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14/03/24

Ambiente e Ecologia - Um “exercício minimalista” deixou muitas dúvidas sobre os apoios à compra de elétricos e os incentivos aos abates.



«Entretanto, alguém reparou na (má) novidade sobre elétricos e abates?

Um “exercício minimalista” deixou muitas dúvidas sobre os apoios à compra de elétricos e os incentivos aos abates.

O foco mediático ao longo das últimas semanas – e compreensivelmente – tem sido o ato eleitoral marcado para o próximo domingo, as eleições legislativas antecipadas.

Mas, entretanto, aconteceram outras coisas. E esta envolve precisamente o atual Governo.

Na semana passada o Governo publicou um despacho que, anualmente, milhares de portugueses aguardam: o Fundo Ambiental.

Mas o Fundo Ambiental para 2024 não é como os outros. Por vários motivos.

Primeiro, porque é publicado poucos dias antes de eleições, num Governo que está em gestão.

Segundo, e precisamente por causa disso, foi publicado um “exercício minimalista e de priorização“, admitiu o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro.

Terceiro, porque foram aprovados 1.8 mil milhões de euros mas as contas ainda vão a meio: foi deixado um remanescente de 64.3 milhões de euros para o próximo Governo, que fará o que entender com esse dinheiro.

Quarto, e por fim, esperava-se alguma novidade sobre o prometido incentivo aos abates de carros mais antigos, e em fim de vida – mas nada foi publicado sobre esse assunto. Os anunciados 129 milhões de euros para abates nem são mencionados no despacho.

O Automóvel Clube de Portugal (ACP) salienta que este documento cria muitas dúvidas em relação a dois aspetos: o apoio à compra de viaturas elétricas (seriam 10 milhões de euros, mas também não há referências) e precisamente o incentivo ao abate.

É que os 1.8 milhões de euros não têm, para já, uma lista de “entidades beneficiárias”. Faltam conhecer diversos pormenores.

Elsa Serra, do ACP, lamenta o facto da falta de concretização das medidas anunciadas, por causa da mudança de Governo para breve. “Só a partir de Maio e Junho é que deveremos ter novidades“, avisa a responsável.

E Elsa explica uma diferença essencial: os 129 milhões de euros previstos para os abates estavam apenas num relatório, na previsão para o Orçamento do Estado 2024. Não ficaram inscritos na Lei. Até lá, sem regulamento oficial, nada está definido. Nada fechado, afinal.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/fundo-ambiental-2024-587819


(Elétricos: como receber o apoio do Estado)

#automóveis    #elétricos    #fundoambiental    #minimalista    #acp    #adiamento

08/03/24

Ambiente e Ecologia - A Grande Barreira de Coral da Austrália está a sofrer um “enorme branqueamento”, uma deterioração causada pelas alterações climáticas, anunciaram esta sexta-feira as autoridades do país.



«A Grande Barreira de Coral está a morrer pela sétima vez

“Enorme branqueamento”, que significa, na prática, a morte dos corais, é provocado pelas alterações climáticas. É o sétimo desde 1998.

A Grande Barreira de Coral da Austrália está a sofrer um “enorme branqueamento”, uma deterioração causada pelas alterações climáticas, anunciaram esta sexta-feira as autoridades do país.

“Sabemos que a maior ameaça aos recifes de coral do mundo são as alterações climáticas. A Grande Barreira de Coral não é exceção”, afirmou a Ministra do Ambiente, Tanya Plibersek.

Este episódio de branqueamento maciço, o sétimo desde 1998, foi confirmado por cientistas que trabalham para o Governo australiano depois de levantamentos aéreos realizados em 300 recifes rasos.

A Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral (GBRMPA, na sigal em inglês) australiana disse que o branqueamento é generalizado desde o começo do verão no hemisfério sul, entre o início de dezembro e o final de fevereiro.

“As alterações climáticas são a maior ameaça à Grande Barreira de Coral e aos recifes de coral a nível mundial”, afirmou o cientista chefe da GBRMPA, Roger Beeden.

A GBRMPA indicou que o branqueamento afetou principalmente a maioria dos corais mais próximos da superfície do mar, mas acrescentou serem necessários mais estudos para avaliar a gravidade e a extensão do branqueamento da Grande Barreira.

Casa de 400 tipos de corais, 1.500 espécies de peixes e quatro mil variedades de moluscos, a Grande Barreira começou a deteriorar-se nos anos 1990 devido ao impacto do aquecimento da água do mar e ao aumento da acidez pela crescente presença de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

O branqueamento, na prática a morte dos corais, é causado pelo aumento da temperatura da água, algo que leva à expulsão de algas, com as quais os corais mantêm uma relação simbiótica e que satisfazem 90% das necessidades energéticas, e que dão ao coral a cor brilhante.

Este fenómeno ocorre quando as temperaturas subaquáticas excedem a média de longo prazo em mais de 1ºC. As temperaturas dos oceanos ao longo da Grande Barreira de Coral, com uma área de 344.400 quilómetros quadrados, atingiram níveis recordes nas últimas semanas, de acordo com dados oficiais.

As ondas de calor oceânicas causaram um enorme branqueamento de corais na Grande Barreira em 1998, 2002, 2016, 2017, 2020 e 2022.

Um relatório da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e da União Internacional para a Conservação da Natureza, divulgado em novembro de 2022, recomendou que a Grande Barreira de Coral seja incluída numa lista de locais em perigo. O documento alertou para a necessidade de uma ação “ambiciosa, rápida e sustentada”, sem a qual o maior recife do mundo, incluído na lista do Património Mundial da UNESCO em 1981, está em perigo.

ZAP // Lusa» in https://zap.aeiou.pt/a-grande-barreira-de-coral-esta-a-morrer-pela-setima-vez-588514


(Discovery Science - Documentário Completo e Dublado - A Grande Barreira de Corais)

16/02/24

Ambiente e Ecologia - A presença e concentração em depósitos naturais de partículas resultantes da queima de combustíveis fósseis é considerado um bom indicador da presença humana num determinado ambiente.



«Corais podem ajudar a contar a história da poluição humana

A presença e concentração em depósitos naturais de partículas resultantes da queima de combustíveis fósseis é considerado um bom indicador da presença humana num determinado ambiente. Além disso, o seu aparecimento é considerado o início da época do Antropocénico, embora ainda não seja cientificamente reconhecida.

Contudo, não é apenas na litosfera que se guardam os registos da história da Terra. Também o corais, com os seus esqueletos de carbonato de cálcio, são vistos como repositórios da memória do planeta.

Dadas as suas longas vidas e o seu crescimento regular e vagaroso, os corais podem fornecer aos cientistas dados valiosos sobre os climas de outros tempos, à escala de anos, meses ou mesmo semanas.

Uma equipa de investigadores quis testar uma nova abordagem e estudar os corais para recriar a história da poluição causada pelos humanos através dos combustíveis fósseis. À medida que os corais crescem, nos seus esqueletos vão ficando retidas partículas do meio envolvente, ajudando a perceber as condições de então.

Num artigo divulgado recentemente na ‘Science of the Total Environment’, investigadores do Reino Unido e de Espanha analisaram fragmentos de corais da espécie Cladocora caespitosa, recolhidos em 2015 no Mar Mediterrâneo, na Reserva Natural das Ilhas Columbretes, a 60 quilómetros da costa espanhola.

Os investigadores detetaram no esqueleto dos corais, pela primeira vez, a presença de partículas resultantes da queima de combustíveis fósseis, que dizem indicar que pelo menos parte do desenvolvimento desses animais invertebrados se deu durante um período de grande atividade industrial na região europeia.

