10/04/13

Ciência - Cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram um método para tornar um cérebro transparente, de maneira a estudar, em três dimensões, com todos os neurónios e estruturas moleculares, o que acontece no interior deste órgão.

Cientistas criam primeiro cérebro transparente


«Cientistas criam primeiro cérebro transparente

Técnica pioneira foi utilizada primeiro no cérebro de um rato.

Cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram um método para tornar um cérebro transparente, de maneira a estudar, em três dimensões, com todos os neurónios e estruturas moleculares, o que acontece no interior deste órgão.

"Usámos processos químicos para transformar os tecidos biológicos e preservar a sua integridade, tornando-os transparentes e permeáveis a macromoléculas", resumiu em comunicado Kwanghun Chung, principal autor do estudo, cita a agência France Presse.

Esta técnica, matizada de "Clarity" pelos cientistas da Universidade de Stanford, foi utilizada no cérebro de um rato e também num cérebro humano. Poderá ainda ser aplicada a outros órgãos, revela o estudo publicado esta quarta-feira na revista científica britânica Nature.

Desenvolvida sob a liderança de Karl Deisseroth, psiquiatra e especialista em bioengenharia, esta nova técnica pode revolucionar a compreensão da função cerebral, as suas doenças e o modo como estas afetam o nosso comportamento.

Cérebro ainda é um mistério

A equipa de Karl Deisseroth procurou uma maneira de apagar os elementos opacos do cérebro - os lipídios. Estas gorduras ajudam a formar as membranas celulares e dão estrutura ao cérebro. Se forem removidas, os tecidos remanescentes desmancham-se como um pudim. Mas os cientistas de Stanford conseguiram, pela primeira vez, substituir esses lipídios por hidrogel, um gel composto principalmente por água.

A receita parece simples: mergulhar o cérebro intacto na solução de hidrogel e esperar que as suas pequenas moléculas penetrem nos tecidos. Em seguida, é só aquecer a 37 °C - a temperatura do corpo humano - para endurecer a mistura.

Nesta fase, o cérebro e o hidrogel formam uma "estrutura híbrida" que mantém os lipídios no lugar. Depois, os lípidos são extraídos através de uma corrente eléctrica ("eletroforese").

O que resta? Um cérebro transparente com todas as suas estruturas: neurónios, fibras nervosas, interruptores e conexões.


(Cérebro transparente)


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