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19/05/20

Amarante Rio Tâmega - E aqui está o rio de Pascoaes, dos invernos místicos de nevoeiros intensos, de verões e primaveras, atlânticos..

(Amarante, Rio Tâmega, que tanto impressionou e inquietou poeticamente, Teixeira de Pascoaes e Eduardo Teixeira Pinto, Fotografias, qual poesia...)



"CANÇÃO SAUDOSA


A Saudade vem bater,

Vem bater à minha porta,

Quando o luar é de lágrimas

E a terra parece morta.


E a saudade bate, bate,

Com tal carinho e brandura,

Que nem a aurora batendo

À porta da noite escura!


Mas eu ouço-te, Saudade...

E o silêncio é tão profundo!

Ouço vozes, choros de alma,

Que ninguém ouve, no mundo!


Misteriosas imagens

Passam, por mim, a falar...

Bem entendo o que elas dizem,

Bem o quisera contar!


Mas -- que tragédia! -- emudeço.

Caio, de mim, sobre o nada!

Sou a minha própria sombra

Não sei onde projectada!


E entra a Saudade... Fiquei

Como assombrado e sem voz!

Sinto-a melhor, que senti-la

É vê-la, dentro de nós.


Vinha com ela a tristeza

Que a tarde espalha no ar...

Vinha cercada das sombras

Que andam, na terra, ao luar.


E vinha a sombra dos Ermos,

Com os olhos rasos de água...

E os segredos que a noitinha

Vem dizer à nossa mágoa.


Vinha a sombra do Marão

Sob a lua em várias fases;

E, no seu rosto de bronze,

Trazia um véu de lilases.


Vinha a alma do Desejo,

Toda a arder... Em volta dela,

Giram mundos e fantasmas,

Como em volta duma estrela.


Tudo o que é sonho em vigília

No sono da Criação;

E, entre falsas aparências,

É divina Aparição;


Tudo vem com a Saudade,

De noite, bater-me à porta,

Quando o luar é de lágrimas

E a terra parece morta..."


(Teixeira de Pascoaes)



(Eduardo Teixeira Pinto)


22/12/19

Amarante Rio Tâmega - Os interesses económicos de quem gere as barragens podem estar a prejudicar as populações das zonas ribeirinhas.



«Autarca reclama melhor gestão da Barragem do Torrão para evitar cheia em Amarante

Os interesses económicos de quem gere as barragens podem estar a prejudicar as populações das zonas ribeirinhas. Quem o admite é José Luís Gaspar, presidente da Câmara de Amarante, cidade que na última noite voltou a sentir os efeitos da subida do rio Tâmega. Nas próximas horas é expectável que o rio volte a galgar as margens. "Nas alturas críticas quem toma a decisão, não sou eu, se fosse eu estaria a debitar ao máximo a barragem do Torrão, sem, no entanto, prejudicar o Porto", disse ao JN, José Luís Gaspar.

O autarca confrontado com críticas de alguns comerciantes que defendem a construção da Barragem de Fridão, contra a qual é assumidamente um opositor, diz que a questão "não é fazer ou não fazer a barragem de Fridão que aqui vai minorar os estragos. A questão é quem toma as decisões, por exemplo, de abrir as comportas do [barragem] Torrão aproveitando o facto de a praia-mar ocorrer cerca das 22h. Até às 18 horas o mar tinha capacidade de absorver os excessos de caudal", do Tâmega, afluente do Douro.

O autarca lembra que "quem gere a barragem é de uma entidade privada [EDP] que tem expetativas de geração de receitas e neste período as câmaras não estão preocupadas com isso", disse.

Os comerciantes da zona ribeirinha de Amarante, passaram a manhã nas limpezas das lojas que foram inundadas na última noite e na reposição dos stokes. Mas não escondem apreensão pelas previsões da meteorologia que apontam queda de chuva contínua. "Provavelmente vamos ter que retirar tudo outra vez, disse João Arteiro, proprietário da pastelaria Lai-Lai. O responsável lamenta que as seguradoras não façam seguros deste tipo de ocorrências.» in https://www.jn.pt/local/noticias/porto/amarante/autarca-reclama-melhor-gestao-da-barragem-do-torrao-para-evitar-cheia-em-amarante-11642274.html

14/07/19

Cidade de Amarante - Sejam pontes ferroviárias, rodoviárias ou pedonais, romanas, medievais ou contemporâneas, estas pontes portuguesas são monumentos de beleza ímpar que merecem ser apreciadas e preservadas.