“É a primeira vez que conseguimos ver este tipo de contaminantes em corais”, aponta, em comunicado, Lucy Roberts, da University College London e primeira autora do estudo.

Em laboratório, e sabendo o ritmo de crescimento desta espécie de coral (cerca de 0,3 centímetros por ano), a equipa percebeu que os esqueletos dos corais apresentavam um grande nível de contaminação que dataram entre 1969 e 1992, um período que, dizem, coincide com uma rápida industrialização da Europa e com um aumento significativo do consumo de carvão em Espanha.

Assim, estes cientistas acreditam que também o estudo dos corais pode ajudar a compreender a história da poluição humana e até mesmo aferir níveis de poluição ao longo dos anos, e, eventualmente, ajudar a marcar o início da época em que nós, humanos, começámos também a deixar a nossa marca indelével na face do planeta.» in https://greensavers.sapo.pt/corais-podem-ajudar-a-contar-a-historia-da-poluicao-humana/

(Las Islas Columbretes || Historia y reserva marina || El documental)

#ambiente    #ecologia    #corais    #mar    #mediterrânio    #reservanatural    

#ilhascolumbretes    #cladocoracaespitosa

09/01/24

Ambiente e Ecologia - Investigadores do Geothermal Research Cluster (GEORG), na Islândia, têm planos para perfurar uma câmara de magma, podendo desbloquear uma fonte ilimitada de energia limpa, naquela que será a primeira tentativa da história de exploração direta de magma.



«O primeiro túnel do mundo para uma câmara de magma poderá libertar energia ilimitada

A Islândia vai avançar com um projeto de extração ilimitada de energia através do magma – que pode ditar avanços significativos na tecnologia geotérmica, levar a uma melhor compreensão da atividade vulcânica e – acima de tudo – iniciar uma nova Era de “energia limpa”.

Investigadores do Geothermal Research Cluster (GEORG), na Islândia, têm planos para perfurar uma câmara de magma, podendo desbloquear uma fonte ilimitada de energia limpa, naquela que será a primeira tentativa da história de exploração direta de magma.

Como explica a New Scientist, historicamente, a perfuração em câmaras de magma é considerada arriscada e impraticável… mas essa visão mudou em 2009 no Krafla – um dos vulcões mais ativos do mundo – onde ocorreu uma perfuração acidental numa câmara de magma.

Na altura, o “Projeto Islandês de Perfuração Profunda” visava apenas explorar as potencialidades da energia geotérmica, mas o “feliz acidente” mudou tudo e deu esperanças.

Nesse episódio, quando, inesperadamente, uma broca atingiu a câmara de magma, constatou-se que trabalhar com o magma podia ser viável e seguro – e tal inspirou o projeto Krafla Magma Testbed (KMT).


Projeto Krafla Magma Testbed

Com início previsto para 2026, o KMT pretende perfurar a câmara de magma, estabelecendo o primeiro observatório de magma do mundo no vulcão Krafla, onde as temperaturas podem atingir os 900°C.

Os cientistas terão oportunidade de recolher dados sobre temperatura e pressão nunca antes inspecionados.

Tais conhecimentos poderiam revolucionar a compreensão sobre processos vulcânicos e aprimorar a previsão de erupções.

Outro objetivo – e, talvez, o mais ambicioso – do projeto é aproveitar a energia geotérmica do magma. Esta abordagem, aproveitando o calor e a pressão extremas, poderia melhorar, significativamente, a eficiência e a produção de energia geotérmica.

De acordo com a New Scientist, estes cientistas islandeses almejam um futuro onde a energia proveniente do magma possa ser utilizada globalmente, incluindo na “produção de combustíveis sintéticos de baixo carbono”.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/o-primeiro-tunel-do-mundo-para-uma-camara-de-magma-pode-libertar-energia-ilimitada-575966


(Krafla Magma Testbed)

#ambiente    #ecologia    #geologia    #islândia    #georg    #magma    #câmara

#perfurar    #energia    #geotérmica

20/12/23

Ambiente e Ecologia - O ecologista que inspirou a campanha Trillion Trees das Nações Unidas, Thomas Crowther, apelou aos ministros do ambiente presentes na COP28, no Dubai, que reduzam o plantio excessivo de árvores.



«Parem de plantar árvores (diz o ecologista que inspirou o mundo a plantar um bilião delas)

O ecologista que inspirou a campanha Trillion Trees das Nações Unidas, apelou aos ministros do ambiente presentes na COP28, no Dubai,  que reduzam o plantio excessivo de árvores.

Na sua intervenção na COP28, Thomas Crowther salientou que as grandes plantações de árvores exageram frequentemente as suas capacidades de redução de carbono, prejudicam a biodiversidade e são usadas para compensar emissões sem cortes reais nas mesmas.

Um estudo conduzido por Crowther em 2019, na ETH Zurique, sugeriu que a Terra deveria ter mais 1,2 biliões de árvores — que iriam absorver emissões significativas de carbono.

O estudo inspirou a campanha Trillion Trees das Nações Unidas e desencadeou iniciativas de plantação de árvores em todo o mundo.

No entanto, estas iniciativas foram muitas vezes usadas por empresas e líderes mundiais como a Shell e Donald Trump para fazer greenwashing — políticas enganosas de relações públicas que promovem iniciativas falsamente amigas do ambiente, evitando assim reais reduções das emissões de carbono.

Na altura, Crowther enfrentou críticas de cientistas que argumentaram que o seu estudo sobrestimava a quantidade de solo necessário para a restauração das florestas e o potencial de absorção de carbono.

Em resposta a estas críticas, o ecologista alterou agora a sua posição, sublinhando que preservar as florestas existentes poderá ter um impacto maior do que plantar novas.

No seu artigo mais recente, que apresentou na COP28, o ecologista tenta contrariar o efeito de greenwashing que o seu trabalho anterior inadvertidamente apoiou, defendendo um investimento responsável na natureza, com ênfase no apoio às comunidades indígenas e na gestão sustentável da terra.

O estudo mais recente de Crowther, publicado em novembro na Nature e coautorado por mais de 200 cientistas, foca-se nos benefícios de preservar as florestas intactas e permitir que as existentes amadureçam, absorvendo assim quantidades substanciais de carbono.

Os Emirados Árabes Unidos, anfitriões da COP28, anunciaram durante a cimeira planos para plantar 100 milhões de árvores até 2030, ao mesmo tempo que o país aumenta a produção de petróleo — um acto claro de greenwashing, diz Kate Dooley, investigadora da Universidade de Melbourne, citada pela Wired.

A COP28 trouxe progressos (discutíveis) no reconhecimento da importância de reverter a perda de florestas e no aumento do apoio a tais iniciativas.

Contudo, o desafio do greenwashing persiste, como é exemplificado pelas ações contraditórias da Noruega, que financia a conservação da Amazónia e ao mesmo tempo aprova novos projetos de exploração dos seus enormes depósitos de petróleo e gás.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/parem-de-plantar-arvores-diz-o-ecologista-que-inspirou-o-mundo-a-plantar-um-biliao-de-arvores-572507


(What is greenwashing? - BBC News)

#ambiente    #ecologia    #thomascrowther    #plantio    #árvores    

#trilliontrees    #greenwashing    #naçõesunidas

06/12/23

Ambiente e Ecologia - Os ventos transportam partículas que são ricas em ferro e fósforo, elementos que, ao viajarem todas estas distâncias, ajudam a fornecer nutrientes a inúmeros organismos, como o fitoplâncton.



«As poeiras do Saara podem beneficiar o ambiente 
Ana Rita Paiva

Curiosamente, as partículas chegam a voar milhares de quilómetros entre países, enquanto alimentam organismos e o ecossistema.

