05/05/13

Criminalidade - A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, onde estudava o jovem morto sábado no recinto da Queima das Fitas, criticou a Federação Académica (FAP) e a associação de estudantes da faculdade, defendendo que o "Queimódromo" devia ter encerrado.



«Federação Académica do Porto criticada por não fechar queimódromo após morte de estudante

A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto,  onde estudava o jovem morto sábado no recinto da Queima das Fitas, criticou  a Federação Académica (FAP) e a associação de estudantes da faculdade, defendendo  que o "Queimódromo" devia ter encerrado.

"A direção da Faculdade de Deporto da Universidade do Porto  1/8FADEUP 3/8  confessa-se deveras triste e desiludida com a reação da Federação Académica  do Porto  1/8FAP 3/8 e da associação de estudantes desta faculdade, em relação  ao assassinato do nosso estudante Marlon Correia", pode ler-se num comunicado  a que a agência Lusa teve hoje acesso, assinado pelo diretor Jorge Bento.

Segundo Jorge Bento "a gravidade do acontecimento exigia uma reação  correspondente, drástica e radical", mas as duas entidades, com destaque  para a FAP, "reagiram de uma maneira que tende a banalizar o brutal, o trágico  e o horror".

"A FAP podia e devia ter feito outra escolha, pelo menos no concernente  ao queimódromo. Este devia ter sido encerrado, nem que fosse uma noite,  o que seria simbolicamente eloquente. Mas não, a festa (?!) e o negócio  prosseguiram indiferentes ao facto de nele ter sido ceifada a vida de um  jovem carregado de sonhos", condena o diretor da FADEUP.

Na opinião do diretor da faculdade, as duas estruturas podiam "ter escolhido  o luto, o recolhimento e a urbanidade", mas "não tiveram coragem para contrariar  a diversão, o efémero e a mundanidade".

"Esta chocante opção reflete o mal profundo que afeta o país. Diz-se  que temos a juventude com melhor nível de formação de sempre; todavia a  afirmação vê-se desmentida pelos factos", continua o comunicado divulgado  hoje.

Jorge Bento afirma, ainda, que a direção tinha a "expectativa" de que  a FAP e a associação de estudantes "estivessem à altura desta hora e adotassem  uma postura de grandeza, conforme à matriz da instituição universitária  e à idiossincrasia dos seus estudantes".

"Porém uma e outra ficaram aquém das causas e ideais que é suposto representarem",  lamenta.

A agência Lusa tentou obter, sem sucesso, uma reação da FAP ao comunicado  do diretor da faculdade.

Em declarações à agência Lusa no sábado, o presidente da FAP, Rúben  Alves, relatou que durante a madrugada "houve uma tentativa de assalto à  tesouraria onde recolhem as bilheteiras da Queima das Fitas do Porto" e  que, "apesar dos esforços que foram envidados pela segurança privada contratada  para o evento, deste assalto resultou uma vítima mortal, que é estudante  da Academia do Porto, bem como dois feridos da referida empresa de segurança".

Rúben Alves adiantou então que será feita "memória" e prestado "o devido  respeito ao colega e amigo com uma recordação em todas as atividades académicas  da Queima das Fitas de 2013", não tendo sido decidida qualquer suspensão  ou alteração do programa.

Ainda sábado, o reitor da Universidade do Porto (UP) considerou que  o assassinato de um estudante daquela academia foi um ato de "violência  injustificável" e revelou sentimentos de "revolta" e "indignação" pelas  circunstâncias em que o jovem foi baleado.

A investigação é agora da competência da Polícia Judiciária, a quem  a PSP já transmitiu toda a informação recolhida no local.

Lusa» in http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2013/05/05/federacao-academica-do-porto-criticada-por-nao-fechar-queimodromoapos-morte-de-estudante



 (Estudante abatido a tiro no recinto da Queima das Fitas do Porto)

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