«ESTAS SÃO ALGUMAS DA PONTES MAIS BONITAS DE PORTUGAL

Algumas são famosas e verdadeiros cartões-postais das cidades onde se encontram, outras são pequenas pontes discretas em aldeias escondidas, mas todas são fantásticas.

Com milhares de anos ou apenas algumas décadas, de norte a sul do país há centenas de pontes para descobrir, das mais simples e rústicas às mais modernas e elaboradas.

Sejam pontes ferroviárias, rodoviárias ou pedonais, romanas, medievais ou contemporâneas, estas pontes portuguesas são monumentos de beleza ímpar que merecem ser apreciadas e preservadas.» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20190713-pt-tanto-porto-na-baixa-tantos-dragoes-juntos



(Portugal in 4K - Ponte S. Gonçalo, Amarante)

30/08/18

Amarante Rio Tâmega - A presença de cianobactérias, também conhecidas por algas-azuis, no rio Tâmega, tem causado alarme em Amarante e Marco de Canaveses.



«Cor verde do rio Tâmega preocupa Amarante e Marco de Canaveses 

Cianobactérias estão de volta, mas não têm impacto no consumo em casa.

A presença de cianobactérias, também conhecidas por algas-azuis, no rio Tâmega, tem causado alarme em Amarante e Marco de Canaveses. Em causa, está o troço entre a barragem do Torrão (Marco de Canaveses) e a cidade amarantina, cuja água volta a ser dominada pelo verde. As duas autarquias garantem estar a acompanhar a situação. 

"As últimas análises que têm sido feitas, inclusive já em agosto, concluíram que a água nos vários pontos em que as pessoas vão a banhos é de qualidade boa ou ótima", garantiu Lucinda Fonseca, vice da câmara de Amarante, responsável pelo Ambiente. "Já estivemos em contacto com as entidades competentes e pedimos uma análise extra para apurar se há razão para alarme ou não", diz. 

A Câmara do Marco revela que tem informado de forma incessante as autoridades, com fotos atualizadas, a fim de "debelar o gravíssimo problema criado no meio dulçaquícola e para a saúde pública", mas a edil Cristina Vieira recorda que a ETAR está dotada de tecnologia de topo, pelo que os habitantes podem "estar tranquilos em relação à qualidade da água que lhes chega a casa". 

PORMENORES 

Câmara do Marco reagiu 

A autarquia de Marco de Canaveses esclarece que colocou "placas de desaconselhamento a banhos" no parque fluvial do Tâmega, local de prática de desportos aquáticos, e pede "uma atuação consciente e uma intervenção consequente" das entidades responsáveis. 

Águas paradas na origem 

Águas paradas ou de fraca corrente, aumento da luminosidade, calor e excesso de nutrientes e descargas industriais ou provenientes da agricultura são fatores que originam a formação deste tipo de bactéria.» in https://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/cor-verde-do-rio-tamega-preocupa-amarante-e-marco-de-canaveses?utm_medium=Social

14/09/17

Amarante Rio Tâmega - A população de Amarante está a ser desaconselhada a contactar com o Tâmega devido à camada de algas que, há vários dias, se observa no rio, enquanto não forem conhecidas as análises mandadas realizar.



«População de Amarante aconselhada a evitar manto de algas que cobre rio Tâmega

A população de Amarante está a ser desaconselhada a contactar com o Tâmega devido à camada de algas que, há vários dias, se observa no rio, enquanto não forem conhecidas as análises mandadas realizar.

O presidente do município, José Luís Gaspar, disse hoje à Lusa que a recomendação é uma "medida preventiva" e estende-se às atividades balneares, de pesca e de embarcações de recreio utilizadas diariamente, nomeadamente por muitos turistas que visitam a cidade.

A decisão foi tomada na sequência de uma reunião convocada pela autarquia para análise da situação, em que participaram representantes da autoridade local de saúde, dos bombeiros e da GNR.

As análises mandadas realizar pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vão esclarecer o tipo de alga que cobre, na zona de Amarante, a quase na totalidade o leito do rio. Pretende-se aferir, frisou o presidente, se a camada é formada por algas verdes, que não são tóxicas, ou pelas designadas algas azuis, também designadas por cianobactérias, cuja toxicidade pode ser prejudicial para a saúde humana.