Sair de casa e ver as ruas através de uma espécie de filtro sépia é sempre surpreendente. Os especialistas já tinham referido que no dia 16 de março, seria o dia de maior visibilidade do fenómeno que alaranjou os céus da Península Ibérica e que teve origem no deserto do Saara. O impacto das poeiras do Saara não é propriamente uma novidade, até porque pudemos ver o fenómeno em 2021 e em 2020, de forma muito menos visível. Só que este fenómeno anual teve, em 2022, circunstâncias imprevisíveis. Por efeito da tempestade Célia, as poeiras lançadas ao ar em África chegaram numa maior concentração a Portugal. A elevada presença destas poeiras no ar levou a que as autoridades de saúde emitissem um alerta a idosos, crianças e doentes respiratórios, para que evitassem este ar potencialmente prejudicial à saúde. No entanto, este fenómeno instagramável, apesar de potencialmente perigoso, é um efeito absolutamente crucial para o ecossistema do planeta.

Tudo tem origem nos fortes ventos que se fazem sentir no maior deserto do planeta, que cobre mais de nove milhões de quilómetros quadrados, perto do tamanho do território chinês — e cerca de 8% da área total do planeta. É nas planícies do Saara que os ventos mais facilmente elevam as partículas finas que depois de acumulam a altas altitudes, explica a “National Geographic”.

Um estudo recente revelou que a sua concentração é habitualmente mais perigosa quanto atinge os países africanos mais a ocidente. É nessa região que se sentem com mais força os efeitos nefastos das partículas. De tal forma que, em muitos casos, a exposição a este ar pesado pode ditar a morte de recém-nascidos. À medida que o ar carrega a nuvem de poeiras para lá dos mares e oceanos, também a concentração diminui, tornando-a menos perigosa. O que não significa que não possa acarretar perigos para os mais vulneráveis. No entanto, nem tudo é negativo neste fenómeno natural que impacta todo o planeta. Esta nuvem é, aliás, absolutamente vital para o ecossistema do planeta.

Os ventos transportam partículas que são ricas em ferro e fósforo, elementos que, ao viajarem todas estas distâncias, ajudam a fornecer nutrientes a inúmeros organismos, como o fitoplâncton. Quando as partículas chegam ainda mais longe, à floresta Amazónica, repetem a função. É do fósforo destas nuvens que se alimenta também o solo da floresta tropical, revela os estudos que traçam a ligação essencial entre estes dois ecossistemas separados por um oceano e milhares de quilómetros. Uma prova de que, apesar de gigante, o planeta está em perfeita sintonia. Outro aspeto importante: os investigadores acreditam que esta nuvem de partículas ajuda a impedir a formação de ciclones tropicais. O seu ambiente seco serve para travar os ambientes húmidos em que estes fenómenos proliferam.

A verdade é que estas poeiras vindas do Saara, apesar de se tratarem de um fenómeno anual, tem sido sentido cada vez de forma mais intensa, sobretudo neste século.» in https://pontosdevista.pt/2022/03/17/as-poeiras-do-saara-podem-beneficiar-ambiente/


#ambiente    #ecologia    #poeriasdosaara    #nutrientes    #oceano    

#florestaamazonia     #fitoplâncton

16/11/23

Ambiente e Ecologia - O lago no Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Kealia Pond, em Maui, no Havai, transformou-se num cenário que parece saído do filme da Barbie.



«Um lago no Havai tornou-se cor de rosa nas últimas semanas

A seca extrema está a levar ao aumento da salinidade do lago, o que explica o seu tom cor de rosa choque.

O lago no Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Kealia Pond, em Maui, no Havai, transformou-se num cenário que parece saído do filme da Barbie.

Desde pelo menos 30 de outubro, a água do lago adquiriu uma tonalidade rosa choque impressionante, um fenómeno raro resultante do aumento significativo da concentração de sal devido a uma seca extrema.

Esta mudança foi confirmada pelas amostras de água analisadas pela Universidade do Havai, indicando a presença de halobactérias, um tipo de organismo extremófilo conhecido por prosperar em ambientes de alta salinidade.

As halobactérias são organismos unicelulares adaptados a uma elevada salinidade, frequentemente encontrados em locais como o Grande Lago Salgado e o Mar Morto. A sua capacidade de sobreviver em condições onde a salinidade da água é o dobro da do mar levou à sua classificação como extremófilos. O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA destacou esta notável capacidade de sobrevivência.

O lago de Kealia, cujo nome se traduz por “cristalização de sal”, viu os seus níveis de salinidade subirem bem acima do normal devido à seca severa em Maui. Toda a ilha está a lutar contra condições de seca severa, com a área em torno do refúgio de Kealia Pond a sofrer o que é classificado como uma seca extrema, a segunda pior categoria na escala do Monitor de Secas dos EUA, escreve a CNN.

Contribuindo para este aumento da salinidade está a reduzida entrada de água doce do rio Waikapu, que normalmente flui das Montanhas de Maui Ocidental para o lago. O próprio rio é afetado pelas condições extremas de seca, levando a maiores concentrações de sal e criando um ambiente favorável para a proliferação das vibrantes halobactérias.

Esta mudança ambiental faz parte de um padrão mais amplo que afeta o Condado de Maui, com aproximadamente 90% da área, incluindo ilhas vizinhas, a sofrer de seca severa. A situação foi exacerbada por um incêndio mortal em Lahaina em agosto.

À medida que os cientistas continuam a estudar os impactos da crise climática em regiões como o Havai, há uma preocupação crescente de que as condições de seca se agravem com o aumento das temperaturas globais, mesmo em áreas tipicamente tropicais.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/lago-havai-cor-de-rosa-567302


(Pink pond on Maui fascinates visitors, drought likely the cause)


#ambiente    #ecologia    #havai    #salinidade    #coloração    #lago

19/10/23

Ambiente e Ecologia - Rio Negro, em Manaus, alcançou o seu nível mais baixo em 117 anos de registos, estando quatro centímetros abaixo do recorde negativo anterior, registado em 2010



«De paisagem tropical a deserto: nível dos rios da Amazónia aproxima-se de mínimo histórico

Rio Negro, em Manaus, alcançou o seu nível mais baixo em 117 anos de registos, estando quatro centímetros abaixo do recorde negativo anterior, registado em 2010. Sem via fluvial, comunidades ribeirinhas ficam isoladas — e não é só a floresta no Amazonas que precisa de ajuda.

Com um guarda-chuva na mão, Maciel Oliveira, de 19 anos, caminha durante duas horas sob um sol abrasador por dunas de areia fina e clara, num cenário que se assemelha a um deserto. No entanto, há dois meses, neste mesmo local, ele atravessava o rio Solimões a bordo de uma rabeta, como são conhecidas as canoas motorizadas típicas e omnipresentes na Amazónia.

Atualmente muitas delas permanecem encalhadas ou abandonadas, à espera que os rios voltem a encher. Algo que, na opinião de especialistas, não deverá ocorrer antes de dezembro, sinalizando não apenas a estiagem mais forte na floresta, mas também a mais prolongada.

Oliveira faz esta travessia todos os dias para auxiliar um amigo que vive na outra margem e que não tem condições de romper o isolamento imposto pela emergência climática do ano que poderá vir a ser o mais quente da história. “É um sofrimento que nunca tínhamos passado, mas ele precisava desse peixe”, relata.

Dos 62 concelhos da Amazónia, 60 deles têm a sede e quase a totalidade das comunidades rurais das suas áreas à margem de rios, ribeiros e lagos. A extensa dependência da população destes cursos de água explica por que é que a crise não é apenas ambiental, mas a crise humanitária mais grave vivida recentemente na Amazónia Ocidental.

