograma é uma das quatro unidades de medida básicas (juntamente com o ampere, o kelvin e o mol) que vão ser redifinidas já esta semana, na Conferência Geral de Pesos e Medidas (que decorre de 13 a 16 de novembro em Versalhes), naquela que será a maior revisão de sempre do Sistema Internacional de Unidades, desde a sua criação, em 1960.

O objetivo é definir estas quatro unidades em relação a constantes fundamentais e não arbitrárias, como tem acontecido até aqui.

Atualmente, o quilograma está definido em relação a um objeto, guardado a sete chaves num cofre em Paris: um quilo equivale à massa de um cilindro de platina-irídio, fabricado em Londres e guardado, desde 1889, em França. Só que, num século, este quilograma original perdeu 50 microgramas (os objetos podem facilmente perder átomos ou absorver moléculas do ar), o que torna difícil usá-lo para definir uma unidade de medida universal.

Para acabar com esta inconstância, o novo quilograma passará a ser definido com base em constantes naturais e a ser medido com a chamada "balança de Watt", que permite comparar a massa com a energia electromagnética. Esta forma de medição do quilo não se altera nem se danifica, ao contrário do que pode acontecer com um objeto.

O valor continuará a ser o mesmo, mas é calculado a partir da "constante de Planck", que tem um papel fundamental na física quântica.

Se esta mudança, agendada para maio do próximo ano, em nada afetará a nossa vida diária, para a investigação científica é de grande importância, dado o enorme nível de precisão de que os cálculos necessitam.» in http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2018-11-12-Um-quilo-vai-deixar-de-ser-um-quilo


(Forma de medir o Kilograma será redefinida)

11/07/18

Ciência - Uma empresa apresentou no evento Eurobike uma bicicleta que funciona sem a habitual corrente que liga os pedais às rodas.



«Bicicleta “futurística” dispensa o uso da corrente para acelerar

Uma empresa apresentou no evento Eurobike uma bicicleta que funciona sem a habitual corrente que liga os pedais às rodas.

Anualmente realiza-se na Alemanha o Eurobike, o principal certame dedicado à indústria das bicicletas, onde os fabricantes apresentam os seus novos modelos e acessórios. Uma empresa chamada CeramicSpeed revelou um modelo totalmente fora das convenções normais, e com pretensões de revolucionar as bicicletas tais como são conhecidas: a ausência do sistema de locomoção suportado por correntes que ligam os pedais às rodas.

O protótipo foi construído em parceria com o departamento de engenharia mecânica da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. O sistema, batizado de DrivEn, utiliza 21 rolamentos de cerâmica para transferir a energia gerada pelos pedais para os recetores alocados em ambas as rodas. A empresa refere que a sua invenção corta, consideravelmente, o número de componentes em fricção para gerar o movimento necessário para colocar a bicicleta em andamento.

Apenas existem dois pontos de fricção, permitindo que a energia gerada pelos pedais seja transferida para as rodas. Isto significa que a bicicleta consegue atingir maiores velocidades, com menor esforço do seu condutor. O fabricante estima que 99% da pedalagem vai diretamente para as rodas, referindo que o DriveEn se torna mais eficiente a velocidades elevadas.

Embora ainda não existam planos para introduzir a bicicleta no mercado, a CeramicSpeed foi galardoada no certame Eurobike com o prémio de design.» in https://tek.sapo.pt/multimedia/artigos/bicicleta-futuristica-dispensa-o-uso-da-corrente-para-acelerar


(Bicicleta “futurística” dispensa o uso da corrente para acelerar)

09/07/18

Saúde - Uma equipa de investigadores da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) encontrou a cura para a obesidade e para diabetes tipo 2 em ratos através de um tratamento de terapia genética.



«Cientistas curam obesidade e diabetes tipo 2 em testes com ratos

Uma equipa de investigadores da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) encontrou a cura para a obesidade e para diabetes tipo 2 em ratos através de um tratamento de terapia genética.

O estudo foi apresentado pela equipa de investigação numa conferência de imprensa realizada hoje no campus da UAB em Bellaterra, onde o grupo de investigadores, liderado pela professora Fátima Bosch, esteve presente.

Com a introdução, numa única injeção, de um vetor viral adeno-associado (AAV) portador do gene FGF21, Fator de Crescimento de Fibroblastos 21, que permite a manipulação genética do fígado, tecido adiposo ou músculo-esquelético, o animal produz continuamente a proteína FGF21.

Trata-se de uma hormona produzida naturalmente por vários órgãos e que atua em muitos tecidos para regular o funcionamento correto no nível de energia, induzindo assim a sua produção por terapia genética, e levando a que o animal reduza o seu peso assim como a resistência à insulina.