Se for o segundo caso, insistiu José Luís Gaspar, há que redobrar os cuidados.

O presidente da autarquia disse à Lusa não se lembrar de ver o rio que atravessa a cidade coberto por uma camada tão extensa e espessa de algas, um manto que, precisou, também se verifica em Mondim de Basto.

Além disso, sublinhou, é a primeira vez que se observa este fenómeno, de montante para jusante, recordando que, desde o início de setembro, se começou a observar uma camada de algas na zona de Chaves.

Em anos mais secos, ocorre com frequência o aparecimento de uma camada verde a cobrir o rio, mas que evolui a partir da barragem do Torrão, a jusante de Amarante, em direção à proximidade daquela cidade.

Questionado sobre o que provoca a situação atual no Tâmega, na sua cidade, José Luís Gaspar respondeu que se deve à presença excessiva na água de material orgânico, um problema que afirmou não ser novo e transversal a vários municípios, associada ao reduzido caudal do rio, que disse estar a um nível nunca visto na cidade devido à seca que assola a região.

Referiu, a propósito, que dois dos mais importantes afluentes do Tâmega, a jusante da barragem de Daivões, que está a ser construída na zona de Ribeira de Pena, estão praticamente secos, o que também é novo na região.

O presidente de Amarante disse à Lusa não estabelecer relação entre as obras em curso na barragem e a situação que se observa no rio, mas admitiu estar preocupado com o nível do caudal e a aparente estagnação que se observa na água, o que já foi comunicado à APA.» in http://www.dn.pt/lusa/interior/populacao-de-amarante-aconselhada-a-evitar-manto-de-algas-que-cobre-rio-tamega-8768217.html

16/08/16

Amarante Rio Tâmega - A Câmara Municipal de Amarante, no âmbito do Plano de Proteção do Rio Tâmega, iniciou os trabalhos de limpeza e tratamento da Ínsua dos Frades



«Amarante: Plano de Proteção do Rio Tâmega já arrancou

A Câmara Municipal de Amarante, no âmbito do Plano de Proteção do Rio Tâmega, iniciou os trabalhos de limpeza e tratamento da Ínsua dos Frades. “Trata-se de um projeto que visa devolver o Rio aos amarantinos, começando desde logo por uma das suas joias maiores e mais centrais”, informou a autarquia.

A primeira etapa passa pela instalação de um passadiço flutuante, permitindo a ligação entre as margens e a Ínsua. “Dado o estado de degradação daquele local irá proceder-se à limpeza e erradicação de espécies vegetais exóticas e invasoras, sendo o passadiço essencial para o acesso e execução dos trabalhos”, mencionou a edilidade.

Na segunda fase desta intervenção, as operações de preservação e limpeza, irão contemplar cortes seletivos de vegetação com podas, contenção de espécies vegetais exóticas e invasoras.

“A intervenção está a ser supervisionada pelo especialista Pedro Teiga, para garantir o rigoroso cumprimento da Diretiva Quadro da Água e Lei da Água, e para implementar os objetivos de melhoria do funcionamento hidráulico, ecológico e social, no sentido de melhorar e contribuir para restabelecer as funções ecossistémicas do corredor ecológico, promovendo o envolvimento da população local”, explicou.» in http://www.averdade.com/2016/08/16/amarante-plano-de-protecao-do-rio-tamega-ja-arrancou/

11/01/16

Amarante Rio Tâmega - A Câmara de Amarante lamenta que a previsão sobre a evolução do caudal do Tâmega na última madrugada não tenha correspondido à realidade, o que impediu uma atuação mais eficaz da Proteção Civil, disse à Lusa o vice-presidente.



«Cheias em Amarante

As previsões apontavam para que o rio não ultrapassasse os 6,5 metros de altura, mas o caudal do Tâmega chegou aos 7,3 metros.

A Câmara de Amarante lamenta que a previsão sobre a evolução do caudal do Tâmega na última madrugada não tenha correspondido à realidade, o que impediu uma atuação mais eficaz da Proteção Civil, disse à Lusa o vice-presidente. 

Segundo Jorge Mendes, as previsões apontavam para que o rio não ultrapassasse os 6,5 metros de altura, mas o caudal chegou aos 7,3 metros, o que provocou a inundação parcial da rua 31 de janeiro e do largo do Arquinho. 

O pico da cheia verificou-se após a meia-noite, com a água a ocupar uma das zonas mais baixas do centro histórico. 