Até mesmo a segurança alimentar da população está a ser ameaçada, com alimentos a terem que vir de longe devido à dificuldade de produção em muitas localidades. Face ao cenário, o governo estadual já pondera remover comunidades inteiras que vivem da agricultura familiar nas áreas de várzea dos principais rios do estado devido às alterações climáticas.

O governo federal estima que cerca de 500 mil pessoas serão afetadas pela seca deste ano na região Norte. De acordo com o secretário do Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, a seca mais intensa e prolongada pode tornar inviável a manutenção da agricultura familiar realizada tradicionalmente em áreas férteis nas margens dos rios.

“Vamos ter de adaptar todo o ciclo de uso de determinadas culturas, como da mandioca, e culturas de hortícolas, para uma realidade de terra firme, dependente de fertilizantes e outros insumos dispendiosos”, diz.

O lago de Tefé, antes um santuário de duas espécies de boto ameaçadas de extinção — o boto vermelho e o tucuxi — foi o palco de uma das maiores tragédias da fauna amazónica nesta seca. Cerca de 10% da população local de 1.500 animais morreram entre o final de Setembro e o início de Outubro. Investigadores de todo o país, liderados pelo Instituto Mamirauá, desenvolveram uma força-tarefa para resgatar os animais mortos ou vivos sob stress, em busca de respostas para a mortalidade.

Apesar de ser o principal rio da região, e o maior do mundo, o Solimões não é o único afetado. Todos os grandes rios da floresta, afluentes do Amazonas, sofrem com a seca atual. O rio Madeira está a 30 centímetros do nível mais baixo já registado, prejudicando a atividade das hidroelétricas na sua extensão. Jirau continua a funcionar com 15% da sua capacidade, enquanto Santo António está desligada desde o início de Outubro.

Já o rio Negro, em Manaus, alcançou o seu nível mais baixo em 117 anos de registos, estando quatro centímetros abaixo do recorde negativo anterior, registado em 2010.

Ar tóxico vem do “Arco de Fogo” e da desflorestação

A maior fonte de emissões de gases de efeito de estufa no Brasil não ocorre nas grandes cidades, mas sim com a desflorestação e queima de ecossistemas naturais, especialmente a Amazónia.

Este ano há uma grande probabilidade de ocorrerem grandes incêndios florestais que devastarão a floresta muito mais rapidamente do que a própria desflorestação.

Nas últimas semanas, Manaus tem revelado ao mundo a dimensão do problema. No coração da floresta e a milhares de quilómetros do chamado “Arco de Fogo”, onde normalmente se concentram as queimadas, a capital do Amazonas tem adormecido e acordado com uma camada de fumo sobre a cidade.

Com o combate aos mais de 500 focos de incêndio apenas nos arredores tornando-se inviável de ser feito com eficiência, as autoridades recomendam o uso de máscaras e pedem que a população evite exercícios físicos ao ar livre. Algo impossível para as centenas de trabalhadores que ganham a vida a carregar e descarregar produtos no porto que se tornou, esta semana, o segundo mais tóxico do mundo devido à poluição.

Esmagada entre a seca, o calor, a falta de água e de luz, e incêndios, a população agora depara-se com filas em serviços de saúde focados em doenças respiratórias que aumentaram até 40%. Não é apenas a floresta no Amazonas que precisa de ajuda.

// DW» in https://zap.aeiou.pt/de-paisagem-tropical-a-deserto-nivel-dos-rios-da-amazonia-aproxima-se-de-minimo-historico-562406


#ambiente    #ecologia    #amazónia    #manaus    #rionegro

29/09/23

Ambiente e Ecologia - Contudo, um novo estudo prevê que a formação de um novo “supercontinente” vai acabar por determinar o fim da vida na Terra.



«Um novo “supercontinente” pode dizimar todos os mamíferos (incluindo os humanos)

Os mamíferos existem em quase todos os principais habitats terrestres, pelo que é difícil imaginar um mundo sem a sua presença. Contudo, um novo estudo prevê que a formação de um novo “supercontinente” vai acabar por determinar o fim da vida na Terra.

A nova investigação, levada a cabo por cientistas da Universidade de Bristol, concluiu que a formação de um novo “supercontinente” poderá extinguir todos os mamíferos (incluindo os seres humanos) dentro de 250 milhões de anos.

“A formação e a decomposição da Pangeia Ultima [nome dado ao potencial supercontinente] limitarão e acabarão com a habitabilidade dos mamíferos terrestres na Terra, ao excederem as suas tolerâncias térmicas milhares de milhões de anos mais cedo do que se supunha”, escreveram os investigadores, citados pelo Science Alert.

Os especialistas sabem muito pouco sobre o que acontece ao clima do planeta quando os seus continentes se agregam numa grande massa de terra. Por esse motivo, nesta investigação, basearam-se no último supercontinente da Terra, a Pangeia, que surgiu há 310 milhões de anos, para prever o que acontecerá durante a formação do próximo supercontinente.

Os resultados sugerem que o clima irá tornar-se insuportavelmente quente: o Sol irá imitir cerca de 2,5% mais radiação e a formação do supercontinente alterará drasticamente o sistema climático global, podendo secar grandes extensões de terra e reter mais dióxido de carbono na atmosfera.

Durante o período da primeira Pangeia, os níveis de dióxido de carbono atmosférico subiram de cerca de 200 partes por milhão para 2.100 ppm, um fenómeno que originou temperaturas extremas cerca de 10°C superiores à média global atual.

Sendo que os atuais níveis de dióxido de carbono atmosférico situam-se em cerca de 416 ppm em relação aos níveis pré-industriais, no futuro, se o dióxido de carbono atmosférico voltar a ultrapassar os 560 ppm, mesmo que seja apenas durante um século, poderá provocar um fenómeno de extinção em massa.

Os modelos sugerem que é provável que tal aconteça quando a Pangea Ultima se formar, uma vez que as placas tectónicas criam feedbacks climáticos e sistemas meteorológicos alterados. Ou seja, se for transportada menos água doce para as regiões do interior, por exemplo, as florestas poderão secar e os depósitos de carbono do interior poderão transformar-se em torneiras de carbono.

No pior cenário, os investigadores preveem que a Pangea Ultima poderá originar uma temperatura média mensal de 46,5°C. Tendo em conta o stress térmico dos mamíferos, estas temperaturas serão provavelmente proibitivas para a grande maioria das espécies conhecidas.

“Embora não possamos descartar a adaptação evolutiva ao stress do calor e do frio, estudos recentes mostraram que os limites superiores de termotolerância dos mamíferos são conservados ao longo do tempo geológico e não aumentaram durante os eventos de aquecimento rápidos ou mais lentos do passado”, lê-se no estudo.

No fundo, e tendo em conta este contexto histórico, há poucas hipóteses de os mamíferos evoluírem suficientemente depressa para fazer face ao próximo supercontinente da Terra.

O artigo científico foi recentemente publicado na revista Nature Geoscience.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/um-novo-supercontinente-pode-dizimar-todos-os-mamiferos-incluindo-os-humanos-559447

(Supercontinente vai acabar com a maioria dos mamíferos terrestres)


#ambiente    #ecologia    #supercontinente    #mamíferos    #fimdaterra

25/08/23

Ambiente e Ecologia - A pesquisa indica que a Humanidade está a consumir os recursos da Terra a um ritmo alarmante e que isso pode levar a uma “correção populacional”.



«Cientista prevê que a Humanidade vai entrar em colapso civilizacional até ao fim do século

A pesquisa indica que a Humanidade está a consumir os recursos da Terra a um ritmo alarmante e que isso pode levar a uma “correção populacional”.