No que diz respeito à obesidade, a terapia aplicada através do projeto de pesquisa foi testada com sucesso em dois modelos da doença, induzidos tanto geneticamente como por dieta.

Os investigadores perceberam que a administração da terapia genética em indivíduos saudáveis causa igualmente um envelhecimento mais saudável e protege-os do excesso de peso e resistência à insulina relacionados com a idade.

Após o tratamento com AAV-FGF21, e durante o ano e meio em que os animais foram seguidos, os ratos perderam peso e reduziram o acúmulo de gordura e a inflamação no tecido adiposo.

A deposição de gordura (esteatose), a inflamação e fibrose no fígado (NASH) também foram neutralizadas, enquanto a sensibilidade à insulina e a saúde geral aumentaram à medida que envelheceram, sem terem sido observados efeitos colaterais.

A partir de todo o processo, os resultados foram reproduzidos pela manipulação genética de vários tecidos para produzir a proteína FGF21, seja o fígado, o tecido adiposo ou o músculo.

“Isso dá uma flexibilidade muito grande à terapia, já que permite selecionar o tecido mais apropriado e, caso haja alguma complicação que previna a manipulação de qualquer um dos tecidos, pode ser aplicada a qualquer um dos outros”, disse a professora responsável pelo estudo.

Fátima Bosch acrescentou que quando um desses tecidos produz a proteína FGF21 e a coloca na corrente sanguínea, a mesma é distribuída por todo o corpo e destacou a relevância dos resultados perante o aumento dos casos de diabetes tipo 2 e da obesidade em todo o mundo.

Segundo os investigadores, a obesidade aumenta o risco de mortalidade e representa um fator de risco para doenças cardiovasculares, doenças imunes, hipertensão, artrite, doenças neurodegenerativas e alguns tipos de cancro.

“Esta é a primeira vez que a obesidade e a resistência à insulina a longo prazo foram neutralizadas pela administração de uma única sessão de terapia genética no modelo animal, que mais se assemelha à obesidade e diabetes tipo 2 em humanos”, explicou a primeira signatária do artigo, a pesquisadora da UAB Verónica Jiménez.

Os resultados do estudo mostram também como a administração de terapia genética tem um efeito protetor contra o risco de formação de um tumor quando o fígado é submetido a uma dieta altamente calórica por um longo período de tempo.» in https://24.sapo.pt/vida/artigos/cientistas-curam-obesidade-e-diabetes-tipo-2-em-testes-com-ratos-2

20/03/18

Ciência - O físico Stephen Hawking, que faleceu quarta-feira, 14 de março, aos 76 anos, é coautor de um estudo teórico — denominado "A Smooth Exit from Eternal Inflation" — submetido a 4 de março, duas semanas antes da sua morte, e que procura provar a existência de universos paralelos.



«Universos paralelos. Hawking submeteu um trabalho científico apenas duas semanas antes de morrer

Stephen Hawking submeteu um estudo científico apenas duas semanas antes de morrer. O trabalho teórico abre a porta para a descoberta de universos paralelos.

O físico, que faleceu quarta-feira, 14 de março, aos 76 anos, é coautor de um estudo teórico — denominado "A Smooth Exit from Eternal Inflation" — submetido a 4 de março, duas semanas antes da sua morte, e que procura provar a existência de universos paralelos.

De acordo com o The Sunday Times, o estudo será publicado assim que for revisto, não se sabendo ainda em que publicação. De acordo com o jornal, este trabalho explora os cálculos matemáticos necessários para enviar uma sonda para o Espaço profundo, para que esta possa recolher provas de universos paralelos com recurso a sensores capazes de medir radiação.

O estudo em causa foi realizado em parceria com Thomas Hertog, professor de Física, atualmente a trabalhar na Bélgica.

Este trabalho poderia tornar Hawking elegível ao Nobel que nunca ganhou em vida, todavia, estas distinções não são atribuídas postumamente.

O físico britânico Stephen Hawking, cujo trabalho na área da relatividade e dos buracos negros se destacou, morreu aos 76 anos de idade, na sua casa em Cambridge. Hawking é um dos cientistas com maior destaque desde o físico alemão Albert Einstein. A sua obra "Uma Breve História do Tempo" é um dos livros mais vendidos no mundo.

Apesar de sofrer de esclerose lateral amiotrófica desde os 21 anos, Hawking surpreendeu os médicos ao viver mais de 50 anos com esta doença fatal, caracterizada pela degeneração dos neurónios motores, as células do sistema nervoso central que controlam os movimentos voluntários dos músculos.