A alegada deficiência na previsão pelas autoridades competentes, admitiu Jorge Mendes, pode ter sido provocada por uma conjugação de fatores, nomeadamente as cheias no Douro, no Porto, a inundação em Chaves, a montante de Amarante, e as descargas das barragens espanholas. 

Ainda assim, frisou o autarca, os prejuízos causados em Amarante, em algumas lojas inundadas, foram mitigados, porque a maioria dos comerciantes retirou a tempo os seus haveres dos estabelecimentos. 

Neste início de tarde, quando o rio já retomou o seu leito, decorrem os trabalhos de limpeza das ruas e lojas afetadas pela cheia, com o envolvimento dos meios da Proteção Civil municipal e dos bombeiros.

Questionado sobre os prejuízos, o responsável frisou que ainda é cedo para uma avaliação, mas insistiu que a retirada prévia dos haveres dos comerciantes minimizou o impacto da cheia.» in http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/mau-tempo/cheias-em-amarante-tamega-subiu-ate-aos-7-3-metros

04/01/16

Amarante Meteorologia - Na cidade, na Zona do Arquinho, a primeira a inundar sempre que há cheia, o trânsito e o comércio funcionou normalmente.



«Rio Tâmega, em Amarante, já dá sinais de cheia
ANTÓNIO ORLANDO | Hoje às 12:47

O parque de Lazer de Larim, em Amarante, está desde a última noite submerso e, nas zonas onde a cota é mais baixa, as margens do rio Tâmega já começaram a inundar em consequência da chuva que não para de cair.

"Molhados" de outras cheias na cidade, já há quem esteja a retirar a mercadoria da loja.

Deslizamento de terras corta estrada em Vila Real

"Até ao final da manhã não tivemos qualquer sinal de previsão de cheia que venha a acusar problemas, porém, confesso que a situação de Larim deixou-me algo preocupado e vou comunicar isso mesmo ao centro de previsões de cheias no sentido de ser ou não necessário tomar outro tipo de medidas", explicou ao JN, Hélder Ferreira, comandante operacional municipal de Amarante.

Rio Tâmega, em Amarante, já dá sinais de cheia

Na cidade, na Zona do Arquinho, a primeira a inundar sempre que há cheia, o trânsito e o comércio funcionou normalmente. A água ainda está a alguns metros de invadir as imediações da rua 31 de janeiro, mas esta manhã, os comerciantes mantinham repartiam o olhar pelo negócio e pelo curso do rio.

Rosa Maria e Cristina Sousa, funcionarias numa loja de roupas de criança de uma conhecida multinacional, passaram a manhã a empacotar a mercadoria até então exposta na loja para uma residência localizada do outro lado da rua 31 de janeiro. "É uma casa de um vizinho que nos faz o favor de emprestar um espaço para guardar a roupa sempre que há cheia. Gato escaldado de água fria tem medo. Da última vez que houve cheia em duas horas o rio inundou tudo. Assim mais vale prevenir", explicou uma das funcionárias ao JN.

Na região do Baixo Tâmega até ao meio dia a proteção civil contabilizava algumas derrocadas de muros na via pública, designadamente na EN210 e uma inundação em Amarante, mas em consequências de maior.» in http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Amarante&Option=Interior&content_id=4963142

21/08/15

Amarante Rio Tâmega - A espécie “Pectinatella Magnífica”, vulgarmente designada por “Musgo da água”, não representa um perigo para a saúde pública, garante o município de Amarante.



«Amarante: Musgo nas águas do Tâmega não representa perigo
21/08/2015, 15:35

A espécie “Pectinatella Magnífica”, vulgarmente designada por “Musgo da água”, não representa um perigo para a saúde pública, garante o município de Amarante.

A planta tem aparecido nos últimos dias nas margens de rio Tâmega e a autarquia deslocou-se ao terreno para avaliar e monitorizar o caso.

De acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) o “musgo da água” cresce em “águas doces e paradas, ricas em nutrientes e com temperaturas iguais ou superiores a 20 graus”. O tipo de musgo cresce em colónia maciças, em torno de objetos submersos, como troncos ou rochas. De acordo com informações reveladas pela APA, a substância é composta em 99 por cento por água, e daí ser de textura gelatinosa e pegajosa. A reprodução da espécie é particularmente fértil nos meses de Agosto e Setembro, motivo pelo qual só agora foi avistada.