O rápido crescimento da população global, que já chegou aos oito mil milhões, pode empurrar o planeta para uma severa “correção populacional”, alerta um novo estudo da Universidade da Colúmbia Britânica no Canadá publicado na World.

Esta correção pode manifestar-se como um colapso civilizacional dentro deste século, poupando apenas as sociedades mais resilientes e prósperas. William Rees, ecologista populacional que liderou o estudo, adverte que a Humanidade está a explorar os recursos da Terra a um ritmo alarmante e insustentável.

“O Homo sapiens evoluiu para se reproduzir exponencialmente, expandir geograficamente e consumir todos os recursos disponíveis. Durante a maior parte da história evolutiva da humanidade, essas tendências expansionistas foram combatidas por um feedback negativo. No entanto, a revolução científica e o uso de combustíveis fósseis reduziram muitas formas de feedback negativo, permitindo-nos realizar todo o nosso potencial de crescimento exponencial”, frisa Rees no estudo.

As nossas tendências intrínsecas para o pensamento de curto prazo levam-nos agora a consumir recursos excessivamente quando disponíveis. As alterações climáticas são apenas uma fração do problema da “sobrecarga”, escreve o Science Alert.

O consumo global de biomassa e a perturbação dos ciclos essenciais de nutrientes estão a empurrar a Terra em direção à sua sexta extinção em massa, colocando em risco os sistemas fundamentais que sustentam da vida.

As descobertas de Rees desafiam as nossas soluções propostas, como a adoção de energias renováveis, pois elas não abordam o problema central do crescimento populacional exponencial. Em vez disso, incentivam inadvertidamente o consumo adicional.

O estudo levanta uma questão essencial: As inovações tecnológicas, desde combater as alterações climáticas até melhorar a produção de alimentos, podem acompanhar as nossas crescentes exigências de consumo?

A falha em inovar pode resultar em resultados alarmantes, incluindo escassez de alimentos, instabilidade de habitats, guerras e doenças, o que pode impactar significativamente os números populacionais. Rees enfatiza a necessidade de abordar a sobrecarga diretamente para aliviar simultaneamente os seus principais sintomas.

“No melhor dos mundos possíveis, toda a transição poderia ser gerida de forma a prevenir o sofrimento desnecessário de milhões de pessoas, mas isso não está a acontecer”, remata.» in https://zap.aeiou.pt/humanidade-colapso-civilizacional-seculo-553340


(Esgotamento de Recursos Naturais e suas Consequências)


#canadá    #ambiente    #ecologia    #universidadedacolúmbiabritânicana

#terra    #esgotamento    #recursos     #biomassa    #extinção

30/07/23

Ambiente e Ecologia - Os restos mortais de um alpinista alemão que desapareceu enquanto escalava perto da icónica montanha Matterhorn, na Suíça, em 1986, foram recuperados pela polícia local 37 anos depois.



«Glaciar que derreteu desvenda corpo de um alpinista desaparecido desde 1986

Os restos mortais de um alpinista alemão que desapareceu enquanto escalava perto da icónica montanha  em 1986, foram recuperados pela polícia local 37 anos depois.

A notícia é avançada por uma comunicação oficial da autoridade local, a Polícia cantonal de Valais, que sublinha que os restos mortais foram encontrados no dia 12 de julho juntamente com vários equipamentos de alpinismo, na zona de Theodul em Zermatt.

A análise de ADN mostrou que o corpo era efetivamente de um alpinista alemão, desaparecido há 37 anos, cuja grande operação de busca e resgate na altura não conseguiu ter qualquer sucesso. Segundo as autoridades, o homem terá desaparecido em setembro de 1986.

No dia 12 de julho de 2023, um grupo de alpinistas descobriu os restos humanos e os equipamentos. Toda a descoberta foi transportada para Sion, para o departamento de medicina legal do Hospital Valais, para ser examinada em colaboração com a secção de identificação forense da polícia cantonal de Valais. Uma comparação de ADN estabeleceu que era de facto o alpinista que estava desaparecido desde setembro de 1986.

A polícia esclarece que nos últimos anos o derretimento do glaciar devido ao aquecimento global "está a atrair cada vez mais alpinistas".

Segundo o canal britânico BBC, quase todos os verões o derretimento do gelo revela algo ou alguém perdido há décadas. No ano passado, os destroços de um avião que caiu em 1968 emergiram do glaciar Aletsch.

Já em 2014, o corpo do alpinista britânico desaparecido, Jonathan Conville, foi descoberto por um piloto de helicóptero que avistou algo estranho enquanto entregava mantimentos num refúgio de montanha em Matterhorn.

Um ano depois, os corpos de dois alpinistas japoneses também foram descobertos. Estes tinham desaparecido numa tempestade de neve em 1970.

Como consequência maior do derretimento, no ano passado, registou-se inclusivamente uma mudança da fronteira entre a Suíça e a Itália, uma fronteira que tinha sido originalmente estabelecida na divisão de drenagem - o ponto em que a água derretida desce em direção a um ou outro país. Com os derretimentos, a posição da divisão de drenagem mudou e o famoso Rifugio Guide del Cervino, um chalé de montanha italiano muito visitado pelos amantes de esqui e de montanha, está agora tecnicamente na Suíça, e estão a acontecer negociações delicadas entre os governos suíço e italiano para decidir como redesenhar a fronteira.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/glaciar-que-derreteu-desvenda-corpo-de-um-alpinista-desaparecido-desde-1986


#ambiente    #ecologia    #degelo     #suiça    #matterhorn     #montanha

30/03/23

Ambiente e Ecologia - Uma equipa de cientistas da Austrália e dos Estados Unidos da América alerta que as correntes oceânicas que circulam em torno da Antártida “estão a caminho do colapso”, podendo, nos próximos 30 anos, desacelerar mais de 40%.


«Correntes oceânicas na Antártida podem desacelerar mais de 40% nas próximas décadas

Uma equipa de cientistas da Austrália e dos Estados Unidos da América alerta que as correntes oceânicas que circulam em torno da Antártida “estão a caminho do colapso”, podendo, nos próximos 30 anos, desacelerar mais de 40%.

Num artigo divulgado na revista ‘Nature’, dizem que esse declínio provocará a estagnação dos movimentos de água nas profundidades dos oceanos, afetando o clima e os ecossistemas marinhos durante vários séculos.

Quando as águas de outros pontos do planeta chegam à Antártida arrefecem e, por isso, afundam até às profundezas do oceano, um mecanismo que atua como o ‘motor’ que dá vida a uma rede de correntes oceânicas que se estende por todo o mundo, transportando calor, carbono, oxigénio e nutrientes. Esses movimentos têm influência no clima, no nível das águas e na produtividade e saúde dos ecossistemas marinhos.

Estima-se que todos os anos cerca de 250 biliões (trillion em inglês) de toneladas de água salgada, fria e rica em oxigénio afunde nas imediações da Antártida, sendo depois transportada para norte, enriquecendo os oceanos Índico, Pacífico e Atlântico.

Matthew England, da Universidade de New South Whales, na Austrália, explica que os resultados da investigação permitiram constatar que, se não houver uma redução significativa das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera e se o degelo na Antártida continuar sem dar trégua, a dinâmica das correntes antárticas “irá desacelerar mais de 40% nos próximos 30 anos”, uma trajetória que, segundo o cientista, “caminha em direção ao colapso”.

“Se os oceanos tivessem pulmões”, diz England, o sistema de correntes antárticas “seria um deles”, tendo mantido uma relativa estabilidade ao longo de milhares de anos, que agora está ameaçada pelo aquecimento provocado pelas emissões de gases com efeito de estufa.