Em 1985, uma grave pneumonia deixou-o a respirar por um tubo, forçando-o, desde então, a comunicar através de um sintetizador de voz eletrónico. Mas Hawking continuou a desenvolver as suas pesquisas na área da ciência, a aparecer na televisão e casou pela segunda vez.

Professor de matemática na universidade de Cambridge, Hawking fez parte de uma das mais importantes pesquisas no ramo da física, sobre a "Teoria de Tudo".

Aquela teoria resolveria as contradições entre a teoria geral da relatividade, de Einstein, que descreve as leis da gravidade que determinam o movimento de corpos como planetas, e a teoria da mecânica quântica, que lida com partículas subatómicas.

Para Hawking, aquela pesquisa era uma missão quase divina, pois dizia que encontrar a "Teoria do Tudo" permitiria à humanidade "conhecer a mente de Deus". Anos mais tarde, contudo, Hawking admitiu que aquela teoria talvez não exista.

Num outro livro, "O Universo Numa Casca de Noz", explica conceitos como a super gravitação, singularidade nua e a possibilidade de um universo com onze dimensões.

A combinação entre a sua obra e o facto de permanecer quase totalmente incapacitado - no final podia apenas contrair alguns músculos da cara - fez com que se tornasse um dos cientistas mais conhecidos do mundo.

Publicado em 2014, o filme "The Theory of Everything" (“A Teoria de Tudo”), retrata a sua vida e carreira académica.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/universos-paralelos-hawking-submeteu-um-trabalho-cientifico-apenas-duas-semanas-antes-de-morrer


14/03/18

Ciência - O físico britânico Stephen Hawking, cujo trabalho na área da relatividade e dos buracos negros se destacou, morreu esta quarta-feira, aos 76 anos, na sua casa em Cambridge.



«Morreu o físico Stephen Hawking

O físico britânico Stephen Hawking, cujo trabalho na área da relatividade e dos buracos negros se destacou, morreu esta quarta-feira, aos 76 anos, na sua casa em Cambridge.

"Estamos profundamente tristes com a morte, hoje, do nosso adorado pai. Foi um grande cientista e um homem extraordinário, cujo trabalho e legado permanecerão por muitos anos", escreveram os filhos do cientista, Lucy, Robert e Tim, num texto divulgado pelas agências noticiosas.

No texto, os filhos de Stephen Hawking acrescentam que a sua coragem e persistência, assim como a sua inteligência e humor inspiraram pessoas por todo o mundo.

"Ele disse um dia que 'este não seria um grande universo se não fosse a casa das pessoas que amamos'", acrescentam os filhos.

Hawking é um dos cientistas com maior destaque desde o físico alemão Albert Einstein. A sua obra "Uma Breve História do Tempo" é um dos livros mais vendidos no mundo.

Hawking surpreendeu os médicos ao viver mais de 50 anos com esclerose lateral amiotrófica

Apesar de sofrer de esclerose lateral amiotrófica desde os 21 anos, Hawking surpreendeu os médicos ao viver mais de 50 anos com esta doença fatal, caracterizada pela degeneração dos neurónios motores, as células do sistema nervoso central que controlam os movimentos voluntários dos músculos.

Em 1985, uma grave pneumonia deixou-o a respirar por um tubo, forçando-o, desde então, a comunicar através de um sintetizador de voz eletrónico. Mas Hawking continuou a desenvolver as suas pesquisas na área da ciência, a aparecer na televisão e casou pela segunda vez.

Professor de matemática na universidade de Cambridge, Hawking fez parte de uma das mais importantes pesquisas no ramo da física, sobre a "Teoria de Tudo".

Aquela teoria resolveria as contradições entre a teoria geral da relatividade, de Einstein, que descreve as leis da gravidade que determinam o movimento de corpos como planetas, e a teoria da mecânica quântica, que lida com partículas subatómicas.

Para Hawking, aquela pesquisa era uma missão quase divina, pois dizia que encontrar a "Teoria do Tudo" permitiria à humanidade "conhecer a mente de Deus". Anos mais tarde, contudo, Hawking admitiu que aquela teoria talvez não exista.

Num outro livro, "O Universo Numa Casca de Noz", explica conceitos como a super gravitação, singularidade nua e a possibilidade de um universo com onze dimensões.

A combinação entre a sua obra e o facto de permanecer quase totalmente incapacitado - no final podia apenas contrair alguns músculos da cara - fez com que se tornasse um dos cientistas mais conhecidos do mundo.

Publicado em 2014, o filme "The Theory of Everything" ("A Teoria de Tudo"), retrata a sua vida e carreira académica.