Segundo a APA o aparecimento da Pectinatella Magnífica é “indicador de boa qualidade da água, uma vez que se trata de um organismo que não tolera poluição”.» in http://www.averdade.com/pagina/seccao/19/noticia/11018

30/04/15

Amarante Rio Tâmega - A crónica do estertor de um rio, que querem emparedar entre grandes muros de betão, para produzir energia artificial, matando a energia de um curso de água natural...




«ENTRE PAREDES DE LAMA

Aprendi a nadar com o meu pai, na Praia Aurora, mais conhecida popularmente, como Praia dos Poços, pois era um local de captação de águas da então Vila de Amarante, onde foram feitos vários poços no Rio Tâmega e colocada a casa dos motores, para permitir o processo. Pertenço, talvez, à última geração de amarantinos que teve oportunidade de fruir o nosso rio, com uma qualidade das águas minimamente aceitável. Todos os da minha geração que, tal como eu, conheceram o Rio Tâmega nas mesmas circunstâncias, jamais poderão esquecer as memórias daquele tempo maravilhoso. 

Nessa altura, não existiam ainda piscinas em Amarante e o rio era o ponto de encontro, concomitantemente, interageracional e interclassista, nas tardes quentes de verão. Amarante foi sempre uma cidade de Invernos húmidos e frios, contrastando com Verões quentes e abafados. E havia zonas belíssimas de afluência de gente às águas do Tâmega: Morleiros, Açudes, Paul, Azenhas, Florestal, Rossio, Arquinho, Campismo, Frariz; mas, o ponto central, era a Praia Aurora ou Praia dos Poços, até porque estava estrategicamente situada ao lado do antigo Parque de Campismo, da então Vila, o que permitia o convívio dos amarantinos com os campistas nacionais e estrangeiros.

Quando nos anos 80 construíram a Barragem do Torrão, a jusante de Amarante, começou o princípio do fim das fabulosas praias fluviais de Amarante, com a eutrofização das águas a acabar com a possibilidade de aproveitamento das praias da parte inferior de cidade e com um impacto ambiental brutal. No inverno, com o adensar dos nevoeiros matinais e no verão com a alteração da cor das águas, de um castanho-escuro para um verde-claro, passando por matizes intermédias de verdes artificiais, conferindo ao Rio Tâmega um aspeto pantanoso e pouco natural.

Em Amarante, apesar da tão propalada rede de esgotos com uma cobertura quase total a nível concelhio, a ETAR de então, não dava uma resposta cabal, nem de longe, nem de perto, fazendo com que uma parte significativa dos esgotos nem sequer fosse tratada, ou, no geral, não fossem corretamente tratados. Prova disso está na recente inauguração da ETAR de Passinhos, em Vila Caiz, Amarante; algo faltava... Os concelhos a montante também continuavam a verter de forma contínua os seus esgotos para a linha de água, diretamente, ou com tratamento deficiente, contribuindo para a intoxicação e para uma alteração artificial do ecossistema do rio. 

Com a construção da Barragem de Fridão, o Rio Tâmega em Amarante ficará entre duas grandes paredes, sendo cada vez mais um lameiro de águas verdes, ou escuras, consoante a altura do ano. Muito do encanto que interpelou a mente poética de Teixeira de Pascoaes, passou pela forma como o nosso Rio Tâmega afetou a sua sensibilidade artística; as musas do rio deveriam andar por entre o arvoredo e os nevoeiros do mesmo, afetando o estro das pessoas mais sensíveis e brilhantes.

Muitos poderão considerar que, estas são questões menores, destruir um rio em nome da produção de energia, é um preço justo a pagar, pelo que o mais importante é produzir energia e capital a qualquer custo. Para esses, pouco importa a cultura, a marca indelével que o Rio Tâmega deixou em Amarante, cujo legado nesse domínio é incomensuravelmente maior, do que jamais poderemos imaginar: trata-se da matriz identitária de Amarante que está em causa! 

O que interessa é o dinheiro que a produção de energia nos poderá trazer, a paisagem natural que valor tem para os burocratas que nos governam, esse património não é facilmente transacionável, não os satisfaz. Tudo o que não pode ser traduzido em euros de uma maneira fácil e rápida, com cotação positiva nos mercados de capitais, pouco valor tem na sociedade atual, que busca o lucro fácil, sem olhar a meios para atingir os seus fins materiais.