Se a previsão se vier a concretizar, então os oceanos abaixo dos 4.000 metros estagnarão. “Isso aprisionaria os nutrientes no fundo dos oceanos, reduzindo os nutrientes disponíveis para suportar a vida marinha perto da superfície”, explica.

Para o investigador, essas “alterações profundas” nas correntes oceânicas “terão um significativo impacto adverso nos oceanos durante vários séculos”.» in https://greensavers.sapo.pt/correntes-oceanicas-na-antartida-podem-desacelerar-mais-de-40-nas-proximas-decadas/

(Correntes oceânicas causam a maior parte da perda de gelo na Antártida)

#ambiente    #ecologia    #austrália    #eua    #correntesoceânicas

15/03/23

Ambiente e Ecologia - Defensores do ambiente pediram na terça-feira ações “urgentes” perante “a contaminação e destruição” dos rios em El Salvador, dos quais disseram que estão a “agonizar”, por ocasião do Dia Internacional de Ação pelos Rios.


«Ambientalistas apontam que os rios em El Salvador estão a agonizar 
Por Green Savers com Lusa 16:00 - 15 Março 2023

Defensores do ambiente pediram na terça-feira ações “urgentes” perante “a contaminação e destruição” dos rios em El Salvador, dos quais disseram que estão a “agonizar”, por ocasião do Dia Internacional de Ação pelos Rios.

O ecologista Alejandro Labrador, da Unidade Ecológica Salvadorenha (UNES), indicou durante uma conferência de imprensa que a situação dos rios no país é “realmente preocupante”, porque “as águas superficiais e subterrâneas estão em estado “realmente alarmante de contaminação e ameaça de extinção”.

Segundo o Ministério do Ambiente, 80% dos rios de El Salvador “estão contaminados por diferentes fontes” e recebem grande parte das 380 toneladas de lixo que “não têm tratamento final”.

Além disso, 68% da água superficial de El Salvador está contaminada.

Labrador adiantou que “79% dos rios devem ser submetidos a processos de recuperação ou de saneamento e cerca de 30%, ou menos, beneficiam de processos de recuperação paulatina, mal conseguindo sobreviver”.

Apontou ainda que “no país, os rios e as águas superficiais agonizam e estão expostos a uma exploração desmedida por parte das grandes indústrias que realmente estão a complicar a vida das populações menos favorecidas com o acesso à água, em termos de qualidade e quantidade, bem como aos ecossistemas e meios de vida”.» in https://greensavers.sapo.pt/ambientalistas-apontam-que-os-rios-em-el-salvador-estao-a-agonizar/

(Mar de plástico invade América Central)

#ambiente    #ecologia    #elsalvador     #rios    #seca

#poluição

16/02/23

Ambiente e Ecologia - O glaciar Thwaites, também conhecido como “Glaciar do Juízo Final”, ganhou este nome devido ao elevado risco de colapso e ameaça ao nível do mar.


«“Glaciar do Juízo Final”. Cientistas fazem descoberta alarmante

Cientistas fizeram uma descoberta alarmante sobre o chamado “Glaciar do Juízo Final”. Está a derreter rapidamente de formas inesperadas.

O glaciar Thwaites, também conhecido como “Glaciar do Juízo Final”, ganhou este nome devido ao elevado risco de colapso e ameaça ao nível do mar. Os cientistas estão preocupados com a subida do nível do mar que acompanharia o potencial desaparecimento do glaciar.

O glaciar é capaz de elevar o nível do mar em alguns metros e está a erodir ao longo da sua base submersa, à medida que a temperatura do planeta aquece. Agora, graças a um novo estudo, sabe-se que está a derreter rapidamente de formas inesperadas.

Em dois estudos publicados esta quarta-feira na revista Nature, os cientistas revelaram que, embora o ritmo de derretimento debaixo de grande parte da plataforma de gelo seja mais lento do que se pensava, fendas profundas e formações de “escadas” no gelo estão a fazê-lo derreter muito mais rapidamente, revela a CNN.

Os resultados da investigação revelam “uma imagem muito matizada e complexa”, disse Peter Davis, autor principal de um dos artigos científicos.

Embora os cientistas tenham descoberto que o ritmo de derretimento debaixo de grande parte do glaciar é mais lento do que se pensava, Davis alerta que “o glaciar ainda está com problemas”.

“O que descobrimos é que, apesar de pequenas quantidades de derretimento, ainda há um rápido recuo do glaciar, por isso não parece ser preciso muito para desequilibrar o glaciar”, disse o autor do artigo à CNN.

Britney Schmidt, professora da Universidade de Cornell e autora do outro estudo, corroborou os resultados de Davis: “O glaciar não está apenas a derreter por dentro, está também a derreter para fora”.

Em 1973, os investigadores já se questionavam se o glaciar estaria em risco elevado de colapso. Quase uma década depois, descobriram que as correntes oceânicas quentes podem derreter o glaciar por baixo, perdendo estabilidade a partir do fundo.

Em 2021, um estudo mostrou que a plataforma de gelo do Thwaites, que ajuda a estabilizar o glaciar e a impedir que o gelo flua livremente para o oceano, pode desfazer-se no espaço de cinco anos.

“O Thwaites está realmente preso por um fio e devemos esperar grandes mudanças, ao longo de curtos espaços de tempo no futuro”, avisou o geofísico marinho Robert Larter, coautor de um estudo sobre o glaciar, publicado em setembro do ano passado.

Todos os anos, o “Glaciar do Juízo Final” lança milhares de milhões de toneladas de gelo no oceano, contribuindo com cerca de 4% para a subida anual do nível do mar. Os cientistas calculam que o nível global do mar poderá subir cerca de 3 metros se o glaciar colapsar.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/glaciar-juizo-final-alarmante-522521

(Geleira do Apocalipse pode colapsar em breve)

#ambiente    #ecologia    #aquecimentoglobal    #glaciardojuízofinal

10/02/23

Ambiente e Ecologia - Em vez de verem, como habitualmente, as encostas cobertas de neve no inverno, as montanhas estão repletas de cactos.


«Cactos substituem neve: Aquecimento global altera cenário das montanhas suíças

Os residentes do cantão suíço do Valais deparam-se agora com um cenário diferente devido ao às temperaturas atípicas na região. Em vez de verem, como habitualmente, as encostas cobertas de neve no inverno, as montanhas estão repletas de cactos.

O aumento desta espécie invasora, pertencentes ao género Opuntia, surgiu à medida que o aquecimento global se foi intensificando, segundo as autoridades que alertam para o facto de as plantas estarem a invadir as reservas naturais e representarem uma ameaça para a biodiversidade.

“Amante de climas secos e quentes, esta planta invasiva e não nativa não é bem-vinda no perímetro de pradarias e pastagens secas de importância nacional”, frisou o município de Fully, no vale do Ródano, num comunicado de imprensa que anuncia a realização de uma campanha de desenraizamento.

Também existem outras espécies de Opuntia e cactos semelhantes noutras colinas da capital do Valais, em Sion, onde as estimativas sugerem que estas plantas constituem até 30% da baixa cobertura vegetal. Foram também detetadas nas regiões alpinas vizinhas, como o Ticino e Grisons, na Suíça, e no vale de Aosta e Valtellina, em Itália.

“Em algumas partes do Valais, estimamos que os cactos ocupem um terço da superfície disponível”, esclareceu o biólogo Yann Triponez que trabalha no serviço de proteção da natureza do cantão do Valais ao destacar que o género Opuntia está presente no Valais, pelo menos, desde o final do século XVIII, quando foi importado da América do Norte.