Este foi também o nome do filme que, em 2015, deu o Oscar de Melhor Ator a Eddie Redmayne pela sua interpretação de Stephen Hawking.» in https://www.jn.pt/mundo/interior/fisico-stephen-hawking-morre-aos-76-anos-9185071.html


"A Teoria de Tudo" - (Trailer legendado PT)

19/12/17

Ciência - A vida começou na Terra há muito mais do que há 3.500 milhões de anos, segundo um estudo de microfósseis publicado hoje na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.



«VIDA NA TERRA COMEÇOU HÁ MUITO MAIS DO QUE 3.500 MILHÕES DE ANOS

A vida começou na Terra há muito mais do que há 3.500 milhões de anos, segundo um estudo de microfósseis publicado hoje na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

A investigação, feita por cientistas da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, com novas tecnologias desenvolvidas em instituições norte-americanas, analisou rochas da Austrália ocidental nas quais foram encontrados fósseis identificados como os mais antigos descobertos até agora.

As rochas foram recolhidas em 1982 e os microfósseis foram descritos pela primeira vez na revista Science em 1983, pelo professor de paleobiologia (uma divisão da paleontologia) da Universidade da Califórnia, Los Angeles, William Schopf. No entanto parte da comunidade científica considerou que as amostras eram formações minerais com similaridade biológica.

O estudo agora publicado, e dirigido precisamente por Schopf e por John Valley, professor de geociência da Universidade de Winsconsin-Madison, confirma que as rochas contêm microfósseis com 3.500 milhões de anos.

Os cientistas usaram um espetrómetro de massa por ions secundários, um instrumento que conseguiu separar o carbono do qual foi composto cada fóssil, cada um com uma dimensão de 10 micrómetros de largura, nos seus isótopos e medir a sua proporção, já que as diferentes substâncias orgânicas têm diferentes proporções de isótopos estáveis de carbono.

Desta forma, os cientistas conseguiram separar o carbono 12 do carbono 13 em cada fóssil.

John Valley explicou, em comunicado, que o que foi encontrado foi “um grupo primitivo, mas diversificado de organismos”. E disse que os micróbios identificados pertencem a três grupos, bactérias que dependem do sol para produzir energia, micro-organismos unicelulares que produziam metano e gammaproteobactérias que consumiam metano.

Segundo Schopf, há 3.500 milhões de anos havia na Terra diferentes tipos de micróbios. A vida, sublinhou, “deve ter começado substancialmente muito mais cedo”, embora não se saiba quanto mais cedo.

Segundo Valley, já que há provas de que há 4.300 milhões de anos havia oceanos de água líquida, “não há razão” para que a vida não tenha então começado.» in http://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/vida-na-terra-comecou-ha-muito-mais-do-que-3-500-milhoes-de-anos



(Vídeo mostra como era o planeta Terra há milhões de anos)

27/10/17

Ciência - Aos 21 anos, Hawking é diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença degenerativa incurável que paralisa os músculos, sem atingir as funções cerebrais.



«Stephen Hawking
(cientista britânico,1942)

Imortalizado no cinema e várias séries televisivas, o físico teórico e cosmólogo britânico faz hoje parte da cultura popular, feito raro na sua área.

Aos 21 anos, Hawking é diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença degenerativa incurável que paralisa os músculos, sem atingir as funções cerebrais.

Tinha pela frente apenas dois anos e meio de vida.

Já se passaram mais de cinquenta, ao longo dos quais se debruçou sobre a origem do universo, deu aulas em várias universidades, amealhou títulos honoris causa, escreveu 15 livros traduzidos em mais de 40 línguas e aproximou a ciência de um público leigo.

Com o passar do tempo, foi perdendo os movimentos, não conseguindo mesmo manter a cabeça erguida.

Comunica através de um sintetizador de voz devido a uma traqueostomia realizada em 1985.

Aos 75 anos, continua a desafiar a medicina.

Próximo passo: aventurar-se numa viagem ao espaço.» in http://serdiferente.sapo.pt/stephen_hawking.html


(Stephen Hawking: Vida de um génio)

17/08/17

Ciência - Investigadores anunciaram terem desenvolvido um teste sanguíneo capaz de detetar precocemente vários tipos de cancro, ao localizar material genético derivado de células tumorais, divulgou hoje a publicação científica Science Translational Medicine.



«Deteção precoce de cancros a partir de um teste sanguíneo? Já é possível

Investigadores anunciaram terem desenvolvido um teste sanguíneo capaz de detetar precocemente vários tipos de cancro, ao localizar material genético derivado de células tumorais, divulgou hoje a publicação científica Science Translational Medicine.