O Rio Tâmega faz parte da imagem telúrica que temos da Cidade de Amarante, trata-se do elemento do nosso património paisagístico e natural, mais importante, aglutinador, ou consensual, na sua omnipresença. Penso que, pelo menos, deveriam ser os amarantinos a decidir a sua alienação, total ou parcial. Uma imposição de morte lenta de um rio que, todo ele se traduz em vida, no seu curso natural, poderá ser considerada como que um atentado à honra, dignidade e património ecológico da população de Amarante.

Claro que aqui, o que mais conta, não são apenas, as nossas recordações daquele rio mágico, que eu e outras pessoas ainda temos marcadas, indelevelmente, na nossa memória. O que nós estamos a preparar para os nossos jovens, como herança natural e paisagística, trata-se do maior atentado patrimonial que Amarante, em termos ambientais, jamais sofreu. Um rio que será emparedado, que nem poderá ser visto nalgumas partes da barragem de Fridão, designadamente, entre a barragem principal e a de bombagem, trata-se do pior de todos os cenários possíveis e imaginários, que nem num qualquer terrível pesadelo poderíamos prever.

As novas gerações serão dilapidadas de um património que, também lhes pertence por direito, mas que nós como permitimos tal dislate, teremos obrigatoriamente que assumir este odioso ónus, para todo o sempre. De pouco nos adiantará invocar a nossa ausência de culpa por falta de eventual acesso à tomada de decisão. Perdemos algo de forma irremediável, jamais nos poderão redimir, independentemente, do grau da nossa culpabilidade, não poderemos alijar a nossa responsabilidade, individual ou coletiva.

Amarante será amputada de uma forma cruel e permanente. O Rio Tâmega não é só de Amarante, em última análise, pertence ao património natural da humanidade. Amarante sempre teve uma ligação, quase umbilical, ao Rio Tâmega. Qualquer postal ou folheto só representa a nossa terra, com alguma verosimilhança, se incluir o nosso rio; afinal, Amarante é conhecida por ser a Princesa do Tâmega.

Quanto a mim, a construção de uma barragem mesmo em cima da cidade de Amarante, constitui-se como um crime com várias vertentes: ambiental, paisagística e humana. O Rio Tâmega tem uma componente humanizante, pois a sua relação com as pessoas foi sempre muito próxima e por isso aglutinadora de interesses e de pontos em comum. De inverno, os nevoeiros do Rio entram-nos pelas carnes até aos ossos e às vezes querem invadir-nos as casas; de verão, as suas águas e as sombras das árvores que o ladeiam, refrescam-nos o corpo e a alma. E saem gaivotas e guigas a passear ao sol, rio abaixo, rio acima… mas, as pessoas agora, querem cortar de vez, com o cordão umbilical de Amarante, abortando águas turvas e pantanosas…» in http://birdmagazine.blogspot.pt/2015/04/entre-paredes-de-lama.html

(Barragem de Fridão - DIREITO DE RESPOSTA - LUIS VAN ZELLER MACEDO)

BARRAGEM DE FRIDÃO - LUIS VANZELLER - (PARTE 1)

   
BARRAGEM LUIS VANZELLER - (PARTE 2)


19/01/13

Amarante - O nível do caudal do rio Tâmega, em Amarante, começou a baixar, depois de ter invadido, na madrugada, várias lojas da parte baixa da cidade, que tiveram de ser evacuadas, disse à Lusa a proteção civil municipal!


(Fotografia de Armando Meireles, na Praia Aurora)

«Caudal do Tâmega começou a baixar depois de ter invadido lojas da baixa de Amarante

O nível do caudal do rio Tâmega, em Amarante, começou a baixar, depois de ter invadido, na madrugada, várias lojas da parte baixa da cidade, que tiveram de ser evacuadas, disse à Lusa a proteção civil municipal.

Segundo o vereador Hélder Ferreira, o caudal encontra-se, no princípio desta tarde, nos 4,5 metros, mas atingiu, há algumas horas, os 4,7, ficando a poucos centímetros de inundar a rua 31 de janeiro, na baixa da cidade.

"A situação está mais calma, porque o rio começou a baixar, mas durante a noite e madrugada viveram-se momentos de alguma preocupação", contou o autarca.

Todos os meios da proteção civil, incluindo bombeiros, da autarquia e da GNR, foram mobilizados, acrescentou Hélder Ferreira. À Lusa, disse também que vários residentes na parte baixa "nem dormiram, preocupados com a possibilidade de subida do rio".

