26/10/11

Política Internacional - Grécia pode ver na Argentina um exemplo do caminho que deve seguir!




«O que pode a Grécia aprender com o ‘default’ argentino



O país de Kirchner recuperou de um incumprimento em 2001 e pode ser um exemplo para Atenas.
Os paralelos entre as situações financeiras da Argentina e da Grécia levam muitos analistas a apontar este país como um exemplo das vantagens que Atenas poderá ter de uma reestruturação da sua dívida.
Desde que, há dez anos, a Argentina entrou em incumprimento da sua dívida externa de 95 mil milhões de dólares e recusou mais ajudas do FMI - no seguimento de uma grave crise financeira -, que a economia recupera rapidamente. Durante o período em que a presidente Cristina Kirchner e o seu marido Néstor lideraram a nação, o PIB argentino cresceu 94%, o que permitiu o recuo dos níveis de pobreza acima dos vizinhos latino-americanos. A pobreza caiu quatro pontos entre 2007 e 2011, para 21,5%, segundos dados do Sedlac, quando no Brasil a taxa recuou de 24,2% para 21,4% (2009) e no México aumentou de 42,7% para 51,3%. As despesas sociais do governo triplicaram em termos reais, ao passo que a desigualdade de rendimentos no país caiu para metade, com os 5% mais ricos da população a ganharem agora apenas 17 vezes mais do que o resto dos cidadãos.
"A Argentina representa um desmentido convincente da teoria actual de que as recessões causadas por crises financeiras têm que ser seguidas por recuperações lentas e dolorosas", diz Mark Weisbrot, co-director do Center for Economic and Policy Research (CEPR). Este especialista nota que, depois do país ter entrado em incumprimento, só esteve em recessão durante um trimestre, tendo recuperado totalmente ao cabo de três anos.
"A Grécia, em particular, cuja economia está a contrair-se a um ritmo anual de 5%, devia ponderar que é melhor para o país seguir o exemplo argentino", nota este especialista.
Risco de números falsos
Mas outros especialistas notam que a Argentina também se assemelha à Grécia noutras áreas menos favoráveis. Tim Worstall, Senior Fellow do Adam Smith Institute de Londres, nota que o crescimento económico de 94% da Argentina não é correcto, sendo que todos sabem "que o governo argentino está a mentir", uma vez que não ajusta o crescimento ao valor da inflação. E enquanto Cristina Kirchner afirma que inflação é de 10%, os economistas apontam para uma valor na casa dos 25%.
A situação é tanto mais grave "quanto o governo está a tentar prender todos os economistas que não concordam com os seus números". Worstall alerta que, em vez de ser um exemplo para a Grécia, a Argentina pode é vir a ser obrigada a entrar em incumprimento ao mesmo tempo que este país europeu.» in 

(Daniel Cohn-Bendit, sobre estafa económica a Grécia)

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