O teste permitiu a uma equipa de cientistas dos Estados Unidos, da Holanda e da Dinamarca identificar com precisão, evitando resultados ‘falsos positivos’, mais de metade de uma amostra de 138 pessoas com cancro colorretal, da mama, do pulmão e do ovário numa fase relativamente inicial da doença.

Segundo o grupo de investigadores, o teste é uma novidade ao distinguir nas células sanguíneas entre alterações no ADN (material genético) provenientes de células cancerígenas e outras mutações genéticas que podem ser confundidas como biomarcadores do cancro.

As pessoas que poderiam, de acordo com a investigação, beneficiar mais com uma análise ao sangue deste tipo seriam os fumadores, que possuem risco acrescido de terem cancro do pulmão, e as mulheres com mutações genéticas hereditárias que estão na origem dos cancros da mama e do ovário.

“Este estudo mostra que identificar precocemente o cancro usando alterações do ADN no sangue é exequível e que o nosso método de sequência [de moléculas de ADN] de alta precisão é uma abordagem promissora”, defendeu um dos cientistas, Victor Velculescu, professor de oncologia e patologia no Centro para o Cancro Johns Hopkins Kimmel, nos Estados Unidos, citado em comunicado pela Johns Hopkins Medicine, instituição de saúde norte-americana.

Para criarem o novo teste sanguíneo, Victor Velculescu e restante equipa utilizaram um tipo de sequenciação genómica (sequenciação de informação genética) que possibilita a correção direcionada no ADN.

O método de sequenciação permite descodificar 30 mil vezes cada código químico no ADN.

Para o seu estudo, os cientistas recolheram amostras de sangue e tecido tumoral de 200 doentes com cancro colorretal, da mama, do pulmão e do ovário em todas as fases da doença.

Posteriormente, procuraram no sangue por mutações em 58 genes associados a vários tipos de cancro. Ao todo, conseguiram detetar 86 de um total de 138 cancros em estádios I e II (fases iniciais).

Além disso, os investigadores realizaram a sequenciação genómica de tumores de 100 dos 200 doentes e descobriram que 82 pacientes tinham mutações genéticas relacionadas com as alterações no ADN detetadas no sangue.

Apesar dos resultados promissores, o teste sanguíneo, que pode ser usado em pessoas saudáveis, tem de ser validado com um número maior de pessoas, ressalva a equipa.

Em nenhuma das amostras de sangue de 44 pessoas saudáveis sujeitas ao teste foi detetada qualquer mutação genética derivada de células cancerígenas.» in http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/detecao-precoce-de-cancros-a-partir-de-um-teste-sanguineo-ja-e-possivel

16/08/17

Ciência - Uma equipa de investigadores descobriu, em sedimentos rochosos antigos na Austrália, indícios de como apareceram os primeiros animais na Terra, segundo um estudo publicado hoje na revista científica Nature.



«Como surgiram os primeiros animais na Terra? Estes investigadores começam a perceber a resposta

Uma equipa de investigadores descobriu, em sedimentos rochosos antigos na Austrália, indícios de como apareceram os primeiros animais na Terra, segundo um estudo publicado hoje na revista científica Nature.

Para chegarem a estes vestígios, cientistas da Universidade Nacional da Austrália extraíram dos sedimentos fósseis de moléculas de organismos.

"Estas moléculas dizem-nos que realmente [a vida] se tornou interessante há 650 milhões de anos. Foi uma revolução nos ecossistemas, foi o aumento [da concentração] de algas", afirmou o coordenador da equipa, Jochen Brocks, citado num comunicado da universidade.

Para o investigador, a grande quantidade de nutrientes nos oceanos e o arrefecimento da temperatura da superfície da Terra criaram as condições para a rápida disseminação das algas, que levou à transição dos oceanos dominados por bactérias para ecossistemas habitados por formas mais complexas de vida.

Jochen Brocks explicou que as algas, enquanto base da cadeia alimentar, "forneceram a energia necessária para a evolução dos ecossistemas complexos, onde animais cada vez maiores, incluindo os humanos, poderiam prosperar na Terra".

Antes disto acontecer, o planeta esteve coberto de gelo durante mais de 50 milhões de anos, de acordo com a teoria da 'Terra, bola de neve'.

"Grandes glaciares reduziram cordilheiras inteiras a pó que libertaram nutrientes. Quando a neve derreteu, durante um período de aquecimento global extremo, os rios conduziram torrentes de nutrientes para os oceanos", sustentou Brocks.» in http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/como-chegaram-os-primeiros-animais-a-terra-estes-investigadores-comecam-a-perceber-a-resposta
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