Os proprietários de vários estabelecimentos, que tinham retirado os seus haveres durante a noite e madrugada, já estão a retomar a sua atividade. Alguns deles têm de proceder à limpeza da sujidade provocada pela água do rio Tâmega.

Também hoje, dezenas de feirantes foram aconselhados pela proteção civil a não montar os seus toldos, na feira da cidade.

"Por causa do vento forte, não havia condições de segurança", observou a fonte, frisando que a única atividade que foi autorizada realizou-se no interior do mercado municipal.

Esta é a segunda vez, em pouco mais de um mês, que o rio Tâmega extravasa o seu leito, na zona de Amarante. No dia 14 de dezembro, o caudal também inundou as lojas situadas na parte mais baixa do centro histórico.» in http://www.dnoticias.pt/actualidade/pais/365619-caudal-do-tamega-comecou-a-baixar-depois-de-ter-invadido-lojas-da-baixa-de-a


(CHEIA no RIO TÂMEGA em AMARANTE ao fim do dia 14-Dez-2012)

25/07/12

Amarante Rio Tâmega - Os Rios da nossa Terra e o seu potencial no turismo fluvial!



«Sobre o potencial das praias fluviais em Amarante!

Amarante cresceu estribada no Rio Tâmega. Desde que começaram a aparecer os primeiros povoadores deste cantinho à beira rio plantado, o polo de desenvolvimento teve sempre como eixo central de dinamismo, o Rio… ou as linhas de água que nos cercam!

O Tâmega e seus rios e ribeiras afluentes permitiram o regadio dos campos, que foram aparecendo junto às suas margens, à custa da força e do engenho dos nossos antepassados valentes, que aproveitaram as dificuldades de orografia que este vale apresenta, com margens muito ingremes e agrestes, para tirar bom proveito delas. Os moinhos foram potenciados de forma muito proficiente; na medida em que, por exemplo, com a força dos rios eram transformados os cereais produzidos pelos nossos agricultores… e muito produziram os nossos moinhos!

Amarante é um manancial de água e de vida. Diz o povo que: “grande é o marão, não dá palha nem grão”… mas temos a água que escorre pelas vertentes inclinadas da grande serra, um bem precioso que tendemos a esquecer e a não valorizar de acordo com a sua importância, pois este precioso bem essencial à vida, ainda nos aparece de forma demasiado fácil nas nossas torneiras… até quando!

Além do Rio Tâmega que nos atravessa e engrandece, temos o Rio Ovelha que nasce no Marão, um Rio Fabuloso, com um trajeto lindíssimo e com uma biodiversidade fantástica, que pude explorar e estudar com a Associação dos Amigos do Rio Ovelha, que tanto tem feito por este Rio e cujo trabalho voluntário, competente e profícuo, tão pouca visibilidade alcançou… desinteresse pelos nossos rios e por tudo o que os envolve?... não sei!

E somos atravessados pelo magnífico Rio Olo, rio bravo e selvagem que vem lá do Alvão, chega aqui ainda puro e cristalino, com águas frias, mas temperadas no verão pelo calor da montanha, cujas rochas a escaldar, lhe transferem todo o seu calor. Um rio em que se retiravam pedras com minério em meados do século passado, como me contam as pessoas mais idosas de Canadelo, que na sua juventude vasculharam o rio, para ganharem a vida… em ofícios muito duros! 

Ainda há pouco tempo descobri em São Simão, umas magníficas quedas de água, que o Sr. Júlio Moreira me fez questão de mostrar, cujo caudal vai desaguar ao Rio Ovelha, através da Ribeira do Locaia e que é, sem dúvida alguma, um local fantástico para se passar um dia de Verão. Poderíamos falar de Ansiães, Aboadela, Várzea, Gondar, Real, Aboim, como locais fantásticos para fazer praia em rios e lagoas incríveis e cheios de estórias dos nossos antepassados... 

Pela mão do meu falecido Pai aprendi a nadar nos “Poços” (designação popular da Praia Aurora), tal como muitos amarantinos da minha e de anteriores gerações. Usufrui de momentos fantásticos no Rio Tâmega, no Olo, no Ovelha, no Marão… talvez por isso, me meta um pouco de confusão que, numa época em que muitos municípios apostam forte no turismo fluvial, o Municipio de Amarante não faça um esforço visível de valorização e promoção das suas inúmeras e belíssimas praias fluviais.