Um clima mais quente nos Alpes permite períodos de vegetação mais longos e, consequentemente, a diminuição da cobertura de neve, que pode estar a criar as condições ideais para a sua propagação, defendem as autoridades segundo o jornal The Guardian. “Estas espécies suportam -10ºC ou -15ºC sem qualquer problema”, mencionou o professor de geologia Peter Oliver Baumgartner, encarregue pelo cantão de analisar as plantas. “Querem estar num lugar seco e não gostam de estar cobertas de neve”, sublinhou.

A neve está a tornar-se mais rara em altitudes mais baixas, mesmo nos Alpes. O número de dias de neve abaixo dos 800 metros de altitude na Suíça diminuiu para metade desde 1970, segundo o Meteo Swiss, e um estudo recente publicado na revista Nature Climate Change, dá conta de que a neve cobre os Alpes apenas durante cerca de um mês a menos do que as médias históricas.» in https://multinews.sapo.pt/noticias/cactos-substituem-neve-aquecimento-global-altera-cenario-das-montanhas-suicas/

#ambiente    #ecologia    #suiça    #cactos

17/01/23

Desertificação - Algumas das ideias sobre a terra defendidas pelo agrónomo Amílcar Cabral são atualmente consideradas pelas Nações Unidas no combate à desertificação, o que revela o pioneirismo do líder africano, disse hoje o especialista na área dos solos Manuel Madeira.



«Ideias de Amílcar Cabral sobre os solos são hoje consideradas pelas Nações Unidas

Algumas das ideias sobre a terra defendidas pelo agrónomo Amílcar Cabral são atualmente consideradas pelas Nações Unidas no combate à desertificação, o que revela o pioneirismo do líder africano, disse hoje o especialista na área dos solos Manuel Madeira.

Professor catedrático jubilado do Instituto Superior de Agronomia (ISA), onde Amílcar Cabral se formou engenheiro agrónomo, Manuel Madeira sublinha a importância do curso no ecletismo da formação de Amílcar Cabral, que “é de uma cultura enorme, abrangendo várias áreas do conhecimento”.

Uma formação que agudizou a visão genérica dos problemas gerais, dos ecossistemas. À curiosidade natural de Cabral, associou-se uma formação superior, concluída após o relatório final do curso de engenheiro agrónomo, intitulado “O problema da erosão do solo. Contribuição para o seu estudo na região de Cuba (Alentejo)”, datado de 1951.

A obra, que faz parte do repositório do ISA e pode ser consultada, é dedicada “aos jornaleiros do Alentejo, trabalhadores da terra dos latifúndios, homens de vida incerta que a erosão ameaça”.

A dedicação terá promovido alguns anticorpos num sistema fascista e colonialista, sem espaço para grandes odes aos trabalhadores rurais.

Na génese da mesma esteve, seguramente, a experiência vivenciada por Cabral em Cabo Verde, terra onde viveu e de onde eram naturais os pais, nomeadamente as grandes fomes dos anos 40 do século passado, provocadas, em parte, pelas secas e que custaram milhares de vidas.

À experiência pessoal aliou-se a formação do ISA e uma produção científica frequente, materializada em vários artigos.

“Estou em crer que estes escritos derivam um pouco desse convívio, dessa confrontação com o drama humano que se vivia em Cabo Verde”, disse.

E dessa constatação surgiu a defesa de ideias pioneiras, como a construção de barragens.

“Cabral sabia que existia uma questão técnica: Temos de ter mais água, segurar água, reter água, florestar. Tem de se promover a cobertura florestal para se combater o risco da erosão”.

Curiosamente, adiantou o docente, estes textos que Amílcar Cabral escreveu enquanto estudante, a partir da situação cabo-verdiana que presenciou, aliada à investigação e formação superior no ISA, têm “fundamentos e conceptualizações que estão atualmente considerados na Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, o que revela uma perceção e uma inovação”.

E acrescentou: “Cabral considerava que, além de um problema técnico, existia um problema de políticas, de governo, que os problemas eram todos abrangentes e que deveriam ser considerados nas mais variadas vertentes”.

Manuel Madeira, que ingressou no ISA no final dos anos 60 do século passado, já após a saída de Cabral, manteve sempre uma grande curiosidade sobre o percurso académico daquele que é considerado o “pai” das independências de Cabo Verde e Guiné-Bissau, tendo realizado várias intervenções em Cabo Verde sobre o líder africano.

Recorda a dedicatória que Cabral escreveu num exemplar do relatório final do curso e que ofereceu a um amigo: “A verdadeira técnica é a que conscientemente materializa as conquistas da ciência e as suas próprias capacidades no sentido da dignificação da vida para todos os homens”.

Trata-se, na opinião de Manuel Madeira, de uma “síntese do seu pensamento e da importância das questões humanas”.

Ao trabalho de final de curso, e sobretudo devido ao teor da dedicatória, seguem-se tempos de “um ambiente um pouco hostil”, agravados quando foi preterido num concurso para um emprego, apesar de ser o mais bem classificado.

Cabral segue para a Guiné-Bissau, a sua terra natal, onde realiza vários trabalhos, com destaque para o recenseamento agrícola deste país, que lhe ofereceu “o contacto com populações e tribos” e “um conhecimento profundo do problema agrícola colonial”.

As suas ideias de desenvolvimento da agricultura para as populações também não foram bem recebidas e Amílcar Cabral regressa a Lisboa. Realiza vários trabalhos de consultor técnico em Portugal e em Angola, onde se confronta novamente com questões que terão acelerado o seu papel enquanto líder independentista.

Foi assassinado a 20 de janeiro de 1973, em Conacri, na Guiné, tinha 49 anos.

Em 2020, foi considerado o segundo maior líder mundial de todos os tempos, a seguir a Maharaja Ranjit Singh, líder do império sikh do início do século XIX, segundo uma lista elaborada por historiadores para a BBC e com a votação dos leitores.» in https://greensavers.sapo.pt/ideias-de-amilcar-cabral-sobre-os-solos-sao-hoje-consideradas-pelas-nacoes-unidas/


#amílcarcabral    #guinéconacri    #ambiente    #ecologia    #solos

14/01/23

Ambiente e Ecologia - Cientistas defendem que para travar o fim da civilização seriam necessárias, pelo menos, mais cinco terras.


«A civilização como a conhecemos “vai acabar brevemente”

Cientistas defendem que para travar o fim da civilização seriam necessárias, pelo menos, mais cinco terras.

A Terra pode estar a passar, neste preciso momento, por uma extinção em massa — em níveis que já não víamos desde o desaparecimento dos dinossauros. Esta é a teoria defendida Tony Barnosky, biólogo da Universidade de Standford, que se baseia num trabalho que teve por base registos de fósseis e mudanças no ecossistema.

O processo, aponta, está a acontecer a uma taxa 100 vezes superior à observada na história da vida na Terra. “Há cinco vezes na história da Terra em que tivemos extinções em massa”, descreveu ao programa 60 Minutos. “E por extinções em massa, quero dizer pelo menos 75%, três quartos das espécies conhecidas desaparecendo da face da Terra.”

Como tal, o especialista entende que “estamos a testemunhar o que muitas pessoas chamam de sexta extinção em massa, onde a mesma coisa pode acontecer sob a nossa supervisão. Esta visão é partilhada pela sua esposa, Liz Hadly, bióloga e diretora do corpo docente da Jasper Ridge Research Preserve de Standford.

“É um estado horrível do planeta quando espécies comuns, as espécies omnipresentes, com as quais estamos familiarizados estão em declínio”, disse a bióloga. Também em declarações ao 60 minutos, a especialista explicou que existem lugares, como é o caso da Califórnia, onde pode ser monitorizada uma grande perda de água, o que resulta num dominó de espécies desaparecidas.

