06/08/11

Arte - Duas artistas francesas salvaram 60,000 CDs do lixo e transformaram-nos em obra de arte!

«Eram lixo e agora são obra de arte

Duas artistas francesas salvaram 60,000 CDs do lixo e transformaram-nos em obra de arte. Uma manta de retalhos de CDs feita exposição para alertar o mundo que o desperdício e a velocidade tecnológica tem que se lhe diga. 


Ao primeiro olhar, parecem bolas de espelho cortadas ao meio, formando um caminho de dunas reflectoras de luz. Um olhar mais atento revela milhares de CDs, cosidos à mão, de onde nasce uma nova paisagem, reutilizada, resgatada.


Para as artistas Clémence Eliard e Elise Morin (que trabalham há dois anos no tema ambiental e modos de produção alternativos), antes de reciclar, reutiliza-se.


A ideia partiu de utilizar os CDs – suportes de memória condenados ao desaparecimento – para construir uma instalação que sirva, primeiro que tudo, de ponto de partida para o debate em torno do tema da sociedade do consumo, do desperdício, das novas e devoradoras novas tecnologias.


Daí nasceu um “mar imóvel”, como descrevem as autoras, um mar de objectos fabricados a partir do petróleo e que juntos revelam o problema do desperdício a grande escala. O próprio processo de fabricação da instalação tenta envolver a sociedade na discussão do tema.


Em escolas e associações foram promovidos debates e conferências ao mesmo tempo que se fazia a recolha dos CDs. O projecto conta até com uma parceria com a editora Universal para aproveitar os discos compactos que já ninguém quer.


E também por isso a exposição quer ser itinerante e precorrer outros locais onde a mensagem possa ganhar adeptos. E a cada exposição novos debates, novas conferências, novas parcerias.


Para já a instalação está em exposição em Paris, até 11 de Setembro, na Halle d’Aubervilliers du Centquatre: um espaço, aliás, que já foi uma agência funerária. Da morte fazer vida, do lixo fazer arte, símbolos e metáforas não faltarão. No final, as colinas de CDs vão voltar a regenerar-se: o objectivo é reciclar a obra de arte. E esperar que dai possa nascer algo novo.

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