No meu blogue, tenho a oportunidade de registar inúmeras consultas sobre as praias fluviais de Amarante que divulgo, através de colocação de inúmeras fotografias dos locais em que gosto de me banhar, no nosso vasto concelho, em inúmeras postagens que tenho realizado sobre as praias fluviais, efetivas e potenciais, que Amarante tem.

Mormente, nos meses de junho a setembro, começo a verificar no registo de tráfego do meu blogue, muitas buscas direcionadas para as praias fluviais de Amarante, que passo a citar, por ordem de grandeza de consultas: Praia Aurora, Praia Fluvial de Larim, Praia fluvial de Canadelo, Praia Fluvial de Olo, Praia Fluvial de Aboadela, Praia Fluvial de Frariz, Ponte da Guiné; portanto, como ainda faltam bastantes locais do nosso concelho com potencial fluvial; a conclusão torna-se para mim óbvia: temos uma riqueza fluvial muito grande, que urge aproveitar, para aumentar o número de visitantes a Amarante, quer em gozo de férias, quer numa saudável ocupação dos tempos livres das nossas gentes.

Para isso, teremos que investir na limpeza das praias, e neste ponto, tenho que louvar o excelente trabalho das juntas de freguesias envolvidas, que têm sido exemplares na criação de condições para que as praias estejam minimamente operacionais. Mas falta fazer muito mais e com tanta gente em regime de voluntariado nas autarquias, penso que seria possível, com relativa facilidade, a criação de um portal com as nossas praias fluviais e uma melhor sinalização rodoviária das mesmas, assim como, através da realização de trabalhos de manutenção das mesmas.

Para vos dar um exemplo que me tem deixado perplexo ao longo destes anos, refiro o Parque Aquático RTA, em que a sinalização rodoviária e divulgação online são muito pouco eficazes. Nesta altura, a minha caixa de correio tem sempre vários pedidos de esclarecimentos sobre a forma de chegar ao complexo do RTA e relativos às condições de funcionamento do parque. Em Fregim, na minha casa e na da minha Mãe, são dezenas de galegos que por lá aparecem perdidos, à procura dos Parques RTA. Sempre que estou presente e me é possível, lá os encaminho, chegando mesmo a sair no meu carro, guiando os turistas até lá, pois considero que Amarante não se pode dar ao luxo de perder visitantes, mormente espanhóis… não podemos deixar passar ao lado, as possibilidades que a proximidade da Galiza nos proporciona, em termos de crescimento de turismo.

O Turismo permite aumentar as exportações portuguesas e, neste caso, as de Amarante. Penso que o nosso potencial é imenso e que, com alguma organização e investimento, poderemos maximizar as nossas potencialidades de um turismo que, não sendo massivo, permite um oferta muito diversificada e que pode ir de encontro aos interesses de muita gente que está cansada dos destinos tradicionais, distribuídos em pacotes mais ou menos apelativos.

Como amarantino, nunca serei isento, pois amo Amarante acima de tudo; acho que todos nós que cá vivemos, estamos permanentemente apaixonados pela nossa Princesa do Tâmega que, a cada dia que passa, nos oferece mais pedaços de “Belo”… a minha critica construtiva resulta das minhas vivencias e interesses, o que poderá não ter rigor científico; admito. Mas é um olhar apaixonado, com base na realidade objetiva, e que estará sempre pronto a ajudar a construir… uma Amarante sempre melhor! Acima de tudo, somos todos amarantinos e essa é a nossa bênção! Tudo o que possamos fazer por Amarante, é pouco; perante a felicidade de nos podermos dizer e de ser amarantinos!» (Artigo a publicar na edição da próxima semana do Jornal de Amarante, Helder Barros)

(kayak extremo - 1ª Prova Viver Canadelo - 1ª parte)


(kayak extremo - 1ª Prova Viver Canadelo - 2ª parte)


(kayak extremo - 1ª Prova Viver Canadelo - 3ª parte)

09/10/11

Amarante São Gonçalo - As cianobactérias treparam o açude da florestal e já chegaram a Fridão!

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Agora até a zona de captação de água, os poços, foram atacados pelas cianobactérias... a EDP está a descarregar fortemente a Barragem do Torrão, no sentido de minimizar estragos... mas o espetáculo é triste para Turista ver e para Munícipe conviver...


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