Perspetivando o futuro, os dois especialistas defendem que não é a sobrevivência da Terra que está em causa — o planeta ficará bem, dizem — é o nosso modo de vida, como o conhecemos, que poderá estar em risco. A região que mais está ameaçada é a América Latina, onde estudos recentes mostram uma queda da vida selvagem em 94% desde 1970. Ainda assim, também é aqui que se encontra um “motivo de esperança“.

Para além de traçarem este prognóstico, os cientistas também apresentam uma solução, alicerçada numa proposta de Gerardo Ceballos, ecologista e um dos maiores especialistas em matérias de de extinção. “Ele disse-nos que a única solução é salvar um terço da Terra que permanece selvagem “, explicou Barnosky. Para comprovar este ponto, Ceballos está a dinamizar uma experiência numa área correspondente a 4900 quilómetros quadrados.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/a-civilizacao-como-a-conhecemos-vai-acabar-brevemente-516802

#história    #ciência    #ambiente    #ecologia    

01/01/23

Ambiente e Ecologia - As algas castanhas, da classe Phaeophyceae, podem absorver até 550 milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera todos os anos, convertendo-o numa espécie de substância viscosa que é libertada de volta para o ambiente.



«Algas castanhas podem ser um poderoso aliado no combate às alterações climáticas

As algas castanhas, da classe Phaeophyceae, podem absorver até 550 milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera todos os anos, convertendo-o numa espécie de substância viscosa que é libertada de volta para o ambiente. Contudo, esse muco não é facilmente degradado, pelo que o gás com efeito de estufa poderá ficar aprisionado durante muito tempo.

Esta é uma das principais conclusões de uma investigação de cientistas do Instituto Max Planck para o estudo de microbiologia marinha, na Alemanha, e que os leva a afirmar que as algas castanhas podem ser um aliado fundamental no combate às alterações climáticas, desempenhando “um papel decisivo” na proteção da atmosfera e do clima.

Tal como as outras plantas, as algas castanhas absorvem dióxido de carbono para produzirem a sua própria energia, através da fotossíntese. Estima-se que, como resultado desse processo, essas plantas marinhas libertem no mar cerca de um terço do CO2 absorvido sob a forma de excreções viscosas. Dependendo da composição dessa substância, pode ser mais ou menos rapidamente degradada por outros organismos que a usam como alimento.

Focando-se numa espécie em particular de algas castanhas, a Fucus vesiculosus, também conhecida como bodelha ou fava-do-mar, os cientistas descobriram que cerca de metade das excreções eram compostas por um polissacarídeo sulfatado chamado fucoidana, que “é tão complexo que outros organismos têm dificuldade em usá-lo”, explica Ha­gen Buck-Wiese, um dos autores do artigo publicado na revista ‘Proceedings of the National Academy of Sciences’.

“Ninguém parece gostar dele”, assinala, pelo que o carbono retido na fucoidana não volta rapidamente à atmosfera, podendo ficar retido durante longos períodos de tempo.

Por isso, os investigadores dizem que as algas castanhas, especialmente a fava-do-mar, tem capacidade para capturar tanto dióxido de carbono num ano como o que é emitido pela Alemanha no mesmo período.

Para este estudo, os cientistas recolheram amostras das algas presentes na Estação Zoológica de Tvärminne, no sul da Finlândia, pois essas plantas são particularmente abundantes em zonas costeiras rochosas, onde fixam as suas raízes, em latitudes temperadas e frias, onde absorvem grandes quantidades de dióxido de carbono proveniente de todos os cantos do planeta.

Buck-Wiese diz que o próximo passo para a equipa é estudar outras espécies de algas castanhas noutras partes do mundo, pois “o grande potencial” destas plantas marinhas no que toca à proteção climática exige que seja feito mais trabalho de investigação para perceber como podem ajudar a reduzir a concentração de gases com efeito de estufa que estão a aquecer a Terra além do que seria natural.

Estima-se que existam hoje entre 1.500 e 2.000 espécies distintas de algas castanhas em todo o mundo.

Em 2014, investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), da Universidade do Algarve, alertavam para o desaparecimento das algas castanhas no Sul de Portugal devido ao aumento da temperatura.

Analisando essa classe de plantas marinhas na Ria Formosa, os cientistas perceberam que o aquecimento dessa área ocorrido nos últimos 40 anos tem vindo a causar o desaparecimento das algas castanhas, sugerindo que tal pode tratar-se de “mais uma consequência das actuais alterações climáticas”, e que, de acordo com outros estudos realizados, em breve poderemos assistir ao “completo desaparecimento das populações desta espécie que ainda sobrevivem nestas regiões mais a Sul e que são geneticamente distintas das populações do centro e norte da Europa”.» in https://greensavers.sapo.pt/algas-castanhas-podem-ser-um-poderoso-aliado-no-combate-as-alteracoes-climaticas/

#ambiente    #ecologia    #algascastanhas    #phaeophyceae

Ambiente e Ecologia - Uma equipa de cientistas descobriu a explicação para até 88% da biodiversidade de foraminíferos planctónicos (parte do zooplâncton) fossilizados nos últimos 100 anos no fundo do oceano Atlântico


«Cientistas portugueses participam em estudo internacional sobre a biodiversidade do oceano Atlântico

Uma equipa de cientistas descobriu a explicação para até 88% da biodiversidade de foraminíferos planctónicos (parte do zooplâncton) fossilizados nos últimos 100 anos no fundo do oceano Atlântico, com base na análise de fatores ambientais como a temperatura da água, a produtividade desses seres microscópicos e as correntes marinhas.

“Como é que a biodiversidade dos oceanos varia e quais os fatores que a influenciam, de modo a poder preservá-la”. Este foi, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o mote que esteve na origem da investigação publicada na revista ‘Frontiers’, e a fossilização terá ocorrido “ainda antes das consequências mais importantes da atividade humana durante o século XX”, pelo que “estas descobertas são fundamentais para uma melhor compreensão da forma como as alterações climáticas podem afetar a biodiversidade no futuro, assim como para a conservação dos oceanos”.

Em comunicado, o IPMA diz que “todos estamos preocupados com o desaparecimento de muitas espécies que fazem parte deste mundo maravilhoso, ou seja, com a diminuição da biodiversidade nos oceanos”, e que “para poder preservar a biodiversidade dos oceanos, é fundamental descobrir como é que ela varia e quais os fatores que a influenciam”, isto é, quais os mecanismos que promovem essa diversidade de espécies e a sua distribuição.

Para isso, os investigadores recorreram a “métodos estatísticos para quantificar a dinâmica da biodiversidade” e descobriram que, “em larga escala”, as três variáveis usadas explicam “a distribuição das espécies de foraminíferos [espécies de zooplâncton] no Atlântico durante o último século”.

“Os investigadores conseguiram também determinar as principais zonas das diferentes comunidades no Oceano”, aponta o IPMA, e “descobriram ainda os pontos de viragem das comunidades, para cada uma das variáveis ambientais”.

“Sabendo como a biodiversidade se distribui e varia com estas variáveis no passado, podemos, utilizando os modelos climáticos atuais, estimar como poderá ser afetada no futuro”, afiança.

Da equipa envolvida na investigação fizeram parte cientistas do Departamento do Mar e Recursos Marinhos do IPMA, do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade Lisboa, do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo e do Institut de Ciències del Mar de Espanha.» in https://greensavers.sapo.pt/cientistas-portugueses-participam-em-estudo-internacional-sobre-a-biodiversidade-do-oceano-atlantico/

#ambiente    #ecologia    #biodiversidade    #oceanoatlântico    #zooplâncton

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